22/04/2020

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   Diário da Pandemia em Berlim. Indo para os penúltimos capítulos desta sina sino-virótica. Nesta quarta, 22 de abril deste infame 2020, é o fim do campo de concentração a domicílio na Alemanha. Começando pelas lojas. Estão reabertas. Desde que se limitem ao espaço de até 800 metros quadrados de área usada por no máximo 40 pessoas a cada vez.

 

   Mas como o alemão historicamente é detalhista por demais e nunca por de menos, uma série de procedimentos precisam ser adotados pelo povo nesta falsa onda de liberou geral o confinamento social. A partir de segunda, 27, e não hoje, 22, a pessoa pode sair livremente às ruas sem ter que dizer o motivo que justifique o ato, caso parado pelo polícia multante.

 

   Algumas coisas ficam para quatro de maio, caso dos salões de corte de cabelo, unha, maquiagem e tal. Pela proximidade menor de um metro e meio, que continua sendo exigida, tanto o cliente quanto o barbeiro vão ter que continuar mascarados, sim. A partir da mesma data, vai poder até 20 pessoas no enterro ou no batizado e até 50 nos cultos religiosos em mesquitas, igrejas e sinagogas.

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   Tem mais liberação da prisão, desculpe, do internamento, falei que alemão é bem do sintomático. A partir de 31 de agosto, pode ter show com até duas mil pessoas. A partir de 15 de outubro, libera para cinco mil. Sem data prevista para abertura de qualquer restaurante, bar, mesa na calçada, pub, discoteca e puteiro, afinal, fica difícil manter o distanciamento.

   Para testar na prática o que a liberação representa, esta dupla de risco Polaco & Madame saiu ontem às ruas de Berlim, a pé mesmo, distância mais prolongada pelos bairros ocidentais e residenciais Wilmersdorf/Charlottemburg, em torno das avenidas Kudam, Kant e outras com lojas e até shoppings que também têm permissão para reabrir desde que o tamanho, a distância, o número, blá, blá sim.

   De fato, na rua de pedestres Wilmersdorf, com muitas obras no momento, a experiência demonstra um futuro liberto incerto porque a população local, principalmente os descendentes dos otomanos e dos czaristas, comportam-se tal qual os latinos conterrêneos, em risco certo por conta das bocas abertas nas risadas ou nas mordidas no kebab vindo para cima de você. Errado.

   De qualquer forma, a partir de hoje está acabado o isolamento social (horizontal/vertical/diagonal) aqui em Berlim. É chegada a hora de testar a manada que ficou no conforto lamentado de suas casas com salários garantidos. No acordo com o manual da OMS. Não a toa, repito conselho dado na hora do anúncio da libertação pelo vice-presidente da Academia de Ciência da Alemanha (RKI):

 

“O vírus não se foi. Não há fim à vista para esta pandemia

O número de casos pode aumentar de novo.

A situação ainda é grave.”

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Então, tá.

Inté e Axé.

Seja o que Deus/Alá/Jeova continuar  querendo.

Tschuss.