Seguinte. Hora de pagar a taxa de Licenciamento do Carro. Taxa Única: 97 reais. Tanto pode ser meu Fusquinha quanto seu Mercedão. Legal! Advirto. Legal o Kassete! Lembra da fita que emitia sons? Detran-DF. Pois pelo IPVA (carro + ? + ?), pago R$1.036,13, aqui de casa, App/Wifi/Intranet (ô Vida Bandida, que saudades da fila no banco, que nem a do orelhão, pintou tanta mina, calado, polaco, quer uma ficha, só uma, tá?). Ponto. Pronto. E aí? Vamu?
– Polaco! Volte para a Terra. E o Detran de Brasília com isso?
– Pois então. Levo dois dias para encontrar, via Internet, meu boleto de Licenciamento do Carro no Detran do DF. Não tem nem uma nem duas multas. Nada. Nada de que? De achar o boleto que não é mais mandado pelo correio. Acho. Imprimo. Ocê, polaco, só pode pagar em três bancos mancos, nem vale Loto. Pô. Tá. Manda.
– Qual o problema, Polaco Encrencão. Só por causa de 97 reais?
– Pois escute, brazuka!
– Seja rápido:
– Eu, sim; o banco, não. Escolho o BRB (Banco Regional de Brasília), a pé aqui de casa. Único banco estadual que continua vivo. Tanto que patrocina o Flamengo e seus jogos no Mané Garrincha. E otras cositas más.
– Polaco!!! Conclua!
– Com a tua? Oxe. Eu tenho a minha.
– Saco…
– Saco digo eu. Fui, eu + madame, ela não me larga, até a agência do BRB, na Asa(?) Sul(?) de Brasília (?). Onze da manhã e mais uns minutos de manha. A fila dos velhos e velhas já tinha adentrado. Cada qual com os boletos dos netos, bisnetos, vizinhos e antipatiquinhos. Pelo sim, Madame, mais inteligente do que eu, na maquininha de acesso, diz-me:
– Você, meu velho polaquinho, pegue a Senha de Prioritário; deixe que eu pego a Normal, que eu mereço.
Pois entramos na agência do BRB, área boa de Brasília, Asa Sul, para pagar a merda de 97 reais ao Detran, caso contrário, em blitz, sem o licenciamento do carro, numa blitz, a gente paga multa de R$397,45 + o registro de Infração Muito Grave na Carteira + o carro levado para ser depenado no depósito do Detran + a ficha suja no Gov de Merda. Entendeu?
– Saco, Polaco. E daí, pagou?
– Sim. Depois de 45 minutos. Lógico que a Senha Normal saiu antes da Senha Prioritária. No caixa do BRB da Asa Sul de Brasília, ainda tento ter agradável com o tipo Japa de meia idade:
– Está cheio hoje, né?
– Hora do almoço.
– Qual o problema, aqui parece um banco.
– Polaco. Que nem no restaurante ali no meio da Quadra (aqui em Brasília não tem Esquina).
– E daí?
– Pois aqui é que nem restaurante na hora do almoço. Sempre lotado.
PS (Post Scriptum) ou NB (Nota Bene) e Recuso-me a Ponto (PT):
Ainda tem o IPVA+IPTU+LIXO. Nestes casos, pago aqui no meu App, enchendo a cara de Vodka e perguntando-vos, nesta manhã de segunda-feira:
– Tás me lendo aqui e agora por causa do quê? Não tens trabalho/filho/filha – nativa ou não/ marido/mulher/cachorro para cuidar não? Avia. Xô. Fora daqui!!!
Papo Sério. Não Sou Doido Não. Quase Nunca. Seguinte:
Ernstes Gespräch. Nein, ich bin nie verrückt. Weiter:
– Sempre pego um pedaço da batata (nunca da perna mas sempre da doce), corto o pedaço da ponta, coloco num pires com água e ali, ela e eu, vivemos em União Estável pelo menos por Uns Dois Meses, ou Mais, ou Menos, depende, está me Seguindo, ou Você Nunca Se Separou Do Antes Tudo Depois Nada? Pois então?
– I always take a piece of the potato (never the leg but always the sweet one), cut the piece from the point, put it in a saucer with water and there, she and I, we live in a Stable Union, at least for a couple of months, or more, or Less, it depends, are you following me, or have you never separated yourself from Before Everything After Nothing? So?
– Volta para a Batata, Polaco!
– Doce!!!
– Parece que agora Amarga, não é mesmo?
– Sim! Tempo de Vida Passada, agora no Presente, sem Futuro, a Minha Batata Doce Mais Doce do Mundo. Ela chega ao Quase Fim do Mim. Suspira. Mal Respira. Sem coragem de Dizer Adeus. Nem Eu e Nem Ela, por tanto, e por menos, Nem Nós Dois. Da Minha Parte, Apenas Ouço o Susurro, Dela:
– Polaquinho!
– Quié, minha Docinha?
– Estou indo.
– Poxa! Não tem como Ficar?
– Não!!!
– Sim!!!
– A Gente se Revê, Meu Polaquinho Mais Doce do Mundo!
– Sem pressa, Minha Batata Doce Mais Doce do Mundo!
P.S.(Post Scriptum) ou N.B (Nota Bene):
In der letzten Abschreckung flüstert ihre Oberlippe ruhig und ohne Schmerzen in mein Unterohr:
No derradeiro destertor, na boa, sem dor, O Lábio Superior Dela Sussurra No Meu Ouvido Inferior:
W ostatnim odstraszającym, spokojnie, bez bólu, Jej górna warga szepcze do mojego dolnego ucha:
In the last deterrent, calmly, without pain, Her Upper Lip Whispers In My Lower Ear:
Continuamos hoje pela Ana Cristina Cesar, geração mimeógrafo, que nem eu, estuda na UFRJ, que nem eu, Poeta Marginal. Aposto que Você nunca Ouviu-Falou dela. Pois então. Mestra em Comunicação pela UFRJ. Mestra em Arte pela Essex-Inglaterra. Para que? Aos 31 anos de idade, joga-se do apartamento, sétimo andar, em Copacabana, Rio, Brasil. Dela, só sobra o pó escrito. Ana Cristina Cesar. Vulgo Ana C. Viu?
“ Nasci para a vida mas tudo se acaba silêncio. Morri.”
+
“É inútil
ficar à escuta
ou manobrar a lupa
da adivinhação.”
+
“Quando eu morrer,
Anjo meu,
Faça-me desaparecer, sumir, evaporar
desta terra louca.”
– Tropicalista o K…
– Polaco!!!
– OK.
– Bom 24 !!!
( A teus pés )
“ Olho por muito tempo o corpo de um poema até perder de vista o que não seja corpo e sentir separado dentre os dentes um filete de sangue nas gengivas. “
Amanhã tem + Poeta Brazuka Maldito. Um Polaco Mulato.
Continuamos hoje pelo Grande-Poeta-Maldito-Maneco-Paulista. Esperto, ele se manda para o Rio. De castigo, morre aos 20 anos de idade. Em São Paulo. Aposto que Você nunca Ouviu-Falou Dele. Álvares de Azevedo. Viu?
Continuamos hoje noutro grande Poeta-Paraíba-Doutor Tristeza. Primeiro, ele vai para o Recife, que nem minha Eterna Madame. Depois, vai para o Rio, que nem eu, onde publica o único livro, chamado EU. Morre em Minas Gerais. Eu, não. Aposto que Você nunca Ouviu-Falou Dele. Augusto dos Anjos. Viu?
Continuamos hoje pelo Grande-Poeta-Maranhense, que, bom Nortista-Nordestinho, se manda a tempo para o Rio, depois para Sampa, daí, que nem Eu, pros States, Europa, África e tais. Enfim, um vero Guesa Errante. Aposto que Você nunca Ouviu-Falar Dele. Souzandrade. Viu?
“ Eu ponho os olhos
No firmamento:
Que isolamento!”
– Romantismo o K…
– Polaco!!!
– OK.
– Bom 24 !!!
“ O róseo fio nesse albor ameno… Destruído. Ensanguentada, A Terra sorri ao Céu sereno! ”
Continuamos hoje pelo Grande-Poeta-Paranaense, que nem eu, que se manda a tempo para o Rio, que nem eu. Aposto que Você nunca Ouviu-Falar Dele. Emílio de Menezes. Viu?
“ Parece peta. A Peppa aporta à praça
E pede ao Puppo que lhe passe o apito…”
– Parnasiano o K…
– Polaco!!!
– OK.
– Bom 24 !!!
“ Que Peppa apupe o Pupo e à popa ponha Papas, pipas, pepinos, papagaios!”
Not only is the Brandenburg Gate, stolen and taken by Napoleon to Paris, and, after it humiliated, the Bonaparte, bien sur, brought back, triumphantly, to Berlin, the promised Nazi capital of the Arabian Years’ Empire, where it would later serve, for a quarter of a century, as a gatekeeper in the middle of the infamous Wall, a punch in the face of the former all-glorious Roman-German Empire, successor of Constantinople, Catholic and Roman, at last, thrown back into Hell by Martin, the mighty Luther.
Não é só o Portão, de Brandenburg, roubado e levado pelo Napoleão para Paris, e, depois dele humilhado, o Bonaparte, bien sur, trazido de volta, triunfalmente, para Berlim, a prometida capital nazista do Império dos Mil e Um Anos, onde, mais tarde, serviria, por um quarto de século, de porteira no meio do infame Muro, um Murro na cara do ex-todo-glorioso Império Romano-Germano, sucessor de Constantinopla, Católico e Romano, enfim, jogado de volta ao Inferno pelo Martinho, o poderoso Lutero.
– Péra, lá, Polaco. Ficou doido, foi? Pára tudo.
Mówię już o zamkniętych już drzwiach Berlina. Przedtem otwarte. Można było wejść do budynku, zajrzeć do środka, przejść do sąsiada, potem przez kolejne drzwi, obejść dookoła, a następnie powędrować do innej części miasta.
Acontece que, agora, as portas, antes abertas, lindas, estão fechadas, ou seja, trancadas 24/24 horas por dia e noite, sem parar. Tudo através de cadeados, eletrônicos ou manuais ou mesmo com senhas mutáveis mutandi. Estou latindo. E daí? Eu posso. Portanto, por tanto ou por muito menos, começo de verdade a contar sobre
THE CLOSED DOORS OF BERLIN
AS PORTAS FECHADAS DE BERLIM
DIE VERSCHLOSSENEN TÜREN BERLINS
Cada porta de cada prédio tem sua história, o design, a origem da madeira trabalhada, a tintura, o desenho singular, enfim, o traçado transado. Afinal, cada porta é uma ponte, um ponto para o pronto acesso ao lar, ao bar, ao sei lá o que, inclusive ao Nada.
O mesmo acontece, neste caso para se exibir ao antagonista passante, com o parapeito da varanda. Antes, de ferro moldado, trabalhado, torcido, enviesado. Uma lágrima escorre pelo lado de dentro da janela com vidro triplamente reforçada. Ouço que isto se deve ao fato de proteger o morador para que ele, preso e isolado, não possa ser ouvido pelo mundo lá fora.
Na divisória dos prédios, no solo, antes aberto a qualquer ente, que nem acontece na minha Brasília, no Plano Piloto, aqui em Berlim era possível sentir as plantas no jardim, sentar. Agora, ele serve para as lixeiras específicas para cada resto do passado e, pior, estacionamento privado. Uma privada. Lástima.
– Polaco! E as portas? Esqueceu?
– Portos?
– Polaco doido!
– Doído, sim, Mano. Mas eu estava falando de que mesmo, Sô?
– Das Portas de Berlim!!!
– Pois se você tiver olhos, veja. Ouvidos, não, porque não falo mais nada.
Nem pensar, não sou burro. Acontece que Mãe Iara, da água doce, e Mãe Iemanjá, da água salgada, as duas me protegem desde sempre. Bebê ainda, polaquinho bonitinho, minha mãe Lola sai da igreja onde sou batizado e vai direto, com a amiga negra dela, para o olho d´água, onde sou novamente batizado, ao galho de arruda, e colocado sob a proteção da Mãe Iara. – E quem é ela, polaco?
Mãe Iara, gêmea de Mãe Iemanjá, eu tenho mais de uma Mãe, sortudo sou, pois ela, a Iara, é uma deusa índia conhecida por seduzir homens que se arriscam, na beira do rios, levando-os, bobos, para bem fundo.
– E daí, polaco?
– Daí, é lá com eles dois, né?
– Que mais?
– Quer?
– Quero.
Seguinte. Mãe Iara, a Mãe Iemanjá de água doce, é filha de um pajé e ela é conhecida como uma grande guerreira, tanto que os irmãos dela, índios machistas, decidem, por ciumeira, dar cabo dela. Resultado: ela mata todos eles. Está me seguindo? Com licença que vou cantar um cadinho:
– Dia dois … de fevereiro … dia de … Iara no rio …
– Polaco sacrílego!
– Sorry, mãe Iemanjá. O senhora saber que eu adorar o senhora Iemanjá, tão do pretinha, do bonitinha, mas eu ser da rio não ser da mar, salgado arranha meu pele de polaco.
-Tá! Você tem minuto para falar bem de mim se não te sereio aqui para meus seios, sei muito bem que você não resiste!!!
O nome Iemanjá tem origem yorubá onde “Yéyé Omó Ejá” quer dizer “mãe cujos filhos são peixes”.
– Muito bem, polaquinho, teu tempo em Cacha Prego, na Ilha de Itaparica, Bahia, não é em vão, ainda bem que os índios não te comem, que nem o bispo Sardinha, né, frei Hélio, pois saiba que eu te protejo, porque eu, Iemanjá, te quero só para mim, aqui no fundo do mar.
– Posso continuar, Mãe Iemanjá?
– Lógico, meu polaquinho mais doce do que o leite de coco.
Mãe Iemanjá é conhecida como a padroeira dos amores a quem recorrem os apaixonados, especialmente em casos de desafetos amorosos. Iemanjá é uma preta. Iara é uma índia. Ai que dúvida.
– Polaquinho!!!
– O que é, Madame?
– Falando com quem?
– Com minha segunda mãe, a tia Aline, aniversário dela é hoje, dia dois de fevereiro, ela, polaca dos Campos Gerais, casada com um Armênio paulista.
– Mande um beijo meu para ela.
– Quantas mães você tem, polaco?
– Quem está falando?
– Mãe Iara.
– Mãe Iemanjá.
– Mãe Luiza.
– Mãe Lola.
Oi, mães! Vocês por aqui, neste dia dois de fevereiro?
– Eduardinho!!!
– O que é, “mães”?
– Você quer vir para cá?
– Agora, não. Quem sabe um dia.
– Menino esperto este Eduardinho.
– Pensa que vai viver para sempre.
– Ele sempre teve medo de água do mar.
– De água doce também, quase morre num poço no Rio Verde.
MÃES!!!
– Quié, Eduardinho?
– Posso beber uma caipirinha, neste dia dois de fevereiro, em homenagem a vocês?
– Uma só,tá! Olha lá!!!
– Tá.
– Aposto que ele vai beber uma caipirinha para cada uma de nós.
Perto de casa, aqui mesmo na quadra, tem três mercados. Um, mais caro, muito usado no cartão corporativo nos tempos de Lula-Dilma. Outro, tão caro, mas com produtos bons. E, enfim, o mercado mais pobre, da turma das 400 – quem é de Brasília, sabe o que é isso. Bem no estilo carioca do subúrbio. Para mim, que já morei em Bonsucesso e na Tijuca, é o melhor dos três. É onde estamos agora.
Ao final das compras, na verdade quase nada, é mais pelo encontro, não tem mais sacola de plástico, cada qual com a sua bolsa debaixo do braço, na fila do caixa dos acima dos se senta – não, obrigado, senta você – chega o velho empregado que ajuda a embalar. Chega cantando, todo alegre. Cantando o que? Pois aqui começa a nossa prosa:
– Conheço esta música, meu amigo.
– É Cartola.
– Não.
Depois de várias jogadas, a fila da velhice, no mercado estilo subúrbio do Rio, afinal, os prédios de três andares, sem elevadores, nas 400, foram destinados aos empregados tipo ascensorista, faxineiro, contínuo e outros nobres obreiros que fizeram Brasília, mas sem direito a morar nos prédios das 100, 200 e 300 – todos com seis andares e oito elevadores, cada um.
– Bom, polaco, volte à prosa na fila dos velhos.
– Seguinte, gente. Ele está cantando uma música da Maria Bethânia.
Para que. Foi uma farra danada por parte dos velhos, senhoras e até duas senhoritas na fila porque são arrimo das avós presentes, alquebradas mas coerentes.
– Polaco sem vergonha. Conta outra.
– Posso falar?
– Um minuto!
– Nosso amigo aqui, auxiliar do mercado, gente fina, está cantando a música Loucura, do mestre gaúcho Lupicínio Rodrigues. A mesma música que eu estava ouvindo em casa, antes de escapar de Madame só para me encontrar com vocês aqui, e depois ali no botequim, pois então, a mesma música estava sendo cantada pela baiana Maria Bethânia.
Pronto. Recebo no ato o abraço da velhinha mais próxima, o sorriso da neta, e o reconhecimento do resto. A gerente, novinha, moreninha, a gracinha de nós velhos, só olhando, sorrindo, ela tem duas filhas pequenas, todos demos lembranças:
– Os tios não acham que está na hora de andar um pouco por aí?
– Sim, senhora!!!
No lado de fora, a conversa sobre Lupicínio Rodrigues continua, com a participação até do auxiliar do mercado, conhecido de todos, ajuda no carrinho até o apartamento das mais necessitadas e tudo. Pois todos trocamos informações, tais como:
1 – Discos completos só com músicas do mestre Lupicínio. Tem um da Adriana Calcanhoto, com 17 músicas. Outro com o Noite Ilustrada. Com Ayrton Montarroyos. Com o Roberto Menescal. A peça de teatro Vingança – o Musical, só com músicas do mestre dos pampas. Sem contar o disco Grandes Compositores – Lupicínio – Soft Orchestra.
– Chega, gente. Preciso ir.
– Ih. É mesmo.
– Tá com medo da Madame, Polaco? Volta …
– Ih. Esta música eu adoro na voz da Gal. Maior “Felicidade”, esta na voz do Caetano.
– Eu gosto da música do Lupicínio “Se acaso você chegasse”, na voz da Elza.
– Nervos de aço!
– Êpa, meu. Esta é do Paulinho da Viola.
– É o que você pensa, carioca vice de São Januário. Pois Nervos de Aço é do Lupicínio.
Foi assim. Até que cada velho, ou jovem senhora – somos educados – foi saindo, devagar, por suposto, mas todos cantando, cada qual a sua música predileta do grande Lupicínio.
Chego em casa, desta vez sem parar no boteco, mais do que atrasado, sabe como é…
– Estava onde, polaquinho?
– Agora não posso falar.
– Por causa de que?
– Alexia!!!
– Sim, meu polaco.
– Toque tudo do Lupicínio Rodrigues.
– “Se acaso você chegasse no meu chateaux
Encontrasse aquela mulher que você gostou.
Será que tinha coragem de trocar nossa amizade
Por ela, que já lhe abandonou?”
– Alexia!!!
– Quié?
– Muda!!!
E Madame:
– Acho bom!
Em Brasília, 08h54m desde 01/02/23. Ah. Este post vai para meu amigo de Alegrete, o gaúcho escritor e viajante, o Marçal Alves Leite. Com o adendo, velho gremista:
– A penúltima faixa do disco “Loucura”, da Adriana Calcanhoto, só com músicas do Lupi, pois então, a penúltima é justamente o Hino do Grêmio, escrito justo pelo Lupicínio Rodrigues.
Madame, mais ainda. Juntos, nós dois temos o maior orgulho disto. Depois de quatro dias com a GLOTE quase fechada, no caso a da Madame, vamos ao Posto UBS-SUS, aqui no quintal de casa, Asa Sul da Bras-Ilha. Bora testar, gente! Sem marcar nem pagar nada. In loco, ar livre, gramadão, três espaços distintos: 1- Vacina Covid; 2- Teste Covid; 3- Espaço do Pós. Exercícios físico-psíquicos.
À chegada, 07h48m deste Dia de Iemanjá, Salve-Salve, está tudo auto-organizado, sem a participação dos funcionários, estes no chegando, afinal, tudo recomeça a partir das 08:00. De um lado, a fila intitulada dos “aborrescentes”. Do lado ao lado, a turma autoclassicada dos “jovens”, a partir dos 60 anos de ida. Na chegada de uma dona nos 84, todos lhe damos o direito de passar à nossa frente, com a posse da cadeira e tudo. Cedida, neste caso, por uma bela “aborrescente”.
No logo após o nosso posto, este casal polônico-pernambucana, estaciona um “jovem” atleta cearense, ciclista de longo curso, nos 68 anos de ida, especialista em bike somente pela praia, diz que só falta fazer o trecho de Porto Alegre-RS até o Uruguai, muito do conversador, só não vou com a cara dele depois que Madame me assopra neste ouvido polaco, sinto-me rebaixado:
– Florzinha! Olha só o corpo dele.
Continuando, agora já no lado de dentro:
– Por que o senhor está aqui junto com a Madame se não foi chamado ainda?
– Por que ela é minha!
– Hein??? Já lá para fora e aguarde. Machista!
– Pode deixar. Ele é meu polaquinho. Tudo bem.
– Neste caso, por causa da Madame, faço uma ficha só. Primeiro, a senhora. Sentindo o que?
– Uma dor aqui na garganta, quase fechando tudo. Difícil engolir.
Pois vamos em frente, todos agora com as devidas senhas, um número bem maior para os “jovens” e o normal para os “aborrescentes”, motivo de piadas mútuas mas respeitosas. E começa a chamada: Senha número 1 especial. Na sequência: Senha número 1 normal. Prá quê. Os dois lados unidos, netas e avós personas, exigimos mudança na forma da chamada.
– E o senhor, deixa eu ver aqui na sua identidade. Que nome é este? Sentindo o que?
– Saudades.
– Hein??? Do que?
– Tem cinco dias que eu não posso dar beijo de língua na garganta de Madame.
Vamos em frente. Já estamos sentados, lado de dentro do quiosque, Madame na minha frente, nesta ida ao SUS para ver se somos um casal positivo ou negativo. Senta. Tira a máscara. Só no nariz. Boca fechada. Levanta a cabeça. Baixa um pouco.
– VAMOS???
– Fala baixo, mocinha, bela enfermeira, porque Ma Dame, aqui na frente, se ela escuta você me convidando, sei lá para onde, não tenho nada com isso.
Para que, gente. A enfermeira do SUS enfia o cotonete, molhado num tal de reagente, dá vontade de espirrar na cara dela, e na sequência enfia o mesmo no outro meu buraco, do nariz, lógico, mais fundo ainda, sussurro, não aguento, gemo um pouco mais alto, tanto que acordo Ma Dame à frente:
– Que foi, meu polaquinho. A moça aí está cuidando bem de você?
– Tá sim, Florzinha, ela é uma amor de menina.
– AINDA BEM!!!
Agora, todo mundo do lado de fora, aborrescentes e jovens, misturados, na conversa ainda animada, à mínima distância, no aguardo dos resultados, coisa de uns 20 a 30 minutos. Lógico que existe uma certa tensão, difícil tesão, ainda que possível diante da aborrescente quase loira, alta, bonita, que conta para as “jovens” sobre o pai que chegou nesta semana, do interior do Piauí, e trouxe, olha só, um jerimum amarelo, bem comprido, só porque sabe que eu adoro o purê de abóbora amarela. Ainda que agora, por causa desta dor aqui na garganta… Daí, ela é interrompido porque começa a chamada para entrega dos resultados dos exames:
– Fulana de tal.
– Fulano do qual.
Trata-se, neste caso, do sexagenário ciclista, aquele do corpo atlético observado pela Madame. Ao chegar à enfermeira, ela se demora em explicar algumas coisas, gestualmente, na hora todo mundo percebe, desolado, que o resultado do exame dele é positivo, tanto que logo após nós nos aproximamos dele, na distância de quase dois metros, e lhe damos força, e lamentamos porque ele havia contado, pouco antes, que se o exame desse negativo ele ia sair direto para a sessão de massagem. E lá se foi o sexagenário atleta ciclista, visivelmente amuado. Não é para menos.
Nas chamadas seguintes, entre a simples entrega do atestado negativo ou da parada para algumas palavras para alguém positivo, no caso, muito chato porque é no teste para ver se está mesmo com esta merda de Covid, acontece outro astral coletivo rebaixado quando justo na simpática mocinha do Piauí, do purê de gerimum amarelo a enfermeira começa a falar com ela. Na platéia, é nítida a sensação da vontade de dar uma força especial.
Vamos em frente, desculpe a demora mas a tensão aumenta, no sentido pessoal, deste casal, tesão nesta hora sei lá onde se foi. Pois então. Cleide de Oliveira!!! Ma Dame. Lá vai ela, ainda com a dor na garganta. Pega o papel e segue em frente. A enfermeira não fala nada. Me dá uma vontade, gente, de pular em cima dela, ali na frente de todo mundo, e dar aquele festivo beijo de língua que alcance lá no fundo da garganta quente. Mas me seguro. E nada de chamarem o meu nome. Seguem umas cinco na minnha frente. Opa. Agora ela me chama:
– Eduardo Mam… Mamc….Mam-cá…
– Sou eu. Pode falar. Estou preparado.
– Como se fala este nome esquisito?
– Mám-tcha-zen.
– Toma.
– Não vai falar nada?
– Não. Por que?
– Nada…
– Olha lá aquela mulher bonita te chamando.
Pois vou “corendo tudo”, como se fala em polaco, porque Zéfa “tá no meu espera”, ainda mais agora eu sou uma PESSOA NEGATIVA. Chego no “pé cá outro já lá”, boca aberta, braço estendido, de olho na língua dela, até que a mão forte de Madame me segura nos beiços e ordena:
– Agora, não. Não vê que tô fumando?
– Então, tá. Mas você está parecendo…
– Com que?
– UMA PESSOA BEM NEGATIVA.
– Vamos, polaquinho.
– Fui, né. “Corendo tudo. Pé cá outro bem lá.”
Mil graças, minha Iemanjá, porque hoje é dia Dois de Fevereiro. Só falta o mar nesta Ilha. Tem nada não. Está vendo como vale a pena ser uma Pessoa Negativa? Com todo respeito e força à tanta gente no Positivo. Vai passar.
“Que Deus corte TODOS os lábios aduladores e TODAS as línguas que proferem insolências. Benza Deus, Bondoso Salvador!”
Salve a Pátria Amada-Armada acima de tudo.
Frei Hélio Maria de Ponta Grossa, no Paraná.
Da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.
Hoje, sou só Eu Polaco de Novo Cristão. Sou?
Se quiser eu coloco mais outro pouco, está bom?
Halloween – 02:
Paz e Amor!
Ex-libro “SALMOS de ESPERANÇA”.
Hoje, Salmo 17 – Meu Canto de Triunfo:
“Persigo meu inimigo e o alcanço. Só volto depois de o ter aniquilado por completo. Ele jaz debaixo do meus pés. Benza Deus, Bondoso Salvador.”
Salve a Pátria Amada-Armada acima de tudo.
Frei Hélio Maria de Ponta Grossa, no Paraná.
Da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.
Hoje, sou só Eu Polaco de Novo Cristão. Sou?
Se quiser eu coloco mais outro pouco, está bom?
Halloween – 03:
Paz e Amor!
Ex-libro “SALMOS de ESPERANÇA”.
Hoje, Salmo 39 – A Insignificância do Humano:
“Eu sou apenas uma sombra, meu Deus, um mero sopro. Pois agora eu me calo, não abro mais a minha boca. Sois vós, Senhor quem me deves falar:
– Por que não te calas, ó Servo Polaco?
– Benza Deus, Bondoso Salvador. ”
Salve a Pátria Amada-Armada acima de tudo.
Frei Hélio Maria de Ponta Grossa, no Paraná.
Da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.
Hoje, sou só Eu Polaco de Novo Cristão. Sou?
Se quiser eu coloco mais outro pouco, está bom?
Halloween – 04:
Paz e Amor!
Ex-libro “SALMOS de ESPERANÇA”.
Hoje, Salmo 44 – Oro pelo povo escolhido por vós, Senhor:
“ Deus, Vós me abandonastes como ovelha no abatedouro. Fui por Vós vendido por um Nada. Desperta, Senhor. Por que dormes? Acorda! Não me rejeites para Sempre. Ah. Benza Deus, Bondoso Salvador.”
Salve a Pátria Amada-Armada acima de tudo.
Frei Hélio Maria de Ponta Grossa, no Paraná.
Da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.
Hoje, sou só Eu Polaco de Novo Cristão. Sou?
Se quiser eu coloco outro pouco, está bom?
Halloween – 05:
Paz e Amor!
Ex-libro “SALMOS de ESPERANÇA”.
Hoje, Salmo 49 – A futilidade da riqueza:
“O homem que prospera não entende que ele é igual a um animal sendo levado para o matadouro. Benza Deus, Bondoso Salvador.”
Salve a Pátria Amada-Armada acima de tudo.
Frei Hélio Maria de Ponta Grossa, no Paraná.
Da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.
Hoje, sou só Eu Polaco de Novo Cristão. Sou?
Se quiser eu coloco mais outro pouco, está bom?
Halloween – 06:
Paz e Amor!
Ex-libro “SALMOS de ESPERANÇA”.
Hoje, Salmo 68 – Hino de Triunfo:
“Deus esmaga a cabeça do inimigo e raspa o couro cabeludo daquele que caminha em suas culpas. Benza Deus, Bondoso Salvador.”
Salve a Pátria Amada-Armada acima de tudo.
Frei Hélio Maria de Ponta Grossa, no Paraná.
Da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.
Hoje, sou só Eu Polaco de Novo Cristão. Sou?
Se quiser eu coloco + outro pouco, está bom?
Halloween – 07:
Paz e Amor!
Ex-libro “SALMOS de ESPERANÇA”.
Hoje, Salmo 89 – Hino ao Deus Fiel:
“Senhor! Eu mesmo esmagarei a cabeça do Teu opressor e vou ferir de morte quem Te odeia. Benza Deus, Bondoso Salvador.”
Salve a Pátria Amada-Armada acima de tudo.
Frei Hélio Maria de Ponta Grossa, no Paraná.
Da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.
Hoje, sou só Eu Polaco de Novo Cristão. Sou?
Se quiser eu coloco + outro pouco, está bom?
Halloween – 08:
Paz e Amor!
Ex-libro “SALMOS de ESPERANÇA”.
Hoje, Salmo 109 – Súplica para afastar meu inimigo:
“Que ele seja condenado e até a sua oração seja considerada pecado e nem haja alguém que se apiede dos seus órfãos. Benza Deus, Bondoso Salvador.”
Salve a Pátria Amada-Armada acima de tudo.
Frei Hélio Maria de Ponta Grossa, no Paraná.
Da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.
Hoje, sou só Eu Polaco de Novo Cristão. Sou?
Se quiser eu coloco + outro pouco, está bom?
Halloween – 09:
Paz e Amor!
Ex-libro “SALMOS de ESPERANÇA”.
Hoje, Salmo 149 – Hino do Triunfo:
“Aclamo a Ti, ó bondoso Deus, com louvores em meus lábios mas, ao mesmo tempo, em minhas mãos a espada afiada nos dois gumes executa a vingança. Benza Deus, Bondoso Salvador.”