novembro 2010




Ufa!

  

                       Consegui escrever 50 mil palavras num mês contando todos os detalhes  do que está tão perto de mim e que eu queria tão longe. Começo, capa e fim. Agora, é partir para a revisão e publicação do livro.

  

  Ground Zero    

 

                    Diante de mim mora um prédio na parte dita nobre desta capital brasileira chamada Rio e  apelidada  A Maravilhosa.

                   Este prédio em frente a meus divagares será aos poucos por mim acabado através destas 50 mil palavras que eu começo a ditar para mim mesmo a partir deste exato momento (oito da noite um dia depois dos Finados de 2010), desde este bureau  de madeira nobre da Amazônia, ipê um dia  flores no meio da floresta.

                  Aqui estou eu instalado  especialmente para este projeto junto à janela do último sexto andar onde jaz minha solidária torre de marfim, posto de observação deste arremedo de vida presente no Pombal de Gente Inacabada,  gigante deitado eternamente em berço  horrendo, é o  Brasil!!!

                 

  Gran Finale

 

                 – Mas meu coronel, olha só que paisagem mais bonita a do Rio. Esqueça os corpos da sua mulher e do narrador boiando  na água espumosa da banheira.   Está chorando, coronel?  Amoleceu?  Pois a partir de agora,  quem manda no final desta nossa longa conversa de cinqüenta mil palavras sou eu, pessoa leitora.  Se eu quiser, acabo com tudo agora mesmo.  É só eu fechar os meus olhos e pronto. Está tudo resolvido.

            – Sua leitora desaforada. Saia agora mesmo deste  meu livro.

            – Seu? Pelo que eu saiba o escritor é o que está na banheira de braços dados com a sua mulher, os dois mortos, mané!

           – Acontece que agora  eu é quem está no comando dito horizontal.  Portanto, circulando. Nem devagar, para não parecer suspeita e nem muito depressa, para não parecer fuga. Entendeu a piada?  E não corra não porque senão eu acabo de atirar.  Por isso,   considere-se morta e este livro terminado.  Positivo, câmbio.

             – Acontece que eu sou a leitora, coronel, e não morro jamais e nem perco a ternura. Devolvo a piada.

            –  Então,  atenção!!! 

            – Feche os olhos!  

            – Dê seu último suspiro! 

           –  Descanse  em paz!

             – Amém, coronel.

             – Silêncio!!!

 

                T H E          E N D 


 http://um2skatemag.com/


                        Estou fora até o final do mês  por conta de um projeto global do qual participo, pelo Office of Letters and Light, de Nova Iorque, que é o National Novel Writing Month.

                        Já estou em ação intensa na escrita de 50 mil palavras entre os dias 1 e 30 deste novembro de 2010.

                       Neste futuro livro,  esparramo em detalhes o que foram  gotículas aqui neste blog em um ano e meio de vida.

  O título está definitivo:

Pigeonhole of unfinished people

Em tupiniquim: 

POMBAL   DE   GENTE   INACABADA  

                           Portanto, aos analfabetos funcionais aqui digo um Até Logo, suas urubuas pessoas, citando Louis-Ferdinand Céline, que me foi induzido pelo amigo niilista Daniel Costa, no livro Viagem ao Fim da Noite, onde ele constata:

 “ À medida que se permanece num lugar, as coisas e as pessoas perdem a compostura,  apodrecem e começam a feder de propósito para você.”  

Inté e Axé. 

http://www.nanowrimo.org/eng/user/758194


                         Hoje, Dia dos Finados (02-11-2010), mato este blog  para felicidade de uma porrada de cagüete,  delatora, denunciante,   alcagüete,  dedo-duro, hard-finger, dona  ruela,  fofoqueira,  maria bocona.

                       Mais as  traíra,  X-9, vira-casaca, linguaruda, dedo-de-seta, Judas, soplona, soffiatore, moucharde, moutona, sneak, dobber, supergrass,  boca mole, língua solta, fedepê e   língua de tamanduá.                            

                       Mas antes de enterrar este finado, desejo do fundo da minha mente-coração o seguinte para estas todas fedepês que me atasanam a vida em troca de uns centavos quaisquer na casa delas desalmadas.

                       Que todas apodreçam nas Virgem de Ferro, Roda de Despedaçamento, Máscara de Escárnio, Berço de Judas, Garras de Gato, Bota Espanhola, Cadeira de Bruxa, Esmaga Cabeça, e Quebrador de Joelho.

 

                  Minha quenga ruela, língua solta, traíra, xisnove, sente só o que eu te preparei  neste último post deste finado blog.

                 É tua a escolha entre a manjedoura, onde terás deslocadas as juntas do corpo, ou a ter chumbo derretido jogado nesta tua boca suja.

                Terás ainda que  comer partes de teu corpo  misturados a merda, urina, suor, lágrimas, catarro, pus e sangue desovulado.

                 Portando, minha cara alcagüete, te reservo os seguintes instrumentos:

Roda de despedaçamento    

            Serás amarrada na parte externa porque abaixo da roda há uma bandeja metálica na qual ficam as brasas e à medida que a roda se movimenta em torno do próprio eixo, tu serás queimada. Se preferires, troco as brasas   por agulhas metálicas.

Dama de Ferro    

        Serás ferida  grave mas não mortalmente com espinhos metálicos dispostos na face interna das portas desta espécie de urna funerária testada desde o dia 13 de agosto de 1515.

Berço de Judas    

       Serás sustentada por correntes e colocada “sentada” sobre a ponta da pirâmide  que serão afrouxadas   gradualmente, fazendo com que este teu   pressione e fira  os teus ânus,  vagina e cóccix.  

Garfo     

      Serás presa numa haste metálica, com duas pontas em cada extremidade semelhantes a um garfo,    por uma tira de couro ao teu pescoço  que, ao ser   pressionada, vai   perfurar tua região abaixo do maxilar e acima do tórax.

  Pêra

      Serás introduzida, pelas tuas boca ou vagina, a um instrumento metálico em formato semelhante à fruta pêra que tanto gostas e ele aos será expandindo aos poucos dentro de ti.  

Máscaras    

          Serás obrigada a vir trabalhar com uma máscara de metal que te incomodará mais pela exposição pública do que pelo sofrimento.

Cadeira    

                    Serás sentada pelada numa cadeira coberta por pregos sentindo ainda o calor das brasas colocadas na bandeja na parte inferior.   

Cavalete    

                   Serás   posicionada de modo que tuas costas se apóiem sobre o fio cortante e os braços fiquem presos aos furos da parte superior e os pés  às correntes da outra extremidade.                 Além disto,   através de um funil ou chifre oco introduzido em tua boca de tamanduá, terás que beber   água, com o nariz tampado para impedir o fluxo do ar,   provocando teu sufocamento até quase perto da morte, mas não chegando a tanto porque sou contra a violência.

Esmaga cabeça

                  Serás pressionada pela cabeça neste capacete, através de uma rosca, de encontro a uma base na qual terás teu maxilar encaixado até teres este teu crânio esmagado, deixando fluir tua massa cerebral.

Quebrador de joelhos    

                 Serás pressionada pelos joelhos, progressivamente, até teres esmagadas a carne, músculos e ossos, por placas paralelas de madeira unidas por duas roscas que se encontram a  cones metálicos pontiagudos.

Mesa de evisceração    

                Serás presa sobre a mesa de modo que as tuas mãos e pés fiquem imobilizados, enquanto receberás,  manualmente,  um corte sobre teu abdômen onde  era inserido um pequeno gancho, parecido com um anzol, preso a uma corrente no eixo, para serem extraídos, aos poucos, os teus  órgãos internos.  

Pêndulo    

            Serás amarrada pelos pulsos, com os braços para traz,  por uma corda que se estende até uma roldana e um eixo e que será  puxada violentamente para deslocar teus ombros e provocar diversos ferimentos nas tuas costas e braços.

Potro    

              Serás deitada sobre uma mesa e teus membros serão presos por cordas que serão giradas com uma manivela, por sete vezes, produzindo efeito  torniquete até sentires teus ossos todos esmagados.

 

Atenção!

                     No findamento definitivo deste blog, agradeço piamente os ensinamentos que recebi do padre católico dominicano, Frei Bernardo Guy, sem os quais não estaria apto a aplicar estas torturas em todas as minhas indigestas denunciantes X-9.

Comercial!

                  Se tu tiveres algum desafeto e quiseres aplicar estes instrumentos, podes comprar o “Livro das Sentenças da Inquisição”. É o melhor tratado de torturas de todos os tempos. Melhor ainda se for no original guardado secreto no Vaticano:

 

LIBER SENTENTIARUM INQUISITIONIS

Bernardus Guidonis – 1261 – 1331.

 

Portanto, eis a minha derradeira mensagem neste blog:

  

–  V Ã O     À     M E R D A  !!!