– Qualé, polaco? Ofendendo a rainha Iemanjá?

Nem pensar, não sou burro. Acontece que Mãe Iara, da água doce, e Mãe Iemanjá, da água salgada, as duas me protegem desde sempre. Bebê ainda, polaquinho bonitinho, minha mãe Lola sai da igreja onde sou batizado e vai direto, com a amiga negra dela, para o  olho d´água, onde sou novamente batizado, ao galho de arruda, e colocado sob a proteção da Mãe Iara. – E quem é ela, polaco?

Mãe Iara, gêmea de Mãe Iemanjá, eu tenho mais de uma Mãe, sortudo sou, pois ela, a Iara, é uma deusa índia conhecida por seduzir homens que se arriscam, na beira do rios, levando-os, bobos, para bem fundo.

– E daí, polaco?

– Daí, é lá com eles dois, né?

– Que mais?

– Quer?

– Quero.

Seguinte. Mãe Iara, a Mãe Iemanjá de água doce, é filha de um pajé e ela é conhecida como uma grande guerreira, tanto que os irmãos dela, índios machistas, decidem, por ciumeira, dar cabo dela. Resultado: ela mata todos eles. Está me seguindo? Com licença que vou cantar um cadinho:

– Dia dois … de fevereiro … dia de … Iara no rio …

– Polaco sacrílego!

– Sorry, mãe Iemanjá. O senhora saber que eu adorar o senhora Iemanjá, tão do pretinha, do bonitinha, mas eu ser da rio não ser da mar, salgado arranha meu pele de polaco.

-Tá! Você tem minuto para falar bem de mim se não te sereio aqui para meus seios, sei muito bem que você não resiste!!!

O nome Iemanjá tem origem yorubá onde “Yéyé Omó Ejá” quer dizer   “mãe cujos filhos são peixes”.

– Muito bem, polaquinho, teu tempo em Cacha Prego, na Ilha de Itaparica, Bahia, não é em vão, ainda bem que os índios não te comem, que nem o bispo Sardinha, né, frei Hélio, pois saiba que eu te protejo, porque eu, Iemanjá, te quero só  para mim, aqui no fundo do mar.

– Posso continuar, Mãe Iemanjá?

– Lógico, meu polaquinho mais doce do que o leite de coco.

Mãe Iemanjá é conhecida como a padroeira dos amores a quem recorrem os apaixonados, especialmente em casos de desafetos amorosos. Iemanjá é uma preta. Iara é uma índia. Ai que dúvida.

– Polaquinho!!!

– O que é, Madame?

– Falando com quem?

– Com minha segunda mãe, a tia Aline, aniversário dela é hoje, dia dois de fevereiro, ela, polaca dos Campos Gerais, casada com um Armênio paulista.

– Mande um beijo meu para ela.

– Quantas mães você tem, polaco?

– Quem está falando?

– Mãe Iara.

– Mãe Iemanjá.

– Mãe Luiza.

– Mãe Lola.

Oi, mães! Vocês por aqui, neste dia dois de fevereiro?

– Eduardinho!!!

– O que é, “mães”?

– Você quer vir para cá?

– Agora, não. Quem sabe um dia.

– Menino esperto este Eduardinho.

– Pensa que vai viver para sempre.

– Ele sempre teve medo de água do mar.

– De água doce também, quase morre num poço no Rio Verde.

MÃES!!!

– Quié, Eduardinho?

– Posso beber uma caipirinha, neste dia dois de fevereiro, em homenagem a vocês?

– Uma só,tá! Olha lá!!!

– Tá.

– Aposto que ele vai beber uma caipirinha para cada uma de nós.

– kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.


      Our today “Trocando em Miúdo” (a daily brodcast report) make parallels between the speeches made by Pope Francisco in Rio de Janeiro, Brazil. On one hand, for the elite, at Municipal Theatre. On the other, for the poor people in the slums of Manguinhos. Between both, the defense of the Solidarity Economy. Let´s go!

       O Trocando em Miúdo de hoje faz um paralelo entre os discursos feitos pelo Papa Francisco, no Rio. De um lado, para a elite, no Teatro Municipal. Do outro, para os pobres da favela de Manguinhos. Entre os dois, a defesa da Economia Solidária. E a praia de Copacabana lotada, noite toda, por três milhões de jovens.

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    A week ago, before the arrival of Pope Francisco for World Youth Day in Rio, I simply put he would speak of Economics for the excluded. Logical that spoke of this and more. Corruption, for example. That can not be excluded simply discarded. The voices of the streets need a constructive dialogue. Emphasize first that the Pope advised the representatives of the elite at the meeting at the Municipal Theatre. We need is a Joint Responsibility to build the future. More.

    Há uma semana, antes da chegada do Papa Francisco para a Jornada Mundial da Juventude, no Rio, este Trocando em Miúdo lembrou que ele ia falar de Economia para os excluídos. Lógico que falou isto e muito mais. Corrupção, por exemplo. Que os excluídos não podem ser descartados simplesmente. Que as vozes das ruas precisam de um diálogo construtivo. Destaco primeiro o que o Papa aconselhou aos representantes da elite no encontro no Teatro Municipal. A gente precisa é de uma Responsabilidade Solidária para construir o futuro. Que mais.

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     Let´s continue with the pope. The future requires us to humanist vision of Economy … That no one is deprived of the necessary … The cries for justice continues today. Incidentally, this phrase – the cries for justice continues today – spoken by Pope Francisco, the Municipal Theatre of Rio, the representatives of the elite, came after the recommendation given by God to the prophet Amos, even in the Old Testament. It is strong:

     Continuo com o papa. O futuro exige de nós uma visão humanista da Economia… Que ninguém fique privado do necessário… Os gritos por justiça continuam ainda hoje. Aliás, esta frase – os gritos por justiça continuam ainda hoje – falada pelo papa Francisco, no Teatro Municipal do Rio, a representantes da elite, veio depois da recomendação dada por Deus ao profeta Amós, ainda no Antigo Testamento. É forte:

    They sell the righteous for money. The indigent, for a pair of sandals.

They crush the head of the poor into the dust of the earth.

They make Impossible a life  of the oppressed.

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Eles vendem o justo, por dinheiro. O indigente, por um par de sandálias.

Eles esmagam a cabeça dos fracos no pó da terra.

Eles tornam impossível a vida dos oprimidos.

    Agora, no outro lado da mesma pirâmide social. Comunidade do Vidigal, favela de Manguinhos, parte pobre do Rio. Aqui, o papa Francisco usou a linguagem econômica de não percam a esperança. Disse que a palavra solidariedade frequentemente é esquecida e silenciada porque incomoda. E completou: quase parece um palavrão. Disse mais: dar pão a quem tem fome, além de necessário, é um ato de justiça. Fechando o sermão aos brasileiros mais pobres, disse ainda o papa Francisco:

Nenhum esforço de pacificação será duradouro enquanto a sociedade abandonar

parte de si mesma nas periferias.

     Now, at the other side of the same social pyramid. Community Vidigal slum of Manguinhos poor part of the river here, the pope Francisco used the language of economics not lose hope. Said the word solidarity is often forgotten and silenced why bother. Then he added, almost like a dirty word. He said, giving bread to the hungry, and necessary, is an act of justice. Closing the sermon to the poorest Brazilians, also said the pope Francisco:

No effort will be lasting peace while society abandon

part of herself in the peripheries.

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    Closing the sermon, I mean, the prose-economic papal today. 33 years ago, the then Pope John Paul II, in his first visit to Brazil, was the Vidigal slum, also in Rio, and said the following:

   Do everything in order to disappear, at least gradually, the gap between the excessively wealthy few, the large crowds of poor, those living in poverty. Do everything that this gap does not increase but decrease.

   Fechando o sermão, quer dizer, a prosa econômico-papal de hoje. Há 33 anos, o então papa João Paulo Segundo, na primeira visita dele ao Brasil, foi à favela do Vidigal, também no Rio, e disse o seguinte:

 Fazei tudo a fim de que desapareça, ao menos gradativamente,

o abismo que separa os excessivamente ricos, pouco numerosos,

das grandes multidões de pobres, daqueles que vivem na miséria.

Fazei tudo para que este abismo não aumente, mas diminua.

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Se quiser me ouvir, clique abaixo.

http://www.radiotube.org.br/audio-3480n0CP1OOrR


A Voz do Povo na História das Ruas  

Egito. Brazil. Tunísia. França. Espanha. Catalunha. É sempre o mesmo povo querendo pegar o Touro à Unha. Poder protegido pelos meganhas armados. Amados, não. Tão antigo quanto Deus é Deus. Mandou Miguel, o Arcanjo dono das Forças Armadas, expulsar o povo – Adão e Eva – do Paraíso.

Brazil 08 by MamI want Everything I am Nothing.

Egypt. Brazil. Tunisia. France. Spain. Catalonia. It’s always the same people wanting to take the bull by the horns. Power meganhas protected by armed. Beloved, do not. As old as God is God. Sent Michael the Archangel the Chief of the Armed Forces, to expel the people – Adam and Eve –  from the Paradise.

Fora do alcance do Reino, o Povo descontente, fora do coro dos amestrados, passa a ser chamado, pelo Poder (Estado-Igreja-Imprensa), de Vândalo, Desordeiro, Baderneiro, Bandoleiro, Bandido e Arruaceiro. Se estiver certo, um dia vira letra do Hino Nacional: Allons enfants de la Patrie. Deixa de ser Bandido.

Brazil 01 by Mam

Vandals cut the Queen’s head of Guillotine. Allons Enfants de la Patrie.

Beyond the reach of the Kingdom, the People unhappy, out of the choir housebroken, shall be called by the Power (Church-State Press), the Vandals, Hellion, Hooligan, Bandit, Bandit and Rogue. If you’re right, the day turns lyrics of the National Anthem: Allons enfants de la Patrie. Quit being Bandit.

Brazil 00 by Mam

The people united will never be sold.

For in homenagem to continued Voices in the Streets of my Brazil, and also the rallies of the French Revolution and the Russian Communist earliest times, even more the enormous headlines, content, Folha da Tarde and now Correio Braziliense because then do your these my sign.

Pois em homenagem às Vozes que Continuam nas Ruas do meu Brasil, e também às passeatas da Revolução Francesa e da Russa Comunista dos primeiros tempos, mais ainda às enormes manchetes, no conteúdo, da Folha da Tarde e, agora, do Correio Braziliense, pois então, faço teus estes meus cartazes:

Brazil 09 by Mam

I want everything that everyone wants.

I do not want Spain or Brazil. I want the people to go fight in the streets of Rio. This has to do with the final of the Confederations Cup in 2014, which was in Brazil, in the middle of the street demonstrations. It was at the famous Maracanã stadium, restored at a cost of millions of dollars missing from the Health-Education-Transportation. Inside, the bourgeoisie around the Power that was not afraid of the boos. Or was hidden. Worse. Grace, on the wings of the aircraft FAB – Brazilian Air Force. From the outside, the game of the people, taking the Armed Forces at the behest of FIFA. Hence the next poster. In Tetra Tetra. This, champion Brazil in the Confederations Cup for the fourth time. And Treta? Good Word and Rio. Mistake. Theft, Corruption. Thievery.

Brazil 06 by Mam

Tem a ver com a final da Copa das Confederações 2014, que foi no Brasil, no meio das manifestações de rua. Foi no famoso estádio do Maracanã, restaurado ao custo de milhões de dólares que faltam na Saúde-Transportes-Educação. Do lado de dentro, a burguesia em volta do Poder que não foi com medo das vaias. Ou foi escondido. Pior. De graça, nas asas dos aviòes da FAB – Força Aérea Brasileira. Do lado de fora, o jogo do Povo, apanhando das Forças Armadas a mando da FIFA. Daí o cartaz seguinte. Tetra no Tetra. Este, Brasil campeão da Copa das Confederações pela quarta vez. E Treta? Bom. Palavra bem carioca. Engano. Roubo, Corrupção. Gatunagem.

Brazil 05 by Mam

Pois estes meus cartazes manchetes em cima das vozes que continuam nas ruas do meu Brasil varonil acabam, que nem as marchinhas de Carnaval, no que está junto, por perto,  mesmo que do outro lado do mundo. Por exemplo. Egito.

Brazil 03 by Mam

People. I’m going to Egypt to do some courses.

Brazil 02 by Mam

Who I send to Egypt?

Brazil 07 by Mam

At the end of the nation Maracanã.

She (the President of Brazil, which led the premiere boo) will not because it can not.

I will not because I don`t whant.

Brazil 04 by Mam

Polaco não dá bandeira. Descendente de família vinda da Polônia para o Sul do Brasil, onde os polacos-polônios-poloneses são discriminados. A frase Polaco não dá bandeira tem dois significados. Um. Esperteza. Não deixa ser prego-preso em flagrante. Dois. Escanteio. Polaco gosta de comer. Na Grande Guerra, para desprezar, diziam que o Polaco trocava a Bandeira Nacional por um prato de comida. Quando criança, provocado na escola dos brancos (diziam que polaco é o negro do sul do Brasil), quando gritavam para a gente: POLACO NÃO TEM BANDERA!  Nossa resposta continua sendo igual, mas tem que ser gritada com a mão no pau-pinto-saco-escroto-caralho:

– MAS TEM PAU PRÁ DÁ PRÁ BRASILÊRO, PÔRA!!!

– What???

Português: Fachada do Estádio do Maracanã.

Português: Fachada do Estádio do Maracanã. (Photo credit: Wikipedia)

Polish flag does not. Descending family from Poland to the south of Brazil, where the Polish-polônios-Poles are broken. The phrase does not Polish flag has two meanings. Cunning One. Do not let it be nail-caught red-handed. Two. Corner. Polish like to eat. In the Great War, to despise, said that the National Flag Polish exchanged for a plate of food. As a child, teased at school whites (saying that Polish is the black southern Brazil), when shouted at us: POLISH HAS BANDERA! Our answer remains the same, but it has to be shouted with his hand on dick-dick-dick-bag scrotum:

– BUT HAS BIG DICK TO GIVE TO THE BRASILIAN PEOPLE. FUCK YOU!!!   

Maracanã stadium

Maracanã stadium (Photo credit: Wikipedia)

 


Very charged in street protests, opening the spreadsheet cost of public transport system, it actually mixing the political and financial costs of a formula that involves, on the one hand, revenues, on the other, and, ultimately, profits dealers. Sounds easy but is not.

 

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Povo nas ruas do Brasil mata lucro dos donos dos ônibus

 

Muito cobrada nas manifestações de ruas, a abertura da planilha de custos do sistema de transportes públicos, na verdade ela mistura aspectos políticos e financeiros numa fórmula que envolve custos, de um lado, receitas, do outro, e, no final, os lucros das concessionárias.

 

Parece fácil mas não é.

 

 

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Para me ouvir, clique abaixo

 

 

http://radioagencianacional.ebc.com.br/materia/2013-06-27/aprenda-como-se-calcula-o-pre%C3%A7o-da-passagem-dos-%C3%B4nibus

 

 

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Script da coluna para rádio, uso livre, “ Trocando em Miúdo ” , dia 27-06-13

 

Ouça bem. É mais complicado do que parece. Primeiro, o serviço de ônibus, metrô, lotação regular, barcas, é tudo público, mesmo que tenha alguma empresa particular operando. Ela recebe a concessão da prefeitura, através de concorrência pública, para, em troca da tarifa, dar conta do recado. Tudo por escrito. Custos e receitas. O resto é lucro. Tudo nesta tal de planilha de custos que estão querendo abrir. E só para complicar. Quando tem Passe Livre para idosos e deficientes, ou meia para estudante, ou vale para trabalhador. Quem paga a conta? Até porque, pela Constituição federal, de graça só se alguém pagar. Tem que ter a famosa fonte custeio. Uma delas é aumentar o preço da passagem, na planilha, para que alguns paguem pelos que viajam de graça.

 

Que mais?Image

 

Pois então.

 

De volta à tão exigida voz nas ruas. Abertura da planilha de custos. A partir do total dos gastos é feito o cálculo do preço da passagem. Quer dizer, dos que usam e pagam por todos. Neste cálculo, na parte da empresa, entra até a depreciação do valor do ônibus, um bem patrimonial, pelo tempo de uso. Entram os reajustes do motoristas e cobradores. Entra a quilometragem rodada, o número de passageiros, o combustível. Se tiver corte de imposto no óleo diesel, isto teria que ser diminuído, ou abatido nos custos. Teria… Com o custo total, passa-se ao outro lado da planilha. As receitas. No caso dos transportes, é o recebido pela venda da passagem. Mais as propagandas nos vidros e tal. Cabe ao prefeito, então, definir o preço, o tempo para o próximo reajuste e tal. Mas daí tem os desvios.

 

Quais?

 

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Fechando a prosa porque é ela comprida por demais. Os donos das empresas de ônibus, com tudo acertado, contratos de 15 anos, que é o tempo útil de uma frota coletiva, pois mal, aí os empresários começam, a fazer de tudo para diminuir as despesas e aumentar os … lucros. Por exemplo. Transporte integrado é pior para eles. Linha pouco usada, nem pensar. Ônibus superloto é lucro certo. Se a linha for curta, tarifa igual, tiver muita gente pagando e pouco Passe Livre, aí é lucro certo. Para o dono da empresa, lógico. Pronto, acabei.

 

Alguma dúvida? Mande um e-mail.

 

emconta@ebc.com.br

 

 Inté e Axé!

 

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Português: Pichação Passe Livre em parede de e...

Português: Pichação Passe Livre em parede de edificação dentro da UEFS, em Feira de Santana, Bahia, Brasil. (Photo credit: Wikipedia)

 

 

 


Os dez melhores cartazes dos Filhos da Revolução do Brasil

        São famosos os cartazes da Revolução Russa, com seus punhos cerrados, foice amestrada e martelo industrial alimentada nas veias abertas na Sibéria. Sem contar os filmes, as poesias e as músicas.

      Pois aqui nos Tristes Trópicos, os bisnetos dessa Revolução Comunista, netos do pré-64, e filhos de 68 empoleirados ora no Poder, voltam às ruas divorciados das classes trabalhadoras da UNE e CUT.

     Em compensação, sobra sabor  de sopro novo no horizonte, donos de centavos que dão um chega para lá nas autoridades vigentes, ex-guerrilheiros, à sombra do sempre  aparato coronelístico-militarista.

The ten best posters of the Sons of the Revolution in Brazil

     Are famous posters of the Russian Revolution, with his fists clenched, sickle and hammer tame industrial fed in open veins in Siberia. Not counting the movies, poetry and songs.

    For here in Tristes Tropiques, the great-grandchildren of this Communist Revolution, the pre-64 grandchildren, and 68 children perched in power now, back to the streets divorced from the working classes and the UNE CUT.

      Instead, plenty of flavor blow again on the horizon, owners cents giving a reach beyond the existing authorities, former guerrillas, the shadow of the ever-militarist coronelístico apparatus.

     Portanto, os pais dos Filhos da Revolução que acontece nas ruas de todo o Brasil, de Norte a Sul, estão de quatro, embasbacados, desnorteados e encastelados atrás de grades hoje bem reforçadas.

      Para mim, no entanto, o melhor de tudo isto é vislumbrar o futuro através dos cartazes não mais impresos em gráficas clandestinas ou mimeógrafos gelatinosos, mas feitos no ato da rua, no repente.

       Eis alguns dos melhores momentos espalhados nesta Primavera Brasileira:

      Therefore, parents of the Sons of the Revolution that happens on the streets all over Brazil, from north to south, are four, dumbfounded, bewildered and entrenched behind bars today and strengthened.

      For me, however, the best of all this is to see the future through posters impresos no more graphic in clandestine or mimeograph gelatinous, but made ​​upon the street, in a sudden.
Here are some of the best moments spread this Brazilian`s Spring:

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There’s so much wrong that does’nt  fit on this poster

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Your son does’nt run out of a fight

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Take the black money of politicians. Do not clean the money of the people.

Brazil 002 by Mamcasz

Your son does’nt run out of a fight

Brazil 004 by Mamcasz

 

When your child will sick,  take him to the football stadium (FIFA)

Brazil 005 by Mamcasz

Brazil 007 by Mamcasz

A people who vote on the thighs takes in the ass.

Brazil 008 by Mamcasz

Who decides the elections in Brazil are not the newspapers, but who cleans the ass with them.

Brazil 009 by Mamcasz

Ô uniformed (police).  You are also explored.

Brazil 010 by Mamcasz

Dilma (president of Brazil – Dilma Roussef), it’s your fault.

Today the class is on the street.

Brazil 006 by Mamcasz

No one party represents me.


Ahoy cambada de burocrata comunista de merda!!!

(mais…)


Oscar Niemeyer Museum (NovoMuseu), Curitiba, B...

Oscar Niemeyer Museum (NovoMuseu), Curitiba, Brazil (Photo credit: Wikipedia)

Comunista, Oscar Niemeyer dizia que a arquitetura dele era para rico. Além dos mais de 500 projetos espalhados pelo mundo,    ele  deixa uma obra social apenas no escrito, onde  lamenta a miséria que o cerca. Confessa que a arquitetura  dele nunca foi  dirigida para os pobres que, no entanto, como consolação proletária, têm a felicidade de sentir a emoção diante da obra criada.

Ouça-me

https://soundcloud.com/#mamcasz/arquitetura-de-niemeyer

Brazilian Congress being washed by rain. Archi...

Brazilian Congress being washed by rain. Architecture by Oscar Niemeyer. (Photo credit: Wikipedia)


O Banco Central do Brasil decretou, nesta data, intervenção no Banco BVA S.A., com sede na cidade do Rio de Janeiro, em decorrência do comprometimento da sua situação econômico-financeira e do descumprimento de normas que disciplinam a atividade da instituição.O Banco BVA detém apenas 0,17% dos ativos do sistema financeiro e 0,24% dos depósitos, com 7 (sete) agências localizadas nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

The Central Bank of Brazil declared on this date, intervention in Banco BVA SA, based in the city of Rio de Janeiro, due to the impairment of its financial situation and violation of rules that regulate the activity of the institution.Banco BVA holds only 0.17% of the financial system’s assets and 0.24% of deposits, with seven (7) agencies located in the states of Rio de Janeiro, Minas Gerais and São Paulo.

O Banco Central está tomando todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades, nos termos de suas competências legais de supervisão do sistema financeiro. O resultado das apurações poderá levar à aplicação de medidas punitivas de caráter administrativo e a comunicações às autoridades competentes, observadas as disposições legais aplicáveis. Nos termos da lei, ficam indisponíveis os bens dos controladores e dos ex-administradores da instituição.

The Central Bank is taking all reasonable steps to establish responsibility, in terms of their legal oversight of the financial system. The result of the findings may lead to the imposition of punitive measures of administrative and communications to the competent authorities, subject to the applicable legal provisions. Under the law, the goods are unavailable drivers and former managers of the institution.

Brasília, 19 de outubro de 2012
Banco Central do Brasil
Então, tá.
Pra frente, Braziu!!!


Recife é a região que tem a maior porcentagem de desocupados, 6,7% na última Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (Pnad), divulgada pelo IBGE, que a partir de agora, passa a classificar este segmento como pessoa economicamente não-ativa.

Só uma explicação antes de continuar a prosa. Desocupado, para os técnicos do IBGE, que fazem a PNAD, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, que acaba de ser divulgada, é simplesmente a pessoa que se cansou de procurar emprego. Não tem nada a ver com vagabundo. Pelo contrário.

Segundo o IBGE, existem hoje seis milhões e 627 mil desempregados e um milhão e trezentos mil desocupados. Ah … isto só nas regiões administrativas onde a PNAD do IBGE chega, ou seja: Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. E nos demais?

Então me ouça, pessoa:

Quem são esses desocupados? Mais da metade  são mulheres, 35,1% nunca trabalharam, mais de um terço (33,9%) são jovens entre 18 e 24 anos de idade; 57,6% são pretos ou pardos, ou seja, negros e,  53,6% não completaram o ensino médio, ou secundário, ou segundo grau.

Então, tá.

Inté e Axé!


– Por que hoje é sábado, Vinicius de Moraes,  hein?

Madame dorme pós o lapin a la mode de Montmartre.

Culpa do italiano Chianti.

– Pode me chamar de Gentilesco, bela!

Detesto estes carcamanos! Tão convincentes… e por conta deste episódio revelo  o seguinte incidente que nunca será domesticado:

– Vocês acabam de me entristecer neste sábado.

Esquivo-me então do lar nesta  tarde sombreada, aqui  é Brasilha.

O elevador stop no 6. Entro. Nova parada. No 3. Neta e avô.

– Boa tarde. Lindo dia. Estou indo para a catequese no Cor Jesu.

Terminal.

Descemos juntos. E a prima mulher desta tarde sombreada me desperta:

– Qual seu nome?

– Mamcasz.

– Mamcasz. Meu nome é Madalena. Este aqui é meu avô Joaquim.  Me escute!

E saimos conversando naturalmente, por que hoje  é sábado, Vinicius, hein? No intermezzo das quadras 200 para as 400, isto é Brasília, só não digo a Asa, o avô, meio que incomodado com a naturalidade do mútuo conversar, iniciada no elevador, pega na mão da neta:

– Nossa, que mão fria!

E ela, no ato, pega na minha e:

– Mamcasz, você me acha fria?

Diante do tremelique contido do avô, eu jogo o lero de que fui seminarista (ah, é?), militar (que posto?), perguntadeira tua neta, vai ser que nem eu, jornalista (nem pensar!!!) e continuamos os três, de mãos dadas, quem sou eu para tornar desfeito o sonho ora feito de uma menina de mãos dadas com dois homens belos (é…), bom incentivo na vida longa (dela…).

– Então tchau, Mamcasz. Eu vou para minha catequese.

E fico eu, ela sabia, tínhamos trocado as falas, na mercearia de nível, espanhola, produtos finos, apropriados para esta tarde sombreada, por que hoje é sábado, Vinicius, hein, por que?

– Ah … pergunto eu, olho de olho na neta do avô militar, meu vizinho.

– Qual tua idade?

– Cinco anos, por que?  mas me diga uma coisa, Mamcasz, quem é este Vinicius?

– É meu amigo, o Moraes de Ipanema, estou escutando a poesia dele aqui, fique com ele :

– Coisa antiga este walkman, mas por você, e pelo teu amigo Vinicius, eu aceito. Tchau.

http://www.youtube.com/watch?gl=BR&v=jpfymRLaPaA

Pois bem. Continuemos, eu e a tua pessoa leitora, embora não de mão dadas. Não te conheço…

 E assim zonzo,  pelos dois fatos que acabo de narrar, é vero, juro pelo Cor do Jesu da menina, entro na mercearia espanhola de produtos finos, tipo endivas e tal. Escolho a mexirica, daquele bem miúda. Porção de pistache. Duas endivas, por supuesto. Caqui chocolate. Couve-flor.

 Dobro a esquina para a prateleira do presunto de Parma. À frente, outra mulher.  Opa… Vislumbro-lhe o cabelo a la Janis Joplin. Sinto um leve torpor no cabelinho da minha nuca. Bom sinal. Sem olhar, retorno a meu destino. Acontece que a saída está bloqueada por mais uma mulher,   algo desorientada, sinto-a não madura,  que nem a outra, mas, juro, longe de mim ter fixado o meu id na retina dela. Na verdade, me desoriento, ainda não refeito da pretérita presente pequena menina elevatória do repente.

– Deixa eu ver – converso comigo mesmo, aparentando solidão.  Pão árabe. Esta pequena boina, minúscula, exige o hamus. Cadê o hortelã?

– Ali, senhor.

– Alá!

Redobro na esquina da outra gôndola. Aprecio o cheiro árabe. Absorvo o momento. Sou pela retaguarda da mente, dita cabeça, envolvido por duas mãos que, juro pelo Coração de Jesus da menina do elevador, já as envolvi outrora para que não caísse, numa madrugada, entre os trilhos de Santa Teresa, no Rio, nos tempos em que Kurosawa nos levava a fazer Dodeskadém. Amém.

– Mamcasz!

– Oi – reconheço a voz do elevador.E retruco:  Não foi para a catequese?

– Ainda vou. Queria te perguntar uma coisa. Se Jesus era filho de Maria, ele era neto de quem?

– Ana e Joaquim. Por que?

– Maria era a mãe de Jesus. Quem era o pai?

– José, por que?

– Então, quer dizer que Jesus nasceu da…

– Menina. Pergunte isto lá para o padre.

– É freira, Mamcasz, seu bobo.

– Melhor ainda. Mulher conhece estas coisas de fazer filho, nem que seja Jesus.

– Mamcasz.

– Quié?

– Quem é esta garota, parecendo as cantadas no sábado pelo teu amigo Vinicius, lá na praia de Ipanema, que está tampando os teus olhos com as mãos rodeadas de pintas tão bonitas?

– Ah. É uma amiga que eu tenho faz mais de 40 anos, desde os tempos do Rio de Janeiro,  continua lindo.

– E por que você passou por ela sem falar nada? Vocês estão brigados?

– Nunca na vida!

– E esta outra moça do lado, nossa, Mamcasz, você está mais procurado do que o Vinicius, né?

– É …  esta moça é a filha desta minha amiga desde o tempo em que ela nem pensava na filha.

– Você não pensava em mim, mãe?

– Minha neta, vamos embora.

– Não sou neta. Sou filha.

– Pois eu sou avô.

– E eu sou neta.

– Eu sou filha!!!

E eu:

– Por que hoje é sábado, hein, Vinicius?

Cada qual segue então seu destino na vida. Pamela Nunes, mulher de Elvis, com a filha, para Pirinópolis, Goyaz, Brazil.

A neta, não a filha, com o avô, para a catequese para saber como nasceu Jesus da barriga…

E eu, de volta aos sonhos de madame, pois ela inda dorme.

Adentro o dito sacrosanto lar. Ou seria sacrossanto? ou sacro-santo? Coloco na vitrola o  Elvis Presley, só de músicas religiosas. Volume respeitoso. Tripla homenagem:

À neta – na ida à catequese, na Cor Jesu.

 À  filha – muito desenchavida na vida, por sinal.

 À mãe – amiga unida nesta longa estrada da vida. 

– Quem, Mamcasz?

– É qual, menina. Qual a música.

– Qual de nós você escolhe?

– Stand by me.

http://www.youtube.com/watch?v=jNjq54fgkhU

Moral do lero deste sábado sombreado cá na Ilha, Asa Sul, Brasília.

Madame acorda, livre dos braços do italiano Chianti.

– Que música é esta?

– Depois eu te conto.

– Foi adonde:

– Lugar nenhum. Fiquei aqui no Facebook.

– Você e este teu Face. Tem que sair. Falar com gente…

E lá foi ela, cafezinho e cigarrinho para o quarto da Sky.

Tempo!

– Florzinha. Corre aqui…

Pronto. Emergência. Acelero-me, na medida do possível.

Na TV, o especial “Where you’re strange”.

Cena 1:

I have a dream. Corta! M.L.King. Som do tiro.

Cena 2:

Nos vemos em Chicago. Corta! J.F. Kennedy. Som do tiro.

Enquanto isto, ao fundo,  Jim Morrison canta:

This is the End. Father.I want kill you. Mother…

https://mamcasz.com/2011/07/17/this-is-the-end-my-beautiful-friend/

– Corta!!! Corta!!! Corta!!!

– Qué isso, Florzinha. Cê tá tão esquisito. Só por que hoje é sábado, hein?

Cena 3

Jim Morrison. Som do tiro.

Cena 4

Cemitério Père Lachaise. Paris. Túmulo dele. Já fui. Aliás, acabo de marcar minha próxima viagem.

Paris.

Era para ser Praga. República Checa. Começo a pesquisa pelo Google. Praga. Resposta:

– Praga de baiano!

Mudo para Paris. Respeito é bom e gozo. Olha só no que está dando.

De qualquer forma, o studio, Place de Ternes, me espera.

 Au revoir. A bientot e coisa e tal. Axé!

Moral do Lero.

1 – Sempre tome cuidado ao ficar perto de uma mulher.

2 – Independente da idade: seja Madalena (5 anos), Maria (25 anos), Ana (45 anos), Madame (uma flor) ou até mesmo eu, Jesus (65 anos).

3 – Por que mesmo hoje é sábado, hei, seu Vinicius?

Mesmo assim, dedico esta música à minha amiga, que era a cara da Joplin, belo sábado, ainda que tenha me comportado meio esquisito.  O que vai pensar a filha dela? Aliás, amiga, tua filha….

http://www.youtube.com/watch?v=WIt3bbqMbHE


O IBC Brasil cai abaixo de zero. O Banco Central do Brasil acaba de informar. Em maio, o IPC-Br ficou –0,02%. De 140,64 para 140,61 pontos. Em março, havia caído 0,17 negativos. Para que serve ele?   Antecipar o PIB. Anuncia que acabou o Carnaval. Aliás, qual o teu palpite para o PIB 2012: 4,00% (Mantega); 2,50% (BC); 2,10% (CNI); ou aceita logo que vai ficar mesmo abaixo de dois por cento e não se fala mais nisso.

 


Ai de mim Copacabana

Tu não me engana

Por ti vazo-me de gana de me tornar outrora insana

Persona.

*

Sessenta e Oito.

*

Achego-me a ti

Mínimo reco

Um dezoitinho no meio dos trezoitão

Noviço puro

Sulista

Prato feito

Pré especial

Vizinho do Bornay.

*

Sessenta e Nove.

* 

Mergulho de cabeça

Na praia e nos becos

Da fome matada por Lindaura

Da gula saciada nas curvas da calçadona

Num tal de Cooper

Testo o meu físico

Na espreita da mina

Que surge na tanga da miçanga do kabuletê

Onde desperto meu lado mais bom

De sunga.

*

 Um.

Dois.

Três.

E lá vou eu

Na mira da mina

Do Leme ao Seis

Viro  inconfiável freguês

Se no meio da ida

 Pinta outra mais

Ela me retorna

Aos braços  da Princesa Isabel.

*

Primeiro casamento da minha  ida vida.

Rio.

Choro.

Imploro.

Sofro.

Quase morro.

Minha vida vira favela.

Ressuscito-me.

*

Retorno jornalista.

Eco, Pinel, Túnel, Canecão, estádio do Botafogo

Onde ensaio a minha primeira mulata …  da Portela.

Por ela, abandono  Teresa, a Santa,

Abraço a pecadora da Prado Junior.

Uma zona.

Cinema Um.

O último apito do guarda, duas da madruga.

O primeio, do despertar, seis da matina.

Sanduba.

No flat, no botequim e na praia.

Que se espraia, até hoje, na minha  mente

Que se transmuta pura

Novamente

Na abrupta paixão da Siqueira Campos.

Desmente, polaco, incapaz, rapaz…

Que nada.

Onda acima, onda abaixo,

Despenco eu,  comendo areia

De Copacabana

Minha mãe, mana, amante

 E ora, avó.

Na mente, a transa noturna  na praia.

Tu não me enganas

Mesmo  com o  empata

Dos holofotes no meio da noite

No fim da onda do emissário submarino

Antes da chegada do metrolífero conduto.

Ai de ti, hoje rainha bi-sexagenária,

Eterna Princesinha do Mar.

Ai de mim digo eu

Se ainda me amas

Mesmo sem chama

Proclama:

Polaco, me leva para a  cama

Sem fim

Na candura  passada  

Daquela dormida  

Na areia bacana

De Copabacana

Até hoje  sonhas

Com a graça que a vida tem.

Amém.

***

Copa Bacana

120 anos.

Parabéns.


Hoje, meu amigo desde os tempos da Manchete, por quem foi sacaneado, a exemplo de inúmeros ex-emrpegados da Família Bloch, está fazendo anos. É assim que se diz a respeito dessa efeméride?

Longa Vida, Véi.

Parabéns.

Photos de Elza Fiuza e Toninho Cruz.

Não sei mais qual é de quem.

Teve festa aqui na Firma.

Muita mulher.

Saiba mais:

https://mamcasz.wordpress.com/2010/08/18/como-tem-gente-boa-aqui-na-radio-so/


 Today’s post goes to an Angel named Archangel. Archangel Tim Lopes do Nascimento. He’s here with me, at this carnival of Berlin, May 2012. He, I and more than a million people. We are celebrating together the ten years that he, on June 2, 2002, was roasted alive on a tire in a slum in Rio de Janeiro, Brazil. Killed after a series of stories for TV Globo.

* * * 

Der heutige Beitrag geht an einen Engel namens Erzengel. Erzengel Tim Lopes do Nascimento.Er ist hier mit mir, das Karneval der Kultures von Berlin im Mai 2012. Er, ich und mehr als eine Million Menschen. Wir feiern zusammen die zehn Jahre, die er am 2. Juni 2002, geröstet wurde an einem Reifen in einem Slum in Rio de Janeiro, Brasilien lebt. Getötet nach einer Reihe von Geschichten für TV Globo.

 * * *

O post de hoje vai para um Anjo chamado Arcanjo. Tim Lopes Arcanjo do Nascimento. Ele está  aqui comigo,  neste Carnaval de Berlim, maio de 2012.  Ele, eu e mais de um milhão de pessoas. Estamos comemorando juntos os dez anos em que ele,    no dia 2 de junho de 2002 ,  foi assado vivo num pneu numa favela do Rio de Janeiro, Brasil.  Assassinado depois de uma série de reportagens para a TV Globo.

 

 Conto a seguir o nosso reencontro, aqui em Berlim,    cheio de gírias, magias e orgias, estas só para brincar com as palavras,  para saber que graça elas têm. Elas e o meio milhão de loirinhas. Bem ao gosto do mano neguinho gaúcho da Mangueira.  Por mim, prefiro as caipirinhas. Que nem no antigamente nas ladeiras de Santa Teresa. Então, siga eu eo Tim Lopes  chamando as loirinhas vestidas para tirar a roupa delas no matinho e ensinar a elas a dar com o samba nos pés. Com gentileza, polaco. Então tá, Tim. Chame as três primeiras:

Para tanto, contamos com o apoio de um músico, homem,sim, garante o Tim, eu fico na dúvida, que afina o instrumento, atrás do palco Eurasia, Karneval der Kultures de Berlim, 2012, para se apresentar no Delta Blues und Gangsterlieder aus Odessa, sai dessa,meu.  Para a gente não se perder das loirinhas, o Tim escreveu PINTO no poste, que nem cachorro (não sacaneia, polaco).  Preste atenção nas roupas das três primeiras: Cláudia, Lili e Marlene.

Daí, eu e Tim fomos à luta, companheiro, porque loirinha pelada sem nada é uma gelada, quente tem quem aguente, eu, polaco. Acontece que falta ação, som, bateria, que aparece. Repare só nas costas da menina na esquerda da foto abaixo, olha só o gaito de olho na mina do Tim (não sacaneia, polaco, a gente nem dividiu ainda, pega leve). No lombo da loira, o aviso escrito em brasileiro, aqui em Berlim. EXPLOSÃO. E o x num X bem grandão. É que X em alemão se pronuncia SEX. Chega fundo, polaco!

Delicadeza, polaco, me dizia o Tim nos velhos tempos do O Globo no Rio, quando ele era o dançarino oficial das minhas namoradas. (Quem mandou ser duro no tranco, polaco?). Mulher tem que jogar conversa. Depois, lavar a roupa limpa. Passar e enrolar. E eu: Tim, bandeira pouca é bobagem. E ele, aqui comigo no Carnaval de Berlim: Polaco. Maior bandeira verde no amarelo. Te liga. Esta eu já vida noutras vidas. Olho aberto que caolho só dá coalhada. Maior bandeira.

 Polaco. Quié? Que negócio mais enrolado este Carnaval de Berlim.Por que? Repara só se não foi enrolado errado na palha, na moita, no matinho das loirinhas. Ih… repara só que rolo: bandeira brasileira, capirinha, vodka, pinha colada, Cuba livre (o comandante já morreu?), tudo sambando numa nota só. Que doideira, meu. Larga o microfone. Dê linha à pipa. Besteira pouca é bobagem.

Polaco. Quié? Que negócio mais enrolado este Carnaval de Berlim.Por que? Repara só se não foi enrolado errado na palha, na moita, no matinho das loirinhas. Ih… repara só que rolo: bandeira brasileira, capirinha, vodka, pinha colada, Cuba livre (o comandante já morreu?), tudo sambando numa nota só. Que doideira, meu. Larga o microfone. Dê linha à pipa. Besteira pouca é bobagem.

Mano Tim. Quié, polaco, tu fala, heim, larga o microfone.  Tu presta atenção na fala porque os amigos e amigas todas estão ligados na gente, através de um treco chamado Facebook. Que papo é esse de Face, mermão? Quer dizer que acabou a velha prosa de olho no olho, boca na boca, isso naquilo? Vocês não querem que eu volte? Mas vamos à luta, companheiro, que estas meninas precisam ser salvas, aprender a sambar, assobiar na vara curta. Tim. Quié, polaco.Segura a palavra. Palavra presa quem tem é gago. Cadê as loiras? Ah é, vamos à luta que a vida é curta. Desculpa, tá, mas saiu assim, sem pensar. Manda ver, polaco, que boca vazia é penico de otário.  Ih. Dê linha à pipa que esta já está voando. E veio correndo pro matinho.Juro!!! (três vezes). Tá com roupa dê +. E olha só o olho de salsicha do Fritz aí na tua loirinha, mano.

Polaco. Quié, gaúcho. Olha só esta aí. Esta não. Por que? Por acaso ela já sambou, é? Segredo entre a gente? Não, Tim, é que esta não gosto de matinho. Sei. Ela é mais do aconchego, do sossego, do arrego. Me passa o microfone negro que a vez agora é do branco e vamos dar linha a pipa. Nein, nein, polaco. Primeiro a foto da fraulein. Não é assim que se fala com as loiras daqui? E eu que achava que loira era cerveja no Lamas, sempre quente. A foto, polaco, da fraulein do coração, solta a franga, libera o fruto parido escondido. Tá legal. Lá vai. Direto de Kreuzberg, Berlin, 27-05-2012, Karneval der Kultures:

Então, tá, polaco, vou chamar o cumpadi porque senti que tu tá preso na bexiga. Nein, neim, mano Tim, que é isso, companheiro, logo aqui em Berlim, não faz isso ne mim. Vou te arrumar mais uma loirinha pro matinho. Que tal esta? Faz teu tipo, se é que ainda… Qualé, polaco, sou fantasma mas não sofro de asma. Qualé? Qualé o que? Qual é a loirinha? Ah… mas antes tem que levar pro matim porque tá com roupa por dê +.

E aí, polaco, tem pipa dê + e linha dê -. Saca só aí no chão. O que,  a gente está dando bandeira? Nein, nein. Ah, já saquei. É a bacana de biquini. Porra,polaco, tu tá paradão por dê +. Não é bacana, Tim. Não, polaco. É a BAGANA!!!

Larga o microfone, vamos a luta, etecétera e tal, Karneval der Kultures de Berlim, mas eu quero saber é de uma loira gelada.  Pois, eu, gaúcho da mangueiro, quero quente, mesmo neste frio. E me passe o microfone, coisa boa, vindo lá da Costa Rica, presta atenção. Falando nisto, as loiras ainda estão lá no matinho? Empurra nesta e a gente vai lá logo depois .

Polaco. Quié, Tim. Esta de Costa Rica é boa dê +. Larga o microfone. Dê linha a pipa. Mas me responda uma coisa. Quié? Tá  querendo saber como vão os amigos, é? Também, mas repara uma coisa neste Carnaval de Berlim. Não  tá faltando pé? Por isso que as loirinhas lá no matinho não sambam no pé, né.

Polaco. Quié, Tim. As loirinhas no matinho cansaram de esperar pela gente. Também, né, só no microfone, a pipa parada, o vento ventando. Então vamos à luta, companheiro, passando logo para o Plano B, direto para as sem roupa. Qué isso, polaco, gentileza antes de tudo. E muita fé que este Karneval der Kulture aqui de Berlim tá parado mas a gente agita em meio tempo sem preciar bater nem 1 pênalti. Olha esta aí. Eu fico com a loirinha vestida, tá? Tá… ate porque, por mim, ela está meio torta.

Então, vamos à luta, nada de ficar sentado até meia-noite, mesmo que não acabe. Mas agora é simples, é sentar e escolher. Senta você, Tim, que o leão é manso. Qualé, polaco, não sacaneia. Vai lá e escolhe  uma. Mas na gentileza, tá?  Ah… a loirinha é minha.

 Pô, Tim, a gente já está com loira dê + amarrada ali no matinho doida para tirar a roupa e aprender a dar no pé. Eu quero + é uma neguinha, uma mulata, uma preta, porque Carnaval, mesmo em Berlim, tem que ser Coisa Fina, parafina em cima, nada deste papo gelatina, fica tu com as loirinhas  que eu vou à luta, companheiro, para cima das minhas caipirinhas, tá. Péra aí, polaco, que vou também. Oi leva eu, eu também quero ir…

– Tim Lopes!

– Tô dando linha à pipa que o vento tá a favor. Inté.

– Qualé, polaco?

– Qualé o que?

– E as loirinhas?

– Tão lá no matinho. São todas tuas. Fico com as caipirinhas.

– Não sacaneia.

– Não sacaneia o que, Tim?

– Elas fugiram.

– Problema teu, mané, Vai à luta que a vida é curta. Axé. Te cuida. E tão cedo não espero te ver.

Moral do lero de hoje:

A última vez que vi o mano Tim Lopes hoje neste Karneval der Kultures, aqui em Berlim, foi ele no palco dançando ao som dos tambores dos mestres yorubas.

Saravá!!!

Só tem um porém.

As loirinhas voltaram, estão perguntando por ele.

Acontece que eu só sei remexer com as caipirinhas.

Se alguém souber como fazer com as loirinhas, me escreva.

Inté, Axé e Tchuss, tá,Mané?


No meu engatinhar de Jornalismo dantanho, no Rio, no Globo, havia um neguinho gente fina. Tim Lopes. A gente começou junto, dividia a mesma casa e a mesma geladeira, numa casa em Santa Teresa, no final de uma escadaria enorme que dava, na descida, na ACM, Sala Cecília Meireles, Passeio Público e o Rio aos nossos pés.

 Tempos passados, entro num avião, em Paris, a caminho de Brasília, o jornal tupiniquim do do dia anterior na poltrona e nele a porrada no meio do meu estômago: Meu amigo repórter Tim Lopes tinha sido queimado vivo dentro de um pneu lá no morro.

Mais um tempo passado e imagina minha alegria insana quando eu recebi o Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo.

Praticamente sexagenário, profissão repórter, fiz o trecho Manaus-Venezuela como ajudante de caminhão, à procura do ainda existente contrabando de meninas e meninos do Brasil para serem cidadãos prostitutos na Europa.

Desta vez, devolvi o murro do estômago do meu eterno amigo repórter Tim Lopes. Toma, Tim. Vou dar a linha à pipa porque o vento está a favor.

Nos meus tempos de estagiário , Rio de Janeiro, morava em Santa Teresa e dividia a casa, e tudo que nela entrasse, com um amigo na mesma condição de iniciante na vida adulta.

Á noite, descíamos juntos até à Gafieira Elite, na Praça da República. Sol claro, ele se fazia operário na construção do metrô, Estação Largo da Carioca. Sua pele escura ajudava.

Então, eu passava por ele, minha pele clara realçando o jornalista do Globo, nosso começo. Ele me olhava, segurando a marreta, no lugar da caneta, esta manobrava muito melhor. Fingíamos um não conhecer o outro.

Em casa, no dividir as frutas da feira , ele chiava : – Pô, polaco – era assim que me chamava . – Que foi? – Não precisava me esnobar parecendo de verdade…

Há um ano, o corpo deste meu querido amigo foi colocado dentro de um pneu. Foi detonado . Queimado. Dos ossos , nem o pó . Do sorriso , que encantava as amigas ( maior trabalho desviá-las, não à toa o conselho: – Polaco, antes de tudo, a gentileza… é disto que elas precisam.) pois é … do sorriso desse meu querido amigo, só lágrimas – quiçá gritos – de dentro de um madito pneu onde foi queimado – quem sabe – vivo.

Em sua memória, amigo Tim Lopes, vou dar linha à pipa e que o vento continue a soprar a nosso favor. Até faço uma greve nesta minha rude e polaca imagem. Um beijo no seu coração. Do mano MAMCASZ – saltando no Tempo.

– Larga o microfone, Polaco !

 – É todo seu, Tim Lopes !

http://www.timlopes.com.br/edatlhetim.htm

https://mamcasz.wordpress.com/mortos/