A  lembrança mais antiga que eu tenho do Japão,  fora a da infância, no Paraná,  é esta:

Em 1900 e tanto, estive lá, quando o Heroito, imperador, morreu.

 O ex-Deus,  que levou duas bombas atômicas na cara, jogadas pelos gringos, em Hiroshima e Nagasaki.

Foi  crime de guerra  pior que o do tio Adolfo ou do primo Bin Laden.

E ficou tudo por isso mesmo, ou seja, nada.

Ao meio-dia, daquele dia,um minuto de silêncio pelo Hiroito.

Prefiro, mesmo jornalista, passar o momento no metrô da cidade mais populosa do mundo.

Silêncio. Vazio. Sepucral. Um minuto de silêncio total. Parada mesmo.

E olha que eu estava com a credencial para estar lá dentro do palácio das ninjas.

Este post eu dedico pro Edson,  meu amigo ninsei, que mora no Japão.

 Eu o  conheci no Cambojda, ele a caminho do Vietnã, e eu, continuando para a Birmânia.

 Sorry, nova classe média tupiniqueira. É coisa profunda, do Kmer Vermelho.

Torço que esteja tudo bem com ele.

Moral.

O mesmo para  os ninseis, sinseis, dodescadein, sei lá o quem.

Para quem passou por Hiroshima e Nagasaki, não vai ser uma marola dessas que vai derrubar.

Abraços.

 


                      Primeiro, uma perguntinha que corre pelo Rádio Corredor:

                                   – Quantos a Rádio Nacional está mandando para o Forum Social Mundial de Porto Alegre e quantos para o Haiti, onde há militares brasileiros mortos e ongueiros brasileiros feridos.

                                  Segundo, em sendo o Haiti um país muito do católico apostólico romano, está difícil de ver uma ambulância nas imagens. É o povo por conta dele mesmo.

                                  E cadê as ambulâncias dos onze mil militares de 16 países, inclusive o Brasil, que estão ocupando o Haiti, desta vez, desde 2004?            

                                 – Afinal, o Haiti fica onde mesmo? (Esta é para responder ouvindo Caetano em O Haiti … é Aqui). Clique e ouça, através da Rádio Mamcasz, no podcast, o Trocando em Miúdo do Haiti:

http://www.podcast1.com.br/canais/canal1618/MIUDO_MAMCASZ_HAITI.mp3

 

Haiti.
Hoje, novamente destruído.
Desta vez, por onze terremotos.
Acontece que o Haiti já estava destruído economicamente há muito tempo.
Está ocupado por onze mil militares de dezesseis países, entre eles o Brasil desde 2004, quando o mundo prometeu a liberação de muitos recursos para a reconstrução do país.
A maior parte do prometido não chegou.
O Haiti continua sendo o país mais pobre das Américas.
Segundo relatório do Fundo Monetário Internacional, mais de oitenta por cento da população sobrevivem abaixo da linha da pobreza, muitos situados na chamada pobreza extrema.
De cada três haitianos, dois continuam desempregados.
A taxa de analfabetismo é de 50 por cento.
A expectativa de vida, de 51 anos, quase vinte anos a menos do que os outros países latinoamericanos.
Tem muito mais coisa acontecendo além do terremoto no Haiti.
Segundo relatório da UNICEF, pelo menos 250 mil crianças vivem no Haiti em regime de servidão, que é a escravidão moderna.
E olha que o Haiti, em 1804, foi a primeira colônia dos europeus a ficar independente nas Américas.
Foi numa revolta de escravos que venceram as tropas unidas dos franceses, ingleses e espanhóis.
Todos de olho na então Haiti que era, no século 17, a mais rica colônia das Américas, por conta do açúcar, que disputava mercado com outra colônia famosa na época, que era o nosso Brasil.
Muita coisa mudou no Haiti desde aquela época de riqueza.
A partir de hoje, com o terremoto, fica mais difícil ainda sua reconstrução.
É coisa para menos arma e muito mais dinheiro.
Então, inté e axé, tá?

                

Acima, Exu. Mais acima, a Cruz. No meio, a Espada. E o povo do Haiti, adonde fica?