Hoje, mas em 1930, dia 14 de abril, portanto, 80 anos passados, comemoro um cara que se matou com um tiro  no peito.

Além de poeta das massas proletárias, eu o prezo porque no meu sobrenome materno por pouco dele não nasço irmão.

 Culpa de um “i” a mais, para ele, (Maiakowsky), ou a menos para mim, (Makowsky).

 Justo o grande  “ i ” que me atrai porque dele, abstraído o ponto acima e depois esticadas as pontas, consigo a linha do horizonte.

 Já pensaste neste milagre da natureza das letras?

Tem mais.

Sempre admirei nele a decisão de se matar pois este é um direito que da gente, por arbítrio, nem Deus tem o direito de nos negar.

Acontece o seguinte.

Noutro dia, soube que o Maiakowsky pode não ter se matado mas simplesmente ter sido morto pelos companheiros da KGB russa.

Uma decepção, né?

Pois em homenagem à morte de Maiakowsky segue um verso dele no grande poema “A Nuvem de Calças”:

Vosso pensamento

Sonhado por cérebros amolecidos

Obesos como lacaios

Estirados em divãs sebosos

Vou fustigar

Com os farrapos sangrentos do meu coração

Mordaz e atrevido

Até fartar-me …