Still here in Berlin, the city divided by the wall. On the one hand, cool. The other, the united people – black migrants, slavs, arabs, rogues, turks and, well, the old East German communist.

The wall, I think, has not been dropped, while the pictures and facts. Wall that divided even before. On the one hand, the bureaucracy. From another, the proletariat.

Companheiros e Companheiras. Camaradas.

Continuo aqui em Berlim, a cidade dividida pelo muro. De um lado, os bacanas. Do outro, o povo unido – migrantes negros, eslavos, árabes, ladinos, turcos e, bom, alemães do antigo leste comunista. Muro que, penso eu, ainda não foi derrubado, apesar das fotos e dos fatos.

Muro que dividia mesmo antes. De um lado, a burocracia. Do outro, o proletariado.

Doch hier in Berlin, die Stadt durch die Mauer geteilt. Auf der einen Seite, cool. Das andere, das vereinigte Volk – schwarz Migranten, Slawen, Araber, Schurken, Türken und, na ja, die alte DDR-kommunistisch. Wand, denke ich, wurde nicht fallen gelassen, während die Bilder und Fakten.
Mauer, die noch vor geteilt. Auf der einen Seite, die Bürokratie. Von einem anderen, das Proletariat.

Acabo de voltar de dois lugares marcantes no lado leste, comunista, de Berlim. Primeiro, a ponte na Rua Bornholmer (Bornholmerstrasse).

 Foi o primeiro pedaço de muro de Berlim derrubado pelo povo que abriu a fronteira no grito.

Ao contrário da propaganda capitalista, não foi no Brandburgtor não (Portão de Brandeburgo).

 Foi no lado de Wedding, um bairro que até hoje permanece pobre, operário, trabalhdor, enfim, o mesmo proletário de merda de sempre.

Agora, a outra parte da visita na Berlim do Leste ainda desconhecida. É um pedaço de terra, chamado Majakowskiring, tipo península do ministros, na minha Brasília. Aliás, foi construída no mesmo espírito dos mesmos comunistas, na década de 60. De um lado do mesmo muro, o povo.

 Do outro, o poder, os ministros, os governantes, os burocratas mais abastados. Aqui em Berlim, os comunas deram o nome ao pedaço em homenagem ao poeta que adoro, porque da parte da mãe sou Makowski. Mamcasz vem do pai, polaco do sul, quer dizer, do norte da Hungria, meio cigano. E Maiakowsky é o grande poeta russo a serviço do Poder, dizendo-se defensor do Proletariado.

Então, siga nas fotos como vivia o poder na Alemanha comunista, do Leste, DDR. Escondida do povo que não à toa insistia em pular o muro, mesmo que sendo morto a tiros pelos guardas nas torres-guaritas.

Enquanto isto, os companheiros e companheiras ainda vivem nas mordomias, auxílio-moradia, pensão perpétua, empregos camaradas, sem contar os dólares nas cuecas para alimentar os mensaleiros do todo sempre.

Com vocês, a península do ministros em Brasília, quer dizer, o quarteirão Maiakowsky, na Berlim Oriental, a Comunista:

 

Na mansão do número 28, morava o construtor do Muro de Berlim, o Walter Ulbricht. Na do número 58, o último presidente da DDR, o Wilhelm Pieck. Na dacha vizinha, outro fantasma do Apparatchiks. Todos com direito a todas as mordomias, algumas jamais conseguidas pelo Zé Ninguém, o povo do Proletariat. Coisas tipo telefone, carro, televisão, então, nem pensar. E ainda ouço o fantasma do Vladimir Majakowski declamar a todo vapor:

“E eu, sem casa e sem teto, com as mãos metidas nos bolsos rasgados, vago assombrado.”

“Eu, somente com os edifícios,converso.  Somente os canos respondem.  Os tetos como orelhas espichando suas lucarnas aguardam as palavras que eu lhes deito.”

 (Minha Universidade-V.Maiakowsky)

“Tudo que quiserdes eu farei de graça: esfregar, lavar, escovar, flanar, montar guarda. Posso, se vos agradar, servir-vos de porteiro.  Há, entre vós, bastante porteiros?”

(Dedução- V.Maiakowsky).

 

“Ressuscita-me para que ninguém mais tenha que sacrificar-se por uma casa, um buraco.”