janeiro 2011
Monthly Archive
janeiro 29, 2011
Ao longo da vida passaram-se pessoas ex-estagiárias.
Elas acontecem para isto mesmo: ir em frente.
Para um, repassei todos os meus vinis.
Para outra, sempre um livro.
Não um qualquer.
Especial.

Uns dos trechos que foram assinalados pela Karina, onde andarás?
“Não tens mulher e, se a tens, vais com ela para a cama
só para provar que és “homem”.
Nem sabes o que é Amor.”
*
“Tu não queres ser Águia, Zé Ninguém
e é por isso que és comido pelos abutres.”

“Desejo apenas que não sejas mais
besta de carga como tens sido,
que cales de vez este teu
milenar cacarejar.”
(Wilhelm Reich-1945)
“Cada dia eu levo um tiro
Que sai pela culatra.
Eu não sou ministro,
Eu não sou magnata.
Eu sou do povo,
Eu sou um Zé Ninguém.
(Zé ninguém – Biquini Cavadão)
Clique.Olhe. Ouça:
http://letras.terra.com.br/biquini-cavadao/44611/
P.S.
N.B.
O escambau.
O penúltimo livro que cedi, temporariamente, a uma outra estagiária especial é do Charles Bukowski:
“Esta loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo.
Amém.”
E agora, sem ser o último, outra peça carmísticamente rara.
O Elogio ao Ócio. Bertrand Russell. 1935.
“Quero dizer que quatro horas diárias de trabalho deveriam ser suficientes
para dar às pessoas o direito de satisfazer suas necessidades básicas
e os confortos elementares da vida.”
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janeiro 29, 2011
Os primeiros dez mil sutiãs a gente não esquece nunca.
E assim, La Nave Va.
10.000 stats.

” As cadelas (lacraias, hipopótomas, gorilas, porcas) ladram.
A nossa caravana, enquanto isto, passa. Siempre.
Entonces, ademán proceis, tá?”
(Ibrahim Sued)
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janeiro 28, 2011
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Banksy (Thierry Guetta ou Mr. Brainwash).
É um grafiteiro de rua na Inglaterra.
Pode levar o Óscar de melhor documentário.
Pena para os “recicladores” do Grande Rio.
Com o documentário Lixo Extraordinário, do Vick Muniz.
Na verdade, só o lixo é brasileiro.
O dinheiro para o filme, veio da Inglaterra.
Que nem quando Napoleão invade Portugal.
O rei casado com a rainha louca se manda.
Chega ao Rio com todo o lixo político.
Com dinheiro da Inglaterra.

Sempre que eu viajo pelo mundo tiro fotos de muros pixados.
Aliás, já fui dos…
Tempos do Libelu:
Acalanto provoca Maremoto.
A dita-dura achava que era mensagem.
Nós, poetas marginais, seríamos subvervisos.
Sem direito, hoje, a pensão vitalícia, meu.
Fora da lei ontem, hoje e amanhã.

As duas pixações acima são do tal Banksy.
Hoje elas valem ouro se saírem de cima do muro.
Quer dizer, ele se deu bem.
Que nem eu, nesta última ida a Paris.
Na Rua da Esperança, Butte aux Cailles.
Encontro duas minas na esquina.
Uma no muro.
Outra assim, só vindo para cima da minha lente.
Por conta da estática, o fogo avoou.
Tenho um galho em Paris.
Só no peguéti.
Uh-lá-lá!



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janeiro 26, 2011
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Quando vejo São Paulo, alguma coisa acontece no meu coração.
É que sempre me lembro dos heróicos bandeirantes.
Com indômita bravura, eles desbravam os sertões.

“Na longa caminhada até São Paulo,
os bandeirantes chegam a cortar os braços de alguns índios
para com eles açoitarem os outros.
Os índios velhos e crianças que não conseguem mais caminhar,
eles matam e dão de comida aos cachorros”
( Padre Pedro Correa, jesuíta )
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janeiro 24, 2011
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– Ninguém vai bater no meu povo, não !!!
Um padre anônimo.
No faroeste de Goyaz.
Ao vivo na Globo.
Corre à porta da igreja.
Destranca os cadeados.
Abre a porta do templo.
Antes de tocar o único sino
Na amena torre qual Cristo
Ele proclama ao rebanho:
– Ninguém vai bater no meu povo, não !!!
– Podem entrar!

Entramos.
A cena não é roteiro de cinema não.
É real.
Acontece no Velho Oeste do Brazil.
Santo Antônio do Descoberto.
Goyaz.
Entorno do Distrito Federal.
O rebanho obra o dia inteiro em Brasília, a 50 km.
E se aboleta de noite, passada a ponte esburacada.
Fronteira México-Estados Unidos.
Tão Inferno.
Quão perto do Céu.
Esplanada dos Mistérios.
Praça dos Podres Poderes.

Hoje, o pau quebra.
De um lado o povo.
No meio, a praça.
Do outro, os meganhas goianos dão porrada.
O prefeito David Leite provoca na rádio comunitária:
É coisa de meia dúzia …
É gasolina de otário.
O secretário de Insegurança de Goyaz, à distância, 150 km, inflama:
– Isto é desobediência civil!!!
Melhor que ele leia antes Henry David Thoreau (1849).
DESOBEDIÊNCIA CIVIL JÁ !!!
http://thoreau.eserver.org/civil.html
P.S.
No final do dia, o padre Marcelo Freitas, este é o nome dele, do Santuário Santo Antônio, com a negra batina, agora um ser midiático nacional, fala o seguinte ao G1:
“Pedi negociação,
pedi para conversar e dialogar com a polícia.
Disse que se eles quisessem fazer algum ato,
mesmo que fosse de direito do Estado,
que não fosse dentro do terreno da igreja
porque eu não dava essa autorização”.
Bem no estilo dos falecidos padres dominicanos na época da repressão, dos finados freis Beto e Leonardo Boff, dos bispos Evaristo Arns, Helder Camara e outros ex-santos teólogos da libertação. É, não se faz mais PT como antigamente.
Para ver o padre do faroeste brasileiro, clique abaixo:
http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/01/nunca-tinha-visto-uma-guerra-diz-padre-sobre-conflito-em-cidade-goiana.html
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janeiro 21, 2011
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A foto acima junta duas cobras e um pau.
Primeiro, a Ponte dos Remédios.
Por conta dos desvios do SUS.
Está no balança mas não cai.
Ponte JK. Bichada. Doente.
Vista da Residência da Presidência.
Alvorada Brasileira no Lago do Paranoá.
Acaba de ser invadida por uma pessoa cidadã.

Minha Brasília é tirana nos segredos.
Aqui, nunca se sabe ao certo do Nada.
A imprensa oficialmente só se homizia.
Neste caso mesmo dessa intrusa visita.
O elemento, em nota oficial da PF- GSI-EBC, seria:
33 anos, separado, mineiro, dono de Pajero.
Universitário. Mora na Asa Norte.
Funcionário Público.

Enquanto isto, nós jornalistas nos calamos nos perguntares:
1 – Poderia ser filho de alguma ex-autoridade?
2 – Poderia ter nome completo?
3 – Poderia o carro ter placa?
4 – Poderia estar morto?
5 – Poderia ser você?
6 – Poderia ser eu?
Mais uma e a última sempre é a melhor:
Poderia ser algum ex-morador bêbado?

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janeiro 18, 2011
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Quando cai merda do céu, lá vem a frase do Zé Povinho:
– Com a ajuda de DEUS, eu vou melhoral, melhoral …
É melhor e não faz mal.
Faz sim.
Pela ordem, cumpanheirada.
1) – Em um mês, duas intervenções do Exército Brasileiro no Rio (Alemão-Friburgo).
Para limpar as merdas divinas das autoridades terrenas.
2) – Enquanto isto, onde estava DEUS?
Em Paris, na cama com o Cabral. Desde 1.500…
3) – Três perguntinhas básicas:
a. DEUS sabia das 700 mortes? é muito mais do que isso?
b. DEUS sabia que os pobres estavam estuprando a Mãe Natureza?
c. DEUS sabia de tudo? não fez nada? por que? hein?

Este é o meu novo livro de cabeceira.
DEUS – UM DELÍRIO.
De Richard Dawkins.
Um dos três maiores pensadores da atualidade.
Diz-se que quando uma pessoa tem delírio, é maluco.
Quando junta uma porção de malucos, vira religião.
Daí, tem mais é que arranjar um DEUS.
Se católico, queima gente na fogueira da Idade Média.
Se muçulmano, estoura torres gêmeas e muito mais.
Se judio, estraçalha os palestinos e não os nazistas.
Moral duvidosa:
– Qual deus jogou merda do céu em cima da região serrana do Rio?

“Deus, ó Deus, onde estás que não respondes.
Em que estrela tu te escondes
Embuçado nos céus?”
( Castro Alves )
“Como pode Deus permitir a morte de centenas,
de milhares de inocentes?”
Voltaire – 1755- após terremoto de Lisboa
” Deus tenta rezar, tenta rezar pra quem?
Deus não vê ninguém…”
Lobão – Pobre Deus.
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janeiro 16, 2011
“Começo hoje uma viagem incansável para investigar onde mora o eu que há em mim … se é que mora alguém”.
Lobão – 50 anos a mil .

Notre Dame de Passy – Paris – 2011
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janeiro 15, 2011
Pesquiso na internet como calcular o salário mínimo da classe micha brasileira.
É para minha coluna de Economia numa TV tupiniquim.
E encontro esta pérola no blog da GlorinhaMam:
“A melhor forma de calcular o valor do salário mínimo
é virar as costas para este covil de filhas da puta
e mandar todo mundo prá puta que pariu.”
Vixe mãe (virgem?) santíssima !!!
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janeiro 14, 2011

La Butte aux Cailles – Paris 13

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janeiro 13, 2011
Neste 11 de 1 de 11, (um indeciso entre dois um), fiz 63 anos.
Destaco o seguinte presente recebido da consorte:

Já arrebenta no prólogo.
Lobão e Cazuza num velório, de madrugada.
Preparam duas fileiras enormes de cocaína.
Na tampa do caixão fechado do amigo Júlio.
E rezam juntos:
É a hora dos come-quieto nos fazerem de vilões.

Não se enganem: o melhor ainda está por vir.
Essa promessa eu fiz aos meus amigos.
Ao pé de suas lápides.
Lobão
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janeiro 12, 2011
Onde tem Niemeyer, estou lá.
Seja Niterói, Nova Iorque, João Pessoa ou Berlim.
Principalmente Brasília, onde me acomodo e adoro passear de madrugada, depois de alguma noitada em casas amigas.
Pois agora em Paris fui à Place Colonel Fabien.
Fica na parte alta de Belleville, subúrbio parisiense que omisia argelinos, indianos, turcos, negros, brasileiros e todos os ladinos do mundo.
Tudo isto para conhecer uma das obras mais antigas do nosso grande Niemeyer.
É a sede do Partido Comunista Francês – PCF.

Falando sobre esta beleza, no Pariscope (revista semanal que custa 40 cents de euro), 5 au 11 janvier 2011, o designer Matali Crasser diz o seguinte:
“J’adore cet architecte (Oscar Niemeyer) – très audacieux et il y avait un magnifique savoir-faire.
Il suffit d’observer les façades et les vitres, la façon dont elles on été pensées.
Comme souvent avec Niemeyer, il y a quelque chose de simple, d’accessible à tout le monde.”

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janeiro 10, 2011
Anistia para Edith Piaf.

Nesta ida a Paris, vasculho traços perdidos dessa Edith Piaf.
Sobrevive aos 20 no trottoir do bas-fond (puta).
Chansonnière da zona.
Chegada à morfina, morre aos 47, magricela, baixinha e feia.
Mas cercada de amantes bonitos, entre eles o Ives Montand.
Ou Marcel Cerdan, campeão de boxe.
Sepulta-se na multidão do cemitério Père Lachaise.
Perto da rua de Belleville, onde nasce.
Ali, vejo hoje apenas uma porca e parca placa.
Merecedora de uma anistia ampla, geral e irrestrita.

A lesma lerda no Café Menilmontant.
A pequena meretriz com voz de Piaf (pardal) canta:
Milord, je ne suis qu’une fille du port, qu’une ombre de la rue.
Acá, eu vejo o nada.
Até a garçonete com cabelo de colibri se espanta com o passado.
Ela sabe por mim que Edith Piaf ali ainda marca presença.
Hoje evaporada no devaneio da morfínica modernidade.

Insisto, não desisto e sorvo na bar e na Place Edith Piaf, Porte de Bagnolet, o último canto do passarinho.
Hoje completamente esquecida na Paris dos tempos de Sarkozy e Carla Bruni.
Prefiro minha pequena meretriz solfejando latente no meu ouvido morno:
– Mamcasz! Je me regrette rien, je me fous du passé…
– Pardon, Piaf!
– Não tô nem aí. Tô cagando pro meu passado.
– Edith … olha os modos …
– Phoda-se, mon cheri.

Il faut se méfier des mots
Tem mais é que ter cuidado com as palavras
Phoda-se, meu.

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janeiro 9, 2011
Gente!
Acabo de chegar de outra viagem a Paris, não vi a posse nem a virada nem nada.
Amei!
Apeio em São Paulo, a maior cidade da América Latrina, a caminho de Brasilha e no ato ressinto que tudo está tão diferente, sem as filas em zigue-zague, o aeroporto poeirento, um banheiro com dois vasos sujos para trezentos chegantes, poucos estrangeiros, nada de classe média micha, tanto que sou recepcionado por funcionários públicos da Polícia e da Receita (Federais!), todos lindos, sorridentes e solícitos:
– Bom dia, como vai cidadão, a viagem está boa?
E tudo isto antes mesmo de mostrar meu passaporte diplomático que eu tenho desde criancinha porque sou filho de pai operário, analfabeto e cachaceiro, no interior do Paraná (com esta localização, de fato, escapo da censura!).
Portanto, cá está mea culpa na foto abaixo tirada em Paris, nesta semana, fica na Rua Oberkampft, entre as bulevares da Republique com a Beleville, que termina na Menilmontant. Tudo uma merda. Bom mesmo é aqui no meu Brasil onde, na volta, não vejo mais mendigos, crianças pedindo esmolas, meninas dando nos postos de gasolina por alguns trocados, gente passando fome, nem nada. Nada, mesmo. E os detratores ainda falam mal da Bahia, phode?
Estou de volta.
Inté e Axé!
Merci!

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