Manhã desta sexta dita Santa. Uma ova. Pós uma noite em que o J.Cripto é, primeiro, negado pelos mais íntimos amigos, Pedro à frente, este, por três vezes, pelo menos. Isto, depois de ter sido dedurado pelo outro amigo, o Judas. Daí, preso e torturado a noite inteira, de quinta para esta sexta. Mais. Largado pelos amigos judeus. Lavado, às mãos, pelo invasor Pilatos. Crucificado pelo judeu Herodes, o dito rei. Entre dois ladrões. Assim determinado pela voz do Zé Povinho:

– Crucifica-O !!!

Para piorar meu ínfimo hoje astral, consigo terminar a leitura do livro da romena Herta Muller: FERA D’ALMA. Suábios que não conseguem emigrar de volta para a Alemanha por conta da ditadura comunista. E dos filhos dedurados por mães que dão para o agente sinistro que joga o cachorro para cima da presa violentada. Enfim, confesso, termino o livro, às lágrimas, na página 249, com este terrível dito-escrito-reelido:

“ Quando ficamos em silêncio nos tornamos desagradáveis; quando falamos nos tornamos imbecis. ”

Mas não posso me findar nesta Sexta da Paixão (qual?) sem algumas das outras fortes frases rabiscadas ao lápis por mim e por Madame. Por exemplo:

– Amar alguém com medo (página 41);

– Ela chorou porque acreditava no que ela pensava (página 51);

– A fera de sua alma, ela está se mudando para o nada (página 87);

– Ela não tinha nada além do seu segredo, ou seja, tudo (página 153);

– Eu não fecho minha boca porque dentro de mim ainda bate um coração (página 183);

Enfim, o fim, afinal:

– Seis semanas depois da partida da Romênia, Jorge está deitado no asfalto em Frankfurt, na sonhada Alemanha, cedo pela manhã. No quinto andar do abrigo provisório para refugiados, há uma janela aberta. No telegrama para a mãe o escrito: Morte Súbita.

(Tudo isto ao som do Elvis Presley só no gospell, tipo assim: There will be a peace on the valley someday for me. Yeh???).

Boa Sexta – Santa ou da Paixão – sei não.

P. Q . P !!!