Re-volta Voadora Final em

Quatro Atos Pandemônicos

Março / Abril / Maio

Ano Fatídico de 2020

Eis que me aproximo do final de que mesmo não tenho a menor idéia. Em março deste fatídico 2020, três dias depois da chegada da dupla de risco Polaco & Madame em Berlim, é decretada a situação da Calamidade Pública Mundial – Pandemia. O que parecia uma quarentena de 14 dias na verdade ainda não tem prazo para a luz reaparecer na saída deste túnel que deixa de quatro poderosos, em crescimento e principalmente os mais pobres. Por isso, a principal recomendação se transforma na piada mais sarcástica impossível:

Estamos todos no mesmo barco

1 barquinho

Não, pessoa. Uns estão na jangada. Outros no iate. Muitos na canoa furada. Classe média isolada. Classe médica no sufoco. Pior ainda a situação dos serviçais lixeiros, bombeiros, motoqueiros, baderneiros, brasileiros. Aliás, adianto meu primeiro contato nesta revolta à Pátria que me Pariu, depois de uma insólita viagem intercontinental que perdura 36 horas. Na portaria do prédio onde coabito em Brasília, bairro classe B, ao pegar as chaves e as correspondências, ouço a seguinte recomendação da gentil porteira:

– Fique em casa, seu Mamcasz.

– Você tão bem, menina.

-EU NÃO POSSO!

Pois levo a primeira porrada nesta re-volta à Terra Brasilis. A viagem começa no despertar às seis da manhã na casa em Berlim. Às dez, avião levanta vôo no Aeroporto de Tegel, que está sendo fechado de vez. Aliás, o embarque é feito no Terminal C, numa espécie de terreno baldio, tal a situação de presente desolação.

Na prima parada desta re-volta, no aeroporto de Frankfurt, a São Paulo da Alemanha, o contato esquecido com a turba brasileira, manifestada pela forma inconsequente de agir sem respeitar a distância e, o pior de tudo, uns dez sem a máscara de uso obrigatório nas dez horas de espera em antevisão do vir.

2 frankfurt

Na sequência, a manada tupiniquim a um espirro do estouro, o embarque interrompido por diversas vezes para relembrar que a chamada era por grupo escrito no bilhete individual, até que o 777 da Latam alça vôo para onde mesmo?

Nas três primeiras horas da re-volta voadora é servido aos passageiros do infortúnio apenas uma garrafinha de água mineral e um página de papel para ser preenchida â mão para quem desembarcar na espinhosa Madrid.

Espanha por causa de que?

Eu comprei Sampa, cara.

O pouso da Latam em solo espanhol foi o mais fantasmagórico por que já passei nesta minha vida ambulante, acontecido perto da meia noite, as luzes internas apagadas, um aviso rápido de estamos descendo, de repente o baque no solo, a corrida, o freio, stop.

– Atenção para quem fica aqui em Madrid. O desembarque é somente pela porta traseira. Os restantes passem para seus novos lugares.

Nos 90 minutos em que ficamos a bordo, os seguidores da re-volta voadora, a desorganização latâmica chega o auge quando descobrimos que, a partir dali, até São Paulo, os assentos são outros, mais para a traseira do avião. Isso mesmo.

Não fica por aqui, não. A novela vampiresca da re-volta pela Latam continua. Ao descobrir os novos assentos na traseira do avião, no pico desta Coronavirus, encontramos tudo sujo, deixado assim por espanholados saídos.

Resultado. Garrafas usadas, guardanapos sujos, papéis riscados, ou seja, sujeira mental e física dos ditos passageiros é jogada no corredor do avião e, pior ainda, lá resta porque o pessoal da limpeza era mais sujo do que tudo.

– Aeromoça!

De quem é esta máscara usada aqui no meu asssento?

3 mascara

Resultado. Gastamos a nossa provisão de álcool gel para limpar cada centímetro possível do espaço que seria compartilhado nas próximas 10 horas até porque desembarcar não é possível e muito menos desejado nessas alturas.

A re-volta voadora continua

Finalmente, depois do longo desconfortável vôo noturno, o pouso em Guarulhos, pertinho da capital do poderoso, em número de mortos e contaminados, São Paulo. A passagem tranquila pela Polícia Federal.

Nada de parada na Receita Federal. Muito menos na vistoria alimentícia da Agricultura. O principal: ninguém para fazer o teste da pressão, da febre, enfim, pelo menos perguntar peloss sintomas presentes.

Tudo normal. Estamos de volta à Pátria que nos Pariu. Ah. Não se distancie porque a viagem não termina aqui não. Tem mais. A sequência final, uma hora a mais, até a capital desta Terra Brasilis, ainda vai acontecer.

Para tanto, esperemos outras seis horas num ambiente desolador, vazio, com gente sem noção, atestado solenemente pelo balde de lixo, a água pingada do teto e a placa de advertência pandemônica ao incauto:

Cuidado

Piso escorregadio

Goteira

4 placa

Pronto. São exatas 36 horas contadas desde o despertar em Berlim até o abrir as portas de casa em Brasília. Com direito a doses de desconfiança e desconforto e, ao final, um agradecimento sincero aos céus que nos acudam.

No normal, o retorno pela TAP teria durado apenas 14 horas, via Lisboa, direto para Brasília, transforma-se n um voucher que, se usado, terá valor insignificante, isto se a empresa aérea continuar rodando até sei lá quando.

Brasília teu cenário

era uma beleza

que se foi

A exemplo de toda boa novela, esta nossa aventura arriscada, por suposto, mas controlada na medida do imposto possível, termina bem, graças a quem, não sei, só sei que ainda há dias de tensão na atenção dos sintomas típicos.

Na chegada ao aeroporto JK, Brasília, o velho amigo nos aguarda, que nem sempre, com o nosso carro todo cheiroso, ausentes desta vez os abraços e até mesmo a carona até a empresa onde 85 colegas dele estão despedidos.

Ainda no espírito da novela que acaba bem, mas não para todos, passamos, no caminho, Asa Sul, bairro classe B, no supermercado idem, nome afrancesado, para as provisões primeiras desta necessária reclusão por 14 dias.

5 compras

Verdade se diga que o não acontecido na longa revoada para casa, na entrada do mercado, a simpática atendente mede nossa temperatura com o devido aparelho higienizado, que nem os carrinhos o foram, tudo nos 34 normais.

À frente da gente, um senhor idoso se demora na conversa com a moça do mercado medidora da temperatura alheia e, na nossa vez, ela comenta:

– Ele vem aqui toda manhã medir a temperatura do corpo dele porque diz que continua com medo porque há pouco tempo foi operado do coração. Na verdade, ele está bem e acho que está precisando mesmo é de conversar.

Na sequência, com as necessidades anotadas no caderno, fomos ao enchimmento dos dois carrinhos de compra, seguindo o caminho apontado pelas faixas novas no chão limpo e detedizado, os funcionários com máscaras e luvas.

Primeira impressão, quer dizer, segunda, porque a primeira mesmo foi sentir uma cidade fantasma no caminho do aeroporto até o final da Asa Sul, pelo Eixão, que saudades destes termos, então vamos à segunda evidência.

No mercado, começo da manhã, muito do vazio, noto a presença de duplas que constato serem funcionários de empresas novatas de entrega de mercadorias em casa, eles notadamente desconhecedores de certos produtos grã-finos.

– Caraca. Você viu só o preço desta peça de presunto da Espanha? Conhece?

– Véi. Presunto eu só conheço meu tio que morreu anteontem desta Coroa.

– E este pedido aqui?

– Nunca comi.

Na continuidade das nossas compras antes de chegar de vez em casa para o confinamento possível. No pedaço destinado aos legumese e às frutas tropicais, recolho o limão verde para a caipirinha que vai ter feijoada, por isso as laranjas.

– Éca. Isto só pode ser o tal do virus sinótico. Que coisa.

– Que foi, Polaco?

No meio das laranjas amarelas aparentemente sadias encontro algumas visivelmente atacadas e derrubadas pelo mais nojento e embolorado mofo. Pego, com cuidado, meia dúzia das piores, coloca em cima das uvas, e fotografo.

6 limao

Enfim, home sweet hoje, amanhã e até sei lá quando tenho a impressão que a coisa está estourando tal qual o previsto pelo idealizador desta Guerra Fria que sai de dentro de casa, pula para a mente doentia e invade as ruas para o que der e vier.

Adendo final:

Primo, o agradecimento permanente a todas as pessoas queridas que nos desejam uma boa ida de Berlim, uma boa chegada em Brasília, enfim, com sinceros pedidos de cuidados que continuam necessários e, com certeza, dúvidas a respeito desta re-volta num momento tão delicado para o povo brasileiro como um todo.

Adendo final:

A partir de agora entro em Quinzena de Silêncio.

Cumpro promessa feita à protetora dos polacos, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Matka Boska Częstochowsca – Mãe Preta de Częstochowsca.

Obrigado por ter trazido esta dupla de risco  de volta a esta Pátria que nos Pariu.

Continuamos sub tuum praesidium – sob tua proteção.

Entro agora no Silêncio.

Amém.

matka boska

 


Mão Cheia: Miro no Muro e Murro o Burro

Mão Vazia: 30 Ânus de Revolução Pacífica

Mão Boba: Muro Persiste na Cabeça, Mano.

Mão Vazia: Muro é Coisa de:

(a) Comunista – em Berlim;

(b) Nazista – enfim;

(c)Israel – na Palestina;

(d) USA – no México;

(e) África de Mandela – no Moçambique;

(f) Você – no seu Vizinho:

(g) Você – na sua Cabeça.

miro no muro e murro no burro by mamcasz

Für diesen Montag (19.11.04) beginnen die mehr als 200 Partys für die 30 Jahre des Mauerfalls. 160 km kommunistische Dummheit. Gemeinsam gewonnen vom heutigen Heiligen, dem polnischen Papst Woityla, und dem kapitalistischen Künstler Reagan. In der CIA gedeckt. Die Peth Smith Show in der Getsemani Lutheran Church lässt es sich nicht entgehen. Ich bin als Polin registriert. Ich habe auf den bahianischen Ursprung verzichtet. Knochen im Weg. Ich erinnere mich, dass ich 1989, im Herbst, hier durchging. Im Anschluss, glücklicher Hund, Madame. Ich kann immer noch in der Dose.

Pois nesta segunda (04/nov/19) começam as mais de 200 festas pelos 30 anos da Queda do Murro-Muro de Berlim. 160 Km de imbecilidade comunista. Vencida em conjunto pelo hoje santo, o papa polaco Woityla, e o capitalista artista Reagan. Acasalados na CIA. O show da Peth Smith, na igreja luterana do Getsemani, não perco mesmo. Estou resgistrado como polaco. Abdiquei da origem baiana. Ossos no caminho. Lembrando que em 1989, na queda, eu estava de passagem por aqui. Seguindo, cachorro feliz, a Madame. Ainda lato na lata.

For this Monday (04 / Nov / 19) the more than 200 parties begin for the 30 years of the Fall of the Berlin Wall. 160 km of communist imbecility. Jointly won by today’s saint, Polish Pope Woityla, and capitalist artist Reagan. Mated in the CIA. The Peth Smith show at the Getsemani Lutheran Church doesn’t miss it. I am registered as a Polish. I abdicated the Bahian origin. Bones in the way. Remembering that in 1989, in the fall, I was passing through here. Following, happy dog, Madame. I still can in the can.

miro 2

The parties take place here in Berlin from 4 to 9 of this bluish November. I will report, pure, I swear. From 10 am to 10 pm, all free-mouthed, in seven of the main atriums of what was once a socialist horror theater. Another chapter of my rising book, the Berlin Stund Null (Year Zero). Title of this cuticle-liked entertainer:

BERLIN WALL STILL PERSISTS ON THE GERMAN HEAD.

As festas acontecem, aqui em Berlim, de 4 a 9 deste novembro azulado. Darei relato,puro, juro. Das 10 da manhã às 10 da noite, tudo free-boca livre, em sete dos principais átrios daquele que foi um teatro de horror socialista. Mais um capítulo do meu livro em ascenção, o Berlin Stund Null (Ano Zero). Título deste entretítulo curtido na cutícula:

O MURO DE BERLIM AINDA PERSISTE NA CABEÇA DOS ALEMÃES.

Die Partys finden vom 4. bis 9. November in Berlin statt. Ich werde berichten, rein, ich schwöre. Von 10 bis 22 Uhr, alle mit freiem Mund, in sieben der Hauptatrien des ehemals sozialistischen Horror-Theaters. Ein weiteres Kapitel meines aufstrebenden Buches, der Berliner Stund Null. Titel dieses nagelneuen Entertainers:

BERLINER MAUER LEIDET NOCH AUF DEUTSCHEM KOPF.

murro burro by mamcasz

Fui.

Então, tá.

Inté e Axé.

Tschuss.

 

https://mauerfall30.berlin/

 

 

 


Die alten Kirchen im neuen Deutschland

( Com fotos da igreja católica na Leopoldplatz, no distrito de Wedding, em Berlim, alugada a peso de ouro para uso da brasileira Igreja Universal do Reino de Deus ).

(Mit Fotos der katholischen Kirche am Leopoldplatz im Berliner Stadtteil Wedding, die mit Gold für die brasilianische Universalkirche des Reiches Gottes gepachtet wurde).

iurd 1 mamcasz

Berlin, Hauptstadt des Königreichs Germanien. Es würde tausend und ein Jahr dauern. Er hielt am 13. Ich spreche vom Nazi-Traum, einem Regime, das übrigens von den beiden größten Kirchen unterstützt wurde – der lutherischen und der römisch-katholischen.

Kein Wunder, dass die Zahl seiner Anhänger seit 1967 um fast 75% gesunken ist. Bei den Katholiken stieg der Rückgang von 10 auf 2 Millionen. Obwohl es in Deutschland zum ersten Mal mehr Katholiken als Lutheraner gibt. Aber alles ist relativ in dieser Welt.

Berlim, capital do Reino da Germânia. Iria durar Mil e Um Anos. Aguentou 13. Falo do sonho nazista, regime que, aliás, foi apoiado pelas duas maiores igrejas – a Luterana e a Católica Romana.

Não a toa que o número de seus seguidores caiu, desde 1967, quase 75%. De católicos, a queda foi de 10 para 2 milhões. Ainda que, pela primeira vez, na Alemanha, haja mais católicos do que luteranos. Mas tudo é relativo nesse mundo.

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Antes que “ex-comunguem” este atéico polaco, adentro no culto dominical. Berlim, uma Babel Faraônica, ocupada por todas as raças, cores e credos, hoje abriga 250 comunidades de fé religiosa. 

Tem um detalhe que arrepia os germânicos derrotados pelos “aliados” de outrora: 170 destas igrejas fazem seus cultos dominicais nos mais diversos idiomas, menos no alemão. Com destaque para os cristãos africanos, coreanos e … brasileiros.

Pois falando em brazukas, o último escândado é a ex-igreja católica que tinha sido dedicada a um tal de Jesus de Nazaré e há dois anos está ocupada pela Igreja Universal do Reino de Deus, que paga aluguel caro e, agora, diz que tem direito à compra do conjunto histórico, construído em 1893. Acontece que …

O seguinte. A Igreja Católica, em Berlim, já vendeu diversas igrejas, por exemplo, a de São Judas Tadeu, que rendeu 2,5 milhões de euros (10 milhões de reais). Ela foi dinamitada pelos novos donos para a construção de algo mais, digamos, do interesse social.

E assim continua acontecendo com várias outras igrejas católicas desativadas aqui em Berlim. O que estaria  para acontecer com essa, usada pelos brasileiros da bilionária Igreja Universal do Reino de Deus, do não bem falado “bispo” Edir Macedo.

O motivo é que a burocracia do distrito de Wedding, bairro operário de Berlim, está se recusando a permitir a venda da ex-igreja porque, dizem, a UCKG (IURD) quer arrecadar o dinheiro através de um grande financiamento alimentado por “doações” dos fiéis, nenhum deles, com certeza, rico aqui na Alemanha, pelo contrário. A não ser que entre, legalmente, muito difícil de acontecer, a grana do “bilionário” Edir Macedo, “defensor de Bolsonaro”. Dizem…

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Bom. Teria muito mais a  falar da Velha Igreja na Nova Alemanha, até porque as duas, Luterana e Católica, continuam recebendo dos cofres públicos. Em cada contrato de trabalho, a pessoa diz o credo religioso. No salário, então, cada final do mês, tem o desconto de 10%, repassados para as Igrejas. Nem todas. Só para as que apoiaram o Nazismo e combateram o Comunismo. Pronto, pode me chamar de herege e tal. Tô nem aí. Pecado é mentir. Acima de Tudo.

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Para saber mais sobre a IURD em Berlim acesse, se quiser:

http://www.hilfszentrum.de


La Butte aux Cailles – Paris 13