Eu posso ser ou não ter
ano novo também vida nova
mas se nos nove fora der quase nada
mesmo que eu naufrague nas ilhas da virada
continuemos eu e você neste meio que periclitante

Eu posso ser ou não ter
ano novo também vida nova
mas se nos nove fora der quase nada
mesmo que eu sucumba na praça do embora
enfrentemos eu e você os anônimos inoperantes

Eu posso ser ou não ter
ano novo também vida nova
mas se nos nove fora der quase nada
mesmo que eu desapareça nos becos do sem fim
nos veremos eu e você nas penumbras do esperante

Eu posso ser ou não ter
ano novo também vida nova
mas se nos nove fora der quase nada
mesmo que eu vire poeira cósmica do infinito
ressuscitemos eu e você no saudoso estilo triunfante

Eu posso ser ou não ter
ano novo também vida nova
mas se nos nove fora der quase nada
mesmo que eu ascenda degraus amortecidos
abracemos eu e você o você do eu incandescente

Eu posso ser ou não ter
ano novo também vida nova
mas se nos nove fora der quase nada
mesmo que eu pise no solo da marciana lua
juremos eu e você sorver igual gosto triunfante.

Eu posso ser ou não ter
ano novo também vida nova
mas se nos nove fora der quase nada
mesmo que eu tenha menos do que preciso
dividamos eu e você mais do que o sobretudo
multiplicado do impreciso e adicionado improviso

Então, lá na frente
nós devemos
nos rever.
Inté e
Axé.
De:
Polaco Mamcasz
&
Madame Cleide
( Poema e fotos – Vancouver/San Francisco/Dallas – by Eduardo Mamcasz. To you.)
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