De volta ao meu recente aniversário.
Teve um presente que eu já estava indo trocar, dentro do prazo de validade, que nem a gente faz com pessoas, mas daí resolvi dar um olhar assim distraído que me levou a ser atraído de vez, que nem acontece com gente.
Na página 62, da minha idade, leio sobre a “abreviação da possibilidade” de certas pessoas que passam a vida “desossando palavras”e que são responsáveis pelas calçadas entupidas de letras que “caem das meias palavras que empregam”.
O livro presenteado é o seguinte, chegou logo depois do Bolanos do Arrais, quer dizer, soube que a Rosa e ele compraram, casualmente, na mesma hora e na mesma livraria que promove achados santos.
Na página 145, eu estanco num parágrafo que me leva direto para algumas reuniões obrigatórias, aqui na Brazil, quando existe uma espécie de tácito e mudo acordo entre a companheirada para a gente se comportar exatamente assim, ó:
“É bom se manter calado quando se está sob pressão, quando o nada que se diz se enrosca saindo da boca e se enrola como uma cobra em torno do pescoço e sibila como se fosse dar o bote. A gente sabe que a chefia detesta isto, o nada”.
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