Acorda-me de novo o mesmo
canário de peito verde e amarelo.
Postado no peitoril da minha janela.
Sexto andar da sulina Brasília.
Fá-lo de modo muito abrupto.
Rompe-me o sonho erótico.
Vera Fischer na idade da Xuxa pelada.
Olho feio para o passarinho:
– Po . . .
E a Natureza, bem cândida, retruca-me no canto:
– Mamcasz! Vá te . . . catar (digamos).
Ele escapa-me das minhas curtas mãos.
Pois não é que a vida tem lá suas re-voltas?
Tô hoje numa leve dominical andada.
Cruzo o ponto de gás a sulina quadra.
Vejo então o meu safado passarinho.
Diante do aviso de perigo, tergiveso.
Silencio o que tenho em mente.
Coloco, devagar, a mão no bolso esquerdo.
O meu passarinho tremelica.
Ele é inteligente por demais.
E mais uma vez ele me deixa na mão.
Então, Gente, Boa Semana, tá?
Com ou sem o meu passarinho.
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