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O período entre maio de 1945 e outubro de 2002 foi o mais triste da longa história, começada nos anos 1700, do Portão de Brandemburgo, no centro de Berlim, colocada de joelhos.

Primeiro, o estado lastimável de Berlim no final da Segunda Grande Guerra Mundial:

– No último mês da guerra, os então “aliados” lançaram em Berlim 100 mil toneladas de explosivos, inclusive as bombas incendiárias.

– As tropas soviéticas destruiram 600 mil apartamentos na capital germânica, cena difícil de imaginar nos dias de hoje.

– Oitocentos mil berlinenses foram mortos em meio aos 75 milhões de metros cúbicos de pedras e ferros dos escombros.

E o Portão de Brandemburgo, o que aconteceu com ele? Lógico que a outrora portentosa passagem das tropas nazistas-prussinas-napoleônicas estava reduzida a miséria, ainda que em pé.

Com o domínio dividido entre ianques, ingleses, franceses e soviéticos, restou a Berlim ser a capital da Alemanha do Leste, a dita Comunista, com tudo o que isto possa representar ao não-futuro imediato.

E dentro desta fase da Guerra Fria, da Cortina de Aço, da Otan versus Pacto de Varsóvia, do Leste e do Oeste, lógico que sobrou para o imperial Brandenburger Tor, mais ainda para a Quadriga.

Antes da chegada do maldito Muro de Berlin, os dois lados da Alemanha ainda tentaram se unir para reparar o maior símbolo dos tempos imperiais deles mas os soviéticos fizeram tudo para atrapalhar.

Pois recuperado o portão, à meia tigela, a Quadriga desapareceu de cima e, o pior, o lugar ficou totalmente isolado porque finalmente os comunistas colocaram o Muro de Berlim, com o portão no lado de lá.

Só para terminar esta história que continua assim isolada, pelo menos até 1989, quando o Muro cai junto com o Comunismo e as duas Alemanhas se juntam de novo numa só do passado-futuro.

Caído o muro, as duas Alemanhas, separadas ainda por mais um ano, resolvem começar de fato a recuperar, em conjunto, o grande símbolo: a do Leste fica com o portão e a do Oeste com a quadriga.

Esta divisão tem tudo a ver com esta prosa e termina explicando o porquê. Por que? Simples. No domínio comunista soviético, a mesma divisão de tarefas tinha sido combinada. De fato.

Pois então. A Alemanha Ocidental, a capitalista, fez o melhor da recuperação da Quadriga, de volta aos tempos prussianos. A Alemanha Oriental cuidou da recuperação do Portão em si.

Qual o problema para esta história que não acaba nunca? Simples. Na hora da inauguração, a Alemanha Ocidental queria ela mesma colocar a Quadriga em cima do Portão, em solenidade conjunta.

Simples, tudo bem, vamos acabar com esta briga. Que nada. A União Soviética, dominando a Alemanha Oriental, cuja capital era Berlim, bateu pé e disse: passe a Quadriga para cá ou nada feito.

Depois de muita conversa jogada fora, a Alemanha capitalista cede, em nome do orgulho de ver de volta o Símbolo Maior colocado em cima do Portão de Brandemburgo, mesmo que do lado de lá do muro.

E assim foi feito. Só tem uma coisa. A parte comunista colocou a Quadriga Prussiana mas com dois graves senões:

1 – O comunistas retiraram a Cruz de Ferro que a deusa Irene leva acima da cabeça e também a Águia Prussiana.

2 – Pior ainda. A Alemanha comunista, a mando da União Soviética, colocou os quatro cavalos e a deusa virados para o lado de lá quando, originalmente, sempre estiveram virados para o lado de cá.

Ficamos assim.

Nos próximos três meses, vou mandar relatos ao vivo, direto de Berlim, de lá e de cá, pois esta divisão ainda existe, na cabeça de muitos alemães.

Então, tá.

Inté, Axé e Tschuss.

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