Perto de casa, aqui mesmo na quadra, tem três mercados. Um, mais caro, muito usado no cartão corporativo nos tempos de Lula-Dilma. Outro, tão caro, mas com produtos bons.  E, enfim, o mercado mais pobre, da turma das 400 – quem é de Brasília, sabe o que é isso. Bem no estilo carioca do subúrbio. Para mim, que já morei em Bonsucesso e na Tijuca, é o melhor dos três. É onde estamos agora.

Ao final das compras, na verdade quase nada, é mais pelo encontro, não tem mais sacola de plástico, cada qual com a sua bolsa debaixo do braço, na fila do caixa dos acima dos se senta – não, obrigado, senta você – chega o velho empregado que ajuda a embalar. Chega cantando, todo alegre. Cantando o que? Pois aqui começa a nossa prosa:

 

– Conheço esta música, meu amigo.

– É Cartola.

– Não.

Depois de várias jogadas, a fila da velhice, no mercado estilo subúrbio do Rio, afinal, os prédios de três andares, sem elevadores, nas 400, foram destinados aos empregados tipo ascensorista, faxineiro, contínuo e outros nobres obreiros que fizeram Brasília, mas sem direito a morar nos prédios das 100, 200 e 300 – todos com seis andares e oito elevadores, cada um.

– Bom, polaco, volte à prosa na fila dos velhos.

– Seguinte, gente. Ele está cantando uma música da Maria Bethânia.

Para que. Foi uma farra danada por parte dos velhos, senhoras e até duas senhoritas na fila porque são arrimo das avós presentes, alquebradas mas coerentes.

– Polaco sem vergonha. Conta outra.

– Posso falar?

– Um minuto!

– Nosso amigo aqui, auxiliar do mercado, gente fina, está cantando a música Loucura, do mestre gaúcho Lupicínio Rodrigues. A mesma música que eu estava ouvindo em casa, antes de escapar de Madame só para me encontrar com vocês aqui, e depois ali no botequim, pois então, a mesma música estava sendo cantada pela baiana Maria Bethânia.

Pronto. Recebo no ato o abraço da velhinha mais próxima, o sorriso da neta, e o reconhecimento do resto. A gerente, novinha, moreninha, a gracinha de nós velhos, só olhando, sorrindo, ela tem duas filhas pequenas, todos demos lembranças:

– Os tios não acham que está na hora de andar um pouco por aí?

– Sim, senhora!!!

 

No lado de fora, a conversa sobre Lupicínio Rodrigues continua, com a participação até do auxiliar do mercado, conhecido de todos, ajuda no carrinho até o apartamento das mais necessitadas e tudo. Pois todos trocamos informações, tais como:

1 – Discos completos só com músicas do mestre Lupicínio. Tem um da Adriana Calcanhoto, com 17 músicas. Outro com o Noite Ilustrada. Com Ayrton Montarroyos. Com o Roberto Menescal. A peça de teatro Vingança – o Musical, só com músicas do mestre dos pampas. Sem contar o disco Grandes Compositores – Lupicínio – Soft Orchestra.

– Chega, gente. Preciso ir.

– Ih. É mesmo.

– Tá com medo da Madame, Polaco? Volta …

– Ih. Esta música eu adoro na voz da Gal. Maior “Felicidade”, esta na voz do Caetano.

– Eu gosto da música do Lupicínio “Se acaso você chegasse”, na voz da Elza.

– Nervos de aço!

– Êpa, meu. Esta é do Paulinho da Viola.

– É o que você pensa, carioca vice de São Januário. Pois Nervos de Aço é do Lupicínio.

Foi assim. Até que cada velho, ou jovem senhora – somos educados – foi saindo, devagar, por suposto, mas todos cantando, cada qual a sua música predileta do grande Lupicínio.

Chego em casa, desta vez sem parar no boteco, mais do que atrasado, sabe como é…

– Estava onde, polaquinho?

– Agora não posso falar.

– Por causa de que?

– Alexia!!!

– Sim, meu polaco.

– Toque tudo do Lupicínio Rodrigues.

“Se acaso você chegasse no meu chateaux


Encontrasse aquela mulher que você gostou.


Será que tinha coragem de trocar nossa amizade


Por ela, que já lhe abandonou?”

– Alexia!!!

– Quié?

– Muda!!!

E Madame:

– Acho bom!

Em Brasília, 08h54m desde 01/02/23. Ah. Este post vai para meu amigo de Alegrete, o gaúcho escritor e viajante, o Marçal Alves Leite. Com o adendo, velho gremista:

– A penúltima faixa do disco “Loucura”, da Adriana Calcanhoto, só com músicas do Lupi, pois então, a penúltima é justamente o Hino do Grêmio, escrito justo pelo Lupicínio Rodrigues.

Até a pé nós iremos

Para o que der e vier

Mas o certo é que estaremos com o Grêmio

Onde ele estiver.”

Então tá, né.

Inté e Axé!!!


Já está nas bancas de jornais (?) nosso novo livro. A Berlim do Pandemônio também pode ser lida no formato e-book (?) nas principais distribuidoras, em todo o mundo. Ou encomendado para impressão. Assim, economizamos papel. Outra coisa: as trinta primeiras páginas podem ser lidas, totalmente de graça. Basta clicar no link (?) abaixo, do Clube de Autores. Que mais? A Sinopse do livro, a original, adiantamos aqui:

Um grito no pé da orelha

Nosso diário íntimo nesta Berlim do Pandemônio foi escrito pela dupla de risco Polaco & Madame, por termos mais de 70 anos de Ida, aliás, bem vivida.

Ele mostra o que acontece com a gente nos meses de março, abril e maio do ano do Rato, 2020, enquanto confinados em Berlim.

Continua nos meses de setembro, outubro e novembro do ano do Tigre, 2022, na mesma Berlim, agora na condição de libertos.

O espaço do tempo (junho de 2020 a setembro de 2022) passado em Brasília, totalmente presos, preferimos deixar no modo silencioso. De fato, ainda continuamos na  insegurança e inquietude em cima do infindo porvir cheio de pânico e incerto medo, certo?

 Justo Berlim porque é nosso pouso rotineiro nos últimos tempos, na verdade desde antes da queda do famoso Muro que dividiu, por mais de meio século, esta capital do Ano Zero, assim chamada por causa da quantidade de vezes históricas em que caiu de quatro, completamos agora, com a volta, na procura dos bares e amizades, algumas desfeitas na insistência do Pandemônio.

O reencontro, depois de dois anos passados reclusos, em Brasília, dos amigos nos mesmos bares que ficaram fechados por quase 800 dias,  em Berlim, isto não tem preço, e  isto procuramos descrever exatamente como aconteceu, repassado no mesmo dia ao manuscrito, aqui para esta Berlim do Pandemônio.

Que esta nova leitura sirva de comparo de comportamento na batalha adotado pelos arianos, lá, e por nós, ladinos, cá. Eduardo Mamcasz & Cleide de Oliveira, somos sobreviventes em união instável desde 1980. Já passamos por mil e um riscos. Alguns exemplos:

1 – No começo do namoro, há mais de 40 anos,  despencamos de carro na cachoeira do rio das Almas, interior de Goiás, numa madrugada de lua cheia. Sim.

2 – Quando explode a usina nuclear de Chernobyl, esta dupla de risco estava a poucos quilômetros da fumaça que se espalhava pela Europa Ocidental.

3 – No então lento trem, de longa distância, no interior da China, compartilhando os beliches no imenso vagão, éramos os únicos brancos, justo no dia em que  o piloto do avião espião ianque derruba o avião chinês, e por isso o agente comunista nos confunde, exigindo uma forma de contar rápido, para os demais passageiros, que somos brasileiros. Aí, mudou.

4 – A pé, meia noite, na travessia da ponte fronteiriça entre a Guatemala – chegamos de ônibus – e o México,  passamos pelos guardas ávidos por uns dólares, até pegarmos o lotação lotado para o centro da cidade indescritível.

 5 – Passamos sete meses longe de Brasília, no vagar sem destino, Do Alasca a Jerusalém – rendeu uma série de livros – pena que o tempo voa rápido, sempre no sentido da volta.

6 – No rio Ganges, na Índia, na mesma canoa, vemos o guia beber a água com as mãos, enquanto um cadáver, amarrado nos bambus da derradeira jangada, sem condições de pagar a cremação, passa por entre nossos dedos incrédulos na mente.

7 – Lógico que contamos com momentos incríveis na lembrança, tal comer poeira, de carro, no interior do Alasca ou, na então Leningrado, Rússia, dezembro, andar a pé por cima da água do mar, por conta dos 20 graus Celsius negativos.

Então, siga o nosso relato, por vezes mórbido e cruento, desses Dias de Ira em que relatamos a nossa insegurança e inquietude do por vir.

No ano do Rato, 2020, fomos a Berlim em março e voltamos a Brasília em junho, fazendo tudo na hora errada, até porque voltamos do Piso, lá, ao Pico, aqui.

No ano do Tigre, 2022, voltamos para Berlim, na fase de liberação coletiva, depois de dois anos, parecidos com séculos, morrendo de medo de sermos dois entre os quase 700 mil mortos pela Covid no Brasil.

Boa leitura a todos os nós confinados, ditos libertos, que enfrentamos o mesmo vírus lazarento, morfético, filho da puta, dito no início nascido dos morcegos lá na China,  e que na verdade matou, de verdade, milhões ao redor do mundo. Pior. Ainda continua matando, mas sem a mesma intensidade. É o que todos esperamos, mas sem uma certeza total.

Portanto, nós somos uns privilegiados e temos direito ao grito retido desde dezembro de 2019, hoje explodido:

– E S T A M O S V I V O S ! ! !

Pois agora, se quiser ler as primeiras trinta páginas do livro A Berlim do Pandemônio, de graça, ou encomendar o mesmo, modelo e-book, ou mesmo impresso, clique abaixo:

https://clubedeautores.com.br/livro/a-berlim-do-pandemonio


eu posso ser ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos noves fora der quase nada

mesmo que sucumbamos nas praças do embora

enfrentemos juntos todos os anônimos inoperantes

i  may be or may not have

one new year or also a new life

but if in the nines out give almost nothing

even though we succumbs in the squares of though

let’s face together all thath anonymous inoperatings

eu posso ter ou não ser

ano novo também vida nova

mas se nos noves fora der quase nada

mesmo que desapareçamos nos becos sem fim

estaremos juntos nas penumbras dos esperantes

ich kann sein oder auch nicht

neues jahr auch neues leben

aber wenn in den neunen aus geben fast nichts

auch wenn ich in den endlosen gassen verschwinde

wir sind zusammen in der dunkelheit des esperantes

eu posso ser ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos noves fora der quase nada

mesmo que viremos poeira cósmica do infinito

ressuscitemos juntos no saudoso estilo triunfante

puedo ser o no tener

año nuevo también nueva vida

pero si en los nueves no dan casi nada

incluso si vuelvo polvo cósmico del infinito

levantémonos juntos en el estilo triunfante tardío

eu posso ter ou não ser

ano novo também vida nova

mas se nos noves fora der quase nada

mesmo que ascendamos degraus amortecidos

abracemos juntos os vocês do eu incandescente

nowy rok także nowe życie

mogłem, ale nie musiałem być

obejmijmy razem ciebie żarzącego się I

ale jeśli w dziewiątkach nie dają prawie nic

nawet jeśli wchodzę po kołyszących się stopniach

eu posso ser ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos noves fora der quase nada

mesmo que eu pise no solo da marciana lua

juremos juntos absorver o mesmo gosto triunfante

potrei o non potrei avere

anno nuovo anche nuova vita

ma se nei nove fuori non dare quasi nulla

anche se passo sul suolo della luna marziana

giuriamo insieme di assorbire lo gusto trionfante

eu posso ter ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos noves fora der quase nada

mesmo que tenhamos menos do que o preciso

dividamos juntos muito mais do que os sobretudos

multiplicados do impreciso adicionado ao improviso

je peux ou non avoir

nouvelle année aussi nouvelle vie

mais si dans les neuf ne donnez presque rien

si nous avons moins que ce nous avons besoin

divisons ensemble beaucoup plus que le pardessu

multiplié de l’inexact mais ajouté à l’improvisation

bem lá na frente

em dezembro

deste 2023

vamo-nos

rever

inté

axé

e.mamcasz

zen & poet

+ ma dame

big  cleide

Áudio da Mensagem:

Todas as 28 faixas:


Merry Christmas. Or not, Unhappy.

Frohe Weihnachtsbotschaft.

Wesołych Świąt.

Era uma vez o menino Cordeiro, filho da Ovelha, a bendita Maria,

adotado pelo marceneiro José.

Once was the child Lamb, son of the Sheep, the blessed Mary,

adopted by joiner José.

Em berço de palha ele é embalado

Na manjedoura, vida vindoura,

Ai que saudades do leito que vai e do berço que vem

Em nome do filho dos mil Noéis deste mundo.

In straw cradle it is packed

In the manger, life to come,

That miss the bed that goes and the cradle that comes

In the name of the son of the thousand Noes of this world.

Do então Cordeiro, não mais bebê, na toalha se vê

O rapaz tão bonito

Na cabeleira a coroa de espinhos.

From then Lamb, no more baby, in the towel one sees

The handsome boy

On the hair the crown of thorns.

Bendito o Cristo menino que berra:

Quero mais ouro, incenso e mirra
extraído dos magos reis mágicos.

Blessed is the Christ boy who screams:

I want more gold, incense and myrrh

extracted from the magical magi.

Quero a estrela que seja só minha

Na manjedoura em que escolherei
meu tesouro de presente natalino.

I want the star that’s all mine

In the manger I’ll choose

my christmas gift treasure.

Quero mesmo uma festa tri legal

Porque sou filho da ovelha Maria

O pai desconhecido etecétera e tal.

I really want a cool tri party

Because I’m the son of the sheep Mary

The unknown father and such.


Quero firmado no meu testamento

que neste dia o mundo me deseje
até no pensamento

um Feliz Natal!

I want signed in my will

that on this day the world desires me

up in thought

A Merry Christmas!

Para você também

Fagulhe um incenso

Um cheiro de Vida

Muito ouro e mirra

No ano que aí vem

Na mira de alguém.

For you too

Faguld an incense

A Smell of Life

Lots of gold and myrrh

Next year

In someone’s crosshairs.

Amém.

1

https://memoria.ebc.com.br/noticias/fome/galeria/audios/2013/06/a-cada-cinco-segundos-uma-crianca-morre-de-fome-no-mundo

2

https://mamcasz.blogspot.com/2022/12/feliz-natal-infeliz.html


Pois então. Finados. Nome mais feio, sô. Passados. Enterrados. Retornados ao Pó Nosso de Cada Dia. Prefiro COMEMORAR à moda polaco-baiano-mexicano. DIA DE LOS MUERTOS. Bora festejar? O que? Ora. Hoje, eles estão melhor do que nós.

Resumo desta prosa polaco-baiano-mexicano. Dia de Comemorar os Mortos. Justifico. Há meio século que não tenha mais mãe. Foi. Há 30 anos, Pai. Foi. Irmão querido. Foi. Tias, avós, porrada de amigos e amigas. Foram. Ou estão por aí? Deixa eu dar uma olhada:

– Fala logo, polaco!!!

Pois falo. Prefiro a lembrança, neste Dia dos Mortos, jamais Finados, dos velórios de que “tive a honra de ter participado”, na condição de vivo.

Primeiro, lembro os velórios na Bahia, Nordeste, onde “bebíamos o morto”. Isto. Cachaça pura. De noite. Não demais para não dormir e acordar dentro do caixão. Uma vez até aconteceu. COM MIGO!!!

Segundo, os velórios familiares no Sul Maravilha, na comunidade polaca que, diziam os brazukas, “não tem bandera” ao que a gente respondia: “mas tem pau pra brasilêro”. E que mastro!

Ah. No velório de polaco, muita vodka, lógico, pode até dormir que o morto não reclama, o costume, lá pelo final da madrugada, era somente um e mais nada e pronto e escuta só:

– Está na hora, genta, do sorteio de quem vai ser o próximo a morrer. Ganha, quer dizer, perde, quem tirar o número maior deste chapéu da tia Zefa, que tá morta ali.

Terceiro, o melhor Dia de Los Muertos mesmo é o do México, com muita tequila (mais forte do que a cachaça nordestina e da vodka polaca). Muita música. Muita festa na rua. Muita comida. Nove meses depois, a Vida continua, né mesmo?

Então, gente, hoje, dois de novembro, todos cantando junto:

Um Bom Dia dos Mortos. Para Você. Para mim não vai ser tão cedo. Quer dizer.

Inté e Axé

2010 – Alcaguetes finados:

Alcagüetes matam este blog mas morrem junto | (mamcasz.com)

2013 – Argentinos finados:

Adiós mi Buenos Aires Finado | (mamcasz.com)


folhas vão e vem

ao vento eu vou

vôo bem viu vô

vamos pássaro no passo

a passo passarinho voar

entre o vento das bolhas

venha alento adentre

janela da minha alma

só balanço dormente

folhas dançam à toa

fora na boa tudo voa

num vento no ventre

a plana asa sul pilota

mil folhas sem norte

xô morte sô forte sô

eu só

(Sexta – 13 de maio-2022)


Manhã desta sexta dita Santa. Uma ova. Pós uma noite em que o J.Cripto é, primeiro, negado pelos mais íntimos amigos, Pedro à frente, este, por três vezes, pelo menos. Isto, depois de ter sido dedurado pelo outro amigo, o Judas. Daí, preso e torturado a noite inteira, de quinta para esta sexta. Mais. Largado pelos amigos judeus. Lavado, às mãos, pelo invasor Pilatos. Crucificado pelo judeu Herodes, o dito rei. Entre dois ladrões. Assim determinado pela voz do Zé Povinho:

– Crucifica-O !!!

Para piorar meu ínfimo hoje astral, consigo terminar a leitura do livro da romena Herta Muller: FERA D’ALMA. Suábios que não conseguem emigrar de volta para a Alemanha por conta da ditadura comunista. E dos filhos dedurados por mães que dão para o agente sinistro que joga o cachorro para cima da presa violentada. Enfim, confesso, termino o livro, às lágrimas, na página 249, com este terrível dito-escrito-reelido:

“ Quando ficamos em silêncio nos tornamos desagradáveis; quando falamos nos tornamos imbecis. ”

Mas não posso me findar nesta Sexta da Paixão (qual?) sem algumas das outras fortes frases rabiscadas ao lápis por mim e por Madame. Por exemplo:

– Amar alguém com medo (página 41);

– Ela chorou porque acreditava no que ela pensava (página 51);

– A fera de sua alma, ela está se mudando para o nada (página 87);

– Ela não tinha nada além do seu segredo, ou seja, tudo (página 153);

– Eu não fecho minha boca porque dentro de mim ainda bate um coração (página 183);

Enfim, o fim, afinal:

– Seis semanas depois da partida da Romênia, Jorge está deitado no asfalto em Frankfurt, na sonhada Alemanha, cedo pela manhã. No quinto andar do abrigo provisório para refugiados, há uma janela aberta. No telegrama para a mãe o escrito: Morte Súbita.

(Tudo isto ao som do Elvis Presley só no gospell, tipo assim: There will be a peace on the valley someday for me. Yeh???).

Boa Sexta – Santa ou da Paixão – sei não.

P. Q . P !!!


No rever Fausto às sete da matina.

Goethe começa a acordar. Vivo.

. . .

Sob o manto de Fausto minto –

Aumento na mente o monte do Mito.

Mato. Do Eu. N´alma. Calma.

. . .

Canto um tonto canto para o santo –

Pinto no tinto. Encorpo o copo.

No próprio corpo copulo.

. . .

Se mexo no meu medo tão cedo –

Venturas vindouras voam.

Então, cedo, seu cerdo!

. . .

Tantas tontas palavras tortas –

Mortas num átimo do átomo

Neste outono do ex-eu.

. . .

Dois pontos :

Pranto.

Três pontos …

Pronto.

Ponto Final.

O é, era. O foi, será. Um fim?

And so , this is the End.

. . .

(02-04-22)


Madame, mais ainda. Juntos, nós dois temos o maior orgulho disto. Depois de quatro dias com a GLOTE quase fechada, no caso a da Madame, vamos ao Posto UBS-SUS, aqui no quintal de casa, Asa Sul da Bras-Ilha. Bora testar, gente! Sem marcar nem pagar nada. In loco, ar livre, gramadão, três espaços distintos: 1- Vacina Covid; 2- Teste Covid; 3- Espaço do Pós. Exercícios físico-psíquicos.

À chegada, 07h48m deste Dia de Iemanjá, Salve-Salve, está tudo auto-organizado, sem a participação dos funcionários, estes no chegando, afinal, tudo recomeça a partir das 08:00. De um lado, a fila intitulada dos “aborrescentes”. Do lado ao lado, a turma autoclassicada dos “jovens”, a partir dos 60 anos de ida. Na chegada de uma dona nos 84, todos lhe damos o direito de passar à nossa frente, com a posse da cadeira e tudo. Cedida, neste caso, por uma bela “aborrescente”.

No logo após o nosso posto, este casal polônico-pernambucana, estaciona um “jovem” atleta cearense, ciclista de longo curso, nos 68 anos de ida, especialista em bike somente pela praia, diz que só falta fazer o trecho de Porto Alegre-RS até o Uruguai, muito do conversador, só não vou com a cara dele depois que Madame me assopra neste ouvido polaco, sinto-me rebaixado:

Florzinha! Olha só o corpo dele.

Continuando, agora já no lado de dentro:

– Por que o senhor está aqui junto com a Madame se não foi chamado ainda?

– Por que ela é minha!

– Hein??? Já lá para fora e aguarde. Machista!

– Pode deixar. Ele é meu polaquinho. Tudo bem.

– Neste caso, por causa da Madame, faço uma ficha só. Primeiro, a senhora. Sentindo o que?

– Uma dor aqui na garganta, quase fechando tudo. Difícil engolir.

Pois vamos em frente, todos agora com as devidas senhas, um número bem maior para os “jovens” e o normal para os “aborrescentes”, motivo de piadas mútuas mas respeitosas. E começa a chamada: Senha número 1 especial. Na sequência: Senha número 1 normal. Prá quê. Os dois lados unidos, netas e avós personas, exigimos mudança na forma da chamada.

– E o senhor, deixa eu ver aqui na sua identidade. Que nome é este? Sentindo o que?

– Saudades.

– Hein??? Do que?

– Tem cinco dias que eu não posso dar beijo de língua na garganta de Madame.

Vamos em frente. Já estamos sentados, lado de dentro do quiosque, Madame na minha frente, nesta ida ao SUS para ver se somos um casal positivo ou negativo. Senta. Tira a máscara. Só no nariz. Boca fechada. Levanta a cabeça. Baixa um pouco.

– VAMOS???

– Fala baixo, mocinha, bela enfermeira, porque Ma Dame, aqui na frente, se ela escuta você me convidando, sei lá para onde, não tenho nada com isso.

Para que, gente. A enfermeira do SUS enfia o cotonete, molhado num tal de reagente, dá vontade de espirrar na cara dela, e na sequência enfia o mesmo no outro meu buraco, do nariz, lógico, mais fundo ainda, sussurro, não aguento, gemo um pouco mais alto, tanto que acordo Ma Dame à frente:

– Que foi, meu polaquinho. A moça aí está cuidando bem de você?

– Tá sim, Florzinha, ela é uma amor de menina.

– AINDA BEM!!!

Agora, todo mundo do lado de fora, aborrescentes e jovens, misturados, na conversa ainda animada, à mínima distância, no aguardo dos resultados, coisa de uns 20 a 30 minutos. Lógico que existe uma certa tensão, difícil tesão, ainda que possível diante da aborrescente quase loira, alta, bonita, que conta para as “jovens” sobre o pai que chegou nesta semana, do interior do Piauí, e trouxe, olha só, um jerimum amarelo, bem comprido, só porque sabe que eu adoro o purê de abóbora amarela. Ainda que agora, por causa desta dor aqui na garganta… Daí, ela é interrompido porque começa a chamada para entrega dos resultados dos exames:

– Fulana de tal.

– Fulano do qual.

Trata-se, neste caso, do sexagenário ciclista, aquele do corpo atlético observado pela Madame. Ao chegar à enfermeira, ela se demora em explicar algumas coisas, gestualmente, na hora todo mundo percebe, desolado, que o resultado do exame dele é positivo, tanto que logo após nós nos aproximamos dele, na distância de quase dois metros, e lhe damos força, e lamentamos porque ele havia contado, pouco antes, que se o exame desse negativo ele ia sair direto para a sessão de massagem. E lá se foi o sexagenário atleta ciclista, visivelmente amuado. Não é para menos.

Nas chamadas seguintes, entre a simples entrega do atestado negativo ou da parada para algumas palavras para alguém positivo, no caso, muito chato porque é no teste para ver se está mesmo com esta merda de Covid, acontece outro astral coletivo rebaixado quando justo na simpática mocinha do Piauí, do purê de gerimum amarelo a enfermeira começa a falar com ela. Na platéia, é nítida a sensação da vontade de dar uma força especial.

Vamos em frente, desculpe a demora mas a tensão aumenta, no sentido pessoal, deste casal, tesão nesta hora sei lá onde se foi. Pois então. Cleide de Oliveira!!! Ma Dame. Lá vai ela, ainda com a dor na garganta. Pega o papel e segue em frente. A enfermeira não fala nada. Me dá uma vontade, gente, de pular em cima dela, ali na frente de todo mundo, e dar aquele festivo beijo de língua que alcance lá no fundo da garganta quente. Mas me seguro. E nada de chamarem o meu nome. Seguem umas cinco na minnha frente. Opa. Agora ela me chama:

– Eduardo Mam… Mamc….Mam-cá…

– Sou eu. Pode falar. Estou preparado.

– Como se fala este nome esquisito?

– Mám-tcha-zen.

– Toma.

– Não vai falar nada?

– Não. Por que?

– Nada…

– Olha lá aquela mulher bonita te chamando.

Pois vou “corendo tudo”, como se fala em polaco, porque Zéfa “tá no meu espera”, ainda mais agora eu sou uma PESSOA NEGATIVA. Chego no “pé cá outro já lá”, boca aberta, braço estendido, de olho na língua dela, até que a mão forte de Madame me segura nos beiços e ordena:

– Agora, não. Não vê que tô fumando?

– Então, tá. Mas você está parecendo…

– Com que?

– UMA PESSOA BEM NEGATIVA.

– Vamos, polaquinho.

– Fui, né. “Corendo tudo. Pé cá outro bem lá.”

Mil graças, minha Iemanjá, porque hoje é dia Dois de Fevereiro. Só falta o mar nesta Ilha. Tem nada não. Está vendo como vale a pena ser uma Pessoa Negativa? Com todo respeito e força à tanta gente no Positivo. Vai passar.

Inté e Axé.


( pelos 700 mil mortos pela covid )

+ + + + + + +

can we be or not o be but what

podemos ser ou não ter o quê

le wa ni odun titun tun titun ti

ano novo e também vida nova

new year and perhaps new life

ndunú odun titun eniyan mo ti

if the nine out almost nothing

noves fora nos der quase nada

ndunú odun titun mo ti ni tabi

nos naufrague na ilha da virada

feliç nov gent jo puc ser o tenir

continuemos neste periclitante

aber wenn neun scheint nicht

juntemos lá na frente um rever

possamos ter um ano novo vida nova

mas se nos nove fora der quase nada

mogę być albo nie mają nowy rok to

viremos poeira cósmica nos infinitos

życie al jeśli dziewięć wydają prawie

ou ressuscitemos juntos nos saudosos

reajuntes lá na frente do nosso rever

frohes neues jahr menschen ich kann sein oder

abracemos juntos você e eu incandescentes

reajuntemos lá na frente o nosso reaver

feliç any nov gent jo puc ser no tenir

e però si nou semblen gairebé

possamos no então ter

ano novo vida nova

noves fora o nada

possamos ser ou não ter

ano novo e vidas novas

noves fora quase nada

peux être meme ou non

aussi une nouvelle vie

possamos o não ter

ano novo também vida nova

mas se nos noves fora der quase nada

mesmo que sucumbamos nas praças dos embora

enfrentemos juntos os mais que anônimos inoperantes

mas nos juntemos lá na frente novamente no nosso rever

então nos cliquemos neste recomeço do quase fim:


Halloween – 01

Paz e Amor!

Ex-libro SALMOS de ESPERANÇA.

Hoje, Salmo 12 – Contra a Falsidade:

Que Deus corte TODOS os lábios aduladores e TODAS as línguas que proferem insolências. Benza Deus, Bondoso Salvador!”

Salve a Pátria Amada-Armada acima de tudo.

Frei Hélio Maria de Ponta Grossa, no Paraná.

Da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.

Hoje, sou só Eu Polaco de Novo Cristão. Sou?

Se quiser eu coloco mais outro pouco, está bom?

Halloween – 02:

Paz e Amor!

Ex-libro “SALMOS de ESPERANÇA”.

Hoje, Salmo 17 – Meu Canto de Triunfo:

Persigo meu inimigo e o alcanço. Só volto depois de o ter aniquilado por completo. Ele jaz debaixo do meus pés. Benza Deus, Bondoso Salvador.”

Salve a Pátria Amada-Armada acima de tudo.

Frei Hélio Maria de Ponta Grossa, no Paraná.

Da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.

Hoje, sou só Eu Polaco de Novo Cristão. Sou?

Se quiser eu coloco mais outro pouco, está bom?

Halloween – 03:

Paz e Amor!

Ex-libro “SALMOS de ESPERANÇA”.

Hoje, Salmo 39 – A Insignificância do Humano:

Eu sou apenas uma sombra, meu Deus, um mero sopro. Pois agora eu me calo, não abro mais a minha boca. Sois vós, Senhor quem me deves falar:

– Por que não te calas, ó Servo Polaco?

– Benza Deus, Bondoso Salvador. ”

Salve a Pátria Amada-Armada acima de tudo.

Frei Hélio Maria de Ponta Grossa, no Paraná.

Da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.

Hoje, sou só Eu Polaco de Novo Cristão. Sou?

Se quiser eu coloco mais outro pouco, está bom?

Halloween – 04:

Paz e Amor!

Ex-libro “SALMOS de ESPERANÇA”.

Hoje, Salmo 44 – Oro pelo povo escolhido por vós, Senhor:

Deus, Vós me abandonastes como ovelha no abatedouro. Fui por Vós vendido por um Nada. Desperta, Senhor. Por que dormes? Acorda! Não me rejeites para Sempre. Ah. Benza Deus, Bondoso Salvador.”

Salve a Pátria Amada-Armada acima de tudo.

Frei Hélio Maria de Ponta Grossa, no Paraná.

Da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.

Hoje, sou só Eu Polaco de Novo Cristão. Sou?

Se quiser eu coloco outro pouco, está bom?

Halloween – 05:

Paz e Amor!

Ex-libro “SALMOS de ESPERANÇA”.

Hoje, Salmo 49 – A futilidade da riqueza:

O homem que prospera não entende que ele é igual a um animal sendo levado para o matadouro. Benza Deus, Bondoso Salvador.”

Salve a Pátria Amada-Armada acima de tudo.

Frei Hélio Maria de Ponta Grossa, no Paraná.

Da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.

Hoje, sou só Eu Polaco de Novo Cristão. Sou?

Se quiser eu coloco mais outro pouco, está bom?

Halloween – 06:

Paz e Amor!

Ex-libro “SALMOS de ESPERANÇA”.

Hoje, Salmo 68 – Hino de Triunfo:

Deus esmaga a cabeça do inimigo e raspa o couro cabeludo daquele que caminha em suas culpas. Benza Deus, Bondoso Salvador.”

Salve a Pátria Amada-Armada acima de tudo.

Frei Hélio Maria de Ponta Grossa, no Paraná.

Da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.

Hoje, sou só Eu Polaco de Novo Cristão. Sou?

Se quiser eu coloco + outro pouco, está bom?

Halloween – 07:

Paz e Amor!

Ex-libro “SALMOS de ESPERANÇA”.

Hoje, Salmo 89 – Hino ao Deus Fiel:

Senhor! Eu mesmo esmagarei a cabeça do Teu opressor e vou ferir de morte quem Te odeia. Benza Deus, Bondoso Salvador.”

Salve a Pátria Amada-Armada acima de tudo.

Frei Hélio Maria de Ponta Grossa, no Paraná.

Da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.

Hoje, sou só Eu Polaco de Novo Cristão. Sou?

Se quiser eu coloco + outro pouco, está bom?

Halloween – 08:

Paz e Amor!

Ex-libro “SALMOS de ESPERANÇA”.

Hoje, Salmo 109 – Súplica para afastar meu inimigo:

Que ele seja condenado e até a sua oração seja considerada pecado e nem haja alguém que se apiede dos seus órfãos. Benza Deus, Bondoso Salvador.”

Salve a Pátria Amada-Armada acima de tudo.

Frei Hélio Maria de Ponta Grossa, no Paraná.

Da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.

Hoje, sou só Eu Polaco de Novo Cristão. Sou?

Se quiser eu coloco + outro pouco, está bom?

Halloween – 09:

Paz e Amor!

Ex-libro “SALMOS de ESPERANÇA”.

Hoje, Salmo 149 – Hino do Triunfo:

Aclamo a Ti, ó bondoso Deus, com louvores em meus lábios mas, ao mesmo tempo, em minhas mãos a espada afiada nos dois gumes executa a vingança. Benza Deus, Bondoso Salvador.”

Salve a Pátria Amada-Armada acima de tudo.

Frei Hélio Maria de Ponta Grossa, no Paraná.

Da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.

Hoje, sou só Eu Polaco de Novo Cristão. Sou?

PRONTO. ESTOU ACABADO. FIM DA NOVENA.

NÃO COLOCO MAIS NADA, VIU? FUI. MORRI!


* Com o mór respeito aos do em torno, includo nós, dos 600 mil mortos pela SemVid neste nosso “Brasil, Brasil brasileiro, mulato inzoneiro” coisa nenhuma, nem numa e nem noutra, tá? São cruzes na Estrada da Ida.

Acordo ao badalar dos raios do sol rubro no cerrado brasileiro, capital de todos os nós, às seis em ponto, dia com previsão de até 35 graus centígrados e humidade decaindo para os desérticos 15%. Saravá, meu Rei, começo hoje minha sétima jornada nesta Ida Pandemônica, terceira dose, dita de reforço da vacina covidorosa que promete duração perene duvidosa.

Na rotina desses últimos 47 anos, antes do preparo do café matutino para a Madame ainda à cama, nos privados atos de cada despertar, sem tempo para o imediato translado para o papel, não o higiênico, por suposto, eis que brota na minha mente ainda presente o seguinte pensamento poético em função da bela saudação solar deste último andaresco ter.

O senão da Palavra

Se é à vista

Antes eu preciso ver

A vista.

Se não,

É a prazo.

Portanto eu prezo

O verbo preso.

No visto,

Invisto,

Insisto,

Existo,

Não desisto.

Por tanto, nunca por menos,

Revisto a minha melhor pele.

Assumo

E sumo.

Até outra vista. ”

Pós a limpeza corpórea, barba feita na roupa alinhada, esta data me marca, repito, pois delineia o início da minha sétima e última jornada de vida devida à terceira dose da vacina no posto público de saúde a 498 passos de caminhar desde a moradia neste dito Plano Piloto, portanto autêntica Brasília, desconectada da nacionalística Praça dos Podres Poderes, vista daqui à distância, pós Esplanada dos Mistérios, repito, agora com licença já volto porque persigo a célere Madame até o SES-DF-UBS 01-ASA SUL.

Unidade Básica de Saúde. Aberto das 8 às 17 horas. É o nosso mais próximo lugarejo para a vacina, aliás, assim acontece nas outras duas, a primeira em 18 de março, a segunda no 6 de abril e, agora, 6 de outubro, a terceira, quando será a próxima? Neste nosso novo dia, a aglomeração convocada pelos podres poderes públicos é formada por velhos acima dos 70 anos e profissionais da saúde, pública ou da privada. Mais os aborrescentes que, veremos daqui a um cadinho, mostram-se atenciosos para com os nós envelhecidos.

Pois então. Chegamos às 07h45m, antes da abertura dos trabalhos, o sol já se exibindo tanto que o pessoal do posto tratou logo de organizar uma fila tripla, no sentido vai e vem, pelo usufruto da sombra das árvores entre elas um pé carregado de exibidas jacas, moles ou duras, não sabemos mas elas são lindas e, com todo respeito, comestíveis.

Gente, agora sou só eu no falando porque a Madame, como sempre, ela já está enturmada, mas está tudo no parecendo muito do tranquilo, quer dizer, eis que agora aparece a enfermeira baixinha, bem neguinha, pretinha e, magrinha que só, mesmo assim, tentando gritar o a seguir no entreouvido:

– Atenção, gente. Hoje a vacina é para os “velhos” com mais de 70 ânus que tenham tomado a segunda vez na vida há seis meses. Ah, mais o pessoal mórbido que agendou antes e os colegas que trabalham na saúde, que nem eu. Estamos entendidos?

Neste instante começa a revolta dos “velhos”, alguns por sinal bem dos serelepes mas, no meio, fato é fato, tem uma meia dúzia na situação requerente de acompanhante, por sinal não presente, difícil nesta terça idade, não é meu mesmo, vó? Vamos à revolta dos velhos e das velhas cidadãs tupiniquins, neste caso, da classe média pseudo quase alta:

– Cadê a fila da terceira idade?

– Aqui não tem fila de “velho” não – canta a “neguinha magrinha pretinha atraente”.

– COMO É QUE É ?????????

Primeiro, transcrevo parte dos sermões aplicados por “velhas e velhos” acima dos setenta e no começo da sétima e última jornada nesta longa estrada da vida. A enfermeira magrinha, mulher, pretinha, leva o básico puxão de orelha tipo “velha é a tua mãe”, é fake, gente, isso deveras não acontece porque se trata de gente educada. Uma senhora, includo, a mais ativa, é mãe de um médico em hospital de renome no atendimento de políticos. Justo ela exige que a nossa enfermeira “neguinha”, repita que o certo é “terceira idade” no lugar de pessoa velha e “terceira vacina” no lugar de reforço. Vamos ao ouvido na geral ao som do fone:

– Mãe? Onde você está, bichinha?

– Estou aqui na fila da vacina.

– Tudo bem?

– Não! Tem uma enfermeira aqui me chamando de velha.

– Passe o telefone para ela.

– . . .

– Você chamou minha mãe de velha?

– Chamei.

– Por que?

– Ela me chamou de pretinha e negrinha.

– Me passe o telefone para minha mãe.

– . . .

– Mãe?

– Pô filho, não tem paciente para atender não?

– Mãe. Você não pode chamar uma mulher de negrinha e pretinha.

– Quer que eu chame de que? De polaca?

– Mãe! Pede desculpa.

– Para quem?

– Para a pretinha.

– Meu filho!!!

– Me passe o telefone para ela.

. . .

– Aqui é o doutor fulano de tal, trabalho no hospital que atende presidente e tal. Exijo que você peça desculpa por ter chamado minha mãe de VELHA.

– SÓ SE ELA PARAR DE ME CHAMAR DE PRETINHA!!!

– E por acaso você é polaca?

Resultado. Uma risada só na fila do posto de vacina de reforço para a terceira idade, estava tudo no viva voz porque, afinal, a mãe é uma velha senhora com alguns problemas de audição, alguns de propósito, diga-se de passagem, mas, afinal, a primeira vacina ianque para os adolescentes e mais uma para a turma legal da Saúde é o que interessa. Tudo numa boa até que a chefet@ do posto, doidinh@ para dar início a mais um dia de trabalho anti-pan-demônico que se espalha tem 438 dias, bem, ela se achega ao nosso pseudo tumulto e …

– O que está acontecendo?

– Estamos organizando a fila do pessoal da “melhor idade”.

– Quem mandou?

– Esta jovem enfermeira “amorenada”, aliás, muito da educada, não é, minha neta?

Nesta altura, o ambiente que parece tenso vira lento porque além dos “velhos e velhas” em volta da “negrinha” acontece o inesperado apoio uníssono dos “aborrescentes”, muitos catando cadeiras na grama, nem todas em perfeito estado, e as colocando numa fila em separado:

– Cuidado que esta está um pouco desajuntada, minha tia. A senhora, minha vó, fica nesta cadeira aqui que está um pouco melhor.

E daí – volto a falar no plural – perguntamos, com toda razão, qual a reação da chefinha das, contamos nos dedos das mãos e dos pés, 18 enfermeiras no pequeno posto na área central da capital do Brasil. Seguinte. A chef@, safad@, no sentido de safa, saca, mora, ela põe a mão no ombro direito da enfermeira “magrinha” e dita, sorriso entre os dentes descovados:

– Valdirene! Você está encarregada deste pessoal exigente de seus direitos, tá? E vamos fazer o seguinte. Para cada um “normal” na fila da vacina entram dois …

– Se chamar a gente de “velho ou velha”, já sabe!!!

A chefinha, safa, provoca nosso sorriso uníssono, e responde, falsamente séria:

– Pois não estou vendo aqui nenhuma pessoa velha.

– VELHA É A TUA MÃE !!!

Antes da fila dos velhos, perdão, da terceira idade, começar a andar – volto a falar no singular – deleto a dupla citação da palavra “uníssono” por obrigação de ofício jornalístico há 50 anos. Acontece que no quarto lugar da fila dos “normais” estava um senhor idoso, pomposo, sentado entre mulheres em pé, mesmo que mais novas e, ao ser sugerido, gentilmente, que passasse para a fila dos “especiais”, retruca como quem prescrevendo cloroquina, tem toda a cara de:

– Pois eu continuo nesta fila onde estou sentado desde as sete horas da manhã e daqui não saio, daqui ninguém me tira, até porque eu sou médico, ouviram?

Vale o registro da reação – volto ao plural – que todos nós, especiais e/ou normais, retrucamos, agora sim no uníssono, risos soltos, inclusive da enfermeira moreninha, agora tornada nossa amiga e até chamada “gentilmente” de “negrinha velhinha”:

– Deixa este doutor para lá. Ele só pode ser médico do Prevente Senior.

E a fila, melhor, a vida continua no posto de vacinação da Covid19/20/21…

– Primeiro a jovem aqui.

– Não senhora! Antes, as duas avós ali da outra fila.

– Ai que saco!

– A senhora tem um ou dois ou quantos sacos?

Começa então outro dia de vacinação que tão cedo não acaba. Adentram as duas senhoras, aliás, colocadas na frente porque com forte dificuldade de andar sem amparo é que não falta, decisão, aliás, tomada de forma coletiva e uníssona, quer dizer, com protestos apresentados pelo doutor do Prevente Senior, naturalmente desmoralizado.

– Acabou, polaco? O que está fazendo de pé aí no décimo-quinto lugar da fila especial?

– Quem está falando?

– Não é da tua conta. Responda, velho.

– É que eu fiz questão de passar na minha frente todas estas amaciadas jovens dantanho.

– E Madame?

– Já está triplamente vacinada e agora se encontra fumando o cigarrinho de olho na jaca mole tomara que caia.

– Então conta, daqui a pouco, como foi a agulhada neste teu braço caipirosco.

– Sou mais o bracinho firme de Madame.

– Mostra! Mostra! Mostra!

Pronto. Chega a minha vez. Atrás de mim, o chato doutor do Prevente Senior, quase encostado:

– Chega para lá, cara chato.

– Sou doutor.

– Desculpa. Desencosta, doutor cara chato!

– Esqueça este chato e continue, polaco:

– Qual a sua idade, “jovem velho idoso”?

– 73 anos + 9 meses + 20 dias + 18 horas + 15 minutos + 33 segundos!

– Qual o seu CPF, senhor?

– Está aí, minha jovem.

– Esqueceu, tio?

– É muito número.

– Está aqui a sua identidade. Leia para mim que eu coloco no sistema.

– Ih, moreninha. Eu esqueci os óculos de perto em casa que não fica longe.

– Se não lembrar agora mesmo vai para a fila dos mornais. Escutou?

– Oxe, menina. Acabei de me lembrar.

Neste momento, acredite se puder, praga do doutor do Prevente Senior, já devidamente picado, como é que pode, acontece o seguinte. O sistema da Internet DESABA, fica fora do ar nos cinco computadores, todos ligados num mísero aparelho G-2. Por sinal, no posto, este é o primeiro dia em que fica abolido quase de vez a anotação no papel para ser incluído depois no tal sistema. Tudo parado. A fila toda. Jovens e os da pseudo melhor idade. Repasso ao fato para o velho na fila anterior que conta para velha que cochicha para outro e assim o sussurro de repente se transforma numa brincalhosa revolta:

– Moça, tem um orelhão ali na entrada do posto. Por que não vamos até lá, gente?

Depois de uns vinte minutos de risadas, muxoxos, dentaduras deslocadas, enfim o sistema entra no ar e tudo recomeça no quartel de Abrantes:

– Qual o seu CPF, senhor?

– Já falei, moreninha.

– Acontece que caiu, tio.

– ENTÃO LEVANTA, MINHA FILHA!!!

Uns oito minutos e nove segundos depois, educamente, sou convidado a sentar numa das três cadeiras de plástico para o terceiro pico na minha vida. Acho que foram mais, mas tudo bem. Sinto-as um tanto trôpegas. O que? A cadeira, eu, a picante, sei lá, tudo, sabe?

– Pode sentar!

– Prefiro ficar em pé.

– É que sentado fica mais mole, meu senhor – responde quem, logo a chefeta, olha ela aí de novo, vigiando a jovenzinha com a agulhinha cheia da vacina ianque e, observo, quase que tremendo. Sinto a chefeta, levemente preocupada mas um tanto pré-irônica nos lábios entreabertos para me mostrar os dentes encravados na gengiva amarelada. Afinal, estes “velhos e velhas” hoje estão de lascar, acho que ela está pensando isto, com certeza. Mas continue, minha senhora, e ordenhe esta jovenzinha enfermeira:

– Vai com cuidado, minha filha. Antes veja se este polaco está bem mole. Coloque a agulha mais inclinada. Assim não. Incline mais um pouco. Agora …

– ENFIA LOGO!!! TUDO!!!

Pois foi uma das picadas mais suaves que eu tive na minha vida, confesso, tanto que primeiro eu olho para a chefeta em pé, ao lado de quatro assessoras, e pergunto, bem suave:

– Ela é estagiária, não é?

– É sim, polaco. Isto é para você aprender a não tumultuar a massa, seu braço mole.

Dei um tempo para o quíntuplo terminar de rir de mim para somente então virar para a quase enfermeira estagiária e fechar com este sublime fecho de ouro, na lembrança as tantas estagiárias de jornalismo com quem convivi e, amigavelmente chamava sempre de “minha tia”, embora tem umas que hoje já sejam “avós”. Ou quase. Outras, ainda nem arrumaram. O que? Ora, o rumo, meu, quer dizer, minha.

– Polaco!

– Que foi?

– Acabe logo este papo está qualquer coisa está para lá de Maraquesh. Afinal, o que foi que você falou, neste teu fecho de ouro, para a enfermeirinha estagiária que picou este teu braço mole?

– BOM FUTURO, TITIA !

– E ela?

– C H O R O U !!!

– E você?

– TÃO BEM.

. . .

– Com licença. Inté e Axé.

– Ô polaco mole!

– Fui

. . .


Exatos “quase” nove meses eis que me renasce hoje ao vento no meu másculo ventre mais ou menos isto ou a quilo. Seguinte. Siga-me ou caia logo fora da calha ora e ora nesta hora de reza minha quenga e santa senhora valha-me nos noves fora sem riso nem ciso ou cisco no lixo o risco do que fui-sou-serei-sereia largada na areia. Só. Sou. Quer dizer, ontem fui. Hoje não amanhã serei?


Moro na capital dum país tropical nunca abençoado pelos deuses minúsculos e diversificados. Adonde? Na parte plana do lado Sul da Asa fora do sovaco fedido da esplanada misteriosa onde abundam abundantes imigrantes eleitos pela brava gente brasileira tal qual igual saca? Ô saco. Acho que estou tão claro quanto as águas enlameadas que escorrem pelos córregos dos agora chamados subagrupamentos sociais
.

  • Toma aqui a tua denta. Dura de quatro anos no teu ânus. Mais. Toma, brava gente brasileira forte no ser vil. Ou ficar na Pátria Livre ou ir para a Puta que Pariu. Perdão pela Palavrinha tão abaixo quanto a do Parlatão no Parlatório.
  • DOCUMENTO, POLACO DA ESCRIBA !!!
  • Êpa, gentia gente. Sou da escrita, não da dita. Pega aqui na minha dura seu guarda um dia no futuro tu vais mendigar no pedaço da sobra dada pela politicalha adiantada que está nem aí para esta babaquice de “ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo meu Bom Brill.” Sabes com quem estás falando ora nem sei quem eu sou quanto mais tu não falo mais nada claro.
  • FALA LOGO POLACO OU TE ENCHO DE PORRADA !!!
  • NÃO FALHO ABAIXO DA CINTA MILICO SINTA !!!
  • NÃO TÔ SENTINDO NADICA DE NADA FICA A DICA.

Pois então tem exatos nove meses que estou aqui preso neste bom apê último no andar da vista para o aeroporto JK e para a ponte JK e para o céu azul de anil do meu Brasil na vontade de mandar tudo para puta que pariu.

  • DESEN – RÔLA, POLACO !!!
  • Pois não meu general de plantão sinta meu RÔLO!!!
  • Fala meu polaquinho corajoso mas sem tanta falha.

Pois não, meu general de plantão e sinta de novo meu velho RÔLO!!! Falo no meu sério sinta logo abaixo da minha cinta estou acá preso hoje faz nove meses de obra no prédio o tapume tapando tudo pó para todo lado pena que não daquele enfim uma merda só soa o que sei lá repito esta merda de espera pelo que virá pós nove meses mais o convívio com o covida que alcançou os peões em volta e finalmente hoje agora já atenção nas fotos que dizem melhor do que o quase dito por mim ora por meus fitos que me vou embora engulo toda vírgula sem pausa não fico por aqui agora a lua nua entra pela sala pelo quarto pelo sei lá o que estou me sentido penetrado por inteiro tal o feto feito vida depois de nove meses fechado aprisionado com vista do nada mother open your pernas gente finalmente tiraram o tapume de dentro aqui da minha casa alma apertamento nobre depois de nove meses de nós fechados e olha só o que enfim de novo nova na mente agora acerto o alvo navamente falo e revejo que nem toda esperança morre sim cada qual tal na mesma lua do ano passado luta que sobrevive nesta pandemia idiota agora bate um papo aqui comigo entendeu ou quer que eu repita TUDO?

  • NÃO !!!
  • Só tem um troço.
  • O QUE?
  • Não uso vírgula nunca mais.
  • ; ?
  • Oi lua.
  • ! ! !
  • Té que enfim.
  • ???
  • Lua nua crua sua …
  • Ide polaco que a vida te espera procure pelas criaturas com vida conviva convida reviva nunca revida viva polaco da zunha reacenda e chama a gentalha que dizia que te adorava que amigava que amancebava e o dedéu escambou?
  • Eu hein Lua Nua.
  • Que foi?
  • Ninguém mais se lembra de mim.
    Ah esta Manha de Manhã com saudades do Amanhã né mesmo polaquinho por que depois não te calas?


Domingo, cá na Bras-Ilha, Braz-Viu, 12:34, this 07 04 21, eu tô meio assim que mais assado. Como?

Down, daddy, yes, sei lá, come teu vô, vá, viu, falo prá tua vó qué minha.

Em pé !!!
Punho-me cerrado no joelho. Ôlho direito. Ólho. Só me faltava esta crase prostrada. Prostática figura máscula polônica-tupiniquínica-candanga-bahiánica. Prótese penística. Onde mesmo? Ai. Socorro, meu Santo Alemão.

Só se me chamar pelo meu nome de vero.

Deveras? Vera? Vem cá no meu bico.

Ya, Mamcasz. Ein minut!!! Nem + 1 segundo.

Nazista!!!
Daí, melado e mijado, respiro ao modo polaco, repito, espirro, respondo rápido, prostático neste mínimo do tempo que o alemão me dá, como sempre:

O que, mein polack?

Ok?

Nein! O que???

Eu tô fudido, Fritz.

Quem?

E U ! ! !

Repita, no grito, polaco, nesta minha orelha alemoa:

EU TÔ FODIDO!!!

Quem?

Eu, Mamcasz, seu porra do HausHeinHaiMen!

. . .

. . .

Polaco Mamcasz!

Quié, chucrute Alzenheimer?

Pague na saida.

Posso levar a morena?

Nein.

Fui.

Ide.

Não volto cá, tá?

Dank.

Fui, Adolfinho.

Heill!!!

Quié?

Devolva minha morena.

Nein!!!

Meu polaquinho.

Quié, minha moreninha?

Larguemo-nos no mundo.

E o Fritz?

Polaquinho!!!
This the End:
F U M U S ( Eu + a Moreninha + o Fritz).

??????

!!!!!!!!!


1

Título

A pomba do polaco gira,

vira, vira, vira.

Girou, viu?

Virou.

Vivi.

Vi.

Uma Pandemia Só.

Eduardo Mamcasz

Poeta Quase – Zen

This is a mild prose of this sympathetic polish with one einsamen taube dove solitary, repito, com uma solitária pombinha, ela, nos 18 do primeiro tempo, eu, muito do plus sexagenário, at this sunday em que acordo com tudo virado, embora não seja avesso a coisas e tais, contudo, reabro a solitária janela para a tela de uma longa obra inacabada da minha vida devida

Primeiro ato de fato neste dia não infausto, portanto, fausto. Ela me molha, a cândida pombinha, neste cerrado tempo em prisão domiciliar, mais de ano sem ânus nasal, ainda bem que ausente da distante tornozeleira alta, estilo salto eletrônico, digna de ser usada nos domingos ainda pandemônicos, mesmo que morrendo de vontade de surfar na terceira onda a caminho do inferno de vez

Valha-me Lili, primeira mulhar deste mundo, derrubada por Eva, as duas saturadas do chato Adão que não topava uma balada, ora, vamos em frente. Afinal, uma pulga polaca incomoda meus pensamentos eslavos incorretos. Vamos nesta até o quase fim, ele está bem próximo, desunidos, qual rebanho na luta pelo bom beijo na boca da piranha na travessia da vida. E por que? Ora, porque …

A minha pomba,

Rôla ou até rôta,

É mina assumida.

Você rola na rota reta e

Acoxa na minha colcha.

-Arretada!

Me achego no meio

Da língua estendida.

Você pomba segura

No que ora do meu?

-Vem cá minha pombinha!

Meto medo mas

Cochila na coxia.

Nela se amarra e

A coxa me acorda.

– A corda!

Sinto gosto de colcha nova

– Gosto

Do cinto da noiva.

Pressinto o gosto eminente

De uma outra boa aloprada.

No cio.

Por um fio, eu me viro

Filho polaco homófono

De uma nua puta luta

.-Vai, filha, gira, Pomba rôla!

-Giro!

– This is the end, my beautiful,

Positivo baiano e man polaco.

– Eu já fui, pomba.

-Volte, mamzinho!

– Que foi?

– Cê mesqueceu!

– Só me alembre.

– Me alembrando.

– No que do eu?

– Pombinha no cio!

– Quer que eu gire?

– No que?

– Bomba!

– Ok.

E você aí, ó pessoa abelhuda na ida,

Na espera do que para me desligar?

Pranto

Pronto

Ponto

Final.

– Tem liga, polaco.

– Eu que te ligo.

– Liga. Sim.

Negativo homo,

Positivo, moça.

– Tem mais.

– O que?

– Vô voar, vó.

– Não vá, vô.

– Vou só, sô.

– Ide!

– Fui!

– O K !


neste domingo inda pandemônico

pronto para surfar inté na terceira onda

seguinte min@

this is a mild prose of this sympathetic polish with once one onde einsamen taube dove solitary repito com a solitária pombinha aos 18 do primeiro tempo at this sunday em que acordo com tudo contudo virado abro a janela para a tela da longa obra e me olha uma cândida pombinha deste cerrado tempo em prisão domiciliar inda que ausente da tornozeleira alta ou do salto eletrônico

descrevo

a pomba

rôla rôta

regira

róla na róta reta

e acoxa na cocha

retada

se achega no metro

da linha entendida

segura

vem cá pombinha

meto o medo e ela

cochila

a cocha se amarra

na tua coxa

a corda

gôsto de colcha nova

no cinto da noiva

assinta

gosto da eminente

cochia a aloprada

no cio

fio

polaco homófono

gira

fia

pomba rôla

giro

this is the end mein beautifull

e positivo hein polaco baiano

eu já fui pomba

pois volte mam

que foi

cê mesqueceu

ô me alembre

antes abata a abelha que nos escuta

tô me lembrando

do que

minha pombinha intelecta cheia do cio

quer que eu gire

bomba

o que

ok

e ocê aí pessoa abelhuda e ida

espera o que para me desligar

tem liga polaco

te ligo

liga sim

a Deus

positivo homo

negativo moça

vamos voar

vou vô

vá só

domingo 23 de maio de 2021

pranto

ponto


Seguinte. Coloquei acá, alhures, meu atestado de Cabra Vacinado, devidamente autenticado pelo SUS, com a garantia, constante nos autos, de que sou um elemento “MACHO”, ou seja, do sexo dito MASCULINO. No caso, por ser polaco, mero Pleonasmo. Prá quê!!!

1 – Um@ grande amig@ trans me cutuca, escondido@, cobrando-me coerência, blá-blá-blá, e instando-me a entrar na campanha para que gays, lésbicas, trans e tãos sejam assim assinalados no certificado de vacinação de Covid-19 do SUS.

2 – Em respeito a ela-ele-L-e tal, mais ainda pela amizade recíproca, vou a uma rápida pesquisa. Né que a prosa é mais maluca ainda do que a gente pensa que não deveria ser? Pois adveja os dois lados, judeus de um e muçulmanos de outros, os dois, segundo este eu, tão imbecis quanto. Nos comentários abaixo, amig@s, coloco os ditos links, tá?

1- a – O aiatolá Abbas Tabrizian, clérigo iraniano, informa aos seus seguidores, através da plataforma Telegram, que a vacina da COVID-19 está transformando as pessoas em homossexuais.

1- b – Daniel Ansor, um rabino muito popular em Israel, pede que seus seguidores não se vacinem contra o Sars-Covid pois isso poderia “transformá-los” em homossexuais.

Moral:

Não resisto. P.Q.P. é o cacete. Explicito: Puta que os pariu. Bando de maluco. Ah, amig@ trans querid@. Discordo de ti. Acho que o SUS não devia colocar porra nenhuma na hora de identificar o sexo do vacinado. Pronto. Ponto. Falhei. Falei. Fui.

https://observatoriog.bol.uol.com.br/noticias/religioso-conhecido-como-pai-da-medicina-isla-diz-que-vacina-da-covid-19-transforma-as-pessoas-em-gays

https://odia.ig.com.br/mundo-e-ciencia/2021/01/6067400-lider-religioso-diz-para-fieis-que-vacina-contra-covid-19-pode-transforma-los-em-gays.html


1 – O governo de Israel ordena que neste ano pandemônico não mais de 10 mil judeus hassídicos ultraortodoxos se juntem no monte Meron para acender fogueiras junto ao túmulo do rabino Shimon Bar Yochai neste feriado sagrado de Lag Ba´omer.

2 – Segundo o jornal Jerusalen Post, havia mais de 90 mil. Na madrugada, a tragédia: 45 fiéis morrem pisoteadas e mais de 150 continuam feridas, algumas em estado grave. Um “desastre pesado”, declara o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

3 – Apesar da tragédia, centenas de fiéis se recusam a deixar o local e entram em confronto com a polícia que os impede de voltar para diante do túmulo do rabino Shimon Bar Yochai para a prece da “saída do sofrimento para a alegria.”

( De acordo com o Talmud, a Bíblia dos judeus, o Deus Jeová cria uma praga pandêmica nos tempos de Rabi Akiva que mata 24.000 de seus alunos deixando-o com apenas cinco. Um deles o rabino Shimon Bar Yochai. )

Assim acontece, 13 de abril, com 2 milhões de fiéis da Índia que se aglomeram para tomar o banho sagrado no rio Ganges em meio ao morticínio pandemônico de tal relevância quanto à do nosso Brasil onde a briga pelos cultos…

Moral final dos tempos:

Nesta semana, Israel impede que palestinos de Jerusalém – capital dos judeus, muçulmanos e cristãos – pois mal, Israel impede palestinos de participar da votação se estiverem vivos em … Jerusalém. Motivo: evitar aglomeração.

Adviso:

Antes do enter leio e releio este meu texto exatas 17 vezes.

Repasso páginas dos judeus Joseph Roth e da Ana Arendt.

Shalom.

Inté e Axé.


Em prisão domiciliar neste ano sabático da moléstia, impedido de viajar, agravo meus queixumes vis por conta da obra no prédio que me habita, impossibilitado da vista outrora aberta para a lua cheia e os aviões que passarolavam diante da minha janela da alma incrustada no sexto e último andar brasílico desta asa sul do plano classe média plus.

Na saída de agorinha, para fins alimentícios e beberírricos potencialmente descartáveis, entro na salinha improvisada do mestre de obras e, bem polaco distraído que sou, capaz de no repente não me reconhecer diante de um espelho, confabulo com a criatura presa no cotidiano do trabalho afinco:

– Bom dia. O fulano está?

– Sou eu.

Queixo caído, envergonhado mas nem tanto quanto merecido, desculpo-me e presto atenção na figura trabalhadora bem mais magra e decaída de há 12 meses passados quando ele começou a obra de restauração do prédio que me habita perseguindo, junto com seus peões paraibanos, os detalhes cotidianos em prol desta minha pobre classe média aprisionada em todos os sentidos.

– E como é que você está, tudo bem – pergunto na lembrança, no meu íntimo, do fato de que o mestre de obras diante de mim, emagrecido e acanhado diante da vida, tinha apanhado, há nove meses, o demoníaco vírus ainda chinês e, mesmo assim, continuado na labuta diária, comendo poeira e lama para que o prédio desta minha pobre classe média se renove a contento.

– Na verdade, desde que peguei esta covida, aqui mesmo nesta obra, ainda sinto dores na coluna, respiro com dificuldade, ando meio cansado e desanimado da vida, sem apetite para nada, tem vezes em que até me esqueço de quem eu sou na verdade sei muito bem, não é mesmo?

Puta que pariu! Palavrão feio, sei-o, mas me senti abaixo do cu do sapo sarnento. Vontade de dar um abraço solidário, fato proibido desde até quando não se sabe, eu totalmente desmobilizado e, com razão, desmoralizado que deixei para lá o motivo da aproximação e, bem tipo imbecil, confesso, apenas consigo, sem pensar, balbuciar:

– Mas você pelo menos está sentindo o gosto das coisas?

– Ah, sim. O cheiro, mais ou menos. O gosto da merda, sim, senhor.

Mais idiota ainda, acrescento e me retiro para esta minha cela tampada para o mundo exterior:

– Ah, que bom. Se não estivesse sentindo o cheiro, aí sim seria pior.

Final:

Silêncio na geral. Engulo a saliva. Subo para a arquibancada. Fico em casa. E daí, porra?

Fui. Inté e Axé.


No meio da matutina andança, Quaresma Pandemônica 2021 – seria obra do Destino – sou atraído pelo quadro abandonado na borda do lixo doméstico, quase no final das 400s da Asa Sul, Brasília, Detrito Federal, Brasil.

Diante de minha pessoa, no momento muito da insegura, eis que me aparece a Virgem Senhora, moldurada aos prantos, com o filho morto no colo, todo cheio de sangue, enfim, traído e lascado de todo. Resultado:

Abraço-me aos dois, apresento meus pêsames – foi covid? – e convido-os a caminhar juntos mas não por muito tempo porque, logo na sequência, a Virgem e Filho me imobilizam para ler o conjunto da obra ali conscrita:

Diploma da Irmandade de Jerusalém.

Declaro, por meio deste instrumento, Alvaro Clemente da Costa irmão remido da Terra Santa. Assinado: Frei Solano – frade menor. Rua do Sanatório, Cascadura, Rio de Janeiro, Guanabara, Brasil.

Na sequência, vejo a data: 3 de dezembro de 1959.

No ato me escorre no peito a lembrança Do Eu Menino, 10 anos de idade, sozinho no trem, interior do Paraná, de saída do lar materno, por vontade própria, para nunca mais voltar. Decidido a ser padre capuchinho, frei menor.

Aperto no coração o quadro emoldurado da Virgem e o Filho, este acabado de ser descido da cruz onde, pouco antes de colocado no colo da mãe, a única presente, havia chorado que nem um ser humano que não era, pois divino:

– Pai! Por que me abandonaste? Afasta de mim este

– Cale-se!!!

FIM DA CAMINHADA!


https://www.facebook.com/virovirusz

#pandemia #coronavirus #covid19 #vacina


– Florzinha! Tô indo no mercado para comprar umas coisinhas porque quero preparar um final de semana bem gostoso para o meu Polaquinho.

– Deixa que eu vou. Faço este sacrifício. Descanse um pouco, Madame.

Em um minuto eu já estou com a senha do cartão na cabeça, o mesmo no bolso, três sacolas a tiracolo…

– Três por causa do quê? Olha a listinha aqui. Dá para trazer na mão. Leva uma só, meu polaquinho mascarado mais lindo do final da Asa Sul.

Vou. Primeira desobediência. É para ir no mercado classe B, mais perto de casa. Evito o classe A, aceita até cartão corporativo. Não tenho mesmo. Desembarco sorrindo no mercado classe C, operado por gente da classe D, nas 400, quem conhece a História de Brasília entende do que estou falando. É que nem o entorno da banca de jornal quando eu moro em Bonsucesso, no Rio. Sabe a fita dorex para impedir que a gente folheie as páginas além da primeira colocada na parede para fins de discussão, essa sim bem da democrática. Conforme o assunto, é precciso fazer uma vaquinha para comprar o jornal e tirar a dúvida principal, que nunca vem na manchete, cambada de imprensa maliciosa. Só para vender.

De volta ao mercado classe C das 400 de Brasília:

– Bom dia seu Polaco. Quanto tempo. Cadê Madame? Deixa antes medir a quentura do seu corpo.

(Pausa).

– Como estou?

– Você já esteve bem mais quente, seu Polaco.

Explico um adiantamento a respeito deste mercado classe C das 400. Todo mundo se conhece, cliente e empregado. Quando a gente volta de viagem, Madame sempre tem uma lembrancinha para os mais chegados. Nesta época de sumiço, todos se vigiam. Cada reencontro é um alento na esperança mútua. Tudo nos trinques – máscara, medidor de temperatura, faixas no chão, álcool à vontade, daí a primeira reclamação:

– Quando é que vão servir aquela cachacinha, hein?

Lista de Madame à mão, alembro-me da ordem de, além do distanciamento, não ficar batendo papo e voltar mais logo ainda para “meus” braços. Primeiro, o espaço dos legumes:

– Oi seu polaco.

– Oi neguinha.

Outra explicação antes que me envolvam na onda racista. Nada disso. Na primeira vez, peço licença para a linda pessoinha, sorriso largo, sempre disposta, amiga de todos.

– Posso te chamar de neguinha?

– Mas é lógico, seu Polaco. Mas vou logo avisando.

– O que?

– Se me chamar de loirinha, faço o maior auê. Quer ver?

– Não, ne-gui-nha.

– Cadê minha Amiga?

– Está descansando.

A resposta é uma gargalhada de verdade, ela, baixinha, no empurro do carrinho superlotado de frutos para reposição na bancada porque o dia do sacolão foi ontem, hoje não. E ela:

– E por acaso Madame tem o que fazer além de cuidar de você, seu Polaco?

– … (gargalhada mútua).

– Mas deixa minha amiga descansar quanto quiser. Ela merece.

Dos legumes (uma abobrinha só, dois tomates no ponto, três pimentões verdes, um par de limão siciliano, aquele amarelo). No previsto meu íntimo pensar desde as primeiras horas deste dia, acrescento meia dúzia de limão verde, sabe aquele próprio para caipirinha? E vou indo entre outros como vai seu polaco e madame não veio por causa de que como ela te deixa solto etécetera e tal.

Antes de dobrar à direita, na última fileira de prateleiras, em direção ao biscoito e o bolo só serve se for de maracujá ou então o de limão porque a gente sente o gosto quase na hora de engolir está me ouvindo meu polaquinho?

– Bem nítido, Madame.

– Está onde?

– Parado aqui na prateleira das…

– Diga logo.

– Bebidas.

– Sabia. Tua oferta para ir sozinho e ligeiro estava estranha mesmo.

– Qual bebida? Já sei, não precisa nem falar.

– Vodka.

– Nem pensar.

– Mas é da marca boa e está escrito “super-oferta”. Só 22 reais cada litro.

– Está bom. Mas uma só, tá? E volta logo. Estou com saudades.

– De que, Madame mais impetuosa de todo o Plano Piloto? Saudades de que?

– Saudades do bolo de limão é que não é.

Para que. Confesso que fico desestruturado no ato. Pego dois litros de vodka, já com a desculpa na ponta da língua molhada. Uma para mim e a outra para meu irmão agemeado. E vou direto para o caixa sem pegar mais nada.

– Oi seu Polaco. Quanto tempo. E Madame?

– Bom dia, tchau, se cuidem, fui.

– Tá com pressa hoje, hein seu Polaco.

Antes de finalizar, se é que ainda tem gente na cola, no ouvido, duvido, mesmo assim adendo dois fatos dignos deste relato de outra escapadela anciã no meio deste pico doido:

1) – Junto aos caixas, tem os empacotadores. Na mesma laia, ou seja, na mesma intimidade respeitosa mútua com os clientes conhecidos. Noto um deles mais afastado. Pergunto:

– Tudo bem, rapaz?

– Comigo, tudo ótimo.

– E por que está afastado dos outros?

– Eles hoje não querem papo comigo e dizem que tenho que manter distância.

– Mas deve ter um motivo para tanto.

– Tem sim.

– Qual?

– É que eu nasci Flamengo e vou ser Flamengo até morrer. Sou campeão. Como se diz mesmo, seu Polaco, você que é estudado, pela vez 38?

Diante da gargalhada campeã mesmo que no isolamento, reajo à altura:

– Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem pergunta.

– Que é isso, seu Polaco. O senhor é sempre tão educado. Por que isso?

– É que eu nasci Botafogo-Botafogo-Botafogo campeão desde quando mesmo?

Daí foi uma risada só e lá vou eu de volta para os braços de Madame. Ato 2:

– Polaquinho, que saudades.

Ela vai logo abrindo os embrulhos para desinfetar e, o principal, inspecionar.

– Cadê o meu bolo de limão?

Diante do rosto pseudo de choro latente de Madame, eu Polaco no ato confesso que me alembro que com as duas vodkas no saco esqueço-me do restante da lista. Por isso, faço o possível para não transparecer tamanha indignidade.

– Pois então, Florzinha. O bolo estava tão feio, tão seco, tão sem graça…

– Trouxesse assim mesmo. Você sabe que estou com desejos.

– Espera aí. Não comprei no classe B (na verdade, foi no C) porque Madame Florzinha merece o bolo de limão do mercado classe A. Tô indo e já volto. Jazinho mesmo.

The End.

Na verdade, vou até o mercado classe B (e não o A) e compro o bolo de limão. Volto correndo, porque não é indicado ficar na rua, tendo casa, nestes tempos pandemônicos, ainda mais para quem tem reservados os braços de Madame, quer dizer, agora não porque ela está às voltas com o bolo limonoso e um cafezinho depois vem o cigarrinho depois o livro que está lendo. Só me resta, ao canto, que nem cachorro com sede, de que mesmo, finalizar lastimoso:

– Homem sofre, vou te contar.

Inté e Axé.


Re-volta Voadora Final em

Quatro Atos Pandemônicos

Março / Abril / Maio

Ano Fatídico de 2020

Eis que me aproximo do final de que mesmo não tenho a menor idéia. Em março deste fatídico 2020, três dias depois da chegada da dupla de risco Polaco & Madame em Berlim, é decretada a situação da Calamidade Pública Mundial – Pandemia. O que parecia uma quarentena de 14 dias na verdade ainda não tem prazo para a luz reaparecer na saída deste túnel que deixa de quatro poderosos, em crescimento e principalmente os mais pobres. Por isso, a principal recomendação se transforma na piada mais sarcástica impossível:

Estamos todos no mesmo barco

1 barquinho

Não, pessoa. Uns estão na jangada. Outros no iate. Muitos na canoa furada. Classe média isolada. Classe médica no sufoco. Pior ainda a situação dos serviçais lixeiros, bombeiros, motoqueiros, baderneiros, brasileiros. Aliás, adianto meu primeiro contato nesta revolta à Pátria que me Pariu, depois de uma insólita viagem intercontinental que perdura 36 horas. Na portaria do prédio onde coabito em Brasília, bairro classe B, ao pegar as chaves e as correspondências, ouço a seguinte recomendação da gentil porteira:

– Fique em casa, seu Mamcasz.

– Você tão bem, menina.

-EU NÃO POSSO!

Pois levo a primeira porrada nesta re-volta à Terra Brasilis. A viagem começa no despertar às seis da manhã na casa em Berlim. Às dez, avião levanta vôo no Aeroporto de Tegel, que está sendo fechado de vez. Aliás, o embarque é feito no Terminal C, numa espécie de terreno baldio, tal a situação de presente desolação.

Na prima parada desta re-volta, no aeroporto de Frankfurt, a São Paulo da Alemanha, o contato esquecido com a turba brasileira, manifestada pela forma inconsequente de agir sem respeitar a distância e, o pior de tudo, uns dez sem a máscara de uso obrigatório nas dez horas de espera em antevisão do vir.

2 frankfurt

Na sequência, a manada tupiniquim a um espirro do estouro, o embarque interrompido por diversas vezes para relembrar que a chamada era por grupo escrito no bilhete individual, até que o 777 da Latam alça vôo para onde mesmo?

Nas três primeiras horas da re-volta voadora é servido aos passageiros do infortúnio apenas uma garrafinha de água mineral e um página de papel para ser preenchida â mão para quem desembarcar na espinhosa Madrid.

Espanha por causa de que?

Eu comprei Sampa, cara.

O pouso da Latam em solo espanhol foi o mais fantasmagórico por que já passei nesta minha vida ambulante, acontecido perto da meia noite, as luzes internas apagadas, um aviso rápido de estamos descendo, de repente o baque no solo, a corrida, o freio, stop.

– Atenção para quem fica aqui em Madrid. O desembarque é somente pela porta traseira. Os restantes passem para seus novos lugares.

Nos 90 minutos em que ficamos a bordo, os seguidores da re-volta voadora, a desorganização latâmica chega o auge quando descobrimos que, a partir dali, até São Paulo, os assentos são outros, mais para a traseira do avião. Isso mesmo.

Não fica por aqui, não. A novela vampiresca da re-volta pela Latam continua. Ao descobrir os novos assentos na traseira do avião, no pico desta Coronavirus, encontramos tudo sujo, deixado assim por espanholados saídos.

Resultado. Garrafas usadas, guardanapos sujos, papéis riscados, ou seja, sujeira mental e física dos ditos passageiros é jogada no corredor do avião e, pior ainda, lá resta porque o pessoal da limpeza era mais sujo do que tudo.

– Aeromoça!

De quem é esta máscara usada aqui no meu asssento?

3 mascara

Resultado. Gastamos a nossa provisão de álcool gel para limpar cada centímetro possível do espaço que seria compartilhado nas próximas 10 horas até porque desembarcar não é possível e muito menos desejado nessas alturas.

A re-volta voadora continua

Finalmente, depois do longo desconfortável vôo noturno, o pouso em Guarulhos, pertinho da capital do poderoso, em número de mortos e contaminados, São Paulo. A passagem tranquila pela Polícia Federal.

Nada de parada na Receita Federal. Muito menos na vistoria alimentícia da Agricultura. O principal: ninguém para fazer o teste da pressão, da febre, enfim, pelo menos perguntar peloss sintomas presentes.

Tudo normal. Estamos de volta à Pátria que nos Pariu. Ah. Não se distancie porque a viagem não termina aqui não. Tem mais. A sequência final, uma hora a mais, até a capital desta Terra Brasilis, ainda vai acontecer.

Para tanto, esperemos outras seis horas num ambiente desolador, vazio, com gente sem noção, atestado solenemente pelo balde de lixo, a água pingada do teto e a placa de advertência pandemônica ao incauto:

Cuidado

Piso escorregadio

Goteira

4 placa

Pronto. São exatas 36 horas contadas desde o despertar em Berlim até o abrir as portas de casa em Brasília. Com direito a doses de desconfiança e desconforto e, ao final, um agradecimento sincero aos céus que nos acudam.

No normal, o retorno pela TAP teria durado apenas 14 horas, via Lisboa, direto para Brasília, transforma-se n um voucher que, se usado, terá valor insignificante, isto se a empresa aérea continuar rodando até sei lá quando.

Brasília teu cenário

era uma beleza

que se foi

A exemplo de toda boa novela, esta nossa aventura arriscada, por suposto, mas controlada na medida do imposto possível, termina bem, graças a quem, não sei, só sei que ainda há dias de tensão na atenção dos sintomas típicos.

Na chegada ao aeroporto JK, Brasília, o velho amigo nos aguarda, que nem sempre, com o nosso carro todo cheiroso, ausentes desta vez os abraços e até mesmo a carona até a empresa onde 85 colegas dele estão despedidos.

Ainda no espírito da novela que acaba bem, mas não para todos, passamos, no caminho, Asa Sul, bairro classe B, no supermercado idem, nome afrancesado, para as provisões primeiras desta necessária reclusão por 14 dias.

5 compras

Verdade se diga que o não acontecido na longa revoada para casa, na entrada do mercado, a simpática atendente mede nossa temperatura com o devido aparelho higienizado, que nem os carrinhos o foram, tudo nos 34 normais.

À frente da gente, um senhor idoso se demora na conversa com a moça do mercado medidora da temperatura alheia e, na nossa vez, ela comenta:

– Ele vem aqui toda manhã medir a temperatura do corpo dele porque diz que continua com medo porque há pouco tempo foi operado do coração. Na verdade, ele está bem e acho que está precisando mesmo é de conversar.

Na sequência, com as necessidades anotadas no caderno, fomos ao enchimmento dos dois carrinhos de compra, seguindo o caminho apontado pelas faixas novas no chão limpo e detedizado, os funcionários com máscaras e luvas.

Primeira impressão, quer dizer, segunda, porque a primeira mesmo foi sentir uma cidade fantasma no caminho do aeroporto até o final da Asa Sul, pelo Eixão, que saudades destes termos, então vamos à segunda evidência.

No mercado, começo da manhã, muito do vazio, noto a presença de duplas que constato serem funcionários de empresas novatas de entrega de mercadorias em casa, eles notadamente desconhecedores de certos produtos grã-finos.

– Caraca. Você viu só o preço desta peça de presunto da Espanha? Conhece?

– Véi. Presunto eu só conheço meu tio que morreu anteontem desta Coroa.

– E este pedido aqui?

– Nunca comi.

Na continuidade das nossas compras antes de chegar de vez em casa para o confinamento possível. No pedaço destinado aos legumese e às frutas tropicais, recolho o limão verde para a caipirinha que vai ter feijoada, por isso as laranjas.

– Éca. Isto só pode ser o tal do virus sinótico. Que coisa.

– Que foi, Polaco?

No meio das laranjas amarelas aparentemente sadias encontro algumas visivelmente atacadas e derrubadas pelo mais nojento e embolorado mofo. Pego, com cuidado, meia dúzia das piores, coloca em cima das uvas, e fotografo.

6 limao

Enfim, home sweet hoje, amanhã e até sei lá quando tenho a impressão que a coisa está estourando tal qual o previsto pelo idealizador desta Guerra Fria que sai de dentro de casa, pula para a mente doentia e invade as ruas para o que der e vier.

Adendo final:

Primo, o agradecimento permanente a todas as pessoas queridas que nos desejam uma boa ida de Berlim, uma boa chegada em Brasília, enfim, com sinceros pedidos de cuidados que continuam necessários e, com certeza, dúvidas a respeito desta re-volta num momento tão delicado para o povo brasileiro como um todo.

Adendo final:

A partir de agora entro em Quinzena de Silêncio.

Cumpro promessa feita à protetora dos polacos, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Matka Boska Częstochowsca – Mãe Preta de Częstochowsca.

Obrigado por ter trazido esta dupla de risco  de volta a esta Pátria que nos Pariu.

Continuamos sub tuum praesidium – sob tua proteção.

Entro agora no Silêncio.

Amém.

matka boska

 


Fase pós-pandemônica (13)

Em 24/05/2020

Quase fim

Do mim?

nytimes1

Domingo aqui em Berlim, amanhecer nublado, pingos convincentes de chuva, contagem dos cinco dias finais para o retorno ao atual pico mundial deste sino-virótico-pandemônico demônio, ou seja, minha Terra Brasilis.

Pois acordo tranquilo porque, no aparente, confirmado o vôo Berlim-Frankfurt, na quinta, 28, pela Lufthansa e depois, idem und ibidem, pela Latam, de Frankfurt até Guarulhos e depois até Brasília, a capital da Esperança (!?). TAP kaput.

Eis que adendo no meio internético, wifi esperta, e me caio de novo no real do que não devo jamais me afastar, não mais aquele receio de sempre no ontem – será que o avião vai cair – agora, sim – será que eu vou morrer?

Enquanto nós coleguinhas da dita imprensa exaltamos nas manchetes tupiniquins o número de palavrões ditos em voz alta, minha atenção é ativada para um merecedor de prêmio mundial de comunicação ativa. Existe?

Falo, desculpe, parlo da manchete deste domingo (24/maio/2020) do jornal gringo New York Times, um primor, se me permite um comentário deste repórter desde o longínquo dia 07/07/1977, atesta meu registro na ABI.

Primo, a manchete do NYT, ainda que prefira a sub-manchete e já o digo a causa, ó nobre editor da prima página que, na banca carioca de jornais levaria a imensas discussões mais imediatas do que este futuro Wifi.

Adianto que no Brasil tivemos primeiro as primordiais manchetes do Jornal da Tarde, estive no último ano de O Jornal, do Rio, e depois nas magníficas sacadas no botequim no meio do mato do Correio Braziliense. Lembra?

Antes que me derrame nas lembranças dos mancheteiros brasukas que se foram deste Planeta Terra, nem deveriam mesmo ter continado, menos eu que morro de medo mas não do fato, vamos já à pré- premiada manchete do NYT:

U.S DEATHS NEAR 100,000, AN INCALCULABLE LOSS

(Mortes pelo coronavirus chegam aos 100 mil – uma perda incalculável)

Antes, adendo que sou mais a sub-manchete, parecendo insignificante, na prima e já premiada página frontal do jornalão ianque New York Times que “apenas” coloca os nomes dos MORTOS-FALECIDOS-IDOS-PASSADOS:

OS MORTOS PELO CORONAVIRUS

NÃO SÃO APENAS NOMES NUMA LISTA.

ELES SOMOS NÓS.

Com licença. Não aguento. Puta que pariu, viu?

Antes da foto, repriso o que já de manhã aqui em Berlim, quiçá quase igual em Nova Iorque, ainda madrugada no Brasil com as manchetes dos jornais tupiniquins repetindo as cenas porno-realísticas tipo “boquinha” na garrafa.

Junto à foto do NYT que aqui repito, na minha página do Facebook coloco o seguinte texto representativo da minha depressão, por que não?

Os mortos pelo CoronaVirus são NOMES. Chega de NÚMEROS. Estatísticas. Projeções. Picos e achatamentos. Foram vidas. Fora virus. Ide. Viu. Sem palavrão.

Agora, apague tudo o que acabo de escrever. Fique apenas com a sub-manchete deste domingo, 24/maio/2020, do jornal New York Times. Traduzo mas acho ela que devia de fato ser a Big Manchete:

OS MORTOS PELO CORONAVIRUS

NÃO SÃO NOMES NUMA LISTA.

ELES SOMOS NÓS.

Então adendo:

FOMOS.

Inté!

nytimes


Berlim Ano Zero – Diário da Pandemia

Fase virótica pós-pandemônica (11)

 

Não que Eu – POLACO, CONFESSE!!! – seja chegado. Aliás, juro que nunca o fui, jamais, never nem ever, em absoluto. Quer dizer. Cherei, cheirei, xeirei, ser rei, ser gay, sei, que seja, não fui. Mais. Sempre tem um mas.

Acho-me nesta fase dita pós-pandemônica-virótica-sino, sim, sei que ainda não posso comemorar nem abraçar apertado a mina no pós-cruzar de olhares pseudo-fortuitos, com força, com brio polônico, ao realçar suspeito.

Estamos – Polaco & Madame, a dupla de risco – “Aqui em Berlim”, neste maldito trimestre com a coleira, desculpe, pulseira, não, tornozeleira mental a bisbilhotar cada sonho, remorso, enduvidada situação e tal.

Sorry. Preciso de um gole. De água? Não. Aqui, ela é muito calcárea. Estamos tão perto da vodka. Ai que saudades da minha avó polaca. Com raiz forte. Ah. Sorry por causa do quê? É que os sinos da igreja estão tocando. Sério.

morte

– Eduardinho!

– Quié, vó Sofia?

– Menino, você está tão estranho. E que coisas são essas com as folhas tão esquisitas que, só de olhar, está me dando uma zonzeira, doideira. Fale!!!

– Falar o que, vó polaca?

– Sei lá. Nem estava te escutando mesmo.

Mesmo assim, falo. Calo. Exalo. .

Eduardinho. É falo de falar ou falo deste teu negócio ainda tão pequeno?

– Vó. A mãe está aí por perto neste céu?

– Não. Está passeando com um anjo. Você conhece bem a Lola.

Então, falo agora. Estou aqui em Berlim, com Madame ao lado, no jeito de me olhar muito do parecido com o da avó, durona mas alegre, exigente em tudo, por isso mesmo eu nunca posso me descuidar. Mas agora eu falo o que sinto. Falo.

– O que?

– Nada!!!

Conta tudo!!!

– Para falar a verdade, vó da parte de mãe, EU POLACO CONFESSO que só dei uns golinhos, mas não traguei não.

Acontece que estou vendo aqui de cima você cercado de garrafas de vodka – me dê um gole – cervejas – outro gole – suco sei lá de que – não quero – mais uns biscoitos – de chocolate, é Eduardinho, não parece não. Me passe uns com estes galhos verdes esquisitos. Que folha é esta, meu neto? E você, está esquisito assim por causa de que mesmo? Falando enrolado. Ainda que você desde criança só o cachorro entendia o que você estava falando. Mas hoje você está mais esquisito, menino.

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– Vó. EU POLACO CONFESSO. Comecei pela tal Cannabis, de quem nunca ouvi falar dela processada com Absinto. Ms não tô sentindo nada. Até agora.

Mas já sentiu.

– O que, vozinha.

– Vozinha uma ova, Eduardinho. E fale que nem polaco. Que vozinha mais fraca.

– Falo.

– Pare com esta sacanagem, meu netinho. Você vai ser padre um dia. Continue.

– Depois, dei um beijão de boca na Maria Joana e tomamos juntos um gole da Vodka. Mesma coisa. Sentindo nada. Daí, a mesma folha verde no vinho. Nadinha.

Eduardinho!

– Quié, vozinha Sofia.

– Pois eu bebi uns goles deste negócio que você me passou e estou sentindo uma porção de coisas, sim, menino.

– O que, vozinha?

– Não vou te falar. Você está muito menino para isso. Me passe outro biscoito de chocolate. Mas que gosto diferente, né? Que mais?

– Quero.

– Eu falei “que” e não “quer”.

– O que?

– Eduardinho. Você esta me deixando doidona.

– Maluca.

– Eduardinho meu netinho polaquinho queridinho. Maluca eu?

– Eu que não, vozinha, mas lembra quando a senhora só para me sacanear, antes de oferecer aquele prato gostoso, sempre fui guloso, me perguntava antes.

– O que?

– Eduardinho. Antes de pegar este prato me responda antes.

– O que, vó.

– Caso você estivesse morrendo de fome, morrendo mesmo, não de virus que ainda vai chegar um dia, mas caso você estivesse morrendo, mesmo, de fome, e tivesse que escolher uma dessas três comidas, qual você ia escolher?

– Quais?

– Ranho, cuspe ou bosta?

– Ai, vó, vou vomitar.

– É. Mas você sempre escolhia uma para não perder a gostosura da vovó.

– Qual.

– Falo.

– Não, vó. Agora, não. Tem gente abelhuda escutando nossa conversa.

fachada fechada predio berlim

Polaquinho me conte mais uma história daí em Berlim, pensa que não estou cuidando de vocês aqui de cima?

– Então eu … falo!

– Polaquinho. Assim não vai ser padre. Vai virar jornalista. Vai sim.

Vó. Fomos noutro dia, fugindo da prisão domiciliar pandemônica, no Rokão Pesadão do Cross Club. Uma fumaceira que Madame quase chama os bombeiros. E eu:

– Florzinha. Fica na sua. Na muda. De boa.

E Madame ficou, meu netinho?

– Nada, vozinha. Ela é que nem a senhora. Só faz o que ela quer. E não deixa fazer o que eu quero.

– Está muito certa a Cleide. Chama ela.

– Não chamo.

– Chama. Olha que eu falo.

– Deixa que eu falo com meu falo, vó.

Enfiim, fim da prosa serena e amena entre um netinho e a vozinha nestes tempos de solitária Pandemia Virótica.

– Eduardinho. Não me engane. Você não confessou porra nenhuma. Fale!!!

Falo. Eu de fato bebi tudo mas não traguei nada.

– Que mais, meu netinho que não vai ser padre um dia. Não vai mesmo.

– Não tô sentindo nada mesmo, vozinha.

– Nem eu, netinho.

morte01

#aquiberlim

#berlimanozero

#commeusolhosvesberlim

#mamcasz

 


22/04/2020

cadeia01okbymam

   Diário da Pandemia em Berlim. Indo para os penúltimos capítulos desta sina sino-virótica. Nesta quarta, 22 de abril deste infame 2020, é o fim do campo de concentração a domicílio na Alemanha. Começando pelas lojas. Estão reabertas. Desde que se limitem ao espaço de até 800 metros quadrados de área usada por no máximo 40 pessoas a cada vez.

 

   Mas como o alemão historicamente é detalhista por demais e nunca por de menos, uma série de procedimentos precisam ser adotados pelo povo nesta falsa onda de liberou geral o confinamento social. A partir de segunda, 27, e não hoje, 22, a pessoa pode sair livremente às ruas sem ter que dizer o motivo que justifique o ato, caso parado pelo polícia multante.

 

   Algumas coisas ficam para quatro de maio, caso dos salões de corte de cabelo, unha, maquiagem e tal. Pela proximidade menor de um metro e meio, que continua sendo exigida, tanto o cliente quanto o barbeiro vão ter que continuar mascarados, sim. A partir da mesma data, vai poder até 20 pessoas no enterro ou no batizado e até 50 nos cultos religiosos em mesquitas, igrejas e sinagogas.

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   Tem mais liberação da prisão, desculpe, do internamento, falei que alemão é bem do sintomático. A partir de 31 de agosto, pode ter show com até duas mil pessoas. A partir de 15 de outubro, libera para cinco mil. Sem data prevista para abertura de qualquer restaurante, bar, mesa na calçada, pub, discoteca e puteiro, afinal, fica difícil manter o distanciamento.

   Para testar na prática o que a liberação representa, esta dupla de risco Polaco & Madame saiu ontem às ruas de Berlim, a pé mesmo, distância mais prolongada pelos bairros ocidentais e residenciais Wilmersdorf/Charlottemburg, em torno das avenidas Kudam, Kant e outras com lojas e até shoppings que também têm permissão para reabrir desde que o tamanho, a distância, o número, blá, blá sim.

   De fato, na rua de pedestres Wilmersdorf, com muitas obras no momento, a experiência demonstra um futuro liberto incerto porque a população local, principalmente os descendentes dos otomanos e dos czaristas, comportam-se tal qual os latinos conterrêneos, em risco certo por conta das bocas abertas nas risadas ou nas mordidas no kebab vindo para cima de você. Errado.

   De qualquer forma, a partir de hoje está acabado o isolamento social (horizontal/vertical/diagonal) aqui em Berlim. É chegada a hora de testar a manada que ficou no conforto lamentado de suas casas com salários garantidos. No acordo com o manual da OMS. Não a toa, repito conselho dado na hora do anúncio da libertação pelo vice-presidente da Academia de Ciência da Alemanha (RKI):

 

“O vírus não se foi. Não há fim à vista para esta pandemia

O número de casos pode aumentar de novo.

A situação ainda é grave.”

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Então, tá.

Inté e Axé.

Seja o que Deus/Alá/Jeova continuar  querendo.

Tschuss.


O “Diário da Pandemia em Berlim” pretende neste ensolarado domingo ser menos down e levar em conta as amizades ao redor deste mundo hoje imundo. And so, sem ser pretensioso, muito menos pernicioso, não repasso today meus pensamentos eslávicos que não levam ao up os que estejam mais precisados do que este escriba, agradeço, ainda beneficiado pelas deusas de outrora.

Difícil ser otimista, mas vamos lá, polaco, faça um esforço, largue este copo de vodka e deixe que um pouco do seu vire muito do outro. Pois vamos lá. São vários os motivos para este meu jeito instável de estar neste quarentena que deixa de ser o brinco da quinzena e de fato se encaminha para os 40 dias. Quiçá a prisão se dilate e faça com isto que eu sinta deleite por continuar …vivo.

 

Vamos aos fatos. Nos Zaps de ontem, primeiro a cunhada em Brasília preocupada com a madrasta, no Rio, da filha, em Carolina do Norte – USA. A segunda mãe, médica, internada com o Corona. A primeira mãe, amiga, preocupada. A filha das duas, prefiro reproduzir as palavras: “A Bela está chateada mas ela está confiante de que tudo sairá bem”. E completa a prima mãe cunhada:

“Ela fica me acalmando, sempre positiva em tudo!!!”

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Pois continuemos a prosa solidária porque no final tem liga. Outro Zap de ontem foi com o amigo Soter, Brasília, editor do meu primeiro livro, Eu Trovão, nos tempos do mimeógrafo. Hein? Fazia tempo que a gente não se conversava. Sei lá o do porquê. Por que? Antes, a fala dele:

-Olá, polaco. Não fala mais com os amigos?

Bem no estilo eslavo, respondo:

– Só escuto.

Resultado. O amigo antigo me convida para participar, mais onze, do sarau online “A Poesia Liberta” para posterior postagem, via You Tube, nas redes sociais, no que ele é bom. Contínuo, continúo, desculpe-me os assentos, ora, acentos fora da hora. Ora, ora. Eu não sou louco. É pouco. Tem ainda tantos amigos e amigas ao redor deste mundo e, inclusive, aqui em Berlim. Todos longe. E perto. Juntos?

Na sequência do pensamento, neste sábado, hoje é domingo, a dupla Polaco & Madame passa de manhã na feira semanal de rua, no distanciamento legal, para comprar os primeiros aspargos da estação, leve caminhada, lenço à boca, parada para um café to go na praça e, às sete da noite, outra saída legal na rua bem perto de casa para três manifestações musicais rápidas da vizinhança.

Na continuidade do raciocínio inicial, de que tenho tantas amizades ao redor deste mundo e, que nem eu, quem sabe não tem alguém neste momento precisando ouvir uma palavra amena, apesar do brinco deste conhecido mode de ser deste polaco. De noite, ligamos os apetechos técnicos da sala e juntos, agarrados, sim, acompanhanos o show online Um Mundo Só, da OMS. Saúde!

Das quatro horas de convívio íntimo globalizado destaco do show, para este pseudo finalizamento do diário neste domingo quase indo para a segunda, o cantado pelo Stevie Wonder. Nome da música: Lean on Me. Ou seja: Conte comigo. A música é do gringo negro Bill Withers. História de vida incrível. Família miserável das minas de carvão de West Virginia – USA. Morreu agora em março.

Para terminar a prosa de hoje começo pelo final da música, tudo a ver com o minha concessão de que temos que mudar o espírito decadente diante do virótico momento. À luta. Eia. Sus. Cantemos juntos:

Please, swallow your pride

If I have things

You need to borrow

For no one can fill

Those of your needs

That you needs

That you wont let show.

Por favor, engula seu orgulho.

Se eu tiver algo

De que você precise

Lean on me

Conte comigo.

Ninguém pode ajudar

Se você não me contar

Que está precisando, tá?”

– Escutou?

– Sim.

– O que?

– Isso aí.

– Então me liga.

– Tá.

– Inté e Axé.

– Tschuss.

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Foto do “ursinho” colocado no meio dos entulhos da construção, aqui perto de casa, em Berlim, de um novo prédio no lugar do que era a da Frei Universitat. Não consegui pergar para mim. Você quer para si? Se sim, volto lá e peço. Sim ou Não? This is the question.

https://www.letras.mus.br/bill-withers/43066/traducao.html


O que seria de nós reclusos sem os serviçais

( O mais recente capítulo do livro em gestação

Diário da Pandemia em Berlim )

Da varanda da cela desta cadeia pandemônica ora em Berlim, primeiro no primo andar, agora no sétimo céu, acompanho de cá lá no chão a classe operária que um dia iria ao paraíso  que, enquanto aqui neste inferno virótico, trabalha de cara aberta, sem manter distância mútua, no afã, entre outros, de catar o lixo nosso de antes, no depois e, principalmente, enquanto dure esta quarentena que se alonga no incerto.

Tem ainda os meio próximos, os serviçais da faxina geodetetizante da nossa moradia coletiva mas selecionada. Junto com eles, chegam o carteiro, o entregador de marmita, e para quem não ousa o êxito  as compras do mercado  nesta fase de tudo online, só quero ver como vai ser quando esta sociedade voltar a ficar offline, offemprego, offescola, offquasetudo da vida.

Falei aqui noutro dia do acompanhamento que fiz, desde o primeiro andar, ao fazer o café, quando no prédio do outro lado da rua, sempre às 06h45m, saía uma mulher de meia idade com a função de retirar para a frente da rua quatro conteiners de lixo, de cores diferentes. Quinze minutos depois chega o caminhão de lixo, cada dia de uma cor diferente, afinal somos uma sociedade toda reciclada.

Tem ainda, igual aqui em frente, mas neste caso mais do alto, os laboriantes do leste europeu trazidos para comerem poeira suja de cimento misturada ao asfalto e ferragens das obras do metrô que garantem ser de essencial urgência para os que não se aventuram nem a pegar um vento à janela, vai que o coroa chinês adentra o sacrossanto lar transformado em creche, asilo ou como se diz, home office.

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                 Was wurde aus uns Gefangenen ohne die Diener werden?

Pois acordo hoje e olho para o parque em frente, que começa a ficar verde primaveril, e onde a classe média pseudo-encarcerada a domicílio pode deitar na grama e ensolarar suas ancas durante um certo tempo, ou então dar vazão ao tratamento dos amados cachorros ou fingir que se pratica algum tipo de exercício com as crianças aqui não mimadas e loucas para voltar ao convívio social das escolas.

O cenário da servidão a serviço dos que temem o coronavirus, parecendo que aos serviçais ela não alcança, nesta manhã começa pelo trator que apara o gramado, o caminhão que recolhe as folhas, o romeno que passa o aspirador nas quinas da calçada, enfim, até os expiradores de água, diversos, no afã de deixarem tudo limpo e cheiroso porque logo mais chegam os humanos e os caninos enfurnados nas celas.

Deixo então para o final o propósito desta ata, espero que não a final, afinal ninguém sabe  nosso sino destino, para contar um episódio genuinamente alemão. No silêncio, chegam dois caminhões. Dois motoristas. Um com o enorme guindaste. Atrelado ao outro, uma pequena máquina. Aguardemos. Já descrevo este ato que, com certeza, é de extrema importância para a sociedade, diria essencial. Detalho.

O motorista do primeiro caminhão sobe na cadeira na base do guindaste e ele mesmo aciona o controle e vai subindo até o meio da árvore verde e frondosa e começa, já com a motoserra acionada, a cortar cada galho maior do que o outro. Na calçada, o motorista do outro carro pega os galhos, inclusive os troncos, coloca na máquina que tritura tudo e joga na carroceria devidamente protegida pela coberta. Viva a sociedade reciclada. Fuck the virus.

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Que deviendrions-nous prisonniers sans les serviteurs

Daqui de cima, superior, de longe, protegido,  não vejo em nem um e nem outro qualquer sinal de mascarado, enluvarado e tal, mas estão bem arrumados. Ao final dos cortes e da trituração, avança o melhor jeito alemão de trabalhar, mesmo que no meio de uma pandemia virótica desalmada apenas para alguns setores. O segundo motorista pega um rastelo, recolhe as folhas caídas na calçada, e depois varre tudo.

Ao final, o primeiro motorista, que havia subido, já está ao chão e recolhe a escada, a serra, o guindaste, os cones de trânsito que desviaram os carros de uma das duas pistas. O outro motorista aproveita para limpar as peças usadas, bem como a carroceria traseira e guardar o rastelo, a vassoura, o aspirador e, enfim, pergunto aqui de longe, de cima, superior:

  • Você não se preocupa  com este tal Sino-Corona-Virus19? 

Enquanto os serviçais continuam a vida dita essencial para a sociedade melhor situada, independente dos riscos que pegar ou não o coronavirus, morrer ou não, acontece agora, lá no Centro dito Mitte, o encontro nacional, online, lógico, da Chanceler Angela Merkel e todos os governadores da Alemanha. Baseados nos conselhos da Ciência Moderna, bem protegidos, resolveram prolongar o isolamento social.

– Mais ainda?

Pois então deixemos os serviçais trabalharem em paz, lógico que não me esqueço dos médicos, enfermeiras, motoristas de ambulâncias, faxineiros de hospitais, pegadores de teste, fornecedores de máscaras, policiais e até os guardinhas que vigiam a sociedade protegida para que no parque em frente da minha cela domiciliar  não se achegue por demais e tome seu sol nas ancas à vontade. Pelados, sim; sem máscara, jamais. Heil!

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                     ¿Qué sería de nosotros prisioneros sin los sirvientes? 

Adiantando alguns pontos que começam a valer depois do acordo feito entre os governos federal e estaduais da Alemanha e anunciados agora há pouco:

– A partir de segunda, 19 de abril, podem abrir lojas de até 800 metros quadrados de área.

– A partir de 4 de maio, algumas coisas a mais são permitidas, tipo salão de cabeleireiro e, principalmente, a volta gradual às escolas.

– Até 30 de agosto,  nada de grandes eventos tipo shows e até mesmo jogos de futebol.

– Continua proibido, só Deus sabe até quando, os cultos em igrejas, mesquitas, sinagogas e outros do mesmo teor.

– A mesma coisa, tudo fechado, para os bares, restaurantes, teatros, óperas, cinemas e discotecas.

Tudo isso, como acaba de dizer a Angela Merkel, bem tipo dona de casa, porque a Crise do Coronavirus, na Alemanha, alcança apenas um “frágil sucesso interino.” Ou seja, nada de se encostar um no outro, embora o povo alemão seja mesmo do tipo arredio. E continuar na rua, trabalhando, independente da condição, só mesmo os serviçais desta sociedade devidamente protegida. Ela. Eles, não.

Pronto. Terminado o relato de hoje neste Diário da Pandemia em Berlim. Normalmente, eu sei como começa e não tenho idéia de como termina este relato que tem sido diário, desde 11 de março de 2020, quando aqui cheguei para três meses legais de permanência, aliás,  como esta dupla de risco, Polaco & Madame, tem feito há muito tempo e mais ainda quando deixou de ser serviçal pública da comunicação.

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Inté.

Axé.

Tschuss.

https://www.morgenpost.de/vermischtes/article228910311/Coronavirus-RKI-Fallzahlen-Deutschland-Merkel-Corona-Kontaktsperre-Massnahmen.html


sabado 2okPois então. Primeiro sábado de abril, acho que o quarto aqui em Berlim, da dupla de risco Polaco & Madame e, desde ontem com as novas leis de convivência social acertadas pelos chamados ministros do Senado de Brandemburg. Pois não seja por isso. Escapemos juntos desta prisão domiciliar, sétimo andar, linda vista, sol gostoso clamando “vem cá”. Vamos?

Primeira regra. Passou depois de alguma discussão entre verdes/pretos/vermelhos/brancos. A pessoa, sim, desde que não seja de risco/afetada/adoentada, pode e deve dar uma voltinha ao parque próximo, aconselha-se a companhia de uma criança ou cachorro, este com a devida identificação, inclusive o recibo do pagamento de imposto anual.

Acontece que toda regra alemã sempre tem uma contra-regra mais germânica ainda e isto acontece em tempo dito normal, imagina agora neste inferno. Exemplo. Parou no parque para pegar um sol. Agora pode levar um cobertor para estender na grama. Mas não pode demorar. Tem que ficar pelo menos cinco metros um do seguinte. Mas não fica por aqui/ali/alá.

Primeiro objetivo, até porque se a Polizei resolver te parar, tem que ter uma direção explícita: nosso mercado de rua de todo sábado, ao lado da igreja evangelista, perto aqui de casa, na Hoho, lembrado? Regra usada, até porque desde ontem a multa é de 50 euros na hora, ora, e se eu não tiver, é melhor que tenha, mané chucrute. Turista? Ih. Fudeu. Já falo o do porquê.

Mas a regra seguida desde o começo/meio/fim é o de ninguém chegar a menos de um metro e meio da outra pessoa, a não ser que prove ser íntima na cama, e no caso da feira semanal de rua, isto vale principalmente na banca de legumes – pegamos um cebolão e um pedaço de gengibre fresco da roça – e até na de pães/doces/tortas/presunto – desculpe – vivo,

A meta, caso a polícia nos pare no meio do caminho vira um pedra no sapato, é a mesma feira de todo sábado, ou seja, aquele pão turco especial, vale a pena, um euro e meio e dá para uns quatro dias, se bem comido. Traduzo: Anatolisches Brot (Milchfladembrot). Pão ázimo do deserto. Leva wasser, salz, backmittel, sesam e, lógico, a milenar farinha velha do mundo.

sabado 3okPronto, seu polizei, está satisfeito com o motivo da escapada da prisão domiciliar deste casal de risco, aqui denominado Polaco & Madame? Apenas lembro que você, alemão, fez coisa muito mais feia do que este coroa chinês, quando invadiu, de mãos dadas com os russos, a minha querida Polônia, na Grande Guerra, só porque nossas mulheres são bem mais gostosas que as vossas.

– Florzinha. Cala a boca. Vai que o seu guarda entende “espanhol”.

Pois não é que o seu guarda alemão entende “portunhol”?

– Só não concordo com a parte das mulheres. As brasileiras, polaco, e não me contenho diante de vossa Madame, são as mais gostosas. Ou não?

– Ya.Ya. Ya.

– Podem continuar a escapada. Mas sem demorar. E finjam que não são turistas.

– Por que?

– Ide, polaco. Mania de vocês, eslavos, falarem demais diante de nós, germânicos. Ah. Se quiser pode deixar a madame brasuka que vou achar ó-ti-mo.

– Vamos, Florzinha feminina. Não estou gostando nada desta prosa gostosa.

– Posso ficar mais um pouquinho? Quero dar Boa Páscoa pro Seu Gualda.

Pois fomos. Para onde? Por aí. Sempre fingindo um rumo. Sem parar muito. Entrada na banca de jornal para a revista em inglês para os expatriados – Exberliner – que ainda não chegou. É mensal. Uma foto rápida, sem parecer turista, na vitrine da loja fechada, virótica, pandemônica, com um belo motivo de Páscoa ora chegando. Costumava ser dez dias de feriado geral. Não mais.

– Circulando, Madame.

– Venha, meu polaquinho. Mas não se esqueça. Dois metros de distância de mim.

– E como é que eu polaco vou caminhar sem agarrar nos seus peitinhos brasucas?

– Não vai!!!

– Caminhar???

– Venha!!!

Fui, né. Mas agarrado. Levei ao pé da letra.

Aposto que você pessoa abelhuda está perguntando aí:

– E as regras de convivência nestes tempos pandemônicos aprovadas nesta sexta-feira pelo Senado de Berlim?

Pois respondo bem ao modo polaco de ser:

– Agora não, pô!!!

Então tá.

– Não esquece de levar noutra mão, a livre, o quilo de aspargos colhidos na roça nesta madrugada, e que vou preparar daqui a pouco lá em casa, tá, mein polaquinho querido. Isto, continue. Assim. Ai. Ui. Óia!!!

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Este capítulo, do dia 04/04/2020, faz parte do livro em andamento “Diário da Pandemia em Berlim”. Sem prazo previsto para acabar. Faz parte dos projetos junto ao NanoWriMo e Clube do Livro. 

Inté e axé.


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Brasileiro no estrangeiro em tempos de coronavirus. Será que vai ter o mesmo tratamento daqueles levados de volta desde a China em avião presidencial da nossa Fabinha? Pois então, vamu lá.

Na primeira situação de risco, cá na Europa, este polaco e a madame, foi na explosão da usina nuclear então soviética de Chernobyl. A gente estava a uns 100 km do local. Agora, outra situação de risco, ainda que, voltando, no Brasil a situação não difere de cá.

Com visto de permanência até junho, residência garantida até lá, além da promessa de seguro viagem de que, excepcionalmente, atenderá neste caso pandemônico, a escolha nossa foi a de não regressar no momento, mesmo com a ameaça de fechamento. E daí?

Daí que em sendo brasileiros, temos a proteção de nossos funcionários itamaratecos, através do que aqui se chama BRASILIEN BOTSCHAFF. Será mesmo? Então, vejamos:

Comunicado da Embaixada do Brasil na Alemanha:

A Embaixada do Brasil em Berlim faz saber aos interessados, por meio da Comissão de Seleção designada pelo Embaixador (Nota do autor: na verdade é uma mulher, então, Embaixadora) do Brasil, que realizará processo seletivo para a contratação de 1 (um/a) Copeiro/a-Arrumador/a para Residência. Os interessados deverão remeter documentação, por via postal registrada, até o dia 20 de março de 2020.

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Ops. Desculpe é o cacete. Isto está sim na página coronática-pandemônica da Embaixada do Brasil aqui em Berlim. Na verdade, o anúncio valendo a partir desta quarta-feira, 18 de março de 2020, é o seguinte, preste atenção seu brasuka:

Em atenção às medidas de prevenção ao contágio pelo COVID19, o Setor Consular da Embaixada em Berlim, a partir do dia 18 de março corrente, quarta-feira, limitará o atendimento presencial apenas aos casos de comprovadas emergência e necessidade, que serão avaliados caso a caso e agendados com antecedência.”

Pois na parte resignada aos comentários tupínicos, cito o abaixo, embora não colocando o nome do patrício aflito aqui na Alemanha que não pode entrar na Embaixada do Brasil a não ser virtualmente. Diz ele:

Estamos tentando agendar online no Ausländerbehörde de Berlin para pedir o Visto de Estudante. Site diz que o agendamento está indisponível desde 28/02. E pessoalmente não aceitam, por causa do coronavírus. O que fazer? “

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Pelo sim, pelo não, a Embaixada do Brasil na vizinha Áustria que, nos tempos do Adolfo fazia parte da Germânia, colocou o seguinte alerta na página online:

Recomenda-se aos brasileiros de passagem pelo território austríaco que avaliem antecipar o retorno ao Brasil, a fim de evitarem ficar bloqueados em caso de novas restrições.”

Se acontecer alguma coisa com brasileiro aqui na Europa e precisar do ofício da Pátria Amada, as embaixadas ainda completam nos avisos quase fúnebres:

Tendo em vista a necessidade de adequação da Embaixada do Brasil em Viena para proteger a saúde dos consulentes e dos funcionários, informamos que a partir de segunda-feira, 16 de março, o Setor Consular funcionará exclusivamente em regime de plantão. O atendimento ao público será feito por telefone ou e-mail.”

E completo. Sem choro nem vela. Inté e Axé. E seja o que Alá-Jeová-God quiserem. Amém, uai.

embaixada

http://berlim.itamaraty.gov.br/pt-br/News.xml

https://mamcasz.com/2019/04/17/embaixada-do-brasil-em-berlim-e-atacada/


Pois então. #coronavirus. Quem passou a gona para quem – Trump or Bozo? Mas estou aqui com minha cara #angelamerkel em #berlin. E chega de asterisco. Ah se te risco do Mapa, Coroa. Sem esta, Polaco, te Virar para Quem, hein? #heill

Vamos nesta. Agora, sério. Coronavirus em Berlim. Aqui, o Karnaval der Kulturen acaba de ser cancelado. Ao contrário do Rio. Ou Choro? Mas vamos ao prático, estou aqui em Berlim, no dia a dia, metrô lotado, ônibus cheio, nem 1 mascarado.

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(Photo by Mamcasz – Spandau – Berlin – 12-03-2020 – Free use.)

Rápido ao Ponto da Prosa. Dói hoje porque amanhã tenho mais. Ou não. Sei lá. Duas rápidas Observações de Fato Aqui em Berlim nestes tempos de Coronavirus:

1 – Rickenbacker’s Music-Inn. Existe desde os tempos dos Gringos que, junto dos Ingleses, Russos e, por incrível que pareça, os Franceses, ocuparam manu militari Berlim de 1945 até 1990. Juro!!! Volteando. Ricken. Bar com música ao vivo todas as noites. Quase no sempre não paga para entrar. Só para beber. Também para o comer. Revolteando … complete logo, polaco, cadê o coronavirus na tua Berlim? Primeiro, mudou a forma de se cumprimentar. Como? Tudo bem que alemão, mesmo, nunca foi de se chegar mais, um abraço afetuoso, beijo então, que os russsos – polacos, não – na boca, nem pensar. Seguindo:

1-a – Esta vi no Ricken. Os músicos, na chegada, no preparo, não se tocam mais (tocam, sim, depois, a música, pois, pois). No lugar do aconchego, veja só. Por causa do #coranavirusemberlim , os artistas estão se cumprimentando com toques mútuos nos cotovelos. Isto mesmo, Perguntei a causa. É que o cotovelo foi desprezado pela Organização Mundial da Saúde. ???. Não gospe mais na mão, menino. Só no cotovelo. Por isso, e pela Coroa de Berlim, os músicos estão se cumprimentando com toques mútuos dos cotovelos. Juro!!! Fiz o mesmo. Tente aí. E eu #aquiemberlim.

2 – Outra. Esta eu vi na estação do metrô linha que vai só Sudeste Migrante Islâmico até o Noroeste Migrante Eslavo de Berlim . Exatamente foi no Meio do Fio, na estação U Berlinerstrasse. Strasse não é estresse. É estrada mesmo. E o que eu polaco vi nestes tempos de Coronavirus aqui em Berlim?

2-a – Dois negos, africanos, que existem aqui em Berlim, recebidos nos tempos comunistas, do lado da DDR, querendo estalinizar África e América Latrinas. Dois negos na boa, sem máscara, no metrô, ao se encontrarem fazem a seguinte saudação coronavírica:

2-b-a- No lugar do aperto de mãos, ou punhos, voltados para cima e para os lados, a moda agora é:

2-b-b- Primeiro passo, ao ritmo de uma dança parecendo samba, sei lá, meu, sou polaco. Primeiro, o calcanhar esquerdo de um nego toca o calcanhar direito do outro africano. E depois?

2-b-c- Segundo passo, no mesmo ritmo. O calcanhar direito, meio torto, do segundo nego, toca o calcanhar esquerdo do primeiro preto-alemão. Pronto, falhei.

Quase final:

Enquanto escapo da Coroa Aqui em Berlim, amanhã conto como vai ser, ou foi, minha ida daqui a um cadinho, noite-madrugada, no Rock Sage im Berlim. Toda quinta-feira, tem duas bandas de rock bem do alternativo. A partir das 11 da noite até sei lá que horas, ora. Redondeza dita suspeita para espíritos mais brancos[, ops, brandos de espírito. Hoje, a convite do amigo líder da banda Happy Dog Brown. Amanhã, eu conto. Volte aqui, tá ô meu, minha nossa Coroa Aqui em Berlim. Tschuss. Com ou sem Vírus. Sem Máscara. Não sou o Zorro. Sou Polaco, pola. Fui.

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Heil Nazi! Are the German people guilty?

Heil Nazi! Sind die Deutschen schuldig?

De volta à série, in loco, do projeto “Berlin Stund Null (Berlim Ano Zero)”, o eterno recomeço do Nada, que não se inicia em 1950, como preposto, numa forma de apagar o complexo de culpa coletiva pela barbárie nazista.

Back in a new series, in loco, for the Berlin Stund Null project (Berlin Year Zero), the eternal restart of Nothing, which does not start in 1950, as a preposition, in a way to erase the collective guilt complex for Nazi barbarism .

Zurück in einer neuen Serie, in loco, für das Berliner Stund-Null-Projekt, den ewigen Neustart von Nothing, der 1950 nicht als Präposition beginnt, um den kollektiven Schuldkomplex für die Nazi-Barbarei zu beseitigen .

Nur als Einleitung, indem man hinzufügt, dass in dieser neuen Reihe neben der Beteiligung des deutschen Volkes am Kollektiv zwei wichtige und miteinander verbundene Aspekte des Kollektivs in das Unbehagen der Nazis eingefügt werden, das übrigens nukleare Reaktionen hervorrief, falsch?

Apenas como intróito, adendo que nesta nova série se inserem duas vertentes importantes, e interligadas, em cima da participação do povo alemão, no coletivo, no incômodo nazista que, por sinal, provocou reações nucleares, errado?

Just as an introduction, adding that in this new series two important and interconnected aspects are inserted, on top of the participation of the German people, in the collective, in the Nazi discomfort that, by the way, provoked nuclear reactions, wrong?

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Ponto 1. Resistência alemã ao nazismo. Houve? Da parte dos judeus, não. Da parte dos comunistas alemães, sim. Da parte dos militares germânicos, sim. Milhares foram executados.

Point 1. German resistance to Nazism. There was? On the part of the Jews, no. On the part of the German communists, yes. On the part of the German military, yes. Thousands were executed.

Punkt 1. Deutscher Widerstand gegen den Nationalsozialismus. War da Seitens der Juden, nein. Seitens der deutschen Kommunisten ja. Seitens des deutschen Militärs ja. Tausende wurden hingerichtet.

Punkt 2. Kollektive Schuld der Deutschen, für die Nazis gestimmt zu haben, teilgenommen, gekämpft, kurz gesagt, ich habe die genozidalen Bedingungen akzeptiert. Einschließlich der nationalsozialistischen Beteiligung christlicher Kirchen – lutherisch und katholisch. Das deutsche Volk hat einen Schuldkomplex, ja.

Point 2. Collective guilt of the Germans for having voted for the Nazis, participated, fought, in short, I accepted the genocidal terms. Including the Nazi participation of Christian churches – Lutheran and Catholic. The German people have a guilt complex, yes.

Ponto 2. Culpa coletiva dos alemães por terem votado nos nazistas, participado, lutado, enfim, aceito os termos genocidas. Includo a participação nazista das igrejas cristãs – luteranas e católicas. O povo alemão tem um complexo de culpa, sim.

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Apenas para aquecimento desta nova série, libero um trecho do panfleto II do pequeno grupo estudantil, fichado como “Rosa Branca”, pela Gestapo, antes de ser guilhotinada:

“ Nosso povo alemão continua a dormir seu sono indiferente e estúpido … ninguém pode ser absolvido: cada indivíduo é culpado, culpado, culpado!!! ”

Just to warm up this new series, I release an excerpt from pamphlet II of the small student group, registered as “Rosa Branca”, by Gestapo, before being guillotined:

“Our German people continue to sleep their indifferent and stupid sleep… no one can be absolved: each individual is guilty, guilty, guilty !!! “

Um diese neue Serie aufzuwärmen, veröffentliche ich einen Auszug aus der Broschüre II der kleinen Studentengruppe, die von der Gestapo als „Rosa Branca“ registriert wurde, bevor ich guillotiniert werde:

„Unser deutsches Volk schläft weiterhin gleichgültig und dumm… niemand kann freigesprochen werden: Jeder Einzelne ist schuldig, schuldig, schuldig !!! “.

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Tem ainda o Eric Voegelin no livro “Hitler e os Alemães”. Vale a pena destacar, na Parte 1, página 89, “a frouxidão alemã para com os ex-nazistas”. No que seus herdeiros não souberam perdoar, na mesma dimensão, meio século depois, os comunas da Stasi.

“O problema não são os nazistas mas os alemães…”

There is also Eric Voegelin in the book “Hitler and the Germans”. It is worth highlighting, in Part 1, page 89, “the German laxity towards ex-Nazis”. In what his heirs did not know how to forgive, in the same dimension, half a century later, the fascists of Stasi.

“The problem is not the Nazis but the Germans …”

Es gibt auch Eric Voegelin in dem Buch “Hitler und die Deutschen”. In Teil 1, Seite 89, ist die deutsche Nachlässigkeit gegenüber Ex-Nazis hervorzuheben. In dem, was seine Erben nicht wussten, wie sie ein halbes Jahrhundert später in derselben Dimension den Faschisten von Stasi vergeben konnten.

“Das Problem sind nicht die Nazis, sondern die Deutschen …”

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Aguardo tua companhia a partir desta  semana de março de 2020, direto de Berlim.

Heil Hell!!! Inté e Axé!!!


       Deixe de ser idiota! Coronavirus. Corona. Virus. Terceira Guerra Mundial. Economia. Pare de pensar que todo chinês está contaminando. Só porque ele está usando a ridícula máscara que não protege porra nenhuma.

           Falar nisso… e os brasileiros na China que não podem voltar para o Brasil, hein? Onde está a nossa FABinha? Coronavirus. Cuspida para cima. Caiu de volta, mané. Fui. Beber uma Corona. Até porque a Belzontina…

CORONAVIRUSOK

     別當白痴了 冠狀病毒。 第三次世界大戰已經開始。 不要以為每個中國人都會污染。 只是因為您戴著的是可笑的面具,卻沒有保護您。

     談到哪個……以及在中國的巴西人誰不能回去,是吧? 我們的FABinha在哪裡? 冠狀病毒。 吐 ell回去,bit子。 我進去了。喝電暈。 即使因為貝爾佐蒂納(Belzontina)…

            Stop being an idiot. Coronavirus. World War III has begun. Stop thinking that every Chinese is contaminating. Just because you’re wearing the ridiculous mask that doesn’t fucking protect you.

          Speaking of which … and the Brazilians in China who can’t go back, huh? Where’s our FABinha? Coronavirus. Spit up. Fell back, bitch. I went in. Drinking a Corona. Even because Belzontina …

         Biédāng báichīle guānzhuàng bìngdú. Dì sān cì shìjiè dàzhàn yǐjīng kāishǐ. Bùyào yǐwéi měi gè zhōngguó rén dūhuì wūrǎn. Zhǐshì yīnwèi nín dàizhe de shì kěxiào de miànjù, què méiyǒu bǎohù nín.

       Tán dào nǎge……yǐjí zài zhōngguó de bāxī rén shuí bùnéng huíqù, shì ba? Wǒmen de FABinha zài nǎlǐ? Guānzhuàng bìngdú. Tǔ ell huíqù,bit zi. Wǒ jìnqùle. Hē diàn yūn. Jíshǐ yīnwèi bèi’ěr zuǒ dì nà (Belzontina)…

CORONAVIRUSOK


      In diesem Beitrag geht es um das Durcheinander, das aufgrund der internen, aber wohlverdienten Sabotage des brasilianischen Kulturministers geschehen ist, die am Vortag vom Präsidenten des Yankee-Trumpisten Tupiniquim gelobt wurde. Der Angeklagte verwendete einen Satz des großen Sauerkraut-Vermarkters José Goebbels zum Klang des Dramatikers, Schriftstellers, Komponisten und ewigen Richard Wagner, der von der dekadenten brasilianischen Presse als Nazi verwechselt wurde. Ergebnis: Der besagte brasilianische Kulturminister wurde auf Ersuchen von Juden, Kommunisten, Rechten und dem deutschen Botschafter in Brasilien vom Feld gewiesen. Vamu lá.

goebles 1

         Este post diz respeito do imbroglio acontecido a partir de sabotagem interna, mas merecida, do ministro da Cultura do Brasil, elogiado um dia antes pelo ianque trumpista presidente tupiniquim. O defenestrado usou uma frase do grande marqueteiro chucrute José Goebbels, ao som do dramaturgo-escritor-compositor-eterno Richard Wagner, confundido como nazista pela decadente inprensa brasileira. Resultado: o dito ministro da Cultura do Brasil foi expulso de campo a pedido de judeus, comunistas, direitistas and, ora vejam só, do embaixador alemão em Brasília. Vamu lá.

     This post is about the imbroglio that happened due to the internal but well-deserved sabotage of the Minister of Culture of Brazil, praised the day before by the Yankee Trumpist Tupiniquim president. The defendant used a phrase from the great sauerkraut marketer José Goebbels, to the sound of the playwright-writer-composer-eternal Richard Wagner, mistaken as a Nazi by the decadent Brazilian press. Result: the said Minister of Culture of Brazil was expelled from the field at the request of Jews, communists, right-wingers and, you see, the German ambassador in Brasilia. Vamu there (?).

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         1 – Ich lese hier noch einmal, um zu versuchen, diese Katastrophe zu verstehen, die von der Zeitung Bolha de São Paulo zitierte Biographie, geschrieben vom Gringo Peter Longerich, 801 Seiten, alles über den großen Vermarkter, der hier von portugiesischen oder militaristischen Betrügern imitiert wurde. Damit lasse ich für den Moment die Shakespeare-Biografie, 505 Seiten, geschrieben von Park Honan, rechts auf Seite 26, von dem, was bei einem katholischen Brand in Coventry berichtet wurde, wo Prostituierte, nicht Juden, verbrannt wurden gut in Brasilien, nicht nur mit Juden aus Recife. Und die Tatsache, Bericht, Juni 1553:

     “Ein am christlichen Lagerfeuer geborenes Baby wurde in das harte, brennende Holz zurückgeworfen.”

     1 – Estou relendo cá, para tentar entender este cataclismo, a biografia citada pelo jornal Bolha de São Paulo, escrita pelo gringo Peter Longerich, 801 páginas, tudo sobre on grande marqueteiro, imitado cá por golpistas lulistas ou militaristas. Com isso, deixo de lado, no momentâneo, a biografia do Shakespeare, 505 páginas, escrita por Park Honan, justo na página 26, do relatado numa fogueira católica em Coventry onde prostestantes, não judeus, estavam sendo queimados, aliás, isto aconteceu tão bem no Brasil, não só com judeus do Recife. E o fato, relato, junho de 1553:

       “Um bebê nascido na fogueira cristã foi lançado de volta no meio da lenha dura e ardente.”

      2 – Pergunto-te: pelo fato de eu cá, polaco tupínico, estar lendo, no momento atual, a biografia do marqueteiro Goebbels, ao som do socialista Wagner, também me arrisco, por denúncia de alguém de ti leitor, ser jogado de volta, pois já o fui por vezes diversas (hallo EBC), repito e repilo: corro risco de ser jogado na fogueira, mané socialista de merda? Hein?

     3 – Destaco na biografia do marqueteiro Goebbels, mesmo que no arrisco, o escrito no diário pessoal dele quando Hitler e Stalin fizeram o acordo de irmãos de sangue do qual, no dia seguinte, resultou a invasão, pelos dois sacanas, da minha Polônia, polaco que sou no sangue. O Goebbles, tipo o marqueteiro baiano do Lula, apenas escreveu:

      – A cavalo dado não se olha os dentes!!!

       No arriscando minha pele, cito mais capítulos do diário secreto do Goebbles que, aliás, foi o único fiel ao chefe, o sacana Adolfo. Só ele, mais nenhum, matou-se no Dia Final. Ele, a mulher, e os cinco filhos. Já o restante dos companheiros, deu no pé. Alguns capítulos, para uso diverso, de acordo com o teu pendor, colega cá do Face:

        20 – “Só existe um pecado – a covardia” – página 414.

       23 – “Educação do povo para a firmeza política” – página 466.

       26 – “Certo ceticismo se apoderou das massas” – página 530:

     “Devemos conversar com qualquer um que queira conversar conosco. Mas em breve estaremos numa encruzilhada. Dias depois, Hitler disse que desejava muito entrar em contato como Papa que, por sua vez, já havia sinalizado disposição neste sentido, pois temia a expansão do comunismo por todo a Europa” . (págin 563).

      E quanto ao Wagner, preso junto com Marx, antes do nascer do Nazismo, ambos socialistas, citado pelo agonizante sistema Globo como “ao som da música nazista”, agora não falo, pois estou morrendo de medo de ser jogado na fogueira pelos aqui colegas esquerditas. Apenas, cito que neste exato momento a ópera toca na Marcha Nupcial no trecho abrasileirado para:

   – Com quem será, com quem será, com quem será que o Lula vai ….

goebles 3

Foi?

Eu fui.

Inté e Axé!


happy 2020 ok


Aqui Berlim. Direto da Alemanha, o grande vitorioso derrotado em Guerra Mundial da qual o Brasil sempre participa mas a prosa é sobre as 25 Forças Armadas consideradas as mais “fortes” hoje no Planeta Terra.

O estudo foi divulgado pelo site fribbla.de em que detalha o que é levado em conta, aqui devidamente traduzido para o nosso linguajar tupínico:

A tecnologia utilizada , os gastos com armamento e, por último mas não menos importante, as táticas de combate interno podem ser uma característica decisiva.”

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A listona

Surpreendem a Alemanha, com o considerado oitavo exército do mundo, junto com o Japão, no sétimo lugar, por isso chamados de os “grandes derrotados vencedores”.

Na ponta de cima da destruição, com cada um ainda tendo mais de 7 mil armas nucleares, lógico que estão a Rússia, em segundo, e os Estados Unidos, em primeiro lugar isolado.

Indecoroso é o índice militárico ianque, os Estados Unidos da America da Morte, com gastos indescritíveis de U$581 bilhões por ano em armas (a Rússia gasta U$94 bilhões e o nosso Brasil, U$27 bilhões anuais).

Outros números da Morte Ianque: 7,300 ogivas nucleares, 13 mil aviões de guerra, 9 mil tanques, 500 navios etc e tal.

emfa5bandeira

Os latrinos

Na lista dos 25 exércitos considerados mais “fortes” do mundo estão Peru (25), Argentina (20), México (19) and nosso Brazil, é, no lugar de número 12.

No nosso caso, o estudo aponta os 335 mil militares da ativa , 50 aviões de caça, apenas um porta-aviões, cinco submarinos além dos 600 tanques de batalha. Sobre isso, o estudo divulgado pela Fribbla ultrapassa a ironia pesada ao comentar que a maioria desses tanques do Exército Brasileiro são “obsoletos”.

Sobre o gasto do Brasil com as Forças Armadas, na base dos 27 mill milhões de dólares por ano, a sentença é terrível:

– SERIA MELHOR GASTAR ISTO TUDO COM CAIPIRINHA!!

emfa88

(Manchete na primeira página do Jornal do Brasil em 1988. Ministro-Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, brigadeiro Paulo Camarinha, dá entrevista ao presidente interino da Empresa Brasileira de Notícias – EBN – Eduardo Mamcasz. Photo by Sergio Marques).

Para ler a matéria completa clique no abaixo:

https://fribbla.de/insiders/diese-25-laender-haben-die-staerksten-armeen-der-welt/

Então, tá.

Inté e Axé.


 

(The mild prose of this Polish sympathetic to the solitary dove at 18 minutes this Friday at Gleisdreick station waiting for the U 9 subway line Krume Lanke here in Berlin).

(Prosa amena deste polaco solidário com a pomba solitária aos 18 minutos desta sexta-feira na estação Gleisdreick na espera do metrô linha U 9 direção Krume Lanke aqui em Berlim).

(Die milde Prosa dieses Polens, die mit der einsamen Taube sympathisiert, wartet an diesem Freitag um 18 Minuten am Bahnhof Gleisdreick auf die U-Bahnlinie 9, Krume Lanke, hier in Berlin).

pomba berlim 01

a pomba

rôla rôta

gira …

róla na róta reta

e acoxa na cocha

arreta …

se achega no metro

da linha do metrô

segura …

vem cá pombinha

meto o medo e ela

cochila …

minha cocha se amarra

na tua coxa

a corda!!!

gôsto de colcha nova

no cinto da noiva

assinta …

gósto da iminente

cochia assoprada

no cio …

fio!!!

polaco homófono!!!

giro!!!

fia!!!

pomba rôla

gira!!!

pomba berlim 02

– this is the end mein beautiful pombinha …

– heil, polaco baiano!

– já fui!

– volte !

– Que foi?

– cê mesqueceu?

– se me alembre.

– antes abata estas abelhas que no agora nos perscrutam.

– ah … tô me lembrando …

– do que?

– minha pombinha intelecta cheia do cio.

– quer que eu gire?

– ok.

pomba berlim 03

(e você aí, pessoa abelhuda, está esperando o que para desligar?)


Mão Cheia: Miro no Muro e Murro o Burro

Mão Vazia: 30 Ânus de Revolução Pacífica

Mão Boba: Muro Persiste na Cabeça, Mano.

Mão Vazia: Muro é Coisa de:

(a) Comunista – em Berlim;

(b) Nazista – enfim;

(c)Israel – na Palestina;

(d) USA – no México;

(e) África de Mandela – no Moçambique;

(f) Você – no seu Vizinho:

(g) Você – na sua Cabeça.

miro no muro e murro no burro by mamcasz

Für diesen Montag (19.11.04) beginnen die mehr als 200 Partys für die 30 Jahre des Mauerfalls. 160 km kommunistische Dummheit. Gemeinsam gewonnen vom heutigen Heiligen, dem polnischen Papst Woityla, und dem kapitalistischen Künstler Reagan. In der CIA gedeckt. Die Peth Smith Show in der Getsemani Lutheran Church lässt es sich nicht entgehen. Ich bin als Polin registriert. Ich habe auf den bahianischen Ursprung verzichtet. Knochen im Weg. Ich erinnere mich, dass ich 1989, im Herbst, hier durchging. Im Anschluss, glücklicher Hund, Madame. Ich kann immer noch in der Dose.

Pois nesta segunda (04/nov/19) começam as mais de 200 festas pelos 30 anos da Queda do Murro-Muro de Berlim. 160 Km de imbecilidade comunista. Vencida em conjunto pelo hoje santo, o papa polaco Woityla, e o capitalista artista Reagan. Acasalados na CIA. O show da Peth Smith, na igreja luterana do Getsemani, não perco mesmo. Estou resgistrado como polaco. Abdiquei da origem baiana. Ossos no caminho. Lembrando que em 1989, na queda, eu estava de passagem por aqui. Seguindo, cachorro feliz, a Madame. Ainda lato na lata.

For this Monday (04 / Nov / 19) the more than 200 parties begin for the 30 years of the Fall of the Berlin Wall. 160 km of communist imbecility. Jointly won by today’s saint, Polish Pope Woityla, and capitalist artist Reagan. Mated in the CIA. The Peth Smith show at the Getsemani Lutheran Church doesn’t miss it. I am registered as a Polish. I abdicated the Bahian origin. Bones in the way. Remembering that in 1989, in the fall, I was passing through here. Following, happy dog, Madame. I still can in the can.

miro 2

The parties take place here in Berlin from 4 to 9 of this bluish November. I will report, pure, I swear. From 10 am to 10 pm, all free-mouthed, in seven of the main atriums of what was once a socialist horror theater. Another chapter of my rising book, the Berlin Stund Null (Year Zero). Title of this cuticle-liked entertainer:

BERLIN WALL STILL PERSISTS ON THE GERMAN HEAD.

As festas acontecem, aqui em Berlim, de 4 a 9 deste novembro azulado. Darei relato,puro, juro. Das 10 da manhã às 10 da noite, tudo free-boca livre, em sete dos principais átrios daquele que foi um teatro de horror socialista. Mais um capítulo do meu livro em ascenção, o Berlin Stund Null (Ano Zero). Título deste entretítulo curtido na cutícula:

O MURO DE BERLIM AINDA PERSISTE NA CABEÇA DOS ALEMÃES.

Die Partys finden vom 4. bis 9. November in Berlin statt. Ich werde berichten, rein, ich schwöre. Von 10 bis 22 Uhr, alle mit freiem Mund, in sieben der Hauptatrien des ehemals sozialistischen Horror-Theaters. Ein weiteres Kapitel meines aufstrebenden Buches, der Berliner Stund Null. Titel dieses nagelneuen Entertainers:

BERLINER MAUER LEIDET NOCH AUF DEUTSCHEM KOPF.

murro burro by mamcasz

Fui.

Então, tá.

Inté e Axé.

Tschuss.

 

https://mauerfall30.berlin/

 

 

 


Die alten Kirchen im neuen Deutschland

( Com fotos da igreja católica na Leopoldplatz, no distrito de Wedding, em Berlim, alugada a peso de ouro para uso da brasileira Igreja Universal do Reino de Deus ).

(Mit Fotos der katholischen Kirche am Leopoldplatz im Berliner Stadtteil Wedding, die mit Gold für die brasilianische Universalkirche des Reiches Gottes gepachtet wurde).

iurd 1 mamcasz

Berlin, Hauptstadt des Königreichs Germanien. Es würde tausend und ein Jahr dauern. Er hielt am 13. Ich spreche vom Nazi-Traum, einem Regime, das übrigens von den beiden größten Kirchen unterstützt wurde – der lutherischen und der römisch-katholischen.

Kein Wunder, dass die Zahl seiner Anhänger seit 1967 um fast 75% gesunken ist. Bei den Katholiken stieg der Rückgang von 10 auf 2 Millionen. Obwohl es in Deutschland zum ersten Mal mehr Katholiken als Lutheraner gibt. Aber alles ist relativ in dieser Welt.

Berlim, capital do Reino da Germânia. Iria durar Mil e Um Anos. Aguentou 13. Falo do sonho nazista, regime que, aliás, foi apoiado pelas duas maiores igrejas – a Luterana e a Católica Romana.

Não a toa que o número de seus seguidores caiu, desde 1967, quase 75%. De católicos, a queda foi de 10 para 2 milhões. Ainda que, pela primeira vez, na Alemanha, haja mais católicos do que luteranos. Mas tudo é relativo nesse mundo.

iurd 2 mamcasz

Antes que “ex-comunguem” este atéico polaco, adentro no culto dominical. Berlim, uma Babel Faraônica, ocupada por todas as raças, cores e credos, hoje abriga 250 comunidades de fé religiosa. 

Tem um detalhe que arrepia os germânicos derrotados pelos “aliados” de outrora: 170 destas igrejas fazem seus cultos dominicais nos mais diversos idiomas, menos no alemão. Com destaque para os cristãos africanos, coreanos e … brasileiros.

Pois falando em brazukas, o último escândado é a ex-igreja católica que tinha sido dedicada a um tal de Jesus de Nazaré e há dois anos está ocupada pela Igreja Universal do Reino de Deus, que paga aluguel caro e, agora, diz que tem direito à compra do conjunto histórico, construído em 1893. Acontece que …

O seguinte. A Igreja Católica, em Berlim, já vendeu diversas igrejas, por exemplo, a de São Judas Tadeu, que rendeu 2,5 milhões de euros (10 milhões de reais). Ela foi dinamitada pelos novos donos para a construção de algo mais, digamos, do interesse social.

E assim continua acontecendo com várias outras igrejas católicas desativadas aqui em Berlim. O que estaria  para acontecer com essa, usada pelos brasileiros da bilionária Igreja Universal do Reino de Deus, do não bem falado “bispo” Edir Macedo.

O motivo é que a burocracia do distrito de Wedding, bairro operário de Berlim, está se recusando a permitir a venda da ex-igreja porque, dizem, a UCKG (IURD) quer arrecadar o dinheiro através de um grande financiamento alimentado por “doações” dos fiéis, nenhum deles, com certeza, rico aqui na Alemanha, pelo contrário. A não ser que entre, legalmente, muito difícil de acontecer, a grana do “bilionário” Edir Macedo, “defensor de Bolsonaro”. Dizem…

iurd 3 mamcasz

Bom. Teria muito mais a  falar da Velha Igreja na Nova Alemanha, até porque as duas, Luterana e Católica, continuam recebendo dos cofres públicos. Em cada contrato de trabalho, a pessoa diz o credo religioso. No salário, então, cada final do mês, tem o desconto de 10%, repassados para as Igrejas. Nem todas. Só para as que apoiaram o Nazismo e combateram o Comunismo. Pronto, pode me chamar de herege e tal. Tô nem aí. Pecado é mentir. Acima de Tudo.

iurd 4 mamcasz

Para saber mais sobre a IURD em Berlim acesse, se quiser:

http://www.hilfszentrum.de


Ainda no ritmo do brilhante Berlin Festival of Lights. Em princípio, pela Liberdade dita conseguida com a Queda do Muro, que se foi há 30 anos.

Pois a prosa agora, ora, tem com o tão vergonhosa para o orgulho alemão, que foi o sonho dos Mil e Um Anos, que duraram 13, do maluco Hitler.

No meio do Festival de Luzes, superinteressante e altamente criativo, passou desapercebido um monumento parcamente iluminado, no lado oposto da rua e do buraco onde o Nazista Mor, dizem, deu-se o tiro final e exigiu, antes, que fosse queimado. Ele e a Eva.

georg elzer2

Falo do homenageado esquecido neste Festival de Luzes. Veja nas fotos o dito momumento para o Georg Elzer. E que foi mesmo que este cara fez?

Detalho. Em 1939, no começo do pesadelo nazista, numa cervejaria em Munique, numa October Festa, o Georg simplesmente explodiu uma bomba para matar o Hitler.

Acrescento. Matou. Não o maluco Hitler, mas outros bêbados, porque o rei nazista saiu um pouco antes, como sempre costumou fazer e, com isso, escapou de vários.

E o Georg Elzer do monumento porcamente iluminado em Berlim no meio da Festa toda? Foi preso, tentando entrar na neutra Suiça, levado para uma cadeia, torturado e tal.

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Finalizo. O azarado Georg Elzer foi torturado por anos para que dissesse quem mais tinha participado do atentado e, se houve, ele nunca falou nada.

Até que em abril de 1945, a guerra já perdida de vez, sem saída, o Georg Elzer foi simplesmente degolado na cadeia. Uma queima de arquivo, como aconteceu com outros.

Pois olhe então o parco monumento ao cara que primeiro tentou matar o Hitler.

Fui. Antes que el , o rei nazista, volte. Tem súditos, por sinal, ressuscitando.

Tschuss.

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A bença, minha santa irmã Dulce. Hoje toda gloriosa, no Vaticano, longe da Baixa do Sapateiro e da Ladeira das Primas da Conceição, mas ainda perto dos políticos arretados que te cortejam em troca dos subditos subsídios nem tão públicos, pensa que não sei?

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– Polaco ateu!!!

– Eu???

Lembrei-me de ti quando estive em Calcultá e visitei a índia Teresa com quem falei de ti, do teu desapego, dos teus afagos e dos teus desejos. Pois não te lembras, Irmã Dulce, quando te visitei, em Salvador de tantos santos anônimos alagados nas calçadas e nos pelourinhos?

– Polaco bocão!!!

– Eu???

Pois falo. Eu era hippie, mostro a foto e obro a coelha. Corrido do Paraná, com passagem pelo Rio e, ainda não sabia, direcionado a Brasília. Hoje, aqui em Berlim. Por falha de formação, noviço capuchinho, franciscana quem nem tua ordem, vestido marrom e tudo …

– Polaco virgem!!!

– Eu???

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Pois conto. Fui na casa da Irmã Dulce, ora santa. De fato, em Salvador, eu hippie, fui até Irmã Dulce e me ofereci a prestar algum serviço aos que lhe eram sacros, os pobres soteropolitanos-baianos até hoje crentes nas promessas de políticos baratos originados do mesmo sujo prato.

– Pega leve, polaco!!!

– Quem tá falando???

– ACM, amigo da Dulce.

– Só se for da Dulce Figueiredo.

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– Continue, polaco!!!

– Obrigado, minha santa. Contínuo, continúo. Boto acento no assento que eu quiser. Conversei de fato com a agora Santa Dulce. Baiana e santa – difícil de acreditar. No que? Primo, que ela seja, de fato, mãe baiana.

– Stop, polaco!!!

– Paro nada. Desculpe, santa Dulce. Minha irmã. Nossa, nunca me esqueço da conversa que ouvi de ti. Sob os efeitos do meu passado no seminário capuchinho no Sul Maravilha, ora hippie auto-largado na Bahia, ofereci-me na boa para prestar serviços voluntários. Pois ouçamos o me disse, na época, a este polaco eterno pecador, então misto de pescador, includo a posse da tarrafa amiga, a ora gloriosa Santa Irmã Dulce da Bahia de Todos os Santos:

Polaco. Continue hippie na tua ilha (Itaparica). Pelo menos até o Carnaval chegar (as chuvas). Te protege o Lalinho (dono da casinha e da venda, paguei três meses, com a pequena grana da saída do jornal O Globo, no Rio, e depois me deixou na boa por quase dois anos, vai ficando, seu Bocage (Mamcasz no baianês), e eu, ele era um santo, ele quem, o Bocage).

Polaco. Olhe nos meus olhos. Sou a irmã Dulce. Preste atenção. Ainda não estás no ponto para voltar a cuidar dos outros. Cuide antes de ti. Segundo mandamento divino. Amar ao próximo “como” a ti mesmo. E por causa de que estás amando “menos” a ti? Pois me escute. Volte para tua ilha. Depois, irás para outra. Bras-ilha.

– Eu???


– Me escute!!! Lá, apertarás a mão de um papa polaco que será santo e de presidente que será preso. Agora, volte para a tua ilha, em Berlinque, mas cuidado. Sei que estás fumando a maconha maranhense amorenando amarrotada no assoalho da casa vizinha.

– Eu???

– Polaco!!! Nada demais. Mas tens outra virtude. Gostas de uma moreninha. Da ilha ou da capital. Rica ou pobre. Aconselho-te. Ao aparecer na tua ilha uma moreninha da capital, pois sei que aparece, geralmente filha de algum coronelzinho, ela não mais virgem pois sei que tu, no caso, por isso recusarias, mesmo assim, preste atenção. Não te esqueças. Semana que vem, lá na tua ilha, vão chegar duas moreninhas de Salvador. Vão te apoquentar. Fique na tua. Mais ainda. De manhã, esconda a tua maconha numa lata grande e esconda num buraco debaixo do pé de fruta-pão.

– Preste atenção, polaco!!!

– No que???

É para a tua salvação. Aguardes tranquilo, naquele canto da praia, no Pontal do My Friend, pelado, que nem ficas sempre, a chegada dos homens da Polícia Federal, procurando pelas meninas e, neste caso, pela maconha maranhense que dizem ser tua, mas não é, que eu sei muito bem. Agora, ide. Antes, pede a bença.”

– Prá quê e prá quem, minha doce irmã?

– Ide, polaco, que tens uma larga jornada pela frente.

– Vou.

– Vá!!!

Final:

Né que fui, dois dias depois, em Berlinque, como me alertou a irmã Dulce, a Polícia Federal chegou, logo depois da chegada das duas moreninhas da Capital, filhas de um político ligado às caridosas obras da irmã Dulce.

– Cadê as minas, polaco?

– Não sou chegado.

– Maconha, então?

– Nem pensar.

– E o calção?

– Escondi ali, debaixo do pé de fruta-pão.

– Qual deles?

– Ih…esqueci.

dulceeus

Até hoje sou grato à agora minha santa irmã Dulce. E foi do jeitinho que ela falou. Veio o Carnaval, vieram as chuvas, fui para Brasília, voltei a ser jornalista federal, apertei a mão do papa polaco Carol Woityla, hoje santo, que nem ela, e também apertei a mão de presidente republicano agora se recusando a sair da cadeia.

Irmã Dulce. Uma santa de verdade. Só tem uma coisa.

– Que é, polaco, não chega?

– Precisava tanto político safado na tua consagração agora em Roma?

– Pede a benção!!!

– Prá que???

– Fale certo!!!

– Prá quem???

– Prá mim.

– Tá. A bênção, minha santa irmã Dulce.

– Tá!!!

– O que???

– Abençoado.

– Amém.

dulcesanfona


#Diabo #Satã #Shaitaim #Lucifer #Malahin #Exu

Depois da Série Berlim-Brasília, passemos à Era Perene.

        Adendo: uso maiúscula quando e onde quiser, tá?

   Então, Heil Diabo, Diavolo, Demônio, Satán, Shaitaim, Satanás, Lucifer, Mara, Malah, Malahín, Exu, independente do Credo.

     Todos são, diz Joseph Campbell, em “As Máscaras de Deus”, o Alter-Ego do dito Supremo Alá-Jeová- Gautama-Buda-Olumudaré.

 

FOTO 3 (2).jpg

Pois comecemos esta nova Série – Em Nome do Diabo – com cinco citações que voltam à tona neste seriado por conta de tua companhia:

         1 – “ Satanás, o Sedutor deste Mundo, foi mandado aqui para a nossa Terra, e, com Ele, os Seus Anjos” (Apocalipse 12:7-9, Velho Testamento, vale tanto para judeus quanto muçulmanos ou ditos cristãos).

        2 – “Não conseguimos atingir o estado de bem-estar enquanto houver dentro de nós tantos Demônios no lugar de Um Só(Franz Kafka, Diário, 1912).

       3 – “O Diabo é imortal, Ele nada na Correnteza do Tempo, aliás, o Tempo começou com o Diabo” (A História do Diabo, Vilém Flusse, 1965, edição Universidade de Coimbra, AnnaBlume, 2012).

       4 – “Só me dou por satisfeito quando dormir com Deus e o Diabo na mesma Cama” (Eu Trovão, Edição Semin, 1978, Brasília, de minha autoria).

        Aguardo a tua companhia no próximo ato deste “Em Nome do Diabo”, uma série voltada ao Anjo Portador da Luz (Lucifer), o representante do Supremo, nesta partícula Terra, para consubstanciar a Obra do Criador a partir de um punhado de poeira unida pelo Cuspe Divino.

    Antes de voltarmos, na próxima encruzilhada, vai ser interessante, prometo, fiquemos com o cantado pelos Rolling Stones na música “Sympathy for Devil”:

Prazer em conhecê-Lo, Demônio.

Bem sabes que  conheço Seu nome

Mas o que está me confundindo

É a Natureza do Seu Jogo Diabólico.”

Então, tá.

Inté e Axé.

FOTO 5 (2)

Próximos:

002 – O Diabo na Mente Muçulmana.

003 – O Diabo na Alma Judia.

004 – O Diabo no Credo Cristão.

005 – O Diabo no Candomblé.

006 – O Diabo no Mundo Zen.

007 – …


#brazil #brasil #alemanha #berlim #futebol #caipirinha #corrupção

001 – Introitus

O que me leva a partilhar este seguido-passado?

What leads me to share this followed-up?

Was bringt mich dazu, dieses Follow-up zu teilen?

001 foto 1a

Eu passo, atualmente, três meses em Berlim e três meses em Brasília. Capitais por iguais aspectos desiguais. Iguais no sorver o dinheiro púbico das regiões produtivas. Iguais por não terem, as duas, Brasíla e/ou Berlim, unidade nacional. São vitrines doutro amálgama exterior.

I currently spend three months in Berlin and three months in Brasilia. Capitals for equal unequal aspects. Equal in siphoning the pubic money from productive regions. Equal because they did not have both Brasilia and / or Berlin, national unity. They are a showcase of another exterior amalgam.

Ich verbringe derzeit drei Monate in Berlin und drei Monate in Brasilia. Großbuchstaben für gleich ungleiche Aspekte. Gleichermaßen, wenn das öffentliche Geld aus produktiven Regionen abgezogen wird. Gleich, weil sie nicht beide Brasilia und / oder Berlin hatten, nationale Einheit. Sie sind ein Schaufenster eines anderen äußeren Amalgams.

Desiguais, bom, conto aos poucos a partir deste ponto. Nas duas, eu habito no sexto andar de classe média – Wilmersdorf, fronteira com Charlotembourg, em Berlim, e Asa Sul, Plano Piloto, em Brasília. Então, siga-me por aí. Será que vai dar 7 a 1? Você é a juíza, pessoa. Então, siga-me, lá e cá.

Unequals, well, I count gradually from this point. In both, I dwell on the sixth floor of the middle class – Wilmersdorf, bordering Charlotembourg, in Berlin, and South Wing, Pilot Plan, in Brasilia. So, follow me around. Will it give 7 to 1? You are the judge, person. So, follow me, there and here.

Ungleichungen, nun, ich zähle allmählich von diesem Punkt an. In beiden wohne ich im sechsten Stock der Mittelklasse – Wilmersdorf, dort an Charlotembourg angrenzend, und im Südflügel, hier Pilotplan. Also folge mir herum. Wird es 7 zu 1 geben? Du bist der Richter, Person. Also folge mir hin und her.

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Esta sequência nova, Berlim-Brasília, é de uso e distribuição públicas, cite-me ou não, falta-me não faz, depende do lado do campo em que você pensa estar. Isto pode ser acompanhado, entre outros, pelas comunidades abaixo e acima, adentro e afora, por aí, nesses tempos hodiernos de rede, ai que saudades da minha sob o coqueiral da Bahia:

This new sequence, Berlin-Brasília, is of public use and distribution, quote me or not, lack me does not, depends on the side of the field in which you think you are. This can be followed, among others, in the following places, nowadays network times, there I miss my under the coqueiral of Bahia:

Diese neue Sequenz, Berlin-Brasília, ist von öffentlicher Nutzung und Verbreitung, zitiert mich oder nicht, fehlt mir nicht, hängt von der Seite des Feldes ab, in dem Sie denken, Sie sind. Daran kann man unter anderem an folgenden Stellen, heutzutage Netzzeiten, verfolgen, da ich meine unter dem Coqueiral von Bahia vermisse:

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Blog do Mamcasz:

https:mamcasz.com

Com meus olhos verás Berlim:

https://www.facebook.com/polacomamcasz/

Na nossa página no Facebook:

https://www.facebook.com/eduardo.mamcasz

Com meus olhos verás Praga:

https://www.facebook.com/tchecomamcasz/

Je vous salue, Paris:

https://www.facebook.com/Je-vous-salue-Paris/

Também nos grupos de brazukas dos quais, entre outros, participo:

Brasileiros em Berlim que ninguém conta:

https://www.facebook.com/groups/860430980693917/

Brasileiros em Praga:

https://www.facebook.com/groups/BrasileirosEmPraga/

Brasileiros em Portugal que ninguém conta:

https://www.facebook.com/groups/847680595440252/

Brasileiros em Paris:

https://www.facebook.com/groups/13775565692/

001 foto 4

Pare. Olhe. Escute. E me diga na sequência à frente:

02 – Eu esqueço minha “grana” em Brasília. Se em Berlim, pego de volta?

02 – I forget my “money” in Brasilia. If I’m in Berlin, will I get it back?

03 – Quantas “tias” cuidam de “uma” criança em Berlim? Em Brasília…

03 – How many “aunts” care for “one” child in Berlin? In Brasilia…

04 – Em Berlim, deixo o “lixo” para o mendigo. Em Brasília, nein.

04 – In Berlin, I leave the “trash” for the beggar. In Brasília, nein.

05 – Prédio invadido em Berlim tem “normas”. Em Brasília, tem?

05 – Building invaded in Berlin has “rules”. In Brasilia, have it?

06 – Em Brasília, só tem mulher “pelada”. E em Berlim, pode?

06 – In Brasília, there are only “naked” women. And in Berlin, is´t possible?

07 – Cobrador na “catraca” tem mais em Berlim ou em Brasília?

07 – Does the “ratchet” collector have more in Berlin or Brasília?

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Heil! Inté! Tschuss. Axé!


Cap 00

cap00 berlinphoto

Berlim – antes e depois do tal do Cristo

Hello.

From today, you will see here, with my eyes, connected with those of History, since when there was this Berlin that, long before the pretended jump to the capital of Greater Germany, moreover, completely destroyed than in many other times, in these two and so many millennia, for then, we shall see this city that was born Slavic, turned Sorbian, Roman, Austrian, and, finally Germanic-German-Deutch.

Olá.

A partir de hoje, verás aqui, com meus olhos, ligados nos da História, desde quando existe esta tal de Berlim que, muito antes de pretenso salto para a capital da Grande Germânia, aliás, soterrada que nem em muitas outras vezes, nestes dois e tanto milênios, pois então, veremos-leremos-teremos-seremos esta cidade que nasceu eslava, virou sorábia, romana, austríaca e, finalmente, germânica-alemã-deutch.

The idea of this series, which will be part of the ebook “With my eyes you will see Berlin”, is to point out two apparently opposing links that trace the destiny of this imperious capital: on the one hand, the primitive Celtic curse of the Berlin Schulusstrich – Final Point, and , on the other side, the “Berlin Stundnull – Year Zero” to which she is always bound to recommence, over the centuries of victories and defeats, both of them overlords.

A idéia desta série, que será parte do ebook “Com meus olhos verás Berlim”, é apontar dois laços aparentemente opostos que traçam o destino desta capital imperiosa: de um lado a maldição quiçá céltica primitiva do “Berlin Schulusstrich – Ponto Final”, e, do outro oposto, a “Berlin Stundnull – Ano Zero” a que ela é fadada sempre a recomeçar, ao longo dos séculos de vitórias e derrotas, ambas acachapantes.

So, let’s follow together the next chapters of this Great Berlin that once was small, in another huge, and, more than once, reduced to wreckage then heaped together in what can be called today false hills swinging upon of the marshy land cut by rivers, lakes and canals, to the delight of the 60,000 inhabitants in the sixth century, or over 3 million, in this twenty-first century. Let’s move on?

Então, sigamos juntos os próximos capítulos desta Grande Berlim que um dia já foi pequena, noutro enorme, e, mais de uma vez, reduzida a destroços em seguida amontoados no que se pode chamar hoje de falsas colinas balançando em cima do terreno pantanoso cortado por rios, lagos e canais, para deleite dos 60 mil habitantes, no século VI, ou acima dos 3 milhões, neste século XXI. Vamos em frente?

Próximo Cap 01: Berlin – the first Stund Null

Próximo Cap 02: Berlim – megalópole com 60 mil habitantes

#berlin #berlim #mamcasz #stundnull #berlimanozero

https://www.youtube.com/watch?v=X279madStHQ


                                                     

Eu posso ser ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos nove fora der quase nada

mesmo que  eu naufrague nas ilhas da virada

continuemos  eu e você  neste meio que periclitante

Eu posso ser ou não ter

ano novo também  vida nova

mas se nos nove fora der quase nada

mesmo que eu sucumba na praça do embora

enfrentemos  eu e você  os anônimos inoperantes

Eu posso ser ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos nove fora der quase nada

mesmo que eu desapareça nos becos do sem fim

nos veremos eu e você nas penumbras do esperante

Eu posso ser ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos nove fora der quase nada

mesmo que eu vire poeira cósmica do infinito

ressuscitemos  eu e você  no saudoso estilo triunfante

Eu posso ser ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos nove fora der quase nada

mesmo que eu ascenda  degraus amortecidos

abracemos  eu e você  o você do eu incandescente

Eu posso ser ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos nove fora der quase nada

mesmo que eu pise no solo da marciana lua

juremos  eu e você  sorver igual gosto triunfante.

Eu posso ser ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos nove fora der quase nada

mesmo que eu tenha menos do que  preciso

dividamos eu e você mais do que o  sobretudo

multiplicado do impreciso e adicionado  improviso

Então, lá na frente

nós devemos

nos rever.

Inté e

Axé.

De:

Polaco Mamcasz

&

Madame Cleide

( Poema e fotos – Vancouver/San Francisco/Dallas – by Eduardo Mamcasz. To you.)

 

 

 

 


To those who think of being resurrected at this faked Holly Week

À ceux qui pensent ressusciter en cette fausse Semaine Sainte

An diejenigen, die daran denken, auferstanden zu werden

Semana Santa uma Ova. Domingo de Ramos. Um bando de hippies liderados por Krysto, este montado num jumento, galhos de marijuana de tapete, entra ruidosamente em Jerusalém. Resultado. Quinta Dita Santa. Noite de farra no bosque. Krysto é negado pelos amigos, Pedro à frente, depois de dedurado por outro amigo, o Judas, que leva umas trinta moedas por fora. Sexta Dita Santa. Jota Krysto, depois de torturado de montão, é condenado à morte pelas mãos lavadas do invasor romano Pilatos e pela voz estridente do Zé Povinho em resposta ao rei judeu Herodes aos gritos histéricos de:

– CRUCIFICA ELE! MATA ELE! ESFOLA ELE!

O que importa, se é que alguma coisa ainda vale a pena, é que existe a Esperança – a última que morre, ah, então ela também morre, né? Que nem este papo milenar da Ressurreição do Jota Krysto e de tudo a seguir, includo a Vingança na Fogueira Medieval da Maldita Santa Inquisição. Por isso, nesta Semana Dita Santa, Ego, ex-noviço capuchinho, frei Hélio Ofmcap, sempre repito, às vezes até canso, a minha Eterna Prece Pascoalina. Ela pode, por suposto, ser lida, ouvida, repetida, copiada e usada à vontade. Até porque a Última a morrer – um dia morre, sim – é a ESPERANÇA:

Primeira Opção:

Nossa Prece Pascoalina | (mamcasz.com)

Segunda Opção:

Minha Prece Pascoalina | (mamcasz.com)

Terceira Opção – para ser ouvida:

Quarta Opção:

Happy Easter. Boa Páscoa. Frohe Ostern. | (mamcasz.com)

Quinta Opção:

Boa Páscoa | (mamcasz.com)

Última Opção:

São Judas Iscariotes é o Rei da Páscoa | (mamcasz.com)


– Qualé, polaco? Ofendendo a rainha Iemanjá?

Nem pensar, não sou burro. Acontece que Mãe Iara, da água doce, e Mãe Iemanjá, da água salgada, as duas me protegem desde sempre. Bebê ainda, polaquinho bonitinho, minha mãe Lola sai da igreja onde sou batizado e vai direto, com a amiga negra dela, para o  olho d´água, onde sou novamente batizado, ao galho de arruda, e colocado sob a proteção da Mãe Iara. – E quem é ela, polaco?

Mãe Iara, gêmea de Mãe Iemanjá, eu tenho mais de uma Mãe, sortudo sou, pois ela, a Iara, é uma deusa índia conhecida por seduzir homens que se arriscam, na beira do rios, levando-os, bobos, para bem fundo.

– E daí, polaco?

– Daí, é lá com eles dois, né?

– Que mais?

– Quer?

– Quero.

Seguinte. Mãe Iara, a Mãe Iemanjá de água doce, é filha de um pajé e ela é conhecida como uma grande guerreira, tanto que os irmãos dela, índios machistas, decidem, por ciumeira, dar cabo dela. Resultado: ela mata todos eles. Está me seguindo? Com licença que vou cantar um cadinho:

– Dia dois … de fevereiro … dia de … Iara no rio …

– Polaco sacrílego!

– Sorry, mãe Iemanjá. O senhora saber que eu adorar o senhora Iemanjá, tão do pretinha, do bonitinha, mas eu ser da rio não ser da mar, salgado arranha meu pele de polaco.

-Tá! Você tem minuto para falar bem de mim se não te sereio aqui para meus seios, sei muito bem que você não resiste!!!

O nome Iemanjá tem origem yorubá onde “Yéyé Omó Ejá” quer dizer   “mãe cujos filhos são peixes”.

– Muito bem, polaquinho, teu tempo em Cacha Prego, na Ilha de Itaparica, Bahia, não é em vão, ainda bem que os índios não te comem, que nem o bispo Sardinha, né, frei Hélio, pois saiba que eu te protejo, porque eu, Iemanjá, te quero só  para mim, aqui no fundo do mar.

– Posso continuar, Mãe Iemanjá?

– Lógico, meu polaquinho mais doce do que o leite de coco.

Mãe Iemanjá é conhecida como a padroeira dos amores a quem recorrem os apaixonados, especialmente em casos de desafetos amorosos. Iemanjá é uma preta. Iara é uma índia. Ai que dúvida.

– Polaquinho!!!

– O que é, Madame?

– Falando com quem?

– Com minha segunda mãe, a tia Aline, aniversário dela é hoje, dia dois de fevereiro, ela, polaca dos Campos Gerais, casada com um Armênio paulista.

– Mande um beijo meu para ela.

– Quantas mães você tem, polaco?

– Quem está falando?

– Mãe Iara.

– Mãe Iemanjá.

– Mãe Luiza.

– Mãe Lola.

Oi, mães! Vocês por aqui, neste dia dois de fevereiro?

– Eduardinho!!!

– O que é, “mães”?

– Você quer vir para cá?

– Agora, não. Quem sabe um dia.

– Menino esperto este Eduardinho.

– Pensa que vai viver para sempre.

– Ele sempre teve medo de água do mar.

– De água doce também, quase morre num poço no Rio Verde.

MÃES!!!

– Quié, Eduardinho?

– Posso beber uma caipirinha, neste dia dois de fevereiro, em homenagem a vocês?

– Uma só,tá! Olha lá!!!

– Tá.

– Aposto que ele vai beber uma caipirinha para cada uma de nós.

– kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.


Em 2020, Ano do Rato, ficamos presos em Berlim, no pique da Corona-China. Voltamos para o Brasil num vôo de emergência. Agora, 2022, Ano do Tigre, estamos de volta. Berlim continua a mesma? Não. Tem mais gente dormindo na rua. Por isso o título: DO INFERNO AO INVERNO EM BERLIM. VERÃO. Então nos siga nesta continuação do nosso livro “Diário Pandemônico – Berlim Ano Zero.”

Pandemie-Tagebuch – Berlin Jahr Null.

Im Jahr 2020, dem Jahr der Ratte, waren wir in Berlin gefangen, im Hecht von Corona-China. Wir kehrten mit einem Notflug nach Brasilien zurück. Jetzt, 2022, Jahr des Tigers, sind wir zurück. Ist Berlin immer noch dasselbe? Nein. Es gibt mehr Menschen, die auf der Straße schlafen. Also der Titel: FROM HELL TO WINTER IN BERLIN. Dann folgen Sie uns in dieser Fortsetzung unseres Buches “Pandemie-Tagebuch – Berlin Jahr Null”.

From Hell (Inferno) to Winter (Inverno) in Berlim.

In 2020, Year of the Rat, we were trapped in Berlin, in the pike of Corona-China. We returned to Brazil on an emergency flight. Now, 2022, Year of the Tiger, we’re back. Is Berlin still the same? No. There are more people sleeping on the street. So the title: FROM HELL TO WINTER IN BERLIN. SUMMER. Then follow us in this continuation of our book “Pandemic Diary – Berlin Year Zero.”

Velho polaco baiano, estou agora de novo em Berlim (2022 – Ano do Tigre). Primeiro Mundo? Mais ou Menos. More or Not. (+ or -). Ôxe. Traduza-me, Gúgui. pro Alemão, tá? Volto acá depois de dois anos. Na última, saio abatido (2020 – Ano do Rato), depois de três meses preso no pico da então “Coronachina do Morcego”. No ora, cada reencontro é um abraço caloroso. Coisa rara no espírito germânico. Você? Vivo? Ya! Sim! Yes! Nossa! Uau! Outro abraço. Quem diria.

Mas tem as ausências, tipo a “Bonitona”, o “ Mãozinha”, ainda bem que ontem, no Sandman, encontro a “Russinha”, no antes bela na guitarra do rock e hoje cadente. Pergunto: E aí? E ela: sabe como é. E eu: Não pense no hoje. Espere o Amanhã. To morrow. Não morre. E completo: Posso te abraçar? Ela praticamente desmaia em meu abraço. Ao lado, o “Ciganinho”, dez anos em Berlim, vindo do interior, do lado ocidental, nos olha. Ele ressurge aos poucos. Prepara novo disco. Para quando? Ano que vem, 2023, no Verão. Agora, Inverno. E eu: Inferno. E ele: Posso usar isto no próximo disco que estamos preparando? Lógico. Dank. Imagina, meu. Mas usar o que meu caro Tim K?

DO INFERNO AO INVERNO EM BERLIM. VERÃO!

Gente. People. Cara. Mina. O que eu quero, mas não começo, na dúvida, a falar aqui, agora, não é nada disto, mas o que acontece na saída do Sandman, noitada de toda segunda, aliás, quando a gente ressuscita, na chegada, dois anos purgando o fechamento, filho do dono, no balcão, só falta largar tudo e vir nos abraçar.

– Vocês? Vivos?

– And you???

Quando o pai dele chega, o Helmut, fala no ouvido:

– Vai lá e abraça este casal brasileiro de volta.

– Vivo?

Ora. Revividos. Por pelo menos mais três meses. A prima cerva é por nossa conta. O preço subiu. Sabe como é. A Corona. Outro abraço. E a vida continua. Nós, na mesma mesa de antes. Mas o que eu quero mesmo falar aqui neste reblogado é o seguinte:

Estamos de saída, rua escura, perto do meio da noite, Neukolln, bairro tido turco, a caminho do metrô, linha não considerada segura, por conta dos usuários, nem todos migrados, verdade se diga. Após o tapume da obra, no quase escuro, escadaria abaixo, frio medido na garganta, encontro-me com na re-volta, ao contrário, pois no antes, acá em Berlim, sempre me entendi com as crianças. Agora, entendido estou com as velhas sobrevividas. Pois este é o fato. Volto pois ao início do dito deste Ano do Tigre (2022), nem tanto, ainda não redimido do Ano do Rato (2020). Pois recito o havido nesta meia-noite acá em Berlim dos sempre quase Mil e Um Anos:

Na descida da escada, no meio de jovens pseudo-hippies-nerds-punks-etc&tais, ladeio-me a uma senhora, velha, decaída, sim, mendiga da noite e da rua. Ela tenta cada degrau abaixo, apoiada no carrinho cheio de coisas catadas no lixo, viu, Berlim não é Primeiro Mundo. Lógico que eu estaco, encosto, olho nos olhos, ofereço ajuda para a descida da velha mendiga alemã, ela, lógico, não entende meu brasileiro nem eu o germânico dela. Quer dizer. Na hora, em dois gestos, tudo fica claro. A mendiga alemã (no gestual):

– Pode deixar, polaquinho. Eu consigo descer sozinha. Obrigada, tá.

E eu, polaco baiano:

– Tudo bem, mina. Pense no Amanhã. Não no Ontem, muito menos no Hoje. To Morrow.

Eu fui. Ela veio, bem no lentamente. Lá na frente, na espera do metrô, mais demorado no começo da madrugada gria, eu sentado ao lado da Ma Dame, a quem conto o Corrido, de repente passa pela gente a Querida Velha Mendiga Alemã. Ao lado dela, o carrinho com os achados no lixo, que também serve de muleta. Pois agora confesso a minha emoção nesta volta a Berlim, depois de dois anos daqui saído no Pique da Covid.

Concluo:

Ao passar por mim, agora sentado, a Velha Senhora Mendiga Alemã, aqui em Berlim, 2022, Ano do Tigre, pós Pandemia, ela elegantemente me faz um sinal, com a mão direita, livre da bengala, que entendo de imediato como de Amizade, Agradecimento, Reconhecimento, sei lá o que mais. Nobre, a velha senhora mendiga berlinense alemã se volta para mim e sussurra:

  • Cuide bem de Madame porque aqui é muito perigososo para gente de bem que nem você.

O turco, o indiano, a ucraína, o sírio, o africano e os representantes das 190 nacionalidades perambulante em Berlim, eles continuam indiferentes, bem germânicos. Postados ao longo da estação, eles não percebem. Ou fingem. Eu só sei de uma coisa. Nesta noite, ela, a velha senhora moradora de rua neste Inferno de Berlim, com certeza, vai dormir sonhando comigo. Espero que minha ação a aqueça de alguma forma. Porque está frio. No Corpo e na Alma.

Inté e Axé. Tschuss, né.


Hoje. 11 de Janeiro, é um dia dia muto especial neste meu caminho do Fim. This is the End. Hoje, começo meu pós 74 anos de ida. Logo eu que, dantanho, contento-me com a esperança dos 50 anos. No más, macho man. Estou com um quarto de século de lambuja. Acontece que meu tempo vai passando, passando, passando e, passo ao seguinte:

Hoje, acordo e, portanto, estou vivo. Sirvo o café à cama, normalmente, à Ma Dame, com quem convivo há 42 anos. Depois, faço o meu, hoje no especial com ovos mexidos e duas cerejas ao lado, o que me levanta. Depois de outro cafezinho para Madame, ainda à cama, no silêncio eu sigo a minha vida e, apesar do diferente, ela nem nota que eu primeiro tomo um banho completo. Faço a barba. Escanho-me. Limpo os pelos salientes das narinas e das orelhas sempre atentas a tudo. Troco de roupa. Uma camiseta mais clara do que a de costume. Ninguém, ou seja, Alguém, nem nota. Perfurmo-me, includo nas íntimas partes que ora são apenas boas lembranças dantanho.

Tem mais. Afinal, hoje é mais um dia especial, pelo menos para mim, afinal, prossigo a partir destes 74 anos de Mi Vida. Daí, eu coloco na “vitrola” minhas músicas preferidas. Pela ordem, aliás, Madame nem nota o porquê deste estranho enredo na manhã desta terça-feira, dia 11 de janeiro, meu aniversário de 74 anos de Ida. Pela ordem, uns mais, outros com menos volume nas caixas de som, começando pelo primaz Leornard Cohen:

– Tennessee Waltz (4:05)

– The Traitor.

– Ballad of Absent Mare.

– I’m Your Man (4:25)

Na sequência, bem down, sei, afinal, nobody diz parabéns para este velho polaco nestes 74 anos de Ida, coloco Chris Rea, bem alto, desde este sexto andar lá no embaixo tem gente que diminui os passos da andança para ouvir:

– The road to hell (partes 1 & 2).

No complemento, agora no interno, me to me, ninguém me deseja happy nada, até porque desligo interphone, wifi, gps e o escambau, afinal, estou triste neste início da caminhada, sinto meus joelhos e minhas costas e meu respirar, apenas os sinto porque ainda penso, enfim, coloco, para impropério pessoal, nem Madame nota, o último CD do budista Leonard Cohen: You Want it Darker. Penso. Hoje, no fundo, quero mais isso sim.

Enquanto istoa música toca e a TV se cala, a Internet me atinge em cheio, enfim, porque hoje é sábado, não, sei lá, porque hoje refaço meus 74 anos de Vida, recomeço minha ida, em particular, com a Vodka polaca, 700 ml, bem da refrigerada, tudo adrede no preparo porque só não repito a tentativa de suicídio, conforme o jurado por três vezes, mais o pepino em rodelas finas na conserva, com o biscoito chita em rodelas amorenadas na chapa quente.

Na dispensa, deixo meu tão bem não notado ainda, cá no particular, pratinho hoje especial para a sobremesa: fatias finas do já adrede comprado: figo, pêssego, caqui, lichia e cereja. Por cima, uma leve camada de açúcar mascavo. E algumas gotas da vodka importada from Polack.

Quer +?

Dez da manhã, cheiroso, desbarbado, roupa nova, pseudo sensualístico fantasma, isolado de tudo e de todos até da lembrança deste meu aniversário de 74 anos, não quero, mas, enfim, sou moderno, deixo desligado o celular-iphone-orelhão-sei lá como se diz- gps e tal, mas não resisto. Abro correndo, escondido até da minha vontade, o Wifi 5g com Bluetooth para uma rapidinha (hein? Qué isso? Ih. Esqueço).

Ah. Antes desta Internada na Internet vou para a TV via Sat, aquela com os pratos na cabeça do prédio, tá sabendo, minha Netinha que, ainda bem, não tenho, ai, saco, vô, fala logo o que, sei lá vô, você, o senhor, tá, o que o senhor, e aí?, o senhor é que está com a palavra, continue, cara:

Pois então, minha cara pessoinha. Ligo a TV. Não tem cabo. Mas tem SAT. Bem melhor. Ainda é Smart. Saca? Solta a franga, vô. Quer+. E aí?

Então paro, depois de uma sapeada geral, na procura de algo que me levante deste baixo astral por causa do esquecido por todos neste meu aniversário de 74 anos de Ida, repito, pois paro no canal passando o filme em cima da obra “Se questo é un Uomo” – Isto é que é um Homem, do famoso Primo Levi, judeu químico escritor liberto do campo de extermínio:

– Meu primo, vô?

– É.

– Não lembro dele.

– É que tu tá velha, minha Netinha. Ou então, burra.

– Ih, vô. Este filme fala de que? Tem a ver com teu aniversário, Véi? Falando nisso, quando o vô faz aniversário? Vai ter festa? Posso levar meu novo cara, cara, desculpe, caro avô? Espero que teu aniversário seja logo porque não sei se até lá vou estar grudado nele, sabe como é, né, vô, acho que sou que nem tu.

– Mas que saco, minha Netinha.

– Controle-se, Vô. Olha a fimose!

– Tá aí, netinha?

– Tô.

– Sozinha?

– Não.

– Então, o certo é você falar…

– O que, vô?

– Tamu.

– Então a vó Cleide tá aí do teu lado né? Oi vó.

– Oi, Netinha.

– Posso falar uma coisa, vó Cleide?

– Lógico.

– Por que a senhora não lembra que hoje é aniversário, 74 anos de ida, do vô Mamcasz. Tá gagá, é?

– Netinha!

– Quié, vô.

– Tua vó tá dormindo. Ainda bem. Agora, escute com atenção. Você e o cara aí em cima de você.

– O que???

– Primo Levi. Estou vendo o filme em cima do livro dele, escrito depois que ele sai do campo de concentração, escapa por pouco de morrer na câmara de gás e ser jogado no forno para virar cinza.

– Ih. vô. Hoje o senhor está estranho.

– Sim. E agora, vocês dois, parem um pouco desta bolinação e escutem comigo, bota o celular no ouvido que coloco o meu no som da TV:

“Hoje, pela primeira vez depois de cinco meses nesta concentração, aqui em Auschwitz, somos enquadrados do lado de fora, sete horas da manhã. Manhã de sol. A gente olha um para outro como se nunca nos tivéssemos convivido no escuro de tudo. Ainda que seja um sol branco, polaco e contido.”

– Tchau, vô. Tô desligando.

– Alguma vez você esteve ligada em alguma coisa?

– Quer que a gente passe aí, vô.

– Não. Deixa eu seguir sozinho nesta só minha ida.

– Por causa de que?

– Porque agora, Netinha, você está sendo beijada pelo teu Zé Colméia.

– Gostoso.

– Tá.

– Vô Mamcasz!

– Quié?

– Feliz Aniversário.

Silêncio molhado cá dentro deste velho de 74 anos muito mais do que a chuva lá fora, barulhenta mas cheirosa que nem, que nem, que nem quem? Ah. Acaba o filme. Deixa eu voltar para a minha íntima amiga Internet para ver o que “rola neste pedaço de merda desta nossa América Latrina”:

“Falam que eu estou doida mas eu sei

que tem algo errado

Clico na Internet, ligado na caixinha do Blutúfe (?), presente da minha Netinha, é que meus ouvidos não andam bem, que nem meus dentes, não os precisos, despedidos faz tempo, mas os ainda angulare

Ah. Taguatinga não é Tabatinga, lá na Amazônia, do Brasil e da Colômbia, bem juntinhas, conheço. A de hoje fica aqui perto, no Distrito Federal, nada a ver com Brasília, a capital deste nosso Brasil.

Pois então. Aqui, na capital do maior país da América Latrina, um prédio de cinco andares, irregular, acaba de afundar. Sim, ainda não sou vô maluco. Sempre sou só mas até agora nunca vô. Prá onde? Sei lá.

– Vô!

– Quié, Netinha?

– Fala cair. Prédio não afunda.

– Netinha!

– Quié, vô.

– Pois este prédio, sito no Lote 20 – QSE 20 – Taguatinga – Distrito Federal – Brasil – América Latrina – Planeta Terra …

– Continue, Vozão.

– Pois ele afunda, sim, Netinha. Não desaba. Apenas afunda. O primo, falo do andar térreo, afunda porque os outros quatro andares acima caem em cima dele. Includo o quinto, irregular, que nem os outros. Tudo acertado para, então sim, qualquer dia desses cair de vez.

São vinte e quatro apartamentos de moradores calados, coniventes, agora deslocados, só com a roupa do corpo e, pior ainda, sem aceitar que ainda estão vivos graças à insistência da dita Velha Maluca. Triste América Latrina. E isto justo aqui ao meu lado. Não hablo de Buenos Aires, hermano, até porque ela está pior ainda do que nosotros.

Licença que tenho mais que escutar a TV, não é ver porque estou com a vista fraca mas não se engane porque minha mente está melhor do que a tua:

Neide Lira, 50 anos, diz que sente um “aperto no coração, como um aviso na forma de grito” e que por isso decide buscar ajuda.

O estabelecimento em que Neide trabalha com o marido fica no primeiro pavimento do edifício agora completamente inutilizado.

“O prédio apresenta defeito faz tempo. Acionamos o proprietário, que chega a dizer que se trata de massa podre”.

A então “Velha Maluca” diz que chega às 7h40 decidida a ligar para o Corpo de Bombeiros mas os moradores falam que “ eu estou doida, mas eu sei que tem algo errado porque estou sentindo uma forte agonia e pavor e falo para as pessoas que não quero morrer com meu neto neste lugar”.

Preste então atenção ao que estou lendo agora na Internet neste meu esquecido aniversário de 74 anos de Ida, aqui na capital desta América Latrina, Brasília, Brasil. Neide, a Velha Maluca, conta que começa a buscar ajuda antes das 8h.

“Primeiro, ligo para a Polícia Militar, que me manda falar com o Corpo de Bombeiros, que me orienta a procurar a Defesa Civil. Tudo demorado além da conta.”

Isto é só o começo, justo aqui na capital do Brasil o maior país da América Latrina. Depois de conversar com a Defesa Civil, Neide diz que é orientada a mandar um e-mail, com fotos e vídeos. Ela afirma que faz o procedimento, mas que, mesmo assim, não consegue ajuda, tanto que precisa, em meio às gargalhadas dos irregulares moradores, voltar insistir com os bombeiros, já que é um pedido de urgência, feito às 7h30m, agora são 10h30.

“Depois disso, ligo desesperada de novo para o Corpo de Bombeiros – conta-me a “Velha Maluca”, agoniada – e imploro para eles não deixarem as pessoas morrerem daqui a pouco. Então, finalmente, eles decidem vir, isso já quase 11h. Vinte minutos depois, o prédio afunda. Os moradores que me chaman de “Velha Maluca” até meia hora passada, escapam com vida. Graças a Deus. Mas a merda é que reclamam, agora, que estão sem Nada”

– Parabéns, dona Neide.

– Obrigada, seu Mamcasz. Ah.

– Quié?

– Feliz 74 anos de Ida.

– Obrigado, “Velha Maluca”!

– Ah. O que é mesmo que este teu primo fala desta gente que parece que não sei mas sei muito bem?

“Vocês que vivem seguros/ Em vossas casas aquecidas/ Vocês que encontram na volta de noite/ Comida quente e rostos amigos / Pois comecem a pensar na pessoa de verdade/ Que trabalha na lama/ Que não conhece a paz/ Que luta por um pedaço de pão/ Que morre por um sim ou até por um não. Pensem nisto.”

https://www.metropoles.com/distrito-federal/doacoes-ajudam-moradores-desabrigados-apos-desabamento-de-predio-no-df

https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2022/01/10/falaram-que-eu-estava-doida-mas-sabia-que-tinha-algo-errado-diz-mulher-que-chamou-bombeiros-antes-de-predio-desabar-no-df.ghtml


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