Seguinte. Hora de pagar a taxa de Licenciamento do Carro. Taxa Única: 97 reais. Tanto pode ser meu Fusquinha quanto seu Mercedão. Legal! Advirto. Legal o Kassete! Lembra  da fita que emitia sons? Detran-DF. Pois pelo IPVA (carro + ? + ?), pago R$1.036,13, aqui de casa, App/Wifi/Intranet (ô Vida Bandida, que saudades da fila no banco, que nem a do orelhão, pintou tanta mina, calado, polaco, quer uma ficha, só uma, tá?). Ponto. Pronto. E aí? Vamu?

Polaco! Volte para a Terra. E o Detran de Brasília com isso?

– Pois então. Levo dois dias para encontrar, via Internet, meu boleto de Licenciamento do Carro no Detran do DF. Não tem nem uma nem duas multas. Nada. Nada de que? De achar o boleto que não é mais mandado pelo correio.  Acho. Imprimo. Ocê, polaco, só pode pagar em três bancos mancos, nem vale Loto. Pô. Tá. Manda.

Qual o problema, Polaco Encrencão. Só por causa de 97 reais?

– Pois escute, brazuka!

– Seja rápido:

– Eu, sim; o banco, não. Escolho o BRB (Banco Regional de Brasília), a pé aqui de casa. Único banco estadual que continua vivo. Tanto que patrocina o Flamengo e seus jogos no Mané Garrincha. E otras cositas más.

– Polaco!!! Conclua!

– Com a tua? Oxe. Eu tenho a minha.

– Saco…

– Saco digo eu. Fui, eu + madame, ela não me larga, até a agência do BRB, na Asa(?) Sul(?) de Brasília (?). Onze da manhã e mais uns minutos de manha. A fila dos velhos e velhas já tinha adentrado. Cada qual com os boletos dos netos, bisnetos, vizinhos e antipatiquinhos. Pelo sim, Madame, mais inteligente do que eu, na maquininha de acesso, diz-me:

– Você, meu velho polaquinho,  pegue a Senha de Prioritário; deixe que eu pego a Normal, que eu mereço.

Pois entramos na agência do BRB, área boa de Brasília, Asa Sul, para pagar a merda de 97 reais ao Detran, caso contrário, em blitz, sem o licenciamento do carro, numa blitz, a gente paga multa de R$397,45 + o registro de Infração Muito Grave na Carteira + o carro levado para ser depenado no depósito do Detran + a ficha suja no Gov de Merda. Entendeu?

– Saco, Polaco. E daí, pagou?

– Sim. Depois de 45 minutos. Lógico que a Senha Normal saiu antes da Senha Prioritária. No caixa do BRB da Asa Sul de Brasília, ainda tento ter agradável com o tipo Japa de meia idade:

– Está cheio hoje, né?

– Hora do almoço.

Qual o problema, aqui parece um banco.

– Polaco. Que nem no restaurante ali no meio da Quadra (aqui em Brasília não tem Esquina).

E daí?

– Pois aqui é que nem restaurante na hora do almoço. Sempre lotado.

PS (Post Scriptum) ou NB (Nota Bene) e Recuso-me a Ponto (PT):

Ainda tem o IPVA+IPTU+LIXO. Nestes casos, pago aqui no meu App, enchendo a cara de Vodka e perguntando-vos, nesta manhã de segunda-feira:

– Tás me lendo aqui e agora por causa do quê? Não tens trabalho/filho/filha – nativa ou não/ marido/mulher/cachorro para cuidar não? Avia. Xô. Fora daqui!!!

– Pô, Polaco,  Vou te Bloquear!

– Inté e Axé!


Minha Doce Batata Doce Mais Doce do Mundo

Papo Sério. Não Sou Doido Não. Quase Nunca. Seguinte:

Ernstes Gespräch. Nein, ich bin nie verrückt. Weiter:

– Sempre pego um pedaço da batata (nunca da perna mas sempre da doce), corto o pedaço da ponta, coloco num pires com água e ali, ela e eu, vivemos em União Estável pelo menos por Uns Dois Meses, ou Mais, ou Menos, depende, está me Seguindo, ou Você Nunca Se Separou Do Antes Tudo Depois Nada? Pois então?

– I always take a piece of the potato (never the leg but always the sweet one), cut the piece from the point, put it in a saucer with water and there, she and I, we live in a Stable Union, at least for a couple of months, or more, or Less, it depends, are you following me, or have you never separated yourself from Before Everything After Nothing? So?

– Volta para a Batata, Polaco!

– Doce!!!

– Parece que agora Amarga, não é mesmo?

– Sim! Tempo de Vida Passada, agora no Presente, sem Futuro, a Minha Batata Doce Mais Doce do Mundo. Ela chega ao Quase Fim do Mim. Suspira. Mal Respira. Sem coragem de Dizer Adeus. Nem Eu e Nem Ela, por tanto, e por menos, Nem Nós Dois. Da Minha Parte, Apenas Ouço o Susurro, Dela:

– Polaquinho!

– Quié, minha Docinha?

– Estou indo.

– Poxa! Não tem como Ficar?

– Não!!!

– Sim!!!

– A Gente se Revê, Meu Polaquinho Mais Doce do Mundo!

– Sem pressa, Minha Batata Doce Mais Doce do Mundo!

P.S. (Post Scriptum) ou N.B (Nota Bene):

In der letzten Abschreckung flüstert ihre Oberlippe ruhig und ohne Schmerzen in mein Unterohr:

No derradeiro destertor, na boa, sem dor, O Lábio Superior Dela Sussurra No Meu Ouvido Inferior:

W ostatnim odstraszającym, spokojnie, bez bólu, Jej górna warga szepcze do mojego dolnego ucha:

In the last deterrent, calmly, without pain, Her Upper Lip Whispers In My Lower Ear:

– Obrigado, Polaquinho!

– Uai?

– Graças a Você, Eu Não Fui Comida!!! Adeus!

– Então, tá. Inté e Axé.


11/01/24

Parabéns!

Continuamos hoje  pelo Poeta-Polaco-Baiano,  nascido na Capital Cívica do Paraná, talhado num Seminário Capuchinho, escapado para o Rio de Janeiro, onde é abrigado no Quartel do Exército, depois pula para a Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, vira jornalista pelos próximos 50 anos, mas antes se envolve com os Poetas da Nuvem Cigana, do Sonho Pirata, do Clube do Ócio e tais. Sim. Poeta Marginal. Mais os dois anos de Hippie largado em Itaparica, na Bahia. Aposto que Você nunca Ouviu-Falou de Mim, só pelas costas, né? Eduardo Mamcasz Primeiro, porque tem outro, com o mesmo nome, mas Segundo. Pois então.  Viu só? Eu não sou Ele. Eu sou Eu!

“ Eu Trovão

Estou afundado

Na cachaça

Evaporado

Na fumaça

Tombado no carro trombado”

(Do primeiro livro (Eu Trovão),  no mimeógrafo da Luta Desarmada da Poesia Marginal.   Meu último,  perto do fim, leva o nome na capa: DO EU POETA):

“boca mordida boca vendida boca sofrida boca torcida boca cuspida

boca mentida boca partida boca sentida boca dentada boca chorada

boca traída boca partida boca privada boca lacrada boca pequena

 boca do povo”.

(Extraído da Segunda Parte: DO EU MALUCO SÃO).

sentado num vaso

enquanto eu vazo

sinto um pesadelo pesado:

eu vivoooooooooooooooooooooooooooooo

– Poeta Louco o K…

– Polaco!!!

– Ok.

– O que?

– Hoje é o Meu Fim. Estou fazendo 75 anos de Maldade. Chega!

– Então se despeça:

– Eu não sou Louco.

– Eu sei. É pouco.

D  I E S     IS    ME IN     EN D E


08/01/24

TORQUATO NETO

Continuamos hoje  pelo Poeta do Barrocão-Teresina-Piauí, de onde, bem a tempo, escapa para a Bahia, e, de lá, mais esperto ainda, corre para o Rio de Janeiro, encontrar a turma da Tropicália.  Estudou Jornalismo, que nem eu, na então Faculdade Nacional de Filosofia.  Aposto que Você nunca Ouviu-Falou dele. Pois então. Torquato Neto. Viu?

“  Quando eu nasci

Um anjo morto

Veio ler a minha mão:

E eis que o anjo me disse

Apertando a minha mão

Entre um sorriso de dentes:

Vai bicho

Desafinar o coro dos contentes”.

(N.B: Não é do Drumond, não.)

 – Tropicalista o K…

– Polaco!!!

– OK.

– Bom 24 !!!

Aos 28 anos de idade, depois da festa do seu (dele) aniversário, Torquato Neto chega em casa, tranca-se no banheiro, abre o gás canalizado e, então, o fim:

“ Vou prá não voltar

E onde quer que eu vá

Sei que vou sozinho

Tão sozinho amor

Nem é bom pensar

Que eu não volto mais

Desse meu caminho.”

Amanhã tem + Poeta Brazuka Maldito. Uma mulher. Até que enfim.

– Ana Cristina César !!!

– Quié?

– Até amanhã. Tá?

– Tô, Pô!


04/01/24

Continuamos hoje pelo Grande-Poeta-Maranhense, que,  bom Nortista-Nordestinho,  se manda a tempo para o Rio, depois para Sampa, daí, que nem Eu, pros States, Europa, África e tais. Enfim, um vero Guesa Errante. Aposto que Você nunca Ouviu-Falar Dele.  Souzandrade. Viu?

 “ Eu ponho os olhos

No firmamento:

Que isolamento!”

– Romantismo o K…

– Polaco!!!

– OK.

– Bom 24 !!!

“ O róseo fio nesse albor ameno…
Destruído. Ensanguentada,
A Terra sorri ao Céu sereno! ”

Amanhã tem + Poeta Brazuka Maldito.

– Augusto dos Anjos !!!

– Quié ???

– Até Amanhã. Tá?

– Tô!!!


o mal lero do eu mau

evil will read from the evil self

preso ao vento no ventre

me incomoda de repente

o reles caroço de pitanga

caught in the wind in the belly

suddenly bothers me

 the paltry pitanga seed

tudo por conta duma vaca

qual liberta numa gaiola

só sorri só para mim

all because of a cow

which releases in a cage

just smile for me

no fundo eu me afundo

toda vaca é inofensiva

deep down I sink

all cows are harmless

descubro todo imundo

preso dentro da gaiola

I discover everything filthy

 trapped inside the cage

pós nota bene:

  post note bene:

eu já fui assim

hoje estou pior

do que a vaca

solta na gaiola

I was once like that

today I’m worse

than the cow

released in the cage

enfim

anyway

fim

end

huh

inté axé e

fuck 2023

polaco mamcasz

 polack mamcasz

Em tempo de vaca louca, mano, é cada um por si | (mamcasz.com)

Poema de pena para a figura inimiga | (mamcasz.com)


Winter in Berlin

Suddenly, although with a fixed date, the green turns yellow, becomes black, in short, it reaches white supremacy, in the form of ice, snow, the culmination of the four seasons through which every person – you and I – passes through this foolish life of ours. Or not? Of course. Winter Talk.

No repente, embora com data marcada, o verde fica amarelo, torna-se negro, enfim, chega à supremacia branca, na forma do gelo, da neve, o ápice das quatro estações pelas quais toda pessoa – eu e você – passamos por esta nossa tola vida toda. Ou não? Claro que sim. Conversa de Inverno.

O Verde na esperança da pessoa criança passa para o Amarelo do adolescente sonhador, sem notar já está no adulto Negro da batalha até chegamos – eu e você – ao Branco da senitude, dos cabelos aos pelos, bem assim, agora estamos no senil, no servil, não mais a mil no covil.

Inferno, sim, na forma de espirro na tua nuca no transporte, do colocar o monte de roupa para tirar tudo no metrô ou no bar, da saudade da grama verde do parque acolhendo teu corpo pelado ao sol, mas eu e você agora somos o branco que resvala suave do céu ao solo. O gelo.

Verdammt, ja, in Form von Niesen in den Nacken im Transport, dem Anziehen des Kleiderstapels, um in der U-Bahn oder an der Bar alles auszuziehen, der Sehnsucht nach dem grünen Gras im Park, das deinen nackten Körper in der Sonne willkommen heißt, aber du und ich sind jetzt das Weiß, das sanft vom Himmel auf den Boden gleitet. Die ice.

Now, in this infernal farewell, if for us Latins who, like goats, we are afraid of any splash, or phenomenal for the Germanic hermanos, they revel in the whiteness of the whole present within the reach of every child, young, adult and old, dog or not.

Na hora estamos – eu e você – de darmos um tempo por aqui, passarmos ao relento, ao descanso no repouso de um pouco do tanto retirado da memória do verde-amarelo-preto, até a chegada da Prima Vera na beleza do Outono sem contar o agito do Verão, Viram? Outros virão, sim.

Nun, in diesem höllischen Abschied, wenn wir Lateiner, die wir uns wie Ziegen vor jedem Spritzer fürchten, oder phänomenal für die germanischen Hermanos, schwelgen sie in der Weißheit der ganzen Gegenwart, die jedem Kind, jung, erwachsen und alt, Hund oder nicht, zugänglich ist.

Agora, nesta despedida infernal, se para nosotros latinos que, qual cabrito temos medo de qualquer respingo, ou então fenomenal para os hermanos germânicos, eles se esbaldam na brancura do todo presente ao alcance de cada criança, jovem, adulto e velho, cachorro ou não.

Portanto, nesta despedida para o repouso invernal, aqui em Berlim, capital do Império Germânico, comecemos pelas imagens de todas as pessoas nunca tolas mas andando à toa, tanto que deixam mensagem apócrifas na neve caída, agora gelo que recobre os carros parados.

Antes do repouso internético neste inverno nunca inferno, destaco a advertência de cada árvore, ela sabe passar do verde ao amarelo ao preto ao branco, tudo isto numa mesma vida, embora intercalada. Um grande viva a cada árvore que existe dentro de mim e de você.

Continuemos neste repouso recatado com a promessa de voltarmos junto com as flores da próxima Primavera, andando pelas mesmas letras de agora, revendo as mesmas pessoas árvores e caminhando juntos nesta longa estrada da Vida, quer dizer, rua ou avenida.

So you and I now say you and I, goodbye between now and next year, in another season, because in the meantime we are no longer here or there, but only there. Therefore, our …

On the way back. A great Axé.

Então – eu e você – agora dizemos – você e eu – um adeus daqui até o ano que vem, noutra estação, porque, enquanto isto, não estamos mais aqui, nem ali, mas unicamente por aí. Por isso, o nosso …

Inté a volta. Um grande Axé.

Więc ty i ja mówimy teraz ty i ja, żegnaj się od teraz do przyszłego roku, w innym sezonie, ponieważ w międzyczasie nie jesteśmy już ani tu, ani tam, ale tylko tam.


Not only is the Brandenburg Gate, stolen and taken by Napoleon to Paris, and, after it humiliated, the Bonaparte, bien sur, brought back, triumphantly, to Berlin, the promised Nazi capital of the Arabian Years’ Empire, where it would later serve, for a quarter of a century, as a gatekeeper in the middle of the infamous Wall, a punch in the face of the former all-glorious Roman-German Empire, successor of Constantinople, Catholic and Roman, at last, thrown back into Hell by Martin, the mighty Luther.

Não é só o Portão, de Brandenburg, roubado e levado pelo Napoleão para Paris, e, depois dele humilhado, o Bonaparte, bien sur, trazido de volta, triunfalmente, para Berlim, a prometida capital nazista do Império dos Mil e Um Anos, onde, mais tarde, serviria, por um quarto de século, de porteira no meio do infame Muro, um Murro na cara do ex-todo-glorioso Império Romano-Germano, sucessor de Constantinopla, Católico e Romano, enfim, jogado de volta ao Inferno pelo Martinho, o poderoso Lutero.

– Péra, lá, Polaco. Ficou doido, foi? Pára tudo.

Mówię już o zamkniętych już drzwiach Berlina. Przedtem otwarte. Można było wejść do budynku, zajrzeć do środka, przejść do sąsiada, potem przez kolejne drzwi, obejść dookoła, a następnie powędrować do innej części miasta.

Acontece que, agora, as portas, antes abertas, lindas, estão fechadas, ou seja, trancadas 24/24 horas por dia e noite, sem parar. Tudo através de cadeados, eletrônicos ou manuais ou mesmo com senhas mutáveis mutandi. Estou latindo. E daí? Eu posso. Portanto, por tanto ou por muito menos, começo de verdade a contar sobre

THE CLOSED DOORS OF BERLIN

AS PORTAS FECHADAS DE BERLIM

DIE VERSCHLOSSENEN TÜREN BERLINS

Cada porta de cada prédio tem sua história, o design, a origem da madeira trabalhada, a tintura, o desenho singular, enfim, o traçado transado. Afinal, cada porta é uma ponte, um ponto para o pronto acesso ao lar, ao bar, ao sei lá o que, inclusive ao Nada.

O mesmo acontece, neste caso para se exibir ao antagonista passante, com o parapeito da varanda. Antes, de ferro moldado, trabalhado, torcido, enviesado. Uma lágrima escorre pelo lado de dentro da janela com vidro triplamente reforçada. Ouço que isto se deve ao fato de proteger o morador para que ele, preso e isolado, não possa ser ouvido pelo mundo lá fora.

Na divisória dos prédios, no solo, antes aberto a qualquer ente, que nem acontece na minha Brasília, no Plano Piloto, aqui em Berlim era possível sentir as plantas no jardim, sentar. Agora, ele serve para as lixeiras específicas para cada resto do passado e, pior, estacionamento privado. Uma privada. Lástima.

– Polaco! E as portas? Esqueceu?

– Portos?

– Polaco doido!

– Doído, sim, Mano. Mas eu estava falando de que mesmo, Sô?

– Das Portas de Berlim!!!

– Pois se você tiver olhos, veja. Ouvidos, não, porque não falo mais nada.

– Paro. Olho. Ouço. Passo. Calo.

Já … nela.

Porta. Porto. Ponto.

Pronto.

– Fui.

– Vamos?

– Para onde?

Escolha o teu lugar:

Inté e Axé.


This is my favorite tree in the capital of the Reich. She inhabits a corner of Gerhart Hauptmann Square. Nobel Prize in Literature in 1912.

Esta é a minha árvore preferida na capital do Reich. Ela habita um canto da Praça Gerhart Hauptmann. Prêmio Nobel de Literatura de 1912.

Das ist mein Lieblingsbaum in der Reichshauptstadt. Sie wohnt in einer Ecke des Gerhart-Hauptmann-Platzes. Nobelpreis für Literatur 1912.

I’ve been watching her for a long time from the balcony of the russian’s apartment on the Bundsallee.

Ich beobachte sie schon lange vom Balkon der Wohnung des Russen an der Bundsallee aus.

Eu a revejo há tempos, da sacada da varanda do apartamento do russo na Bundsallee.

Minha Berlim no Outono. Vem assim. Verão. Vejamos:

Ela é sempre a mesma, seja verão, ou tono, ou inferno, ou na casa da prima Vera.

Im Sommer ist es entweder Tono, oder die Hölle, oder bei Cousine Vera.(Frühling, Herbst, Winter).

She is the same In the summer, it’s either tono, or hell (Autumn or Winter) or at Cousin Vera’s house (Spring).

Well then. Let’s go for a walk in the woods, my cute little yellow-green riding hood? Give me your hands. Two. And listen to me smiling and singing, okay?

Pois então. Vamos passear na floresta, minha fofa Chapeuzinho Verde-Amarelo? Dê-me as mãos. A duas. E me escute sorrindo e cantando, tá?

Na dann. Lass uns im Wald spazieren gehen, mein süßes kleines gelb-grünes Reitkäppchen? Gebt mir Eure Hände. Zwei. Und hör mir zu, wie ich lächle und singe, okay?

Photo by Madame Cleide de Oliveira Mamcasz

Cabeça. Tronco. Membro. Folha (cabelo-pelo). Tudo Raiz.

Ai. Ái. Aí.

Primo, há Vida. Aqui, Ali, Alá! E ali?

Ei. Oi. Ui.

Vivi, vi,vô.

– Translate, Polack from Brazil!

Primo, imprimo um Hino:

Bolhas no Inferno (Inverno-Winter-Frühling).

Rolhas na Prima Vera. Vero!

Folhas no Outono. Mudo o tom. Amarelo.

Daí, calo um Som na Dor do Calor. Verão.

No vero, caio de quatro Estações do Ano:

Agora, just now, fora todas as bolhas. Só fiquem as folhas do Outono. Eu quero o ouro amarelo. Pós o verde e pré o preto Golden. Ops. Gold. Espalhado pelo chão. Aqui, em Berlim, está bem assim.

Temos 430 mil árvores que derramam numa semana 36 mil toneladas de folhas as mais diversas. Filhas de tílias, plátanos, castanheiras e carvalhos, estes, nas moedas de centavos de euro.

We have 430,000 trees that shed 36,000 tons of diverse leaves in a week. Daughters of lime trees, plane trees, chestnut trees and oak trees, the latter in euro cents.

They are leaves in the wind, in the open, in the cheeky survival of beauty, even if in consensus they become dung in the siege of next spring. Just like me. I try so hard that I end up dizzy. For the time being.

São folhas ao vento, ao relento, na sobrevida atrevida de bonita, mesmo que no consenso virem esterco no cerco da próxima Primavera. Que nem eu. Tento, tanto, que acabo tonto. Por enquanto.

Temos o Inverno inteiro para, ainda que descamados, simplesmente dormir. E depois acordar de novo. Verão. Veremos. Viu?

Wir haben den ganzen Winter Zeit, um einfach zu schlafen, auch wenn wir nackt sind. Und dann wieder aufwachen. Sommer. Siehe. Säge?

Acontece que um dia a gente acorda, desperta, ressuscita, certo? Por enquanto, adeus folha doce na mente e suave no pouso do repouso. Ouso acreditar que tudo se renova. Verão. Quer dizer. Vejo bem agora, aqui, no pré-verão passado, da varanda de outra casa, de olho no Kleitzpark fronteiro.

It happens that one day we wake up, wake up, resurrect, right? For now, goodbye sweet leaf in the mind and soft in the landing of home. I dare to believe that everything is renewed. Summer. That is. I see it right now, here, in the pre-summer past, from the balcony of another house, with an eye on the Kleitzpark opposite.

Enfrente o tempo, dizem-me as árvores mutantes. Tudo a seu tempo. Eu tento. Mais de uma vez eu caio, que nem as folhas. Depois, viramos uma beleza da Natureza toda florida, uma mais exibida do que a outra.

Bem assim, mire só. Ou acompanhado:

Just like that, aim for it. Alone. Or accompanied:

Einfach so, strebe es an. Allein. Oder in Begleitung

Agora, Chapeuzinho Verde-Amarelo-Preto-Vermelho, repete comigo este mantra real:

Em frente.Ommm.

Enfrente. Ummm.

Tento tanto e caio.

No canto. Levanto.

Õm. Ãm. Tá bom.

Wir sind wie die Blätter

Vom Baum des Lebens

Wir sind auferstanden

Schlafen

Leben

Säge?

Somos que nem as folhas

Da árvore da Vida

Ressuscitamos

Dormimos

Vivemos

Viu?

We’re like the leaves

From the Tree of Life

We are resurrected

Sleeped

Live

Ye?

Sou que nem a folha

Não estou morta não

Apenas repouso, fofa.

Aceito até ser pisada

Pisoteada e amassada

Depois de tão amada.

Afinal, este é o fim de todos os nós:

Il y a tellement de mots stupides et tordus

Mort dans un atome de l’atino

Dans cet automne de l’ancien moi.”

São tantas as tontas palavras tortas

Mortas num átomo do átino

Neste Outono do ex-Eu.”

Es gibt so viele dumme, krumme Worte

Tot in einem Atom des Atino

In diesem Herbst des früheren Selbst.”

Do meu livro de poemas chamado “Do Eu”

(PDF) Do Eu Poeta | Saraiva Conteúdo (saraivaconteudo.com.br)

Or então neste:

[Download] “Do Eu Poeta” by Eduardo Mamcasz # eBook PDF Kindle ePub Free – Books Free PDF, ePub, Mobi Download (bookhlyfb.blogspot.com)

Obrigado, Chapeuzinho.

Inté e Axé.

Tschuss


Perto de casa, aqui mesmo na quadra, tem três mercados. Um, mais caro, muito usado no cartão corporativo nos tempos de Lula-Dilma. Outro, tão caro, mas com produtos bons.  E, enfim, o mercado mais pobre, da turma das 400 – quem é de Brasília, sabe o que é isso. Bem no estilo carioca do subúrbio. Para mim, que já morei em Bonsucesso e na Tijuca, é o melhor dos três. É onde estamos agora.

Ao final das compras, na verdade quase nada, é mais pelo encontro, não tem mais sacola de plástico, cada qual com a sua bolsa debaixo do braço, na fila do caixa dos acima dos se senta – não, obrigado, senta você – chega o velho empregado que ajuda a embalar. Chega cantando, todo alegre. Cantando o que? Pois aqui começa a nossa prosa:

 

– Conheço esta música, meu amigo.

– É Cartola.

– Não.

Depois de várias jogadas, a fila da velhice, no mercado estilo subúrbio do Rio, afinal, os prédios de três andares, sem elevadores, nas 400, foram destinados aos empregados tipo ascensorista, faxineiro, contínuo e outros nobres obreiros que fizeram Brasília, mas sem direito a morar nos prédios das 100, 200 e 300 – todos com seis andares e oito elevadores, cada um.

– Bom, polaco, volte à prosa na fila dos velhos.

– Seguinte, gente. Ele está cantando uma música da Maria Bethânia.

Para que. Foi uma farra danada por parte dos velhos, senhoras e até duas senhoritas na fila porque são arrimo das avós presentes, alquebradas mas coerentes.

– Polaco sem vergonha. Conta outra.

– Posso falar?

– Um minuto!

– Nosso amigo aqui, auxiliar do mercado, gente fina, está cantando a música Loucura, do mestre gaúcho Lupicínio Rodrigues. A mesma música que eu estava ouvindo em casa, antes de escapar de Madame só para me encontrar com vocês aqui, e depois ali no botequim, pois então, a mesma música estava sendo cantada pela baiana Maria Bethânia.

Pronto. Recebo no ato o abraço da velhinha mais próxima, o sorriso da neta, e o reconhecimento do resto. A gerente, novinha, moreninha, a gracinha de nós velhos, só olhando, sorrindo, ela tem duas filhas pequenas, todos demos lembranças:

– Os tios não acham que está na hora de andar um pouco por aí?

– Sim, senhora!!!

 

No lado de fora, a conversa sobre Lupicínio Rodrigues continua, com a participação até do auxiliar do mercado, conhecido de todos, ajuda no carrinho até o apartamento das mais necessitadas e tudo. Pois todos trocamos informações, tais como:

1 – Discos completos só com músicas do mestre Lupicínio. Tem um da Adriana Calcanhoto, com 17 músicas. Outro com o Noite Ilustrada. Com Ayrton Montarroyos. Com o Roberto Menescal. A peça de teatro Vingança – o Musical, só com músicas do mestre dos pampas. Sem contar o disco Grandes Compositores – Lupicínio – Soft Orchestra.

– Chega, gente. Preciso ir.

– Ih. É mesmo.

– Tá com medo da Madame, Polaco? Volta …

– Ih. Esta música eu adoro na voz da Gal. Maior “Felicidade”, esta na voz do Caetano.

– Eu gosto da música do Lupicínio “Se acaso você chegasse”, na voz da Elza.

– Nervos de aço!

– Êpa, meu. Esta é do Paulinho da Viola.

– É o que você pensa, carioca vice de São Januário. Pois Nervos de Aço é do Lupicínio.

Foi assim. Até que cada velho, ou jovem senhora – somos educados – foi saindo, devagar, por suposto, mas todos cantando, cada qual a sua música predileta do grande Lupicínio.

Chego em casa, desta vez sem parar no boteco, mais do que atrasado, sabe como é…

– Estava onde, polaquinho?

– Agora não posso falar.

– Por causa de que?

– Alexia!!!

– Sim, meu polaco.

– Toque tudo do Lupicínio Rodrigues.

“Se acaso você chegasse no meu chateaux


Encontrasse aquela mulher que você gostou.


Será que tinha coragem de trocar nossa amizade


Por ela, que já lhe abandonou?”

– Alexia!!!

– Quié?

– Muda!!!

E Madame:

– Acho bom!

Em Brasília, 08h54m desde 01/02/23. Ah. Este post vai para meu amigo de Alegrete, o gaúcho escritor e viajante, o Marçal Alves Leite. Com o adendo, velho gremista:

– A penúltima faixa do disco “Loucura”, da Adriana Calcanhoto, só com músicas do Lupi, pois então, a penúltima é justamente o Hino do Grêmio, escrito justo pelo Lupicínio Rodrigues.

Até a pé nós iremos

Para o que der e vier

Mas o certo é que estaremos com o Grêmio

Onde ele estiver.”

Então tá, né.

Inté e Axé!!!


eu posso ser ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos noves fora der quase nada

mesmo que sucumbamos nas praças do embora

enfrentemos juntos todos os anônimos inoperantes

i  may be or may not have

one new year or also a new life

but if in the nines out give almost nothing

even though we succumbs in the squares of though

let’s face together all thath anonymous inoperatings

eu posso ter ou não ser

ano novo também vida nova

mas se nos noves fora der quase nada

mesmo que desapareçamos nos becos sem fim

estaremos juntos nas penumbras dos esperantes

ich kann sein oder auch nicht

neues jahr auch neues leben

aber wenn in den neunen aus geben fast nichts

auch wenn ich in den endlosen gassen verschwinde

wir sind zusammen in der dunkelheit des esperantes

eu posso ser ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos noves fora der quase nada

mesmo que viremos poeira cósmica do infinito

ressuscitemos juntos no saudoso estilo triunfante

puedo ser o no tener

año nuevo también nueva vida

pero si en los nueves no dan casi nada

incluso si vuelvo polvo cósmico del infinito

levantémonos juntos en el estilo triunfante tardío

eu posso ter ou não ser

ano novo também vida nova

mas se nos noves fora der quase nada

mesmo que ascendamos degraus amortecidos

abracemos juntos os vocês do eu incandescente

nowy rok także nowe życie

mogłem, ale nie musiałem być

obejmijmy razem ciebie żarzącego się I

ale jeśli w dziewiątkach nie dają prawie nic

nawet jeśli wchodzę po kołyszących się stopniach

eu posso ser ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos noves fora der quase nada

mesmo que eu pise no solo da marciana lua

juremos juntos absorver o mesmo gosto triunfante

potrei o non potrei avere

anno nuovo anche nuova vita

ma se nei nove fuori non dare quasi nulla

anche se passo sul suolo della luna marziana

giuriamo insieme di assorbire lo gusto trionfante

eu posso ter ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos noves fora der quase nada

mesmo que tenhamos menos do que o preciso

dividamos juntos muito mais do que os sobretudos

multiplicados do impreciso adicionado ao improviso

je peux ou non avoir

nouvelle année aussi nouvelle vie

mais si dans les neuf ne donnez presque rien

si nous avons moins que ce nous avons besoin

divisons ensemble beaucoup plus que le pardessu

multiplié de l’inexact mais ajouté à l’improvisation

bem lá na frente

em dezembro

deste 2023

vamo-nos

rever

inté

axé

e.mamcasz

zen & poet

+ ma dame

big  cleide

Áudio da Mensagem:

Todas as 28 faixas:


folhas vão e vem

ao vento eu vou

vôo bem viu vô

vamos pássaro no passo

a passo passarinho voar

entre o vento das bolhas

venha alento adentre

janela da minha alma

só balanço dormente

folhas dançam à toa

fora na boa tudo voa

num vento no ventre

a plana asa sul pilota

mil folhas sem norte

xô morte sô forte sô

eu só

(Sexta – 13 de maio-2022)


( pelos 700 mil mortos pela covid )

+ + + + + + +

can we be or not o be but what

podemos ser ou não ter o quê

le wa ni odun titun tun titun ti

ano novo e também vida nova

new year and perhaps new life

ndunú odun titun eniyan mo ti

if the nine out almost nothing

noves fora nos der quase nada

ndunú odun titun mo ti ni tabi

nos naufrague na ilha da virada

feliç nov gent jo puc ser o tenir

continuemos neste periclitante

aber wenn neun scheint nicht

juntemos lá na frente um rever

possamos ter um ano novo vida nova

mas se nos nove fora der quase nada

mogę być albo nie mają nowy rok to

viremos poeira cósmica nos infinitos

życie al jeśli dziewięć wydają prawie

ou ressuscitemos juntos nos saudosos

reajuntes lá na frente do nosso rever

frohes neues jahr menschen ich kann sein oder

abracemos juntos você e eu incandescentes

reajuntemos lá na frente o nosso reaver

feliç any nov gent jo puc ser no tenir

e però si nou semblen gairebé

possamos no então ter

ano novo vida nova

noves fora o nada

possamos ser ou não ter

ano novo e vidas novas

noves fora quase nada

peux être meme ou non

aussi une nouvelle vie

possamos o não ter

ano novo também vida nova

mas se nos noves fora der quase nada

mesmo que sucumbamos nas praças dos embora

enfrentemos juntos os mais que anônimos inoperantes

mas nos juntemos lá na frente novamente no nosso rever

então nos cliquemos neste recomeço do quase fim:


1

Título

A pomba do polaco gira,

vira, vira, vira.

Girou, viu?

Virou.

Vivi.

Vi.

Uma Pandemia Só.

Eduardo Mamcasz

Poeta Quase – Zen

This is a mild prose of this sympathetic polish with one einsamen taube dove solitary, repito, com uma solitária pombinha, ela, nos 18 do primeiro tempo, eu, muito do plus sexagenário, at this sunday em que acordo com tudo virado, embora não seja avesso a coisas e tais, contudo, reabro a solitária janela para a tela de uma longa obra inacabada da minha vida devida

Primeiro ato de fato neste dia não infausto, portanto, fausto. Ela me molha, a cândida pombinha, neste cerrado tempo em prisão domiciliar, mais de ano sem ânus nasal, ainda bem que ausente da distante tornozeleira alta, estilo salto eletrônico, digna de ser usada nos domingos ainda pandemônicos, mesmo que morrendo de vontade de surfar na terceira onda a caminho do inferno de vez

Valha-me Lili, primeira mulhar deste mundo, derrubada por Eva, as duas saturadas do chato Adão que não topava uma balada, ora, vamos em frente. Afinal, uma pulga polaca incomoda meus pensamentos eslavos incorretos. Vamos nesta até o quase fim, ele está bem próximo, desunidos, qual rebanho na luta pelo bom beijo na boca da piranha na travessia da vida. E por que? Ora, porque …

A minha pomba,

Rôla ou até rôta,

É mina assumida.

Você rola na rota reta e

Acoxa na minha colcha.

-Arretada!

Me achego no meio

Da língua estendida.

Você pomba segura

No que ora do meu?

-Vem cá minha pombinha!

Meto medo mas

Cochila na coxia.

Nela se amarra e

A coxa me acorda.

– A corda!

Sinto gosto de colcha nova

– Gosto

Do cinto da noiva.

Pressinto o gosto eminente

De uma outra boa aloprada.

No cio.

Por um fio, eu me viro

Filho polaco homófono

De uma nua puta luta

.-Vai, filha, gira, Pomba rôla!

-Giro!

– This is the end, my beautiful,

Positivo baiano e man polaco.

– Eu já fui, pomba.

-Volte, mamzinho!

– Que foi?

– Cê mesqueceu!

– Só me alembre.

– Me alembrando.

– No que do eu?

– Pombinha no cio!

– Quer que eu gire?

– No que?

– Bomba!

– Ok.

E você aí, ó pessoa abelhuda na ida,

Na espera do que para me desligar?

Pranto

Pronto

Ponto

Final.

– Tem liga, polaco.

– Eu que te ligo.

– Liga. Sim.

Negativo homo,

Positivo, moça.

– Tem mais.

– O que?

– Vô voar, vó.

– Não vá, vô.

– Vou só, sô.

– Ide!

– Fui!

– O K !


#berlin #berlim #brasilia #brazil #brasil #corrupção #futebol

Papo 02 – Eu esqueço minha “grana” em Brasília. Em Berlim, pego de volta?

Part 02 – I forget my “money” in Brasilia. If I’m in Berlin, will I get it back?

FOTO 1 A

Em Brasília, 19 horas. E assim começa o mais antigo programa de rádio do “Brasil Maravilha”. De chegada, sofro um golpe cibernético. Zeram meu Cartão Alimentação. E aí?

Em Berlim, 4 horas da madrugada. Largo a chave dentro do apartamento do Airbnb. Já no elevador, aterrorizo-me. Lá dentro, meu colete com 3 cartões de crédito e os euros. E aqui?

Pois vamos assim para este primo papo reto entre o pensar germânico e o antagônico brazuka-portuga-latino, este famoso pela corrupção que vai do mendigo ao presidente.

In Brasilia, 19 hours. And so begins the oldest radio program of “Brazil Maravilha”. On arrival from Berlin, I suffer a cybernetic blow, here in Brasília. Anybody stoled all my Food Card. What’s up?

In Berlin, 4 o’clock in the morning. Key inside the Airbnb apartment. Already in the elevator, I terrify myself. Inside the flat, now without the keys, my vest with 3 credit cards and two thousand euros. And now?

Well, let’s go to this first, straight talk between the Germanic thinking and the antagonistic zuca-tuga-latino-ladino, this one famous for the corruption that goes from the beggar to the president.

FOTO 2 SUICIDA

Começo pelo relato de Berlim. Minha acompanhante nos últimos 40 anos esquece o colete com três cartões de crédito e débito internacionais, mais 2 mil euros em espécie (legalmente declarados, no conjunto, na saída em Brasília e na entrada na quase Europa, em Lisboa, a caminho de Berlim). A gente, a caminho do aeroporto de Tegel, madrugada, sem tempo de chamar a host do Airbnb, de origem russo-polônica. Desespero? Não. Realidade. Vamos em frente para ver no que vai dar. As chaves tinha sido deixadas dentro do flat, conforme o combinado, em cima da mesa e ao lado de um bilhete carinhoso e um presente tupiniquim ligado à caipirinha.

Continuo pelo relato em Brasília, depois eu volto para Berlim. Uma semana depois, em casa, capital do Brasil, famoso pelo maior caso de corrupção de todo o mundo, não podia dar outra. Vou ao supermercado para as recompras. Ao caixa, a surpresa. Meu Cartão de Alimentação, Green Card, com saldo acima dos R$1.500,00, economizados, estava simplesmente zerado. Desespero? Não. Realidade brasileira. Registro na política online, nas nuvens, e nos sites da Cielo e do Grupogreencard e na puta que pariu. Sorry. Continuo pretensamente calmo. Afinal, estou de volta ao meu Brasil-Brasileiro-Inzoneiro, onde até o troco ínfimo tem que ser conferido no ato.

FOTO 3 BULOW 01

De volta a Berlim. Quer dizer, Lisboa. Por conta da corrida na confusa baldeação da TAP para Brasília, que exige dez minutos em ônibus lotado, dentro do aeroporto, filas alfandeguísticas, longa caminhada por entre as lojas ditas free e, enfim, dez horas depois deste segundo ato, em casa, Brasília, reabrindo o Whatsapp com a seguinte resposta da por mim chamada “máfia russa”, dona do apartamento alugado na capital do Império Germânico, mais luterano que católico e muito menos ladino, ops, latino, vamos à mensagem, literalmente, sobre o acontecido:

“Hallo Eduardo. Ok. No problem. I will take care of it. Don’t worry!”

Algumas horas depois, chega outro Messanger direto ab Berlin to Brasília:

“Hallo, Eduardo. Everything was there: 3 Credit Card, Passcard, a Key and 2000Euros.”

FOTO 4 BULLOW 02

Pois relato então o lado ladino do meu Cartão Alimentação zerado por obra de quem será, tenho os locais das três compras efetuadas, sem a minha senha, sem o meu cartão, apenas com o natural sem-vergonhice que assolada esta Pátria Que me Pariu, vulgo P.Q.P. Por enquanto, a robótica resposta ao fato apresentado:

“O Grupo Green Card agradece pelo seu contato. Faremos o possível para responder o mais rápido possível.” Pois aguardemos. Oremos. O futuro do nosso Brasil, a quem pertence? Sei lá, porra. Enquanto isso, retroco todas as senhas possíveis e impossíveis. De fato, dois dias passados, apenas, depois de uma série de documentos assinados e mandados, a quantia volta para a conta.

Ao caminhar para manter a saúde física, a mental me alerta a cada curva. São trombadinhas, ladrões, hackers, de todos e em todos os níveis. Do pedinte ao mandante judiciário federal, passando pelo Pai de Todos, quem mesmo, onde está Ele?

– Ele está preso, babaca.

FOTO 4 BULLOW 03

Apesar deste lero que se alonga, adendo dois fatos correlatos. O primeiro, na então comunista República Tcheco-Eslováquia, hoje simplesmente Chéquia. Cidade de Kutna Hora. Minha namorada, atual companheira, esquece debaixo do colchão o colete com 2 mil dólares e os cartões de crédito. Já na Áustria, Viena, casa de um ainda amigo, morando agora em Brasília, pois ele telefona para lá e:

– Hallo. Meus amigos esqueceram umas coisas neste hotel.

– Número do quarto, dia da hospedagem, local exato onde foi deixado.

– Room número 38, debaixo do colchão, lado esquerdo de quem estiver deitado.

– Um momento, vamos verificar.

Hallo?

– Pois sim.

– Encontramos. São dois cartões em nome de … e dois mil dólares vivos. Vamos guardar no cofre do hotel. Quando vão vir buscar?

– Primeiro eles vão ter que tirar novos vistos na Embaixada.

– Tschuss.

FOTO 6 B

Segundo, acontecido há alguns meses, numa das voltas a Brasília. Atendo o telefone, uma pessoa me chama de tio, fala o nome do meu sobrinho, que mora nos Estados Unidos, fala igualzinho, não fale para ninguém, estou chegando de surpresa, mas o carro alugado em Belo Horizonte está enguiçado aqui perto de Cristalina e preciso de dinheiro para o mecânico e pode mandar a ordem na conta, espera um pouco, vou passar para o dono da oficina, a bença, tio. Resultado. Caí de pato.

Na sequência, estilo ladino-latino-tupinico-brasílico, embora morador na Capital do Brasília, com profissão respeitada, faço registro na Polícia Civil do DF, online, internet, coisa de Primeiro Mundo. Tudo escrito: nome, cpf, número da conta e banco e agência e cidade onde foi depositada a grana roubada-ludibriada. Depois, pelo telefone do banco Itaú, registro o fato, para pelo menos alertar sobre o grupo que dá golpe a partir da cadeia, usando conta de laranja. Vamos às soluções:

1 – Email da Polícia Civil Online. Lamentamos não dar sequência ao registro porque o depósito foi feito numa agência fora do Distrito Federal (Brasília). Favor comparecer pessoalmente à delegacia mais próxima da sua residência.

Resultado. Fui à primeira delegacia de Brasília, capital do Brasil, no bairro de classe média aprimorada e me acontece o seguinte, em lá chegando. Desculpe, estamos sem Internet. Mas eu quero apenas registrar uma ocorrência. Nada feito. Volte amanhã. Voltei. A Polícia tinha entrado em greve. Foi coisa de uns três anos. Dancei. Pronto.

2 – No pronto atendimento do banco comercial, o maior do Brasil. O senhor aceitou? Lógico que sim, mas fui enganado. Então, nada podemos fazer. Eu sei disso. Estou telefonando apenas para que vocês fiquem de olho nesta conta tal, do fulano de tal, na agência tal, que pertence a uma quadrilha que age de dentro da cadeia. Apenas para que vocês prestem atenção.

– Infelizmente, meu senhor, nada podemos fazer.

FOTO 7 C

Então, encerro. E aí? Berlim ou Brasília? Pode comentar. Sei que em Portugal está tendo golpe por demais com os brazucas exilados pelo aperto econômico. Mas aí não sei porque só passo correndo. Já chega o pau brasil e a cana de açúcar e o ouro e o dinheiro dos escravos que os portugas levaram do nosso Pindorama. Fico hoje por aqui mas depois eu volto com mais Alemanha, 7 – Brasil, 1.

Heil! Tschuss. Inté! Axé!

Não perca o próximo episódio:

03 – Quantas “tias” cuidam de “uma” criança em Berlim? Em Brasília…

03 – How many “aunts” care for “one” child in Berlin? In Brasilia…

FOTO 8 CRIANCA