FELIZ ANO NOVO POVO
Eu posso ser ou não ter
ano novo também vida nova
mas se nos nove fora der quase nada
mesmo que eu naufrague na ilha da virada
continuemos eu e você neste meio que periclitante.
Eu posso ser ou não ter
ano novo também vida nova
mas se nos nove fora der quase nada
mesmo que eu sucumba na praça do embora
enfrentemos eu e você os anônimos inoperantes.
Eu posso ser ou não ter
ano novo também vida nova
mas se nos nove fora der quase nada
mesmo que eu desapareça nos becos do sem fim
nos veremos eu e você nas penumbras do esperante.
Eu posso ser ou não ter
ano novo também vida nova
mas se nos nove fora der quase nada
mesmo que eu vire poeira cósmica do infinito
ressuscitemos eu e você no saudoso estilo triunfante.
Eu posso ser ou não ter
ano novo também vida nova
mas se nos nove fora der quase nada
mesmo que eu ascenda degraus amortecidos
abracemos eu e você o você do eu incandescente
Eu posso ser ou não ter
ano novo também vida nova
mas se nos nove fora der quase nada
mesmo que eu pise no solo da marciana lua
juremos eu e você sorver igual gosto triunfante.
Eu posso ser ou não ter
ano novo também vida nova
mas se nos nove fora der quase nada
mesmo que eu tenha menos do que preciso
dividamos eu e você mais do que o sobretudo
multiplicado do impreciso e adicionado improviso
Então, nós devemos
bem lá na frente
em dezembro
2012
nos rever.
Inté e
axé!
Deste alguém-ninguém
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Eduardo Mamcasz
Zen Poet