Batizado, casamento e morte, chamados de eventos do ciclo de vida, exigem dos mais pobres um gasto extra equivalente a 30% da renda familiar, segundo pesquisa da Federação Brasileira dos Bancos.

Casamento

Uma coisa interessante apurada na pesquisa é que a turma de renda baixíssima costuma se planejar financeiramente,  na forma de poupança, no caso de casamento, tipo a preparação do velho enxoval da noiva. No caso da turma de baixa renda, entre um e três salários mínimos na família, em caso de casamento, além da poupança, também se costuma à mesma ajuda dos parentes na hora da festa. Já no nova classe média C, aparece um elemento novo, que é o empréstimo bancário, o começo do endividamento, aí valendo até para a lua de mel.

Nascimento

Pronto. Casamento realizado, dívida para pagar, e vem o que? O primeiro filho. Aí, independente da renda familiar, o que vale mesmo é uma mistura de poupança e crediário. No caso do pessoal de baixíssima renda, tem mais um elemento. Comprar fiado para pagar as despesas com a festa de batisado. E passando logo para outro ciclo de vida, que é a morte, as despesas com o funeral e o enterro, que nunca sai barato. Como é que fica?

(Foto tirada por mim no Eixo Monumental de Brasília, capital com maior IDH do Brasil)

Morte

Bom. De acordo com a pesquisa sobre microfinanças nas famílias de menor renda, nos casos de morte o pessoal se vira da seguinte maneira. Os de baixissima renda apelam, em primeiro lugar, para a famosa lista de ajuda na vizinhança. Depois, uma coisa que vale para os três tipos de renda, a eterna ajuda dos parentes. No caso só do pessoal de baixa renda, aparecem as figuras do agiota e do financiamento direto na funerária.

Enterro Classe C

 E o pessoal um pouquinho melhor de vida, que os técnicos chamam de médio baixa renda, ou nova classe média C. O que ele faz em caso de morte na família?Para arranjar os 30 por cento repentinos a serem gastos com o enterro, a nova classe média usa dos seguintes instrumentos financeiros de emergência e pela ordem: parentes, financiamento na funerária, empréstimo no primeiro cartão de crédito e a abertura da linha de crédito no banco, sempre com as taxas de juros, me desculpe o ouvinte, pela hora da morte.

Então me ouça, pessoa.

http://soundcloud.com/mamcasz/ciclo-da-vida-02-pobre-gasta

Inté e axé.


Lindo

Tão lindo

Tá tudo lindo

Tá tudo tão lindo

Tô tão tudo lindo

Tá todo mundo lindo

Tô  tão gente e  lindo

Tão todos tudo tão lindo

Tão bem que eu tô lindo

Também sempre foi assim tudo aqui tão lindo

Talvez amanhã  até fique no muito  mais  lindo

Até porque estou indo mais uma vez para a minha Paris

Onde tudo é mais lindo ainda do que aqui está tão lindo

Acontece que eu não sei chorar lamenta   Cartola lindo

Por isso estou indo lindo  para me decidir lindo em Paris

Se vou para cá lindo se vou para lá num mais ainda lindo

Num caminho  livre lindo leve lindo solto lindo não findo

De gritar lindo sussurrar lindo esbravejar é lindo no lindo

A verdade é que vou me sentir em Paris muito mais lindo

 

                      Namore moi qu’un jour je vais vous emmener a Paris.

                     Qui n’aime pas se laisser séduire par de telles promesses  et beaucoup de rêves taille complète: Promenades sans fin à travers  les boulevards de la capitale.

                   Des milliers de baisers devant les petites tables a les petits cafés. Rafraîchir les bords de la Seine les tenant par la main.Demandez au incognito qui nous reflète, côte à côte, le fond dans les objectifs du paysage. En retour, prolonger un goût d’invitation qui est très agréable.

                  “Fica comigo que um dia eu te levo a Paris” – quem não gosta de ser seduzida com tais múltiplas promessas e do se completar tamanho sonho: infindos passeios pelos boulevares da capital.

                 Trocar beijos vagarosos junto às minúsculas mesas dos repousantes cafés, mãos dadas pelas beiradas refrescantes do Rio Sena, pedir ao incógnito que reflita, lado a lado, aquela paisagem ao fundo nas lentes que, ao regresso, eternizam o sabor de tão prazeiroso convite.

                   Après avoir tenu les mains dans les jardins de Monet – restent les mêmes que les peintures, et regarder les détails dans la cuisine avec des tons jaune, ensemble nous irons monter les escaliers en bois que sont usés-faires, et à l”egtage, à côté de la fenêtre de la chambre, en tirant le perfurm des fleurs, lá-bas, je vais t’attirer l’attention sur un détail, que est toujours le même au lit où Monet ressenti l’amour et est tombé endormi rêvant des images qu’un jour il y aura la peinture.

                C’est alors seulement que j’aurais le courage de vous demander:

              – Veux-tu m’épouser?

             Depois de passearmos de mãos dadas pelos jardins de Monet – continuam tão iguais às pinturas, e de olharmos os detalhes na cozinha com tons amarelos , subamos juntos as escadas de madeira- quão gastas estão, e no andar de cima, junto à janela do quarto, atraindo o perfume das flores lá embaixo, eu te chamo a atenção para um detalhe – ainda é a mesma cama onde Monet sente os amores e adormece sonhando com os quadros que um dia há de pintar no amarelo.

               Só então eu tenho a coragem de te perguntar :
               – Você quer casar comigo ?

                   O convite é feito há trinta anos e até hoje Madame não me responde.

                  Mesmo assim, calado insisto, não desisto, existo.

                 Por isso, continuamos juntos e sempre voltando a Paris.

                 Quem sabe numa dessas idas …

                Então,  até daqui a uns dez dias.

                Sei lá.

                Este tão lindo aqui já está me cansando.

                Au revoir.