A Vitória Suprema do Coração.

La Victoire Suprême du Coeur.

           E isto lá é nome que se dê a um restaurante, pardon, a um bistrozinho simpático que fica perto do metrô Chatelet, em Paris sempre tem que ter o M. Tudo acompanhado de um chá com pimenta.

            O nome que se dá a um bistrot em Paris é muito importante e faz parte da história.

            Tem o Patati-Patatá, M – Bastille.

           Tem o Mon Viel Ami, com a velha torta de chocolate.

           E o Ave Maria, M-Belleville, noutro canto da cidade, com o peixe da Amazônia.

            E Le Café que parle?

            La Favela Chic.

          Ou coisa mais solta,  Le Zéro de Conduite, seria Vale Tudo?

     Falar de comer em Paris não é esnobe porque tem para todos os alcances.

      Desde o plat de jour, do meio dia às duas e meia.

     Até o que eu faço, com cinco euros, no As du Falafel, no Marais.  Compro o sanduichão árabe-israelense, na mercearia em frente pego uma meia garrafe de vin rouge, na minha mochila já tem os dois copos, porque Paris nunca se deve fazer sozinho, e vamos a pé, logo ali, na praça mais linda da cidade, a Place de Vosges, num banco junto à fonte, em frente à casa do Vitor Hugo, tudo ainda parece o palácio dos reis, e foi, antes do Louvre e de Versailles, e, bom, deixa a vida me levar, bien sûr, né?

      Que mais?

     Descer no metrô Courvisar, uma estação antes da Place de Italie, subir umas escadinhas morro acima, quer dizer, butte, e justo no Aux Cailles, na segunda quebrada, eis o bistrô catalão Chez Gladinez e a enorme travessa de metal, individual, com um saladão, meu, por menos de 10 euros.

     Se for o caso de algo mais encorpado, um vinho tinto e um filet au montagnard, quente, o molho de queijo borbulhando em cima, mais a cesta de pão crocante, a conversa com os vizinhos, porque é tudo num mesão sempre cheio de gente local, nada de turistas, quiçá, um casal de viajantes, que nem a gente, no más.

    Agora, esta é para fechar o trânsito.

    Em Paris, tem a Grande Mesquite. Estive lá de madrugada, na última Nuite Blanche, quando toda a cidade se abre, noite inteira. Mas estou falando, cá, de uma ida a esta mesquita para desenvolver o seguinte cardápio, tudo bem que esta saiu por 58 euros, veja se não vale a pena:

– Sauna, dez minutos de massagem, ducha, banho turco, descanso na esteira, música árabe, chá de hortelã, sauna, ducha, roupa, restaurante, formule orientale (fileira de mezés), chá de hortelã, doces mil folhas, rendados, melados em Mil e Uma Noites.

       Que mais? Só falta ir. Estas são de outras. Mas a undécima vez está chegando. Afinal, ir a Paris não é que nem ir a Miami, correndo. Tem que ser tudo doucement, doucement ma chérie, certo?


Onde tem Niemeyer, estou lá.

Seja Niterói, Nova Iorque, João Pessoa ou Berlim.

Principalmente Brasília, onde me acomodo e adoro passear de madrugada, depois de alguma noitada em casas amigas.

Pois agora em Paris fui à Place Colonel Fabien.

 Fica  na parte alta de Belleville, subúrbio parisiense que omisia argelinos, indianos, turcos, negros, brasileiros e todos os ladinos do mundo.

Tudo isto para conhecer uma das obras mais antigas do nosso grande Niemeyer.

É a sede do Partido Comunista Francês – PCF.

 Falando sobre esta beleza, no Pariscope (revista semanal que custa 40 cents de euro),  5 au 11 janvier 2011, o designer Matali Crasser diz o seguinte:

“J’adore cet architecte (Oscar Niemeyer) –  très audacieux et il y avait un magnifique savoir-faire.

 Il suffit d’observer les façades et les vitres, la façon dont  elles on été pensées.

Comme souvent avec Niemeyer, il y a quelque chose de simple, d’accessible à tout le monde.”