Eu, coelha figura,
Amestrada nas carreiras faceiras,
Nas rasteiras do sempre rotineiras,
Aplicadas na gente cá de Brasília é
No lombo do Eu, coelha?
*
Eu, galinha figura,
Amante digerida nem divertida
Nos instantes insanos do sonho
Toco nessa desnuda maestrina
Pelo obreiro aclamada de noite
Sugada do meu suor extraído
Do lombo do Eu, galinha?
*
Eu, réptil figura,
Em meias rasteiras pós-graduada,
Entre as companheiras a mais vil,
Na cobrança, mais desmilinguida,
Aceite o último escarro cuspido
No lombo do Eu, réptil?
*
Eu, vaca figura,
Doida rainha da boiada alternativa
Nessa esperança doída de vingança
Alimento aos poucos meus venenos
Tão plenos de minúsculas particulas,
Escorridas das peles dessa escama,
Morena, um requiem a teu mugido
No lombo do Eu, vaca?
*
Por tanto, na figura da inimiga futura,
Pelo menos as vaca, galinha, e coelha,
Espeto por inteiro no fogo do inferno
Num só riso aclamado pelas formigas,
De boca cheia na encruzilhada da vida.
Amém.