Estava eu hoje a flanar pela Rue de Monge, ici em Paris, quando de repente encontro um pacote de livros jogados cuidadosamente perto de uma lata de lixo. Peguei dois. Um, sobre a Internet Underground que se diz ser o “guide du bizarre e de la contre-culture”. O outro, o que aparece na parte de cima da foto, é do Jacques Sapir e se chama “Os Buracos Negros da Economia”, ou seja, “Les Trous Noirs de la Science Économique”. Este livro eu estudei em 2008 em São Paulo quando fiz o MBA de Derivativos na BMF-BOVESPA-FIA-USP, um pouco antes da crise mundial antecipada pelo velho professor Simeão, de Macroeconomia, com a seguinte advertência marota: “Nunca se esqueça, Mamcasz, que tudo que sobe … desce. É da Natureza.”
Este livro é interessante porque defende uma economia anárquica, com reajuste instantâneo de preços, que a produção seja sempre decrescente para estimular a concorrência, e que, portanto, os agentes econômicos ajam de uma maneira automática. É neste ponto que o autor Jacques Sapir ataca com força os graduados do Planejamento que sonham com o impossível equilíbrio geral e se acham donos de um poder que conhece tudo, onisciente, e que por isso usam da mão invisível. Ele termina com esta frase porrada:
“La main invisible devient le poing d’acier d’un despote.”
“A mão invisível se transforma num punho de aço de um ditador”.
Outro ponto presente no livro dos Buracos Negros da Economia, que achei jogado na Rue de Monge, aqui em Paris, defende que assunto econômico é assunto político e nunca tecnocrata. Pois foi isso mesmo que ouvi do vice-presidente do Brasil, José Alencar, e que está reservado para o necrológio dele na Rádio Nacional. Surpresa? Pois todo jornal, web, rádio, TV do Brasil está com o dele pronto. C’est la vie, amig@. Quer dizer, a morte. Mas o Zé, depois de um trecho cantando Caymi, ataca os juros altos praticados no Brasil,dizendo o seguinte:
“Eu sempre disse que a taxa básica de juros no Brasil não devia nunca ser decidida pelos economistas porque este é um assunto estritamente político.
Orra, meu. Este lixo parisiense foi três chic. Agora, deixa eu continuar procurando pela minha mulher que está sumida ici a Paris.
Quem quiser ler o artigo do Jacques Sapir sobre a atual crise mundial, acesse aqui:
http://www.marianne2.fr/La-crise-un-an-et-toutes-ses-dents-1-3_a182098.html
Au revoir.
Deixe um comentário