Francenildo, o caseiro, agora vivendo de bicos (je vive du béc, diria o velhinho Jô de Taubaté), é o próprio fantasma na imagem dele adentrando o teatrológico Supremo Tribunal dito da Justiça, ao ser colocado pelo advogado, de olho na indenização pela quebra do sigilo da conta bancária (30 moedas, ditas mil, que o soberano Pallófi, ora absorvido sem nem mesmo pedir perdão, ou muito menos pagar penitência, pois bem, eram 30 mil pacotes de real para que o caseiro se desfizesse de vez do pai dele, lá do distante Ceará que, com isso, iria escapar do teste da paternidade em cima da empregada doméstica (estou escutando André Dusek: Doméstica!!!).
O caseiro do Palloci e o motorista do Collor passeiam por Brasilha
Adonde estava mesmo? Ah… O caseiro Francenildo, de terno, qual índio tupiniquim na corte européia postado, pelado é que deveria ter ido para encarar os supremos juízes e os impolutos desviados do escândalo que começou numa casa de putas no ínclito bairro do Lago Sul, Brasília, onde, entre uma pimbada ou outra (seria cheirada?) acertava-se a bolada porque era mais do que isto que rolava. E o caseiro com isso? Porra, meu, vou ter que explicar tudo? Ele ali, só observando, na santa e humilde ignorância dos falsos parvos da Bolsa Família.
Mais uma e acabo esta introdução (só doi quando rio). E o que o julgamento do Palófi-Marcelo tem a ver com Os Fantasmas da Rádio Nacional? Porra, meu, hoje você ta difícil de entender as coisas. Ou não? Hein? Ou você se associou de vez à Omissão Coletiva? Então, vamos lá:
1 – O Marcelo foi presidente da Rádio Nacional (Radiobrás no ex-governo do atual Collor). Demitiu pra caralho. Alguns, voltaram, pela Justiça, e hoje continuam pastando, tranquilamente, e ruminando, que nem vaca, entre eles o principal fantasma, que hoje pode ser visto, calado e, portanto, não ser ouvido, jamais, no caso, aquele motorista da Casa da Dinda, que viu a mutreta daquela merda do Fiat mais os jardins babilônicos e tal que levaram o então presidente a uma situação … bem … de nababo da República, senador, amigo do Lula, ínclito personagem representativo de todos os nós. E o Marcelo? Porra, meu. Pois ele era o assessor de imprensa do Pallófi que distribuiu o extrato da conta do caseiro, ora travestido de terno e, corrijo, antes que coloquem o nabo em mim, mas se sobrar, foda-se, sou morto, não estou mais vivo, mas mesmo assim, dito : teria distribuído….
2 – O caseiro Francenildo também “teria” sido desmascarado, desmentido, desmistificado, enxovalhado… E por que o caseiro Francenildo então não está preso, não existe Justiça mesmo. Porra, vou terminar. Quem enxovalhou o caseiro hoje é uma das pessoas-chave da Rádio Nacional (EBC, no governo Lula). E então, a sua cabeça está começando a se abrir ou vou ter que dar uma bela de uma porrada nela, hein?
Moral: Notícia de jornal. O caseiro Francenildo está condenado, no lugar de indenizado mas, para não pegar mal, por causa dos nababos soltos, ele prestará serviços alternativos, do tipo palestra nas escolas da periferia fodida de Brasília. Mas o tema terá que ser o seguinte:
COMO DEIXAR DE SER BABACA.
Outro assunto importante a ser decidido nesta, esperamos, interminável sessão, diz respeito aos procedimentos vingatícios que tomaremos caso o frei Vanildo (ler Evangelho 26) não volte a ocupar o mesmo espaço deste agora encardido calabouço para oficiar as velhas missas ao vivo pelas ondas potentes, embora curtas, da Rádio Nacional da Amazônia, nos abrindo o espírito dos tradicionais horários matutinos de todos os domingos, prerrogativa católica conseguida durante o Estado Novo.

Poema de Cora Coralina. Edição de Eduardo Mamcasz.
A Comissão dos Funcionários Informa:
Exigimos aumento do espaço destinado, durante a missa, ao momento da oração pelos defuntos, ou seja, nós mesmos constantes desta pós-ata, e também que o encontro seja alterado para ecumênico, com a participação de uma ou mais mãe-de-santo, de terreiro guarnecida, uma vez que estamos mais necessitados do etéreo do que a carne, que se revelou totalmente inconsistente diante dos vermes e, por isso, desnecessária e desmembrável do passado e do porvir.
Damos então início de fato a esta sessão, convocados que fomos por edital nacional , tanto que estamos aqui presentes, artistas cariocas – candangos – amazônicos (ler Evangelho 27), perseguidos na política e na prática, disponibilizados – dispensados – despedidos – sacaneados – condenados pela deficiência física , sinônimo de excesso de idade calculada através de metafísicos assassinatos impostos por chefetes prepostos, mesmo que passageiros.
Encontra-se aqui presente a proposta de atitutes a serem tomadas, a nível psíquico, contra a chefeta que determinava obrigatória reunião dos funcionários na residência dela, nas tardes de sábado (ler Evangelho 28), a mesma que quando ficou grávida todos desejamos a não-vinda a este mundo da filha da puta que, afinal, veio.
Ao lado dessa senhora também será objeto de nossa análise perfunctória a passada situação de muitos aqui presentes que de estressados passaram a depressivos e alguns se viram suicidas, em certos momentos, diante de certeiros abates cometidos no insistente cotidiano explorado numa lídima visão 360 graus (ler Evangelho 29).

Cidade de Goyaz (Goiás Velho). Trecho de poema de Cora Coralina. Edição de Imagem de Eduardo Mamcasz.
Em estando aberta esta sessão, sublimamos a palavra a uma alma condenada porque em vida, falso poder nas mãos – sabia eu que ela tinha acabado de levar mais uma das dezenas de porradas desferidas com gosto pelo marido jornalista, meu ex-amigo – certa feita, por conta da passageira função na Rádio Nacional, numa comoção histórica, olhou-me nos olhos e disse, sorridente : “Mamcasz, eu quero ver você sentir dor”.
De fato, eu senti. Fui fundo. Quase morri. Impossível o ressuscitar depois de tentativas aos milhares, forçadas do fundo desta alma, porque o corpo foi queimado por opção, diferente do que aconteceu com o amigo Tim , com quem dividi temores e até mesmo os bondes de Santa Teresa e a quem ofereço todas estas e outras letras infindas.

Photo inicial do video No Reino de Aninha. Poemas de Cora Coralina. Música de Helena Meireles. Edição de imagem de Eduardo Mamcasz
Na última viagem a Chicago, (12 maio 2009), no Blues Bar, me aparece um jovem e imbecil soldado americano recém-chegado do Iraque, com os seguintes dizeres na camiseta:
A DOR É A FRAQUEZA DEIXANDO O CORPO.