Eu, pecador, confesso que matei o negro que morreu no hospital de Brasília porque estava sem um talão de cheque e o plano de saúde dele, o Geap, dos funcionários públicos federais concursados, não estou falando dos apadrinhados, é uma bosta, mora?
Assinado: Doutor Polaco.
Senhor Juiz! Pare, agora. Jogo meus cabelos de outrora para o lado e acrescento, embora sejam provas que me condenam, mas não posso me calar. Cale, agora, senhor juiz, o cacete!
Semana passada, levei minha sogra, com emergência ortopédica, nos mesmos hospitais, em especial o Unimed de Brasília, onde, a velha gemendo, a atendende me resposta na cara, uma bosta:
– Hoje não tem ortopedista na emergência porque o médico acaba de ligar que não vai vir porra nenhuma porque acordou de ressaca, isto ela me conta depois de uns atracos porque a morena era boa para caralho que, infelizmente, não consegui lhe propiciar no banheiro, por ser tão fétido, e ela tão cheirosa, cara.
Estás rindo, pessoa leitora?
Pois então me arresponda, no ato, no fato, aqui no meu falo, sou o teu calo, fala!
– No caso da minha sogra, joguei a carteira de jornalista, chamo a Globo, o caceto, o caralho a quatro, veio a chefa do plantão, era feriado, nos levam até um médico gagá, atendeu, tudo bem, a sogrinha saiu sorrindo e cantanto “todo mundo tá feliz, ô, ô, ô”. O, o cacete, cambada, tô puto, e daí?
– Onde está a pergunta, polaco?
– Tá aqui, ó, perto do meu saco, nesta ponta obtusa e pronta para te obturar.
Volta a pergunta e termino a prosa:
– Eu matei o negro que morreu no hospital de Brasília, a Ilha, Capital da setxa economia do mundo, só porque não tinha um talão de cheques. Eu livrei minha sogra inventando que sou o Bozó da Globo.
– Pergunta logo, polaco da porra!
– Tá. Me arresponda, tu que está me ouvindo esta prosa. Vai me dizer que tu nunca apelou, numa emergência, para ser atendido? Só tem um negócio, tu, com certeza, não é preto. E completo:
– Fazendo isso, no hospital, na escola, no Detran, no caralho a quatro, tu também não participou com os hospitais burgueses de Brasíia a assassinarem um preto (na corrida, ou na ética, não disse que era otoridade) só porque ele não tinha, na hora, um talão de cheque? E aí, posso ou não posso, aqui, falar um PUTA QUE OS PARIU?
Moral:
Com meus maiores respeitos e pêsames à família enlutada, clique abaixo:
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