Fase pós-pandemônica (13)

Em 24/05/2020

Quase fim

Do mim?

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Domingo aqui em Berlim, amanhecer nublado, pingos convincentes de chuva, contagem dos cinco dias finais para o retorno ao atual pico mundial deste sino-virótico-pandemônico demônio, ou seja, minha Terra Brasilis.

Pois acordo tranquilo porque, no aparente, confirmado o vôo Berlim-Frankfurt, na quinta, 28, pela Lufthansa e depois, idem und ibidem, pela Latam, de Frankfurt até Guarulhos e depois até Brasília, a capital da Esperança (!?). TAP kaput.

Eis que adendo no meio internético, wifi esperta, e me caio de novo no real do que não devo jamais me afastar, não mais aquele receio de sempre no ontem – será que o avião vai cair – agora, sim – será que eu vou morrer?

Enquanto nós coleguinhas da dita imprensa exaltamos nas manchetes tupiniquins o número de palavrões ditos em voz alta, minha atenção é ativada para um merecedor de prêmio mundial de comunicação ativa. Existe?

Falo, desculpe, parlo da manchete deste domingo (24/maio/2020) do jornal gringo New York Times, um primor, se me permite um comentário deste repórter desde o longínquo dia 07/07/1977, atesta meu registro na ABI.

Primo, a manchete do NYT, ainda que prefira a sub-manchete e já o digo a causa, ó nobre editor da prima página que, na banca carioca de jornais levaria a imensas discussões mais imediatas do que este futuro Wifi.

Adianto que no Brasil tivemos primeiro as primordiais manchetes do Jornal da Tarde, estive no último ano de O Jornal, do Rio, e depois nas magníficas sacadas no botequim no meio do mato do Correio Braziliense. Lembra?

Antes que me derrame nas lembranças dos mancheteiros brasukas que se foram deste Planeta Terra, nem deveriam mesmo ter continado, menos eu que morro de medo mas não do fato, vamos já à pré- premiada manchete do NYT:

U.S DEATHS NEAR 100,000, AN INCALCULABLE LOSS

(Mortes pelo coronavirus chegam aos 100 mil – uma perda incalculável)

Antes, adendo que sou mais a sub-manchete, parecendo insignificante, na prima e já premiada página frontal do jornalão ianque New York Times que “apenas” coloca os nomes dos MORTOS-FALECIDOS-IDOS-PASSADOS:

OS MORTOS PELO CORONAVIRUS

NÃO SÃO APENAS NOMES NUMA LISTA.

ELES SOMOS NÓS.

Com licença. Não aguento. Puta que pariu, viu?

Antes da foto, repriso o que já de manhã aqui em Berlim, quiçá quase igual em Nova Iorque, ainda madrugada no Brasil com as manchetes dos jornais tupiniquins repetindo as cenas porno-realísticas tipo “boquinha” na garrafa.

Junto à foto do NYT que aqui repito, na minha página do Facebook coloco o seguinte texto representativo da minha depressão, por que não?

Os mortos pelo CoronaVirus são NOMES. Chega de NÚMEROS. Estatísticas. Projeções. Picos e achatamentos. Foram vidas. Fora virus. Ide. Viu. Sem palavrão.

Agora, apague tudo o que acabo de escrever. Fique apenas com a sub-manchete deste domingo, 24/maio/2020, do jornal New York Times. Traduzo mas acho ela que devia de fato ser a Big Manchete:

OS MORTOS PELO CORONAVIRUS

NÃO SÃO NOMES NUMA LISTA.

ELES SOMOS NÓS.

Então adendo:

FOMOS.

Inté!

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Brasileiro no estrangeiro em tempos de coronavirus. Será que vai ter o mesmo tratamento daqueles levados de volta desde a China em avião presidencial da nossa Fabinha? Pois então, vamu lá.

Na primeira situação de risco, cá na Europa, este polaco e a madame, foi na explosão da usina nuclear então soviética de Chernobyl. A gente estava a uns 100 km do local. Agora, outra situação de risco, ainda que, voltando, no Brasil a situação não difere de cá.

Com visto de permanência até junho, residência garantida até lá, além da promessa de seguro viagem de que, excepcionalmente, atenderá neste caso pandemônico, a escolha nossa foi a de não regressar no momento, mesmo com a ameaça de fechamento. E daí?

Daí que em sendo brasileiros, temos a proteção de nossos funcionários itamaratecos, através do que aqui se chama BRASILIEN BOTSCHAFF. Será mesmo? Então, vejamos:

Comunicado da Embaixada do Brasil na Alemanha:

A Embaixada do Brasil em Berlim faz saber aos interessados, por meio da Comissão de Seleção designada pelo Embaixador (Nota do autor: na verdade é uma mulher, então, Embaixadora) do Brasil, que realizará processo seletivo para a contratação de 1 (um/a) Copeiro/a-Arrumador/a para Residência. Os interessados deverão remeter documentação, por via postal registrada, até o dia 20 de março de 2020.

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Ops. Desculpe é o cacete. Isto está sim na página coronática-pandemônica da Embaixada do Brasil aqui em Berlim. Na verdade, o anúncio valendo a partir desta quarta-feira, 18 de março de 2020, é o seguinte, preste atenção seu brasuka:

Em atenção às medidas de prevenção ao contágio pelo COVID19, o Setor Consular da Embaixada em Berlim, a partir do dia 18 de março corrente, quarta-feira, limitará o atendimento presencial apenas aos casos de comprovadas emergência e necessidade, que serão avaliados caso a caso e agendados com antecedência.”

Pois na parte resignada aos comentários tupínicos, cito o abaixo, embora não colocando o nome do patrício aflito aqui na Alemanha que não pode entrar na Embaixada do Brasil a não ser virtualmente. Diz ele:

Estamos tentando agendar online no Ausländerbehörde de Berlin para pedir o Visto de Estudante. Site diz que o agendamento está indisponível desde 28/02. E pessoalmente não aceitam, por causa do coronavírus. O que fazer? “

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Pelo sim, pelo não, a Embaixada do Brasil na vizinha Áustria que, nos tempos do Adolfo fazia parte da Germânia, colocou o seguinte alerta na página online:

Recomenda-se aos brasileiros de passagem pelo território austríaco que avaliem antecipar o retorno ao Brasil, a fim de evitarem ficar bloqueados em caso de novas restrições.”

Se acontecer alguma coisa com brasileiro aqui na Europa e precisar do ofício da Pátria Amada, as embaixadas ainda completam nos avisos quase fúnebres:

Tendo em vista a necessidade de adequação da Embaixada do Brasil em Viena para proteger a saúde dos consulentes e dos funcionários, informamos que a partir de segunda-feira, 16 de março, o Setor Consular funcionará exclusivamente em regime de plantão. O atendimento ao público será feito por telefone ou e-mail.”

E completo. Sem choro nem vela. Inté e Axé. E seja o que Alá-Jeová-God quiserem. Amém, uai.

embaixada

http://berlim.itamaraty.gov.br/pt-br/News.xml

https://mamcasz.com/2019/04/17/embaixada-do-brasil-em-berlim-e-atacada/


       Deixe de ser idiota! Coronavirus. Corona. Virus. Terceira Guerra Mundial. Economia. Pare de pensar que todo chinês está contaminando. Só porque ele está usando a ridícula máscara que não protege porra nenhuma.

           Falar nisso… e os brasileiros na China que não podem voltar para o Brasil, hein? Onde está a nossa FABinha? Coronavirus. Cuspida para cima. Caiu de volta, mané. Fui. Beber uma Corona. Até porque a Belzontina…

CORONAVIRUSOK

     別當白痴了 冠狀病毒。 第三次世界大戰已經開始。 不要以為每個中國人都會污染。 只是因為您戴著的是可笑的面具,卻沒有保護您。

     談到哪個……以及在中國的巴西人誰不能回去,是吧? 我們的FABinha在哪裡? 冠狀病毒。 吐 ell回去,bit子。 我進去了。喝電暈。 即使因為貝爾佐蒂納(Belzontina)…

            Stop being an idiot. Coronavirus. World War III has begun. Stop thinking that every Chinese is contaminating. Just because you’re wearing the ridiculous mask that doesn’t fucking protect you.

          Speaking of which … and the Brazilians in China who can’t go back, huh? Where’s our FABinha? Coronavirus. Spit up. Fell back, bitch. I went in. Drinking a Corona. Even because Belzontina …

         Biédāng báichīle guānzhuàng bìngdú. Dì sān cì shìjiè dàzhàn yǐjīng kāishǐ. Bùyào yǐwéi měi gè zhōngguó rén dūhuì wūrǎn. Zhǐshì yīnwèi nín dàizhe de shì kěxiào de miànjù, què méiyǒu bǎohù nín.

       Tán dào nǎge……yǐjí zài zhōngguó de bāxī rén shuí bùnéng huíqù, shì ba? Wǒmen de FABinha zài nǎlǐ? Guānzhuàng bìngdú. Tǔ ell huíqù,bit zi. Wǒ jìnqùle. Hē diàn yūn. Jíshǐ yīnwèi bèi’ěr zuǒ dì nà (Belzontina)…

CORONAVIRUSOK