O povo rondando nas ruas de Berlim

Libera a dele não mais tão longa vida.

Ele conversa somente com ele mesmo.

Talvez rememore o passado posto.

Por que este tudo no futuro,

Nunca no presente já no nada?

Die Menschen, die durch die Straßen Berlins streifen

Es befreit sein nicht mehr so langes Leben.

Er spricht nur mit sich selbst.

Vielleicht wird es an die Vergangenheit erinnern.

Warum das alles in der Zukunft,

Nie in der Gegenwart schon im Nichts?

The people prowling the streets of Berlin

It releases his no longer so long life.

He talks only to himself.

Perhaps it will recall the past.

Why this all in the future,

Never in the present already in nothingness?

– Sir. Você pensa em ajudar alguém próximo?

Por que não Eu?

Por que?

Denken Sie daran, jemandem zu helfen, der Ihnen nahe steht?

Warum nicht ich?

Warum?

– Sir. Do you want help someone around you?

Why not me?

Why, Sir?

Viver nas ruas aqui em Berlim é tão diferente

Mesmo que o espaço sempre seja o mesmo

Para mim ou para você, gente.

-Das Leben auf der Straße hier in Berlin ist so anders

Auch wenn der Raum immer derselbe ist

Für mich oder für euch, Leute.

Living on the streets here in Berlin is so different

Even though the space is always the same

For me or for you, folks.

Alô, cidadão de rua!

Quié?

Hallo, obdachloser Bürger!

Was?

Hallo, street citoyen!

What?

Alô, cidadão de rua!

Quié?

Você quer falar algo?

Hallo, obdachloser Bürger!

Was?

Möchtest du etwas sag?

Hello, homeless citizen!

What?

Do you want to say something?

Sim.

Ya.

Yes.

Fale.

Sich unterhalten.

Talk.

– O senhor quer dormir aqui na rua comigo, Sir?

Wollen Sie hier auf der Straße mit mir schlafen, Sir?

– Do you want sleep with me in these street, Sir?

O que?

Was?

What?

O senhor quer dormir aqui na rua comigo, Sir?

– Do you want sleep with me in these street, Sir?

O que?

Was?…

What?

O senhor quer dormir aqui na rua comigo, Sir?

Wollen Sie hier auf der Straße mit mir schlafen, Sir?

– Do you want sleep with me in these street, Sir?

Uai?

Warum?

Why?

– Minha vida não está mais viva. Eu estou morto, Sir.

– Mein Leben lebt nicht mehr. Ich bin tot, Sir.

– My life is no more live. I’m dead, Sir.

E daí?

Na und?

And so?

– Já agora … Eu preciso…

– Übrigens… Ich muss…

– Just now … I need …

O que?

Was?…

What?

– Eu preciso, agora mesmo, fazer minha última caminhada por Berlim.

– Ich muss jetzt meinen letzten Spaziergang durch Berlin machen.

I need, just now, make my last crossroad around this your Berlin.

Você, de um lado, e eu, do outro lado. No mesmo caminho

Du auf der einen Seite und ich auf der anderen Seite. Auf dem gleichen Weg

You and Me side by side on the same way.

Então, Sir, vamos nessa Crossroad around Berlim?

Also, Sir, wollen wir auf dieser Kreuzung um Berlin herumfahren?

And So, Sir, let’s Crossroad around Berlin?

NÃO!!! NEIN!!! NO!!!

Foda-se, mendigo.

Fick dich, du Bettler.

– Fuck you, poor.


Minha Doce Batata Doce Mais Doce do Mundo

Papo Sério. Não Sou Doido Não. Quase Nunca. Seguinte:

Ernstes Gespräch. Nein, ich bin nie verrückt. Weiter:

– Sempre pego um pedaço da batata (nunca da perna mas sempre da doce), corto o pedaço da ponta, coloco num pires com água e ali, ela e eu, vivemos em União Estável pelo menos por Uns Dois Meses, ou Mais, ou Menos, depende, está me Seguindo, ou Você Nunca Se Separou Do Antes Tudo Depois Nada? Pois então?

– I always take a piece of the potato (never the leg but always the sweet one), cut the piece from the point, put it in a saucer with water and there, she and I, we live in a Stable Union, at least for a couple of months, or more, or Less, it depends, are you following me, or have you never separated yourself from Before Everything After Nothing? So?

– Volta para a Batata, Polaco!

– Doce!!!

– Parece que agora Amarga, não é mesmo?

– Sim! Tempo de Vida Passada, agora no Presente, sem Futuro, a Minha Batata Doce Mais Doce do Mundo. Ela chega ao Quase Fim do Mim. Suspira. Mal Respira. Sem coragem de Dizer Adeus. Nem Eu e Nem Ela, por tanto, e por menos, Nem Nós Dois. Da Minha Parte, Apenas Ouço o Susurro, Dela:

– Polaquinho!

– Quié, minha Docinha?

– Estou indo.

– Poxa! Não tem como Ficar?

– Não!!!

– Sim!!!

– A Gente se Revê, Meu Polaquinho Mais Doce do Mundo!

– Sem pressa, Minha Batata Doce Mais Doce do Mundo!

P.S. (Post Scriptum) ou N.B (Nota Bene):

In der letzten Abschreckung flüstert ihre Oberlippe ruhig und ohne Schmerzen in mein Unterohr:

No derradeiro destertor, na boa, sem dor, O Lábio Superior Dela Sussurra No Meu Ouvido Inferior:

W ostatnim odstraszającym, spokojnie, bez bólu, Jej górna warga szepcze do mojego dolnego ucha:

In the last deterrent, calmly, without pain, Her Upper Lip Whispers In My Lower Ear:

– Obrigado, Polaquinho!

– Uai?

– Graças a Você, Eu Não Fui Comida!!! Adeus!

– Então, tá. Inté e Axé.


11/01/24

Parabéns!

Continuamos hoje  pelo Poeta-Polaco-Baiano,  nascido na Capital Cívica do Paraná, talhado num Seminário Capuchinho, escapado para o Rio de Janeiro, onde é abrigado no Quartel do Exército, depois pula para a Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, vira jornalista pelos próximos 50 anos, mas antes se envolve com os Poetas da Nuvem Cigana, do Sonho Pirata, do Clube do Ócio e tais. Sim. Poeta Marginal. Mais os dois anos de Hippie largado em Itaparica, na Bahia. Aposto que Você nunca Ouviu-Falou de Mim, só pelas costas, né? Eduardo Mamcasz Primeiro, porque tem outro, com o mesmo nome, mas Segundo. Pois então.  Viu só? Eu não sou Ele. Eu sou Eu!

“ Eu Trovão

Estou afundado

Na cachaça

Evaporado

Na fumaça

Tombado no carro trombado”

(Do primeiro livro (Eu Trovão),  no mimeógrafo da Luta Desarmada da Poesia Marginal.   Meu último,  perto do fim, leva o nome na capa: DO EU POETA):

“boca mordida boca vendida boca sofrida boca torcida boca cuspida

boca mentida boca partida boca sentida boca dentada boca chorada

boca traída boca partida boca privada boca lacrada boca pequena

 boca do povo”.

(Extraído da Segunda Parte: DO EU MALUCO SÃO).

sentado num vaso

enquanto eu vazo

sinto um pesadelo pesado:

eu vivoooooooooooooooooooooooooooooo

– Poeta Louco o K…

– Polaco!!!

– Ok.

– O que?

– Hoje é o Meu Fim. Estou fazendo 75 anos de Maldade. Chega!

– Então se despeça:

– Eu não sou Louco.

– Eu sei. É pouco.

D  I E S     IS    ME IN     EN D E


08/01/24

TORQUATO NETO

Continuamos hoje  pelo Poeta do Barrocão-Teresina-Piauí, de onde, bem a tempo, escapa para a Bahia, e, de lá, mais esperto ainda, corre para o Rio de Janeiro, encontrar a turma da Tropicália.  Estudou Jornalismo, que nem eu, na então Faculdade Nacional de Filosofia.  Aposto que Você nunca Ouviu-Falou dele. Pois então. Torquato Neto. Viu?

“  Quando eu nasci

Um anjo morto

Veio ler a minha mão:

E eis que o anjo me disse

Apertando a minha mão

Entre um sorriso de dentes:

Vai bicho

Desafinar o coro dos contentes”.

(N.B: Não é do Drumond, não.)

 – Tropicalista o K…

– Polaco!!!

– OK.

– Bom 24 !!!

Aos 28 anos de idade, depois da festa do seu (dele) aniversário, Torquato Neto chega em casa, tranca-se no banheiro, abre o gás canalizado e, então, o fim:

“ Vou prá não voltar

E onde quer que eu vá

Sei que vou sozinho

Tão sozinho amor

Nem é bom pensar

Que eu não volto mais

Desse meu caminho.”

Amanhã tem + Poeta Brazuka Maldito. Uma mulher. Até que enfim.

– Ana Cristina César !!!

– Quié?

– Até amanhã. Tá?

– Tô, Pô!


04/01/24

Continuamos hoje pelo Grande-Poeta-Maranhense, que,  bom Nortista-Nordestinho,  se manda a tempo para o Rio, depois para Sampa, daí, que nem Eu, pros States, Europa, África e tais. Enfim, um vero Guesa Errante. Aposto que Você nunca Ouviu-Falar Dele.  Souzandrade. Viu?

 “ Eu ponho os olhos

No firmamento:

Que isolamento!”

– Romantismo o K…

– Polaco!!!

– OK.

– Bom 24 !!!

“ O róseo fio nesse albor ameno…
Destruído. Ensanguentada,
A Terra sorri ao Céu sereno! ”

Amanhã tem + Poeta Brazuka Maldito.

– Augusto dos Anjos !!!

– Quié ???

– Até Amanhã. Tá?

– Tô!!!


o mal lero do eu mau

evil will read from the evil self

preso ao vento no ventre

me incomoda de repente

o reles caroço de pitanga

caught in the wind in the belly

suddenly bothers me

 the paltry pitanga seed

tudo por conta duma vaca

qual liberta numa gaiola

só sorri só para mim

all because of a cow

which releases in a cage

just smile for me

no fundo eu me afundo

toda vaca é inofensiva

deep down I sink

all cows are harmless

descubro todo imundo

preso dentro da gaiola

I discover everything filthy

 trapped inside the cage

pós nota bene:

  post note bene:

eu já fui assim

hoje estou pior

do que a vaca

solta na gaiola

I was once like that

today I’m worse

than the cow

released in the cage

enfim

anyway

fim

end

huh

inté axé e

fuck 2023

polaco mamcasz

 polack mamcasz

Em tempo de vaca louca, mano, é cada um por si | (mamcasz.com)

Poema de pena para a figura inimiga | (mamcasz.com)


Winter in Berlin

Suddenly, although with a fixed date, the green turns yellow, becomes black, in short, it reaches white supremacy, in the form of ice, snow, the culmination of the four seasons through which every person – you and I – passes through this foolish life of ours. Or not? Of course. Winter Talk.

No repente, embora com data marcada, o verde fica amarelo, torna-se negro, enfim, chega à supremacia branca, na forma do gelo, da neve, o ápice das quatro estações pelas quais toda pessoa – eu e você – passamos por esta nossa tola vida toda. Ou não? Claro que sim. Conversa de Inverno.

O Verde na esperança da pessoa criança passa para o Amarelo do adolescente sonhador, sem notar já está no adulto Negro da batalha até chegamos – eu e você – ao Branco da senitude, dos cabelos aos pelos, bem assim, agora estamos no senil, no servil, não mais a mil no covil.

Inferno, sim, na forma de espirro na tua nuca no transporte, do colocar o monte de roupa para tirar tudo no metrô ou no bar, da saudade da grama verde do parque acolhendo teu corpo pelado ao sol, mas eu e você agora somos o branco que resvala suave do céu ao solo. O gelo.

Verdammt, ja, in Form von Niesen in den Nacken im Transport, dem Anziehen des Kleiderstapels, um in der U-Bahn oder an der Bar alles auszuziehen, der Sehnsucht nach dem grünen Gras im Park, das deinen nackten Körper in der Sonne willkommen heißt, aber du und ich sind jetzt das Weiß, das sanft vom Himmel auf den Boden gleitet. Die ice.

Now, in this infernal farewell, if for us Latins who, like goats, we are afraid of any splash, or phenomenal for the Germanic hermanos, they revel in the whiteness of the whole present within the reach of every child, young, adult and old, dog or not.

Na hora estamos – eu e você – de darmos um tempo por aqui, passarmos ao relento, ao descanso no repouso de um pouco do tanto retirado da memória do verde-amarelo-preto, até a chegada da Prima Vera na beleza do Outono sem contar o agito do Verão, Viram? Outros virão, sim.

Nun, in diesem höllischen Abschied, wenn wir Lateiner, die wir uns wie Ziegen vor jedem Spritzer fürchten, oder phänomenal für die germanischen Hermanos, schwelgen sie in der Weißheit der ganzen Gegenwart, die jedem Kind, jung, erwachsen und alt, Hund oder nicht, zugänglich ist.

Agora, nesta despedida infernal, se para nosotros latinos que, qual cabrito temos medo de qualquer respingo, ou então fenomenal para os hermanos germânicos, eles se esbaldam na brancura do todo presente ao alcance de cada criança, jovem, adulto e velho, cachorro ou não.

Portanto, nesta despedida para o repouso invernal, aqui em Berlim, capital do Império Germânico, comecemos pelas imagens de todas as pessoas nunca tolas mas andando à toa, tanto que deixam mensagem apócrifas na neve caída, agora gelo que recobre os carros parados.

Antes do repouso internético neste inverno nunca inferno, destaco a advertência de cada árvore, ela sabe passar do verde ao amarelo ao preto ao branco, tudo isto numa mesma vida, embora intercalada. Um grande viva a cada árvore que existe dentro de mim e de você.

Continuemos neste repouso recatado com a promessa de voltarmos junto com as flores da próxima Primavera, andando pelas mesmas letras de agora, revendo as mesmas pessoas árvores e caminhando juntos nesta longa estrada da Vida, quer dizer, rua ou avenida.

So you and I now say you and I, goodbye between now and next year, in another season, because in the meantime we are no longer here or there, but only there. Therefore, our …

On the way back. A great Axé.

Então – eu e você – agora dizemos – você e eu – um adeus daqui até o ano que vem, noutra estação, porque, enquanto isto, não estamos mais aqui, nem ali, mas unicamente por aí. Por isso, o nosso …

Inté a volta. Um grande Axé.

Więc ty i ja mówimy teraz ty i ja, żegnaj się od teraz do przyszłego roku, w innym sezonie, ponieważ w międzyczasie nie jesteśmy już ani tu, ani tam, ale tylko tam.


Not only is the Brandenburg Gate, stolen and taken by Napoleon to Paris, and, after it humiliated, the Bonaparte, bien sur, brought back, triumphantly, to Berlin, the promised Nazi capital of the Arabian Years’ Empire, where it would later serve, for a quarter of a century, as a gatekeeper in the middle of the infamous Wall, a punch in the face of the former all-glorious Roman-German Empire, successor of Constantinople, Catholic and Roman, at last, thrown back into Hell by Martin, the mighty Luther.

Não é só o Portão, de Brandenburg, roubado e levado pelo Napoleão para Paris, e, depois dele humilhado, o Bonaparte, bien sur, trazido de volta, triunfalmente, para Berlim, a prometida capital nazista do Império dos Mil e Um Anos, onde, mais tarde, serviria, por um quarto de século, de porteira no meio do infame Muro, um Murro na cara do ex-todo-glorioso Império Romano-Germano, sucessor de Constantinopla, Católico e Romano, enfim, jogado de volta ao Inferno pelo Martinho, o poderoso Lutero.

– Péra, lá, Polaco. Ficou doido, foi? Pára tudo.

Mówię już o zamkniętych już drzwiach Berlina. Przedtem otwarte. Można było wejść do budynku, zajrzeć do środka, przejść do sąsiada, potem przez kolejne drzwi, obejść dookoła, a następnie powędrować do innej części miasta.

Acontece que, agora, as portas, antes abertas, lindas, estão fechadas, ou seja, trancadas 24/24 horas por dia e noite, sem parar. Tudo através de cadeados, eletrônicos ou manuais ou mesmo com senhas mutáveis mutandi. Estou latindo. E daí? Eu posso. Portanto, por tanto ou por muito menos, começo de verdade a contar sobre

THE CLOSED DOORS OF BERLIN

AS PORTAS FECHADAS DE BERLIM

DIE VERSCHLOSSENEN TÜREN BERLINS

Cada porta de cada prédio tem sua história, o design, a origem da madeira trabalhada, a tintura, o desenho singular, enfim, o traçado transado. Afinal, cada porta é uma ponte, um ponto para o pronto acesso ao lar, ao bar, ao sei lá o que, inclusive ao Nada.

O mesmo acontece, neste caso para se exibir ao antagonista passante, com o parapeito da varanda. Antes, de ferro moldado, trabalhado, torcido, enviesado. Uma lágrima escorre pelo lado de dentro da janela com vidro triplamente reforçada. Ouço que isto se deve ao fato de proteger o morador para que ele, preso e isolado, não possa ser ouvido pelo mundo lá fora.

Na divisória dos prédios, no solo, antes aberto a qualquer ente, que nem acontece na minha Brasília, no Plano Piloto, aqui em Berlim era possível sentir as plantas no jardim, sentar. Agora, ele serve para as lixeiras específicas para cada resto do passado e, pior, estacionamento privado. Uma privada. Lástima.

– Polaco! E as portas? Esqueceu?

– Portos?

– Polaco doido!

– Doído, sim, Mano. Mas eu estava falando de que mesmo, Sô?

– Das Portas de Berlim!!!

– Pois se você tiver olhos, veja. Ouvidos, não, porque não falo mais nada.

– Paro. Olho. Ouço. Passo. Calo.

Já … nela.

Porta. Porto. Ponto.

Pronto.

– Fui.

– Vamos?

– Para onde?

Escolha o teu lugar:

Inté e Axé.


This is my favorite tree in the capital of the Reich. She inhabits a corner of Gerhart Hauptmann Square. Nobel Prize in Literature in 1912.

Esta é a minha árvore preferida na capital do Reich. Ela habita um canto da Praça Gerhart Hauptmann. Prêmio Nobel de Literatura de 1912.

Das ist mein Lieblingsbaum in der Reichshauptstadt. Sie wohnt in einer Ecke des Gerhart-Hauptmann-Platzes. Nobelpreis für Literatur 1912.

I’ve been watching her for a long time from the balcony of the russian’s apartment on the Bundsallee.

Ich beobachte sie schon lange vom Balkon der Wohnung des Russen an der Bundsallee aus.

Eu a revejo há tempos, da sacada da varanda do apartamento do russo na Bundsallee.

Minha Berlim no Outono. Vem assim. Verão. Vejamos:

Ela é sempre a mesma, seja verão, ou tono, ou inferno, ou na casa da prima Vera.

Im Sommer ist es entweder Tono, oder die Hölle, oder bei Cousine Vera.(Frühling, Herbst, Winter).

She is the same In the summer, it’s either tono, or hell (Autumn or Winter) or at Cousin Vera’s house (Spring).

Well then. Let’s go for a walk in the woods, my cute little yellow-green riding hood? Give me your hands. Two. And listen to me smiling and singing, okay?

Pois então. Vamos passear na floresta, minha fofa Chapeuzinho Verde-Amarelo? Dê-me as mãos. A duas. E me escute sorrindo e cantando, tá?

Na dann. Lass uns im Wald spazieren gehen, mein süßes kleines gelb-grünes Reitkäppchen? Gebt mir Eure Hände. Zwei. Und hör mir zu, wie ich lächle und singe, okay?

Photo by Madame Cleide de Oliveira Mamcasz

Cabeça. Tronco. Membro. Folha (cabelo-pelo). Tudo Raiz.

Ai. Ái. Aí.

Primo, há Vida. Aqui, Ali, Alá! E ali?

Ei. Oi. Ui.

Vivi, vi,vô.

– Translate, Polack from Brazil!

Primo, imprimo um Hino:

Bolhas no Inferno (Inverno-Winter-Frühling).

Rolhas na Prima Vera. Vero!

Folhas no Outono. Mudo o tom. Amarelo.

Daí, calo um Som na Dor do Calor. Verão.

No vero, caio de quatro Estações do Ano:

Agora, just now, fora todas as bolhas. Só fiquem as folhas do Outono. Eu quero o ouro amarelo. Pós o verde e pré o preto Golden. Ops. Gold. Espalhado pelo chão. Aqui, em Berlim, está bem assim.

Temos 430 mil árvores que derramam numa semana 36 mil toneladas de folhas as mais diversas. Filhas de tílias, plátanos, castanheiras e carvalhos, estes, nas moedas de centavos de euro.

We have 430,000 trees that shed 36,000 tons of diverse leaves in a week. Daughters of lime trees, plane trees, chestnut trees and oak trees, the latter in euro cents.

They are leaves in the wind, in the open, in the cheeky survival of beauty, even if in consensus they become dung in the siege of next spring. Just like me. I try so hard that I end up dizzy. For the time being.

São folhas ao vento, ao relento, na sobrevida atrevida de bonita, mesmo que no consenso virem esterco no cerco da próxima Primavera. Que nem eu. Tento, tanto, que acabo tonto. Por enquanto.

Temos o Inverno inteiro para, ainda que descamados, simplesmente dormir. E depois acordar de novo. Verão. Veremos. Viu?

Wir haben den ganzen Winter Zeit, um einfach zu schlafen, auch wenn wir nackt sind. Und dann wieder aufwachen. Sommer. Siehe. Säge?

Acontece que um dia a gente acorda, desperta, ressuscita, certo? Por enquanto, adeus folha doce na mente e suave no pouso do repouso. Ouso acreditar que tudo se renova. Verão. Quer dizer. Vejo bem agora, aqui, no pré-verão passado, da varanda de outra casa, de olho no Kleitzpark fronteiro.

It happens that one day we wake up, wake up, resurrect, right? For now, goodbye sweet leaf in the mind and soft in the landing of home. I dare to believe that everything is renewed. Summer. That is. I see it right now, here, in the pre-summer past, from the balcony of another house, with an eye on the Kleitzpark opposite.

Enfrente o tempo, dizem-me as árvores mutantes. Tudo a seu tempo. Eu tento. Mais de uma vez eu caio, que nem as folhas. Depois, viramos uma beleza da Natureza toda florida, uma mais exibida do que a outra.

Bem assim, mire só. Ou acompanhado:

Just like that, aim for it. Alone. Or accompanied:

Einfach so, strebe es an. Allein. Oder in Begleitung

Agora, Chapeuzinho Verde-Amarelo-Preto-Vermelho, repete comigo este mantra real:

Em frente.Ommm.

Enfrente. Ummm.

Tento tanto e caio.

No canto. Levanto.

Õm. Ãm. Tá bom.

Wir sind wie die Blätter

Vom Baum des Lebens

Wir sind auferstanden

Schlafen

Leben

Säge?

Somos que nem as folhas

Da árvore da Vida

Ressuscitamos

Dormimos

Vivemos

Viu?

We’re like the leaves

From the Tree of Life

We are resurrected

Sleeped

Live

Ye?

Sou que nem a folha

Não estou morta não

Apenas repouso, fofa.

Aceito até ser pisada

Pisoteada e amassada

Depois de tão amada.

Afinal, este é o fim de todos os nós:

Il y a tellement de mots stupides et tordus

Mort dans un atome de l’atino

Dans cet automne de l’ancien moi.”

São tantas as tontas palavras tortas

Mortas num átomo do átino

Neste Outono do ex-Eu.”

Es gibt so viele dumme, krumme Worte

Tot in einem Atom des Atino

In diesem Herbst des früheren Selbst.”

Do meu livro de poemas chamado “Do Eu”

(PDF) Do Eu Poeta | Saraiva Conteúdo (saraivaconteudo.com.br)

Or então neste:

[Download] “Do Eu Poeta” by Eduardo Mamcasz # eBook PDF Kindle ePub Free – Books Free PDF, ePub, Mobi Download (bookhlyfb.blogspot.com)

Obrigado, Chapeuzinho.

Inté e Axé.

Tschuss


De Vagar à Noite em Berlim

Berlim é uma cidade acordada. Bares funcionam 24 horas por dia. Clubes abertos direto de sexta a segunda. Sempre tem gente na rua. Parece o Rio, Brasil, de antes. Hora de trabalho, menos para os que vivem na praia, no Rio, ou num bar, em Berlim. E o principal: músicos em ação por todos os lados-tipos-ritmos. Insisto. Berlim soa um som, não importa o tom. Seja no bar, no clube ou até mesmo no parque, sempre tem um. Então, vaguemos juntos, de noite, pela nossa Berlim que nós -“Madame & Polaco”- conhecemos desde antes da queda do Muro.

Berlin is an awake city. Bars are open 24 hours a day. There are always people on the street. It looks like Rio, Brazil, from before. Working hours, except for those who live on the beach in Rio or in a bar in Berlin.

Antes, a homenagem remota, porque ainda nos tempos do Muro de Berlim, a lembrança do David Bowie na cidade, em 1976, onde criou o álbum “Heroes”, a partir da visão de duas pessoas se beijando amorosamente encostados no Muro. Junto dele, nos dois anos e meio, o Iggy Pop. Esse, criou a melhor música dele, “The Passenger”, inspirada nas viagens, agora sem as drogas, que os dois faziam, quase anônimos, nos metrôs e trens da então Berlim Ocidental. Pronto. De volta aos músicos destes dias de Guerra, 2023, neste “De Vagar à Noite em Berlim”:

Before, the remote tribute, because still in the times of the Berlin Wall, the memory of David Bowie in the city, in 1976, where he created the album “Heroes”, from the vision of two people kissing lovingly leaning against the Wall. Together with him, for two and a half years, Iggy Pop:

Antes que Berlim escureça, quando fica melhor do que no claro do dia, vale a pena duas citações de músicos de rua, na forma do fotografado, enquanto vivido, nas ruas do bairro de Schonenberg, onde o Bowie viveu e o Kennedy falou que era um Berliner, sem saber que isto é a salsicha local. Bom. Primeiro, na festa na rua Akazien. No palco, no rock pesado, devidamente fardada, a banda da Polícia. Na platéia, primeiro plano, os dois tipo Skinhead. Depois, o músico que toda todo sábado, na Winterfeldplatz, na feira semanal.

Justin McConville

E o papo pro ar no vagar de noite em Berlim? E os bares? E os músicos que com o tempo se tornaram amigos desta dupla “Madame & Polaco”? Levou tempo até a gente saber os nomes verdadeiros, dar aquele abraço, principalmente no primeiro reencontro depois da Pandemia, esta relatada no nosso livro “A Berlim do Pandemônio”. Para efeito de complemento, segue o site, sempre com as primeiras 30 páginas grátis, lógico que no linguajar “portuga-brasílico-tupiniquim”

People. And the chatter in the air at night in Berlin? What about bars? And what about the musicians who over time became friends with this duo “Madame&Polaco”? It took time for us to know the real names, to give that hug, especially in the first reunion after the Pandemic, which is reported in our book “The Berlin of Pandemonium”.

A BERLIM DO PANDEMÔNIO, por EDUARDO MAMCASZ & CLEIDE DE OLIVEIRA – Clube de Autores

Ih. Cadê a pausa para a colocação do interrogativo? Vamos em frente. São muitas paradas, começando por um dos bares que ficam abertos 24 horas por dia, onde toda quinta-feira tem o encontro do pessoal do Blues & Rock, sempre até o último segundo da meia-noite. Estamos destacando, inclusive pelo direito à Reserviet, do nosso Bierhaus Urbaneck, na rua Urban com a Graefe:

There are many stops, starting with one of the bars that are open 24 hours a day, where every Thursday there is a meeting of the Blues & Rock people, always until the last second of midnight:

https://bierhausurban.de

Pois aí está na foto nossa primeira amizade musical criada aqui em Berlim, depois de muitos encontros por inúmeros locais cantados pela banda dele, a Happy Dog Brown. Estamos falando do #TimKutschfreund a quem seguimos onde quer que ele se apresente, seja na Kultur, em Lichetenfeld, ou nos seguintes bares noturno-musicais que valem a pena aqui logo serem citados.

https://sandmann-berlim.de

Outra parada muito especial é no velho Sandmann, perto do U Rathaus Neukolln, principalmente nas noitadas de blues de segunda-feira, uma novidade a cada vez, jamais premeditada pelo eterno Helmut, ele merece a foto ao cantar, todo mundo junto, a música Welcome, no encerramento obrigatório, por causa dos moradores vizinhos, sempre segundos antes do meio da noite.

Back to Wandering in the Berlin Night. We met another bar, this one on the side of Pankow, an audience still today of the working-class type of the late DDR – communist Germany. Com ele, passamos a conhecer muitos bons músicos que se apresentaram ao longo das últimas quatro décadas, sempre presente esta dupla “Madame&Polaco”. Estamos falando do “Speiches Rock & Blueskneipe”, na rua Raumer. Na foto, Carlos, from Moçambique-Berlim.

Carlos Delanane

Outro bar, este pelos lados de Steglitz, também aberto 24 horas por dia, com música ao vivo de vez em quando, é o Otto Schruppke, na rua Feurig, com gente bem diferente dos outros, mais locais. It’s the kind of the days of the Yankees who ruled this part of Berlin for more than 40 years. Our well-known musicians perform there from time to time.

Lógico que há muito mais bares com blues e rocks e jazz por esta Berlim sempre acordada. Tipo ainda por conhecer, como Yorchschloesschen, Terzo Mundo, Alt Stalker e tantos quantos. Os mais antigos, tipo Celtic Cottag, Acud, Soul Cat, Zosh e Zum Hecht. Outros meio escondidos, tipo o “Zum bohmischen Dor”, na rua Sander, onde é melhor chegar depois das dez da noite, principalmente nas noitadas musicais de quarta-feira. As fotos confirmam a presença do nosso amigo músico búlgaro, o Anto, ou Tonkata, ou sei lá o nome mesmo dele:

Anton Tonkata

Não podemos ainda esquecer do bar de música mais antigo, dos tempos dos americanos, na Bundesallee, desde os tempos dos norte-americanos, com música ao vivo todas as noites, sem cobrar ingresso, na maior. Quer dizer. Depois da Pandemia, acabou, fechou, finito. Ainda temos algumas fotos das antigas, agora que o Rickenbacker’s Music Inn virou um CD de lembranças:

Em compensação, temos descobertas novas, de outros tipos, mais locais, comportados, músicas de vez em quando, sem perder o espírito berlinense, tipo o “Rote Beete” (beterraba vermelha), na rua com uma decoração especial e cerveja checa de primeira no bem barato.

https://rotebeete.com

E os músicos que se tornaram amigos desta dupla “Madame & Polaco”? Before the first handshake – hug, in the Germanic style, takes even longer – Wir nannten sie beide, natürlich nur unter uns, mit Spitznamen wie Iuri, Ciganinho, Bráulio, Bonitona und so weiter. Na verdade, segue a lista, com a devida foto, dos mais próximos, hoje em dia, todos músicos amantes do blues, de forma amadora ou sonhadora do profissional do ramo, quem sabe uma noite dessas isto aconteça, tomada, vale o esforço deles e delas. São tantos e tantas. Entre eles e elas, Iuri, Angela, Carlos, Tom, Tim, Eva&Ed, Anto, Dimitri, Heinz, Andres, Lucas, Salah, Helmut, Leo, Kat, Julian, Kyria ..

Tob Chuey

Angela Cory

Ziska

Julian

Tom

Maria Eva & Ed Badelt

Kyra

Heinz Glass

Leo

Tim – Happy Dog Brown

Dimitry

Então, licença, tá. Continuemos, devagar, neste vagar pela noite de Berlim.

Tchau. Do widzenia. Bye. Auf Wiedersehen. Au revoir.

ATENÇÃO!

Todas as fotos são de minha autoria e podem ser usadas livremente.

All photos are for free use. If you want, put this:

Se for da sua vontade, pode citar assim:

Photo by Mamcasz


Perto de casa, aqui mesmo na quadra, tem três mercados. Um, mais caro, muito usado no cartão corporativo nos tempos de Lula-Dilma. Outro, tão caro, mas com produtos bons.  E, enfim, o mercado mais pobre, da turma das 400 – quem é de Brasília, sabe o que é isso. Bem no estilo carioca do subúrbio. Para mim, que já morei em Bonsucesso e na Tijuca, é o melhor dos três. É onde estamos agora.

Ao final das compras, na verdade quase nada, é mais pelo encontro, não tem mais sacola de plástico, cada qual com a sua bolsa debaixo do braço, na fila do caixa dos acima dos se senta – não, obrigado, senta você – chega o velho empregado que ajuda a embalar. Chega cantando, todo alegre. Cantando o que? Pois aqui começa a nossa prosa:

 

– Conheço esta música, meu amigo.

– É Cartola.

– Não.

Depois de várias jogadas, a fila da velhice, no mercado estilo subúrbio do Rio, afinal, os prédios de três andares, sem elevadores, nas 400, foram destinados aos empregados tipo ascensorista, faxineiro, contínuo e outros nobres obreiros que fizeram Brasília, mas sem direito a morar nos prédios das 100, 200 e 300 – todos com seis andares e oito elevadores, cada um.

– Bom, polaco, volte à prosa na fila dos velhos.

– Seguinte, gente. Ele está cantando uma música da Maria Bethânia.

Para que. Foi uma farra danada por parte dos velhos, senhoras e até duas senhoritas na fila porque são arrimo das avós presentes, alquebradas mas coerentes.

– Polaco sem vergonha. Conta outra.

– Posso falar?

– Um minuto!

– Nosso amigo aqui, auxiliar do mercado, gente fina, está cantando a música Loucura, do mestre gaúcho Lupicínio Rodrigues. A mesma música que eu estava ouvindo em casa, antes de escapar de Madame só para me encontrar com vocês aqui, e depois ali no botequim, pois então, a mesma música estava sendo cantada pela baiana Maria Bethânia.

Pronto. Recebo no ato o abraço da velhinha mais próxima, o sorriso da neta, e o reconhecimento do resto. A gerente, novinha, moreninha, a gracinha de nós velhos, só olhando, sorrindo, ela tem duas filhas pequenas, todos demos lembranças:

– Os tios não acham que está na hora de andar um pouco por aí?

– Sim, senhora!!!

 

No lado de fora, a conversa sobre Lupicínio Rodrigues continua, com a participação até do auxiliar do mercado, conhecido de todos, ajuda no carrinho até o apartamento das mais necessitadas e tudo. Pois todos trocamos informações, tais como:

1 – Discos completos só com músicas do mestre Lupicínio. Tem um da Adriana Calcanhoto, com 17 músicas. Outro com o Noite Ilustrada. Com Ayrton Montarroyos. Com o Roberto Menescal. A peça de teatro Vingança – o Musical, só com músicas do mestre dos pampas. Sem contar o disco Grandes Compositores – Lupicínio – Soft Orchestra.

– Chega, gente. Preciso ir.

– Ih. É mesmo.

– Tá com medo da Madame, Polaco? Volta …

– Ih. Esta música eu adoro na voz da Gal. Maior “Felicidade”, esta na voz do Caetano.

– Eu gosto da música do Lupicínio “Se acaso você chegasse”, na voz da Elza.

– Nervos de aço!

– Êpa, meu. Esta é do Paulinho da Viola.

– É o que você pensa, carioca vice de São Januário. Pois Nervos de Aço é do Lupicínio.

Foi assim. Até que cada velho, ou jovem senhora – somos educados – foi saindo, devagar, por suposto, mas todos cantando, cada qual a sua música predileta do grande Lupicínio.

Chego em casa, desta vez sem parar no boteco, mais do que atrasado, sabe como é…

– Estava onde, polaquinho?

– Agora não posso falar.

– Por causa de que?

– Alexia!!!

– Sim, meu polaco.

– Toque tudo do Lupicínio Rodrigues.

“Se acaso você chegasse no meu chateaux


Encontrasse aquela mulher que você gostou.


Será que tinha coragem de trocar nossa amizade


Por ela, que já lhe abandonou?”

– Alexia!!!

– Quié?

– Muda!!!

E Madame:

– Acho bom!

Em Brasília, 08h54m desde 01/02/23. Ah. Este post vai para meu amigo de Alegrete, o gaúcho escritor e viajante, o Marçal Alves Leite. Com o adendo, velho gremista:

– A penúltima faixa do disco “Loucura”, da Adriana Calcanhoto, só com músicas do Lupi, pois então, a penúltima é justamente o Hino do Grêmio, escrito justo pelo Lupicínio Rodrigues.

Até a pé nós iremos

Para o que der e vier

Mas o certo é que estaremos com o Grêmio

Onde ele estiver.”

Então tá, né.

Inté e Axé!!!


Em 2020, Ano do Rato, ficamos presos em Berlim, no pique da Corona-China. Voltamos para o Brasil num vôo de emergência. Agora, 2022, Ano do Tigre, estamos de volta. Berlim continua a mesma? Não. Tem mais gente dormindo na rua. Por isso o título: DO INFERNO AO INVERNO EM BERLIM. VERÃO. Então nos siga nesta continuação do nosso livro “Diário Pandemônico – Berlim Ano Zero.”

Pandemie-Tagebuch – Berlin Jahr Null.

Im Jahr 2020, dem Jahr der Ratte, waren wir in Berlin gefangen, im Hecht von Corona-China. Wir kehrten mit einem Notflug nach Brasilien zurück. Jetzt, 2022, Jahr des Tigers, sind wir zurück. Ist Berlin immer noch dasselbe? Nein. Es gibt mehr Menschen, die auf der Straße schlafen. Also der Titel: FROM HELL TO WINTER IN BERLIN. Dann folgen Sie uns in dieser Fortsetzung unseres Buches “Pandemie-Tagebuch – Berlin Jahr Null”.

From Hell (Inferno) to Winter (Inverno) in Berlim.

In 2020, Year of the Rat, we were trapped in Berlin, in the pike of Corona-China. We returned to Brazil on an emergency flight. Now, 2022, Year of the Tiger, we’re back. Is Berlin still the same? No. There are more people sleeping on the street. So the title: FROM HELL TO WINTER IN BERLIN. SUMMER. Then follow us in this continuation of our book “Pandemic Diary – Berlin Year Zero.”

Velho polaco baiano, estou agora de novo em Berlim (2022 – Ano do Tigre). Primeiro Mundo? Mais ou Menos. More or Not. (+ or -). Ôxe. Traduza-me, Gúgui. pro Alemão, tá? Volto acá depois de dois anos. Na última, saio abatido (2020 – Ano do Rato), depois de três meses preso no pico da então “Coronachina do Morcego”. No ora, cada reencontro é um abraço caloroso. Coisa rara no espírito germânico. Você? Vivo? Ya! Sim! Yes! Nossa! Uau! Outro abraço. Quem diria.

Mas tem as ausências, tipo a “Bonitona”, o “ Mãozinha”, ainda bem que ontem, no Sandman, encontro a “Russinha”, no antes bela na guitarra do rock e hoje cadente. Pergunto: E aí? E ela: sabe como é. E eu: Não pense no hoje. Espere o Amanhã. To morrow. Não morre. E completo: Posso te abraçar? Ela praticamente desmaia em meu abraço. Ao lado, o “Ciganinho”, dez anos em Berlim, vindo do interior, do lado ocidental, nos olha. Ele ressurge aos poucos. Prepara novo disco. Para quando? Ano que vem, 2023, no Verão. Agora, Inverno. E eu: Inferno. E ele: Posso usar isto no próximo disco que estamos preparando? Lógico. Dank. Imagina, meu. Mas usar o que meu caro Tim K?

DO INFERNO AO INVERNO EM BERLIM. VERÃO!

Gente. People. Cara. Mina. O que eu quero, mas não começo, na dúvida, a falar aqui, agora, não é nada disto, mas o que acontece na saída do Sandman, noitada de toda segunda, aliás, quando a gente ressuscita, na chegada, dois anos purgando o fechamento, filho do dono, no balcão, só falta largar tudo e vir nos abraçar.

– Vocês? Vivos?

– And you???

Quando o pai dele chega, o Helmut, fala no ouvido:

– Vai lá e abraça este casal brasileiro de volta.

– Vivo?

Ora. Revividos. Por pelo menos mais três meses. A prima cerva é por nossa conta. O preço subiu. Sabe como é. A Corona. Outro abraço. E a vida continua. Nós, na mesma mesa de antes. Mas o que eu quero mesmo falar aqui neste reblogado é o seguinte:

Estamos de saída, rua escura, perto do meio da noite, Neukolln, bairro tido turco, a caminho do metrô, linha não considerada segura, por conta dos usuários, nem todos migrados, verdade se diga. Após o tapume da obra, no quase escuro, escadaria abaixo, frio medido na garganta, encontro-me com na re-volta, ao contrário, pois no antes, acá em Berlim, sempre me entendi com as crianças. Agora, entendido estou com as velhas sobrevividas. Pois este é o fato. Volto pois ao início do dito deste Ano do Tigre (2022), nem tanto, ainda não redimido do Ano do Rato (2020). Pois recito o havido nesta meia-noite acá em Berlim dos sempre quase Mil e Um Anos:

Na descida da escada, no meio de jovens pseudo-hippies-nerds-punks-etc&tais, ladeio-me a uma senhora, velha, decaída, sim, mendiga da noite e da rua. Ela tenta cada degrau abaixo, apoiada no carrinho cheio de coisas catadas no lixo, viu, Berlim não é Primeiro Mundo. Lógico que eu estaco, encosto, olho nos olhos, ofereço ajuda para a descida da velha mendiga alemã, ela, lógico, não entende meu brasileiro nem eu o germânico dela. Quer dizer. Na hora, em dois gestos, tudo fica claro. A mendiga alemã (no gestual):

– Pode deixar, polaquinho. Eu consigo descer sozinha. Obrigada, tá.

E eu, polaco baiano:

– Tudo bem, mina. Pense no Amanhã. Não no Ontem, muito menos no Hoje. To Morrow.

Eu fui. Ela veio, bem no lentamente. Lá na frente, na espera do metrô, mais demorado no começo da madrugada gria, eu sentado ao lado da Ma Dame, a quem conto o Corrido, de repente passa pela gente a Querida Velha Mendiga Alemã. Ao lado dela, o carrinho com os achados no lixo, que também serve de muleta. Pois agora confesso a minha emoção nesta volta a Berlim, depois de dois anos daqui saído no Pique da Covid.

Concluo:

Ao passar por mim, agora sentado, a Velha Senhora Mendiga Alemã, aqui em Berlim, 2022, Ano do Tigre, pós Pandemia, ela elegantemente me faz um sinal, com a mão direita, livre da bengala, que entendo de imediato como de Amizade, Agradecimento, Reconhecimento, sei lá o que mais. Nobre, a velha senhora mendiga berlinense alemã se volta para mim e sussurra:

  • Cuide bem de Madame porque aqui é muito perigososo para gente de bem que nem você.

O turco, o indiano, a ucraína, o sírio, o africano e os representantes das 190 nacionalidades perambulante em Berlim, eles continuam indiferentes, bem germânicos. Postados ao longo da estação, eles não percebem. Ou fingem. Eu só sei de uma coisa. Nesta noite, ela, a velha senhora moradora de rua neste Inferno de Berlim, com certeza, vai dormir sonhando comigo. Espero que minha ação a aqueça de alguma forma. Porque está frio. No Corpo e na Alma.

Inté e Axé. Tschuss, né.


O que seria de nós reclusos sem os serviçais

( O mais recente capítulo do livro em gestação

Diário da Pandemia em Berlim )

Da varanda da cela desta cadeia pandemônica ora em Berlim, primeiro no primo andar, agora no sétimo céu, acompanho de cá lá no chão a classe operária que um dia iria ao paraíso  que, enquanto aqui neste inferno virótico, trabalha de cara aberta, sem manter distância mútua, no afã, entre outros, de catar o lixo nosso de antes, no depois e, principalmente, enquanto dure esta quarentena que se alonga no incerto.

Tem ainda os meio próximos, os serviçais da faxina geodetetizante da nossa moradia coletiva mas selecionada. Junto com eles, chegam o carteiro, o entregador de marmita, e para quem não ousa o êxito  as compras do mercado  nesta fase de tudo online, só quero ver como vai ser quando esta sociedade voltar a ficar offline, offemprego, offescola, offquasetudo da vida.

Falei aqui noutro dia do acompanhamento que fiz, desde o primeiro andar, ao fazer o café, quando no prédio do outro lado da rua, sempre às 06h45m, saía uma mulher de meia idade com a função de retirar para a frente da rua quatro conteiners de lixo, de cores diferentes. Quinze minutos depois chega o caminhão de lixo, cada dia de uma cor diferente, afinal somos uma sociedade toda reciclada.

Tem ainda, igual aqui em frente, mas neste caso mais do alto, os laboriantes do leste europeu trazidos para comerem poeira suja de cimento misturada ao asfalto e ferragens das obras do metrô que garantem ser de essencial urgência para os que não se aventuram nem a pegar um vento à janela, vai que o coroa chinês adentra o sacrossanto lar transformado em creche, asilo ou como se diz, home office.

diario2bymamcasz

                 Was wurde aus uns Gefangenen ohne die Diener werden?

Pois acordo hoje e olho para o parque em frente, que começa a ficar verde primaveril, e onde a classe média pseudo-encarcerada a domicílio pode deitar na grama e ensolarar suas ancas durante um certo tempo, ou então dar vazão ao tratamento dos amados cachorros ou fingir que se pratica algum tipo de exercício com as crianças aqui não mimadas e loucas para voltar ao convívio social das escolas.

O cenário da servidão a serviço dos que temem o coronavirus, parecendo que aos serviçais ela não alcança, nesta manhã começa pelo trator que apara o gramado, o caminhão que recolhe as folhas, o romeno que passa o aspirador nas quinas da calçada, enfim, até os expiradores de água, diversos, no afã de deixarem tudo limpo e cheiroso porque logo mais chegam os humanos e os caninos enfurnados nas celas.

Deixo então para o final o propósito desta ata, espero que não a final, afinal ninguém sabe  nosso sino destino, para contar um episódio genuinamente alemão. No silêncio, chegam dois caminhões. Dois motoristas. Um com o enorme guindaste. Atrelado ao outro, uma pequena máquina. Aguardemos. Já descrevo este ato que, com certeza, é de extrema importância para a sociedade, diria essencial. Detalho.

O motorista do primeiro caminhão sobe na cadeira na base do guindaste e ele mesmo aciona o controle e vai subindo até o meio da árvore verde e frondosa e começa, já com a motoserra acionada, a cortar cada galho maior do que o outro. Na calçada, o motorista do outro carro pega os galhos, inclusive os troncos, coloca na máquina que tritura tudo e joga na carroceria devidamente protegida pela coberta. Viva a sociedade reciclada. Fuck the virus.

diario3bymamcasz

Que deviendrions-nous prisonniers sans les serviteurs

Daqui de cima, superior, de longe, protegido,  não vejo em nem um e nem outro qualquer sinal de mascarado, enluvarado e tal, mas estão bem arrumados. Ao final dos cortes e da trituração, avança o melhor jeito alemão de trabalhar, mesmo que no meio de uma pandemia virótica desalmada apenas para alguns setores. O segundo motorista pega um rastelo, recolhe as folhas caídas na calçada, e depois varre tudo.

Ao final, o primeiro motorista, que havia subido, já está ao chão e recolhe a escada, a serra, o guindaste, os cones de trânsito que desviaram os carros de uma das duas pistas. O outro motorista aproveita para limpar as peças usadas, bem como a carroceria traseira e guardar o rastelo, a vassoura, o aspirador e, enfim, pergunto aqui de longe, de cima, superior:

  • Você não se preocupa  com este tal Sino-Corona-Virus19? 

Enquanto os serviçais continuam a vida dita essencial para a sociedade melhor situada, independente dos riscos que pegar ou não o coronavirus, morrer ou não, acontece agora, lá no Centro dito Mitte, o encontro nacional, online, lógico, da Chanceler Angela Merkel e todos os governadores da Alemanha. Baseados nos conselhos da Ciência Moderna, bem protegidos, resolveram prolongar o isolamento social.

– Mais ainda?

Pois então deixemos os serviçais trabalharem em paz, lógico que não me esqueço dos médicos, enfermeiras, motoristas de ambulâncias, faxineiros de hospitais, pegadores de teste, fornecedores de máscaras, policiais e até os guardinhas que vigiam a sociedade protegida para que no parque em frente da minha cela domiciliar  não se achegue por demais e tome seu sol nas ancas à vontade. Pelados, sim; sem máscara, jamais. Heil!

diario4bymamcasz

                     ¿Qué sería de nosotros prisioneros sin los sirvientes? 

Adiantando alguns pontos que começam a valer depois do acordo feito entre os governos federal e estaduais da Alemanha e anunciados agora há pouco:

– A partir de segunda, 19 de abril, podem abrir lojas de até 800 metros quadrados de área.

– A partir de 4 de maio, algumas coisas a mais são permitidas, tipo salão de cabeleireiro e, principalmente, a volta gradual às escolas.

– Até 30 de agosto,  nada de grandes eventos tipo shows e até mesmo jogos de futebol.

– Continua proibido, só Deus sabe até quando, os cultos em igrejas, mesquitas, sinagogas e outros do mesmo teor.

– A mesma coisa, tudo fechado, para os bares, restaurantes, teatros, óperas, cinemas e discotecas.

Tudo isso, como acaba de dizer a Angela Merkel, bem tipo dona de casa, porque a Crise do Coronavirus, na Alemanha, alcança apenas um “frágil sucesso interino.” Ou seja, nada de se encostar um no outro, embora o povo alemão seja mesmo do tipo arredio. E continuar na rua, trabalhando, independente da condição, só mesmo os serviçais desta sociedade devidamente protegida. Ela. Eles, não.

Pronto. Terminado o relato de hoje neste Diário da Pandemia em Berlim. Normalmente, eu sei como começa e não tenho idéia de como termina este relato que tem sido diário, desde 11 de março de 2020, quando aqui cheguei para três meses legais de permanência, aliás,  como esta dupla de risco, Polaco & Madame, tem feito há muito tempo e mais ainda quando deixou de ser serviçal pública da comunicação.

diario5bymamcasz

Inté.

Axé.

Tschuss.

https://www.morgenpost.de/vermischtes/article228910311/Coronavirus-RKI-Fallzahlen-Deutschland-Merkel-Corona-Kontaktsperre-Massnahmen.html


sabado 2okPois então. Primeiro sábado de abril, acho que o quarto aqui em Berlim, da dupla de risco Polaco & Madame e, desde ontem com as novas leis de convivência social acertadas pelos chamados ministros do Senado de Brandemburg. Pois não seja por isso. Escapemos juntos desta prisão domiciliar, sétimo andar, linda vista, sol gostoso clamando “vem cá”. Vamos?

Primeira regra. Passou depois de alguma discussão entre verdes/pretos/vermelhos/brancos. A pessoa, sim, desde que não seja de risco/afetada/adoentada, pode e deve dar uma voltinha ao parque próximo, aconselha-se a companhia de uma criança ou cachorro, este com a devida identificação, inclusive o recibo do pagamento de imposto anual.

Acontece que toda regra alemã sempre tem uma contra-regra mais germânica ainda e isto acontece em tempo dito normal, imagina agora neste inferno. Exemplo. Parou no parque para pegar um sol. Agora pode levar um cobertor para estender na grama. Mas não pode demorar. Tem que ficar pelo menos cinco metros um do seguinte. Mas não fica por aqui/ali/alá.

Primeiro objetivo, até porque se a Polizei resolver te parar, tem que ter uma direção explícita: nosso mercado de rua de todo sábado, ao lado da igreja evangelista, perto aqui de casa, na Hoho, lembrado? Regra usada, até porque desde ontem a multa é de 50 euros na hora, ora, e se eu não tiver, é melhor que tenha, mané chucrute. Turista? Ih. Fudeu. Já falo o do porquê.

Mas a regra seguida desde o começo/meio/fim é o de ninguém chegar a menos de um metro e meio da outra pessoa, a não ser que prove ser íntima na cama, e no caso da feira semanal de rua, isto vale principalmente na banca de legumes – pegamos um cebolão e um pedaço de gengibre fresco da roça – e até na de pães/doces/tortas/presunto – desculpe – vivo,

A meta, caso a polícia nos pare no meio do caminho vira um pedra no sapato, é a mesma feira de todo sábado, ou seja, aquele pão turco especial, vale a pena, um euro e meio e dá para uns quatro dias, se bem comido. Traduzo: Anatolisches Brot (Milchfladembrot). Pão ázimo do deserto. Leva wasser, salz, backmittel, sesam e, lógico, a milenar farinha velha do mundo.

sabado 3okPronto, seu polizei, está satisfeito com o motivo da escapada da prisão domiciliar deste casal de risco, aqui denominado Polaco & Madame? Apenas lembro que você, alemão, fez coisa muito mais feia do que este coroa chinês, quando invadiu, de mãos dadas com os russos, a minha querida Polônia, na Grande Guerra, só porque nossas mulheres são bem mais gostosas que as vossas.

– Florzinha. Cala a boca. Vai que o seu guarda entende “espanhol”.

Pois não é que o seu guarda alemão entende “portunhol”?

– Só não concordo com a parte das mulheres. As brasileiras, polaco, e não me contenho diante de vossa Madame, são as mais gostosas. Ou não?

– Ya.Ya. Ya.

– Podem continuar a escapada. Mas sem demorar. E finjam que não são turistas.

– Por que?

– Ide, polaco. Mania de vocês, eslavos, falarem demais diante de nós, germânicos. Ah. Se quiser pode deixar a madame brasuka que vou achar ó-ti-mo.

– Vamos, Florzinha feminina. Não estou gostando nada desta prosa gostosa.

– Posso ficar mais um pouquinho? Quero dar Boa Páscoa pro Seu Gualda.

Pois fomos. Para onde? Por aí. Sempre fingindo um rumo. Sem parar muito. Entrada na banca de jornal para a revista em inglês para os expatriados – Exberliner – que ainda não chegou. É mensal. Uma foto rápida, sem parecer turista, na vitrine da loja fechada, virótica, pandemônica, com um belo motivo de Páscoa ora chegando. Costumava ser dez dias de feriado geral. Não mais.

– Circulando, Madame.

– Venha, meu polaquinho. Mas não se esqueça. Dois metros de distância de mim.

– E como é que eu polaco vou caminhar sem agarrar nos seus peitinhos brasucas?

– Não vai!!!

– Caminhar???

– Venha!!!

Fui, né. Mas agarrado. Levei ao pé da letra.

Aposto que você pessoa abelhuda está perguntando aí:

– E as regras de convivência nestes tempos pandemônicos aprovadas nesta sexta-feira pelo Senado de Berlim?

Pois respondo bem ao modo polaco de ser:

– Agora não, pô!!!

Então tá.

– Não esquece de levar noutra mão, a livre, o quilo de aspargos colhidos na roça nesta madrugada, e que vou preparar daqui a pouco lá em casa, tá, mein polaquinho querido. Isto, continue. Assim. Ai. Ui. Óia!!!

sabado 5ok

Este capítulo, do dia 04/04/2020, faz parte do livro em andamento “Diário da Pandemia em Berlim”. Sem prazo previsto para acabar. Faz parte dos projetos junto ao NanoWriMo e Clube do Livro. 

Inté e axé.


Mão Cheia: Miro no Muro e Murro o Burro

Mão Vazia: 30 Ânus de Revolução Pacífica

Mão Boba: Muro Persiste na Cabeça, Mano.

Mão Vazia: Muro é Coisa de:

(a) Comunista – em Berlim;

(b) Nazista – enfim;

(c)Israel – na Palestina;

(d) USA – no México;

(e) África de Mandela – no Moçambique;

(f) Você – no seu Vizinho:

(g) Você – na sua Cabeça.

miro no muro e murro no burro by mamcasz

Für diesen Montag (19.11.04) beginnen die mehr als 200 Partys für die 30 Jahre des Mauerfalls. 160 km kommunistische Dummheit. Gemeinsam gewonnen vom heutigen Heiligen, dem polnischen Papst Woityla, und dem kapitalistischen Künstler Reagan. In der CIA gedeckt. Die Peth Smith Show in der Getsemani Lutheran Church lässt es sich nicht entgehen. Ich bin als Polin registriert. Ich habe auf den bahianischen Ursprung verzichtet. Knochen im Weg. Ich erinnere mich, dass ich 1989, im Herbst, hier durchging. Im Anschluss, glücklicher Hund, Madame. Ich kann immer noch in der Dose.

Pois nesta segunda (04/nov/19) começam as mais de 200 festas pelos 30 anos da Queda do Murro-Muro de Berlim. 160 Km de imbecilidade comunista. Vencida em conjunto pelo hoje santo, o papa polaco Woityla, e o capitalista artista Reagan. Acasalados na CIA. O show da Peth Smith, na igreja luterana do Getsemani, não perco mesmo. Estou resgistrado como polaco. Abdiquei da origem baiana. Ossos no caminho. Lembrando que em 1989, na queda, eu estava de passagem por aqui. Seguindo, cachorro feliz, a Madame. Ainda lato na lata.

For this Monday (04 / Nov / 19) the more than 200 parties begin for the 30 years of the Fall of the Berlin Wall. 160 km of communist imbecility. Jointly won by today’s saint, Polish Pope Woityla, and capitalist artist Reagan. Mated in the CIA. The Peth Smith show at the Getsemani Lutheran Church doesn’t miss it. I am registered as a Polish. I abdicated the Bahian origin. Bones in the way. Remembering that in 1989, in the fall, I was passing through here. Following, happy dog, Madame. I still can in the can.

miro 2

The parties take place here in Berlin from 4 to 9 of this bluish November. I will report, pure, I swear. From 10 am to 10 pm, all free-mouthed, in seven of the main atriums of what was once a socialist horror theater. Another chapter of my rising book, the Berlin Stund Null (Year Zero). Title of this cuticle-liked entertainer:

BERLIN WALL STILL PERSISTS ON THE GERMAN HEAD.

As festas acontecem, aqui em Berlim, de 4 a 9 deste novembro azulado. Darei relato,puro, juro. Das 10 da manhã às 10 da noite, tudo free-boca livre, em sete dos principais átrios daquele que foi um teatro de horror socialista. Mais um capítulo do meu livro em ascenção, o Berlin Stund Null (Ano Zero). Título deste entretítulo curtido na cutícula:

O MURO DE BERLIM AINDA PERSISTE NA CABEÇA DOS ALEMÃES.

Die Partys finden vom 4. bis 9. November in Berlin statt. Ich werde berichten, rein, ich schwöre. Von 10 bis 22 Uhr, alle mit freiem Mund, in sieben der Hauptatrien des ehemals sozialistischen Horror-Theaters. Ein weiteres Kapitel meines aufstrebenden Buches, der Berliner Stund Null. Titel dieses nagelneuen Entertainers:

BERLINER MAUER LEIDET NOCH AUF DEUTSCHEM KOPF.

murro burro by mamcasz

Fui.

Então, tá.

Inté e Axé.

Tschuss.

 

https://mauerfall30.berlin/