Ouvido numa Assembléia de Funcionários Públicos Federais aqui em Brasília onde já tô de volta, mano:
Tem rato que vira dono de um pedaço de queijo e só por isso acha logo que é gata.
Pois continuo.
Nunca vi de um gato falar que vira rata, mesmo que o seja, no pior sentido da palavra.
Aliás, tem bicha que, antes de ser comido pela gente, sofre todo tipo de discriminacão: rata, porca, galinha, vaca, cadela, pata choca, barata zonza….é tudo xingamento.
Daí, na dita assembléia dos ratos, um gato aliado toma o microfone dos pelegos e começa um lero-lero:
Nosso inimigo é a gata e não o rato do ano passado, certo? Por isso eu proponho o seguinte:
Para a gente ficar sabendo quando a gata estiver chegando perto para pular em cima do pobre rato que não consegue mais do que oitenta centavos de aumento no tíquete alimentação, ou seja, nós, proponho a gente colocar um pequeno sino no pescoço da dita gata presidente.
- Apoiado!!!
- Apoiado!!!
Daí, um rato velho, rato mesmo, daquele rabujento, mais para macaco velho em galho verde, pede a palavra, o sindicato tenta vetar, porque ele é um rato que destoa o coro dos contentes, mas diante do “ deixa ele falar, porra ”, bom, deixam este velho rato perguntar o seguinte:
- Eu quero saber quem vai colocar o sino no pescoço da gata.
O silêncio-votação é tão grande que dá para ouvir até agora o miado-riso vindo dos andares superiores onde acontece o ensaio do coro dos gatos tentando cantar o seguinte:
- Au. Au. Au…
- Au. Au. Au…
Pinta o maior ” ??? ” na Assembléia dos Ratos.
Então, este velho rato rabubento encerra a fábula cheio de moral:
-
Seus ratos de merda. Este latido é para vocês pensarem que os gatos estão com medo porque os cachorros apareceram no pedaço. Então, só por isso, pergunto outra vez:
- Quem de vocês vai colocar o sino no pescoço da gata presidente, hein?