Acordo nesta manhã fria, cá na ilha, no sinal da W3 Sul.
Entre o Pátio Brasil e o Setor Comercial Sul.
É uma passagem intensa de forasteiros.
A maioria vinda além Satélite, porque Entorno.
Como sempre, do meu conforto, eu os observo.
Mas hoje eu fiquei mal com o DEUS deles.
Que as amigas carolas o dizem JUSTO.
Além disso, completo, ele é um GRANDE …
Explico-me melhor.
No meio dos forasteiros, uma pessoa deficiente.
Mal das duas pernas e do único braço.
Baloiçando sua miséria ao vento seco.
A caminho do subemprego na capital federal.
Um balé da miserabilidade humana.
Acompanhado de acordes burguezes dissonantes.
Ao toque do sinal de aviso do quase verde chegando,
O miserável de Dostoiévsky então força o falso passo.
A mãe honesta, cristã, terço dependurado nos peitinhos,
Engrena a marcha, ameaça acelerar; ela tem pressa.
A cria está atrasada para a escola marista.
Olho feio para ela, indico o miserável
Que se contorce na pista para chegar à calçada.
Ela bufa, nervosa, range os dentes cremados.
Não aguento e cuspo na cara da puta cristã:
– DEUS É UM CARA MUITO DO INJUSTO !!!
– Blasfemo! Anátema! Judio!
Deus é justo, caridoso e muito do fiel.
Repilo a coroa que se ejeta do carro e repito:
– DEUS seria JUSTO se tivesse proteseado tuas pernas
naquele miserável ali
e implantado as deformadas dele
neste teu corpicho.
Moral do lero:
Graças a Deus, a tia exibe um belo par de coxas.
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