Da Série “Poema de Vagar”.

tim lopes by mamcasz

Acordo na madruga com o mano Tim Lopes só sussurrando – difere de só urrando – na beira desta minha polônica orelha. Sou todo ouvido. Não duvido. Sim, divido:

– Polaquinho!!! Só quem brinca com as palavras sabe a graça que elas têm. Cadê o brinco?

Pois então. Acordo no ato. Pulo nos trinques. Olvido o ouvido. No memo, o termo do tempo da Poesia Marginal. Nem Berlim, nem Brasília. Rio da “sêde” matada nas paredes de Santa. “Séde” do Clube do Ócio. Nada de Nado no Ódio. Obrigado. Por tudo, com tudo, contudo, contínuo, “continúo”.

. . .

– Dá-lhe, polaquinho maluquinho do coquinho soltinho!

– Por que não te calas, Tim?

– Qualé?

– Qual é!

– “Uma cadeira vazia no bar…

– Que tem?

– um vazio na gente”!

. . .

Desjejuo lerdo, lento abro meu livro de cabeceira . “A Chama”, do maximorum Leonard Cohen, edição portuga “Relógio D’Água”, página 139, aberto ao acaso, xô ocaso, no poema “DEVAGAR”:

“ Chego quando chegar / Sem sinal de partida” .

. . .

Contínuo, continúo, consoante o acordado. Sou mais a vogal. Do “ah…” ao teu “uh…”.

– Qualé, polaquinho?

– Qual é! No meio tem o i.

– No meio do quê?

– Das cinco vogais sem as quais, mano Tim, nunca irias “brincar com as palavras”.

– O microfone é todo teu. Use-o na vontade.

– Pois sinta.

– Não tô sentido nada.

. . .

Repita comigo. Repila se tiveres peito. Peido no acento. Assento. Senta! Sente? Sinta! :

– Á. É. Í. Ó. Ú.

Outra vez, até adentrar no Ú.

– A. E. I. O. U.

– Qualé, polaquinho?

– Uso isso sempre nos papos poéticos nas escolas de crianças e sempre dá, certo, Tim?

– Falai!

– Falo.

– O meu.

– O teu.

– O nosso pão de cada dia. Te dou hoje…

– E no meio tem o quê?

– O “i”.

– E daí?

– Por que não te calas, Tim?

A. E. I. O. U.

No meio tem o i. Em cima dele tem o que?

– Dele quem?

– Do “i”. Id. Nem Ying nem Yang. O Id. O terceiro ângulo do triângulo. Mata o Mono. Afasta o Duo. Sobrevive o Trio.

– Um é bom, dois é pouco, três … é demais!

– Cala-te, Tim. Este não é o teu estilo. A não ser agora, no eterno etéreo.

– Desculpe, polaquinho. O microfone continua na sua…

– Mão.

A. E. I. O. U.

No meio, tem o i. Em cima dele, o ponto. Sem ele, seria o Nada. Ato contínuo, continúo:

Agora, sem o ponto, pegue o I e estique dos dois lados, cada qual até o Infinito. Direita e/ou Esquerda nas tuas mães mãos.

– Vou dar linha à pipa porque o vento está a favor, polaquinho.

– Fique mais um pouco, Ngrnh d Pstr.

– Cadê as vogais?

– O polaco comeu.

– E o que faço com o ponto que estava em cima do i agora que só estou com a linha nas minhas mãos?

– Nada!

– Mas não tem água.

– Estou no ar.

– Com o quê?

– O pingo do i.

– Cadê?

– Soprei. Só ficou a linha.

– Do trem?

– Então, polaquinho, dê linha linha à pipa …

– Que o vento está a favor.

– E o i?

– Está na tua mão.

– E o ponto?

– Assoprei.

– Não faz isso, polaquinho.

– Isso o que, Tim?

– Não desperdice. Atice. Aspire.

– O que?

– Isto aí.

– Agora, expire.

– O que?

– A fumaça do ponto em cima do i.

– Pronto.

– Respire. Fundo. Mundo, mundo. Vasto…

– Cadê as vogais? Não tô sentindo nada, Tm Lps.

– Passe o microfone, plqnh.

Ah. Alembrei do porquê acordo longe do Face nesta manhã aqui em Berlim-Brasilia-Rio-Bahia. Por causa deste poema nós quase parados na encruzilhada da linha do trem da devida Vida quase Ida. Ouça-me!!!

– Pare! Olhe! Ouça! Passe no passo. Anta, anda. Ande!

– Onde?

– Por aí. Ali. Ouça Alá. Volta Acá. Solte-se Acolá. Ali. Vá!

– Fui, polaquinho. Segura a onda, mano.

– Veja, mano Tim. . De tão “véia”, não vejo mais minha “vêia”. Nem pra remédio. Tô…

– Onde?

– Aqui.

– E daí?

– Daí que não vou.

– Aonde?

– Sei lá. Minha era já era mas continúo, contínuo, aqui.

– E Madame, polaquinho, não te mudou?

– Sim. Vida conjunta. Não só a conta. Afinal, juntamos a junta até o quase nó.

– Entendi.

– O que?

– Nada. Mudou nada, polaquinho. Inté!

– E você, Tim, mudaste? Axé!

This is the End.

Antes que me acabe.

Tá?

Tô!

Aqui.

Fico.


#corrupção

Papo 02 – Eu esqueço minha “grana” em Brasília. Em Berlim, pego de volta?

Part 02 – I forget my “money” in Brasilia. If I’m in Berlin, will I get it back?

FOTO 1 A

Em Brasília, 19 horas. E assim começa o mais antigo programa de rádio do “Brasil Maravilha”. De chegada, sofro um golpe cibernético. Zeram meu Cartão Alimentação. E aí?

Em Berlim, 4 horas da madrugada. Largo a chave dentro do apartamento do Airbnb. Já no elevador, aterrorizo-me. Lá dentro, meu colete com 3 cartões de crédito e os euros. E aqui?

Pois vamos assim para este primo papo reto entre o pensar germânico e o antagônico brazuka-portuga-latino, este famoso pela corrupção que vai do mendigo ao presidente.

In Brasilia, 19 hours. And so begins the oldest radio program of “Brazil Maravilha”. On arrival from Berlin, I suffer a cybernetic blow, here in Brasília. Anybody stoled all my Food Card. What’s up?

In Berlin, 4 o’clock in the morning. Key inside the Airbnb apartment. Already in the elevator, I terrify myself. Inside the flat, now without the keys, my vest with 3 credit cards and two thousand euros. And now?

Well, let’s go to this first, straight talk between the Germanic thinking and the antagonistic zuca-tuga-latino-ladino, this one famous for the corruption that goes from the beggar to the president.

FOTO 2 SUICIDA

Começo pelo relato de Berlim. Minha acompanhante nos últimos 40 anos esquece o colete com três cartões de crédito e débito internacionais, mais 2 mil euros em espécie (legalmente declarados, no conjunto, na saída em Brasília e na entrada na quase Europa, em Lisboa, a caminho de Berlim). A gente, a caminho do aeroporto de Tegel, madrugada, sem tempo de chamar a host do Airbnb, de origem russo-polônica. Desespero? Não. Realidade. Vamos em frente para ver no que vai dar. As chaves tinha sido deixadas dentro do flat, conforme o combinado, em cima da mesa e ao lado de um bilhete carinhoso e um presente tupiniquim ligado à caipirinha.

Continuo pelo relato em Brasília, depois eu volto para Berlim. Uma semana depois, em casa, capital do Brasil, famoso pelo maior caso de corrupção de todo o mundo, não podia dar outra. Vou ao supermercado para as recompras. Ao caixa, a surpresa. Meu Cartão de Alimentação, Green Card, com saldo acima dos R$1.500,00, economizados, estava simplesmente zerado. Desespero? Não. Realidade brasileira. Registro na política online, nas nuvens, e nos sites da Cielo e do Grupogreencard e na puta que pariu. Sorry. Continuo pretensamente calmo. Afinal, estou de volta ao meu Brasil-Brasileiro-Inzoneiro, onde até o troco ínfimo tem que ser conferido no ato.

FOTO 3 BULOW 01

De volta a Berlim. Quer dizer, Lisboa. Por conta da corrida na confusa baldeação da TAP para Brasília, que exige dez minutos em ônibus lotado, dentro do aeroporto, filas alfandeguísticas, longa caminhada por entre as lojas ditas free e, enfim, dez horas depois deste segundo ato, em casa, Brasília, reabrindo o Whatsapp com a seguinte resposta da por mim chamada “máfia russa”, dona do apartamento alugado na capital do Império Germânico, mais luterano que católico e muito menos ladino, ops, latino, vamos à mensagem, literalmente, sobre o acontecido:

“Hallo Eduardo. Ok. No problem. I will take care of it. Don’t worry!”

Algumas horas depois, chega outro Messanger direto ab Berlin to Brasília:

“Hallo, Eduardo. Everything was there: 3 Credit Card, Passcard, a Key and 2000Euros.”

FOTO 4 BULLOW 02

Pois relato então o lado ladino do meu Cartão Alimentação zerado por obra de quem será, tenho os locais das três compras efetuadas, sem a minha senha, sem o meu cartão, apenas com o natural sem-vergonhice que assolada esta Pátria Que me Pariu, vulgo P.Q.P. Por enquanto, a robótica resposta ao fato apresentado:

“O Grupo Green Card agradece pelo seu contato. Faremos o possível para responder o mais rápido possível.” Pois aguardemos. Oremos. O futuro do nosso Brasil, a quem pertence? Sei lá, porra. Enquanto isso, retroco todas as senhas possíveis e impossíveis. De fato, dois dias passados, apenas, depois de uma série de documentos assinados e mandados, a quantia volta para a conta.

Ao caminhar para manter a saúde física, a mental me alerta a cada curva. São trombadinhas, ladrões, hackers, de todos e em todos os níveis. Do pedinte ao mandante judiciário federal, passando pelo Pai de Todos, quem mesmo, onde está Ele?

– Ele está preso, babaca.

FOTO 4 BULLOW 03

Apesar deste lero que se alonga, adendo dois fatos correlatos. O primeiro, na então comunista República Tcheco-Eslováquia, hoje simplesmente Chéquia. Cidade de Kutna Hora. Minha namorada, atual companheira, esquece debaixo do colchão o colete com 2 mil dólares e os cartões de crédito. Já na Áustria, Viena, casa de um ainda amigo, morando agora em Brasília, pois ele telefona para lá e:

– Hallo. Meus amigos esqueceram umas coisas neste hotel.

– Número do quarto, dia da hospedagem, local exato onde foi deixado.

– Room número 38, debaixo do colchão, lado esquerdo de quem estiver deitado.

– Um momento, vamos verificar.

Hallo?

– Pois sim.

– Encontramos. São dois cartões em nome de … e dois mil dólares vivos. Vamos guardar no cofre do hotel. Quando vão vir buscar?

– Primeiro eles vão ter que tirar novos vistos na Embaixada.

– Tschuss.

FOTO 6 B

Segundo, acontecido há alguns meses, numa das voltas a Brasília. Atendo o telefone, uma pessoa me chama de tio, fala o nome do meu sobrinho, que mora nos Estados Unidos, fala igualzinho, não fale para ninguém, estou chegando de surpresa, mas o carro alugado em Belo Horizonte está enguiçado aqui perto de Cristalina e preciso de dinheiro para o mecânico e pode mandar a ordem na conta, espera um pouco, vou passar para o dono da oficina, a bença, tio. Resultado. Caí de pato.

Na sequência, estilo ladino-latino-tupinico-brasílico, embora morador na Capital do Brasília, com profissão respeitada, faço registro na Polícia Civil do DF, online, internet, coisa de Primeiro Mundo. Tudo escrito: nome, cpf, número da conta e banco e agência e cidade onde foi depositada a grana roubada-ludibriada. Depois, pelo telefone do banco Itaú, registro o fato, para pelo menos alertar sobre o grupo que dá golpe a partir da cadeia, usando conta de laranja. Vamos às soluções:

1 – Email da Polícia Civil Online. Lamentamos não dar sequência ao registro porque o depósito foi feito numa agência fora do Distrito Federal (Brasília). Favor comparecer pessoalmente à delegacia mais próxima da sua residência.

Resultado. Fui à primeira delegacia de Brasília, capital do Brasil, no bairro de classe média aprimorada e me acontece o seguinte, em lá chegando. Desculpe, estamos sem Internet. Mas eu quero apenas registrar uma ocorrência. Nada feito. Volte amanhã. Voltei. A Polícia tinha entrado em greve. Foi coisa de uns três anos. Dancei. Pronto.

2 – No pronto atendimento do banco comercial, o maior do Brasil. O senhor aceitou? Lógico que sim, mas fui enganado. Então, nada podemos fazer. Eu sei disso. Estou telefonando apenas para que vocês fiquem de olho nesta conta tal, do fulano de tal, na agência tal, que pertence a uma quadrilha que age de dentro da cadeia. Apenas para que vocês prestem atenção.

– Infelizmente, meu senhor, nada podemos fazer.

FOTO 7 C

Então, encerro. E aí? Berlim ou Brasília? Pode comentar. Sei que em Portugal está tendo golpe por demais com os brazucas exilados pelo aperto econômico. Mas aí não sei porque só passo correndo. Já chega o pau brasil e a cana de açúcar e o ouro e o dinheiro dos escravos que os portugas levaram do nosso Pindorama. Fico hoje por aqui mas depois eu volto com mais Alemanha, 7 – Brasil, 1.

Heil! Tschuss. Inté! Axé!

Não perca o próximo episódio:

03 – Quantas “tias” cuidam de “uma” criança em Berlim? Em Brasília…

03 – How many “aunts” care for “one” child in Berlin? In Brasilia…

FOTO 8 CRIANCA


#corrupção

001 – Introitus

O que me leva a partilhar este seguido-passado?

What leads me to share this followed-up?

Was bringt mich dazu, dieses Follow-up zu teilen?

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Eu passo, atualmente, três meses em Berlim e três meses em Brasília. Capitais por iguais aspectos desiguais. Iguais no sorver o dinheiro púbico das regiões produtivas. Iguais por não terem, as duas, Brasíla e/ou Berlim, unidade nacional. São vitrines doutro amálgama exterior.

I currently spend three months in Berlin and three months in Brasilia. Capitals for equal unequal aspects. Equal in siphoning the pubic money from productive regions. Equal because they did not have both Brasilia and / or Berlin, national unity. They are a showcase of another exterior amalgam.

Ich verbringe derzeit drei Monate in Berlin und drei Monate in Brasilia. Großbuchstaben für gleich ungleiche Aspekte. Gleichermaßen, wenn das öffentliche Geld aus produktiven Regionen abgezogen wird. Gleich, weil sie nicht beide Brasilia und / oder Berlin hatten, nationale Einheit. Sie sind ein Schaufenster eines anderen äußeren Amalgams.

Desiguais, bom, conto aos poucos a partir deste ponto. Nas duas, eu habito no sexto andar de classe média – Wilmersdorf, fronteira com Charlotembourg, em Berlim, e Asa Sul, Plano Piloto, em Brasília. Então, siga-me por aí. Será que vai dar 7 a 1? Você é a juíza, pessoa. Então, siga-me, lá e cá.

Unequals, well, I count gradually from this point. In both, I dwell on the sixth floor of the middle class – Wilmersdorf, bordering Charlotembourg, in Berlin, and South Wing, Pilot Plan, in Brasilia. So, follow me around. Will it give 7 to 1? You are the judge, person. So, follow me, there and here.

Ungleichungen, nun, ich zähle allmählich von diesem Punkt an. In beiden wohne ich im sechsten Stock der Mittelklasse – Wilmersdorf, dort an Charlotembourg angrenzend, und im Südflügel, hier Pilotplan. Also folge mir herum. Wird es 7 zu 1 geben? Du bist der Richter, Person. Also folge mir hin und her.

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Esta sequência nova, Berlim-Brasília, é de uso e distribuição públicas, cite-me ou não, falta-me não faz, depende do lado do campo em que você pensa estar. Isto pode ser acompanhado, entre outros, pelas comunidades abaixo e acima, adentro e afora, por aí, nesses tempos hodiernos de rede, ai que saudades da minha sob o coqueiral da Bahia:

This new sequence, Berlin-Brasília, is of public use and distribution, quote me or not, lack me does not, depends on the side of the field in which you think you are. This can be followed, among others, in the following places, nowadays network times, there I miss my under the coqueiral of Bahia:

Diese neue Sequenz, Berlin-Brasília, ist von öffentlicher Nutzung und Verbreitung, zitiert mich oder nicht, fehlt mir nicht, hängt von der Seite des Feldes ab, in dem Sie denken, Sie sind. Daran kann man unter anderem an folgenden Stellen, heutzutage Netzzeiten, verfolgen, da ich meine unter dem Coqueiral von Bahia vermisse:

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Blog do Mamcasz:

https:mamcasz.com

Com meus olhos verás Berlim:

https://www.facebook.com/polacomamcasz/

Na nossa página no Facebook:

https://www.facebook.com/eduardo.mamcasz

Com meus olhos verás Praga:

https://www.facebook.com/tchecomamcasz/

Je vous salue, Paris:

https://www.facebook.com/Je-vous-salue-Paris/

Também nos grupos de brazukas dos quais, entre outros, participo:

Brasileiros em Berlim que ninguém conta:

https://www.facebook.com/groups/860430980693917/

Brasileiros em Praga:

https://www.facebook.com/groups/BrasileirosEmPraga/

Brasileiros em Portugal que ninguém conta:

https://www.facebook.com/groups/847680595440252/

Brasileiros em Paris:

https://www.facebook.com/groups/13775565692/

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Pare. Olhe. Escute. E me diga na sequência à frente:

02 – Eu esqueço minha “grana” em Brasília. Se em Berlim, pego de volta?

02 – I forget my “money” in Brasilia. If I’m in Berlin, will I get it back?

03 – Quantas “tias” cuidam de “uma” criança em Berlim? Em Brasília…

03 – How many “aunts” care for “one” child in Berlin? In Brasilia…

04 – Em Berlim, deixo o “lixo” para o mendigo. Em Brasília, nein.

04 – In Berlin, I leave the “trash” for the beggar. In Brasília, nein.

05 – Prédio invadido em Berlim tem “normas”. Em Brasília, tem?

05 – Building invaded in Berlin has “rules”. In Brasilia, have it?

06 – Em Brasília, só tem mulher “pelada”. E em Berlim, pode?

06 – In Brasília, there are only “naked” women. And in Berlin, is´t possible?

07 – Cobrador na “catraca” tem mais em Berlim ou em Brasília?

07 – Does the “ratchet” collector have more in Berlin or Brasília?

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Heil! Inté! Tschuss. Axé!


MIGRANTE01OK

Fato 1. A Extrema Direita está presente, devidamente eleita, em 24 dos 27 Congressos europeus.

Fato 2. A tendência é aumentar a participação no Parlamento Europeu, nas eleições de maio (2019).

Fato 3. Agora, dê uma olhada na volta da Extrema Direita na Alemanha que um dia foi, sim, bem Nazista.

Pelos cartazes colados pelas ruas da capital, Berlim, mais no lado suburbano ex-comunista, o AfD, o partidão direitão aponta o rumo em direção a Bruxelas, sede do Parlamento Comum da Comunidade Européia. Pior ainda é conhecer o que disseram os líderes na Convenção do AfD, acontecida no começo desde maio (2019). No lugar dos judeus, na fase Nazista, agora vai sobrar para os Migrantes. Vamos lá.

MIGRANTE02AOK

Edição do jornal Berliner Morgenpost. Na convenção da AfD na prefeitura de Zehlendorf (Berlim), o líder do partido, Georg Pazderski, vociferou que a imigração de refugiados (na Alemanha) é “a questão candente do nosso tempo”. E completou: “Não podemos ser fracos com os imigrantes. Eles precisam ser tratados com mais dureza.” http://www.morgenpost.de

MIGRANTE03OK

Georg Pazderski, líder do Partidão de Direita da Alemanha, ainda avisou os milhões de imigrantes, principalmente os que dominam Berlim, que “tem mais é que acabar com o mito de cidade em crescimento feliz. O Senado (Esquerda) quer convencer o povo de Berlim que o crescimento populacional é uma bênção”.

Ou seja. É bom que os migrantes na Alemanha fiquem de olhos abertos, inclusive no maléfico sentido histórico. O líder alemão direitaço atual culpa os imigrantes, entre outras coisas, do seguinte: esfaqueamento, assaltos, transportes públicos superlotados, falta de habitação, supermercados agora vigiados, e outras coisas.

MIGRANTE03BOK

Agora – atenção migrantes na Alemanha – vamos ao jornal Berliner Kurier. http://www.berliner-kurier.de Pesquisas apontam que o Partido de Direita da Alemanha, o AfD, tem mais de 10% de chances de votos nas eleições para o Parlamento Europeu, marcadas para o final deste maio (2019).

Este fenômeno só pode ser explicado pelo fato de que os defensores da AfD se tornaram uma sociedade paralela.”

MIGRANTE03AOK

Outro jornal alemão que serve de alerta para os milhões de imigrantes. Berliner Zeitung. http://www.berliner-zeitung.de Outra vez o direitão Pazderski:

“Quem quer fazer algo credível para esta cidade, deve parar esta imigração descontrolada vinda do Terceiro Mundo.”

De acordo com o Statistisches Landesamt, 20% dos quatro milhões de berlinenses não têm cidadania alemã.  Pessoas que vêm para a Alemanha por razões puramente econômicas, não têm chance de reconhecimento como um requerente de asilo.

MIGRANTE04OK

Para terminar, vamos ao http://www.dw.de É o órgão oficial de comunicação do Governo da Alemanha.

Portugal, Irlanda, Luxemburgo e Malta permanecem como únicos quatro países da União Europeia (UE) ainda imunes à Extrema Direita. Esta tem agora como meta o Parlamento Europeu, cuja renovação será decidida nas eleições de 23 a 26 de maio.”

Na sequência, o DW aponta as causas para o ressurgimento da Extrema Direita na Alemanha, para medo dos imigrantes, legais ou não:

A combinação de crise econômica e migratória, descrédito na política e desconfiança das instituições tem contribuído para o ressurgimento da direita radical e populista no Velho Continente. Inclusive na Alemanha, que passou a ter uma bancada de extrema direita no Bundestag nas eleições de 2017, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.”

Finalmente, a ameaça maior está no fato, lembrado pelo DW:

Sozinha ou em coalizão, a Extrema Direita ou a Direita Tradicional, com tendências xenófobas e populistas, conseguiu chegar ao poder em nove países da UE.”

MIGRANTE02OK

Então, tá.

Inté e Axé.

Tschuss.


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Hallo. Ainda vivo e direto aqui de Berlim, a capital da ex-Germânia do Milênio. Dia do Trabalho. Ou seria do Trabalhador? De São José Operário, o marceneiro pai adotivo do J.Cristo, gerado no ventre da Maria, refugiados no Egito. Data nascida no seio do Capitalismo – Chicago, USA,1886 – quando 500 mil trabalhadores unidos (…) fizeram uma baita passeata. Resultado. A Polizei ianque matou 10 mil deles. A luta continua!!!

Primeiro de Maio. Feriado desde 1919, na França, e 1920, na Rússia. Mas acontece que ainda estou vivo, aqui em Berlim, neste Primeiro de Maio tenso porque todo mundo está preparado para uma Noite Violenta (não digo a dos Cristais – judeus – ou a dos Longos Punhais – extermínio da SA pela SS). Trata-se da anunciada violenta manifestação da Extrema Esquerda da Alemanha, de um lado, e a Polizei de prontidão total, do outro.

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Pois vamos aos fatos explicatórios porque os fatos de fato rolam logo mais à noite, a partir das 18 horas, no último reduto da companheirada que invadia prédios em Berlim, desde a queda do Muro, e foi sendo “gentrificada”. Falo do bairro Friedrichstain. Era o lado largado dos tempos do Comunnismo. Separado, pelo rio eletrificado, de Kreuzberg, o lado largado da Alemanha Capitalista, na parte dominada pelo USA.

Pois comece a prestar mais atenção. Aqui em Berlim, todo Primeiro de Maio, acabada a festa popular, em Freuzberg começa a luta livre entre neonazista da parte norte, Pancow, que descia para atacar os turcos e os hippies locais. O pau comia brabo mas com o tempo a coisa foi virando mais folclórica. Tanto que a Extrema Esquerda, neste ano de 2019, deu um basta aos agora “burgueses de merda”, dizem eles hojre. E daí?

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Daí, já noutro parágrafo, quem escreve sou eu, mudo quando quiser, aqui em Berlim, neste Primeiro de Maio, o pau vai quebrar, na certeza, nesta noite, cinco horas adiantado em relação ao de Brasília, começando pelo cartaz colado em tudo que é poste de uma parte da cidade “não mais pobre mas ainda sexy” e traduzo a meu modo o escrito no cartaz de convocação da “massa”:

“ A LUTA CONTINUA! O POVO UNIDO, CONTRA A BURGUESIA, JAMAIS SERÁ VENCIDO!!! ”

“ ZUSAMMEN KAMPFEN! GEGEN DIE STADT DER RICHEN!!! HEIL!”

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Pois vamos à pré-Longa Noite deste Primeiro de Maio, aqui em Berlim. A Polizei diz que tomou as devidas previdências ainda que, digo eu, ela costume mais apanhar do que bater, talvez por problemas históricos de consciência pesada, sei lá. Primeiro sinal. Inventou uns longos tubos de plástico cheios de água pesada para fechar ruas e o “povo umido” está furando todos e brincando de chuveiro. Maior desmoralização. Mas nesta noite, como vai ser?

Não é fácil o antever esta Longa Noite de Primeiro de Maio aqui em Berlim, tanto que eu podia deixar este escrito para amanhã (02-Mai-19). O comércio, no bairro de Friedrichstain, fechou as portas, mais ainda, colocou tapumes, seriam eles barricadas de defesa? A Polizei, por seu lado, tem 2 mil policiais separados só para este lance. E outros 1.600 no vizinho agora burguês Kreuzberg. No total, são 6 mil para a cidade, com reforço de toda a Alemanha.

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Agora, o mais interessante é que a Polizei Germânica, na moleza atual, não deu permissão para a prometida violenta manifestação da Extrema Esquerda aqui em Berlim. Esta obrigação foi seguida por outras 15 manifestações. Mas daí a Polizei foi à Justiça para proibir. Não conseguiu. Os juízes tiraram o da reta. E o melhor foi a resposta dos desorganizadores desta PASSEATA REVOLUCINÁRIA DE PRIMEIRO DE MAIO EM BERLIM:

“ O povo unido não tem que pedir permissão para se manifestar na cidade onde ele é o dono.”

Ah. Tem mais uma preocupação da Polizei nesta noite de Primeiro de Maio aqui em Berlim. Tem ainda dita Esquerda Satírica. Isto mesmo. Esta, promete uma passeata no elegante bairro de Grunewald, abrigo de belas mansões desde os tempos quase eternos. É a luta do povo falso pobre contra o povo mais do que rico. Pelo sim, pelo não, só para este pedaço, a Polizei separou 900 elementos devidamente armados. Menos do que lá na Rua Rigaer.

Então, é esperar para ver. De um lado, a Polizei diz que chega com as duas mãos estendidas – uma para cumprientar e a outra para que mesmo, ora, para bater. E do outro lado, da Extrema Esquerda do Primeiro de Maio Revolucionário de Berlim, tudo é possível, desde as famosas bombas molotov até as pedras das construções dos prédios ocupados pelos alternativos socialistas e agora ocupados pelos capitalistas-burgueses-usadores da massa sofrida. Heill Kapitalist!!!

06primocapitalista

Inté e Axé.

Fui.

Adondi?

Segredo.

Será?

Tschuss…

1 –

https://www.facebook.com/memories/?source=promotion_feed_story&story_id=805792702850359

2 –

https://mamcasz.com/2012/05/01/may-day-may-day-em-berlim-meu/

3-

https://www.theguardian.com/world/2019/apr/30/berlin-police-braced-for-violent-may-day-protests

4 –

https://mamcasz.com/2012/05/07/the-last-hippie-neighborhood-of-berlin/

 

 

 

 


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Na verdade, foram dois ataques, feitos por pessoas encapuzadas, na madrugada, que acabaram quebrando vários vidros e pichando, de vermelho, todo o pedaço, parcialmente policiado, a não ser pelas câmeras de sempre que, lógico, filmaram tudo, mas até hoje deu em nada.

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Segundo o jornal Berliner Zeitung, o prejuízo na conta da Embaixada do Brasil na Alemanha chegam aos 100 mil euros (meio milhão de reais). De fato, até agora, além do informe de que a polícia alemã continua investigando, teve a curtíssima nota diplomática:

“A Embaixada do Brasil em Berlim foi alvo de ato de vandalismo. As autoridades policiais foram imediatamente contatadas e estão investigando o ocorrido”.

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Além da pichação, em vermelho forte, pintada pelos invasores no piso externo, nas placas e principalmente nas longas vidraças do térreo, que dá ligação direta a uma praça com livre circulação, várias delas quebradas, foi deixado a seguinte ameaça:

Lutaremos contra o fascismo no Brasil”

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Pois hoje, 17/04/19, passei pelo local, tranquilamente, tirei as fotos da situação, encostei nas vidraças, todas elas ainda sinalizadas com o tudo que precisa ser trocado, tão logo haja dinheiro para tanto ou a volta da segurança.

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E assim está o prédio da Embaixada do Brasil em Berlim que, aliás, foi uma das poucas capitais da Europa onde o então candidato Jair Messias Bolsonaro perdeu nos votos por conta dos esquerdistas em maioria na berlinda.

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A situação continua incerta, as fotos atestam.

Então, tá.

Inté e axé.

Tschuss.

https://www.dw.com/pt-br/grupo-ataca-embaixada-do-brasil-em-berlim/a-47320326


https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=2124735777622705&id=100002589112491

 


eagoraparismamcaszok


Alemão é ético. Germânico é correto. Tedesco é certinho. Até cachorro obedece o sinal de pedestre. Tudo isto sempre é válido, depende da época e do espaço, mas nunca aqui em Berlim, a eterna capital, dividada ou por inteira, destroçada ou reerguida entre os eternos muros.

A região de Berlim, indo para os quatro milhões de habitantes, sendo 82% deles provindos de fora, sejam vietnamitas – do norte ou do sul, no leste ainda comunista ou no oeste capitalista, ainda hoje divididos – ou tantos imigrados de qualquer outro ponto deste Planeta Terra…

Pois os três pontos dizem da minha incomplitude no relato desta Berlim que eu adoro, a exemplo do Rio, onde me formei no jornalismo e na mudança de vida, e também do cuidado em não desfazer de locais prazeirosos caídos em mãos de crentes de que podem destruí-los em breve.

Recente escândalo vergonhoso em Berlim foi a construção do BER – aeroporto internacional – que teve a data de inauguração confirmada mas que, dias antes, foi cancelada, até hoje, porque descobriram mais barganhas e maracutais do que houve no nosso idílico Maracanã.

Acontece que Berlim recebe bilhões de euros mandados pelos estados mais ricos, e produtivos, porque trabalham, da Alemanha, e mesmo assim apresenta os maiores índices de desemprego e cotistas sociais que se refastelam nas praias primaveris deste qual Rio de Janeiro.

Pois a conversa de hoje sobre Berlim, vista com meus olhos ainda não cansados, apesar dos quase 40 anos de convivência intermitente, acaba na última novela que é a troca de 2.500 “piroquetes”, aqueles cilindros onde são afixadas as propagandas do consumo cúlturo-capitalista.

Alguns desses cilindros têm até 70 anos de sobrevivência, outros feios no peso do concreto armado exagerado, perto de 50 relacionados para sobreviverem como patrimônio visual, apesar do protesto para que todos sejam preservados porque parte da história desta eterna capital.

O motivo, parecendo simples, é que finalmente houve a escolha de uma nova empresa que vai cuidar dos “piroquetes de Berlim”, onde serão afixadas as propagandas do capitalismo moderno, em troca de um contrato bilionário e do enterro da empresa dos tempos ianques.

Em meio à troca de tiros por entre os “piroquetes de Berlim”, na forma de acusações corrupcionais, aparece a velha denúncia do risco do amianto, material que faz mal à saúde da empresa contratada para a renovação, tal qual dito usado no famoso Muro, the Wall e tal.

Fiquemoss assim e aproveite para dar uma olhada em alguns dos últimos dos “piroquetes” que, a exemplo do Muro, e de outros sonhos bombardeados, somem da paisagem de Berlim, acontece que ela é eterna, sempre tem uma história, cabeluda ou não, para contar.

Então, tá.

Inté.

Axé.

Tschuss…

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                brasil migrante by mamcasz
            Para quem acompanha, que nem eu, por ofício jornalístico, os principais grupos de brasileiros que emigram do Brasil para tentarem a vida, mesmo que de forma ilegal, ou nem tanto, em terras estranhas como Estados Unidos, Paris, Inglaterra, Irlanda, Alemanha. República Ckeca e, agora, principalmente, Portugal, sem contar Itália, Espanha e, tem pouco tempo, Japão e sei quantos outros tantos terrenos por este mundo de Deus e o Diabo, mas o que mesmo que estou falando?
                 O seguinte. O que mais vejo nos grupos de brasileiros no estrangeiro se mostra na forma de golpe de brasileiros em brasileiros, Portugal cheio deles nas obras, na Alemanha nas gelaterias, em Londres nos entregadores de pizzas, em Paris na prostituição, e isso tem muito tempo e, agora, para agravar tem ainda este caso relatado pela RFI mas que se repete porque acontecido no ano passado, na Itália, mas o que mesmo?
                      Em resumo, sete brasileiros presos porque coneseguiram, em troca de sete mil euros a cada golpe, a cidadania italiana e, portanto, européia, para mais de 800, no ano passado foram mil, que se encontram na iminência de perderem tudo, e olha que, nos grupos do Face e tais, tem muita gente, contando que conseguiu a cidadania italiana mas que parte agora para a vida na Alemanha, Irlanda, Inglaterra e tantas outras praias, e eu pergunto, o que mesmo?
                    Sei nem responder porque tenho pessoas brasileiras amigas que sobrevivem das mais diversas formas neste mundo, ilegais, presos alguns, deportados outros, perseverantes tantos e por isso a minha vergonha em ver brasileiro dando golpe no estrangeiro em cima de brasileiro, mesmo que seja nos outros. Tem mais?
                    Outros exemplos de golpes:
1 – Brasileiro que garante estadia ou mesmo emprego no estrangeiro e consegue que o patrício brasuka lhe mande dinheiro adiantado que o futuro ilegal nunca mais vai ver nesta vida.
2 – Brasileiro acomodado no estrangeiro que sub-contrata patrício para obra em Portugal, ou Paris, e depois de uns 30 dias simplesmente o denuncia para escapar de qualquer pagamento.
3 – Brasileiro que “vende” passagem bem da baratinha, recebe o dinheiro adiantado, e o patrício nunca mais vai ver nem a ida e muito menos o dinheiro de volta para onde mesmo?
4 – Conhece ou sofreu mais algum golpe de brasileiro em cima de brasileiro no estrangeiro? Pois conte aqui ou se cale para sempre achando que vai se dar bem sei bem onde, certo?
5 – E o brasileiro que cobra até dez mil dólares para intermediar a entrada ilegal em terra ianque, através do México, nem sempre sobrevivendo aos riscos do deserto texano?
              A seguir, a reportagem sobre os 800 brasukas que conseguiram a cidadania italiana-européia em troca de uns sete mil euros e que agora ficam sem ela, sem o dinheiro, e sem a passagem da volta ao canto de terra onde foram paridos:
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/03/28/brasileiros-sao-presos-na-italia-por-fraude-para-obter-passaporte-europeu.ghtml

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=2091671507595799&id=100002589112491



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O período entre maio de 1945 e outubro de 2002 foi o mais triste da longa história, começada nos anos 1700, do Portão de Brandemburgo, no centro de Berlim, colocada de joelhos.

Primeiro, o estado lastimável de Berlim no final da Segunda Grande Guerra Mundial:

– No último mês da guerra, os então “aliados” lançaram em Berlim 100 mil toneladas de explosivos, inclusive as bombas incendiárias.

– As tropas soviéticas destruiram 600 mil apartamentos na capital germânica, cena difícil de imaginar nos dias de hoje.

– Oitocentos mil berlinenses foram mortos em meio aos 75 milhões de metros cúbicos de pedras e ferros dos escombros.

E o Portão de Brandemburgo, o que aconteceu com ele? Lógico que a outrora portentosa passagem das tropas nazistas-prussinas-napoleônicas estava reduzida a miséria, ainda que em pé.

Com o domínio dividido entre ianques, ingleses, franceses e soviéticos, restou a Berlim ser a capital da Alemanha do Leste, a dita Comunista, com tudo o que isto possa representar ao não-futuro imediato.

E dentro desta fase da Guerra Fria, da Cortina de Aço, da Otan versus Pacto de Varsóvia, do Leste e do Oeste, lógico que sobrou para o imperial Brandenburger Tor, mais ainda para a Quadriga.

Antes da chegada do maldito Muro de Berlin, os dois lados da Alemanha ainda tentaram se unir para reparar o maior símbolo dos tempos imperiais deles mas os soviéticos fizeram tudo para atrapalhar.

Pois recuperado o portão, à meia tigela, a Quadriga desapareceu de cima e, o pior, o lugar ficou totalmente isolado porque finalmente os comunistas colocaram o Muro de Berlim, com o portão no lado de lá.

Só para terminar esta história que continua assim isolada, pelo menos até 1989, quando o Muro cai junto com o Comunismo e as duas Alemanhas se juntam de novo numa só do passado-futuro.

Caído o muro, as duas Alemanhas, separadas ainda por mais um ano, resolvem começar de fato a recuperar, em conjunto, o grande símbolo: a do Leste fica com o portão e a do Oeste com a quadriga.

Esta divisão tem tudo a ver com esta prosa e termina explicando o porquê. Por que? Simples. No domínio comunista soviético, a mesma divisão de tarefas tinha sido combinada. De fato.

Pois então. A Alemanha Ocidental, a capitalista, fez o melhor da recuperação da Quadriga, de volta aos tempos prussianos. A Alemanha Oriental cuidou da recuperação do Portão em si.

Qual o problema para esta história que não acaba nunca? Simples. Na hora da inauguração, a Alemanha Ocidental queria ela mesma colocar a Quadriga em cima do Portão, em solenidade conjunta.

Simples, tudo bem, vamos acabar com esta briga. Que nada. A União Soviética, dominando a Alemanha Oriental, cuja capital era Berlim, bateu pé e disse: passe a Quadriga para cá ou nada feito.

Depois de muita conversa jogada fora, a Alemanha capitalista cede, em nome do orgulho de ver de volta o Símbolo Maior colocado em cima do Portão de Brandemburgo, mesmo que do lado de lá do muro.

E assim foi feito. Só tem uma coisa. A parte comunista colocou a Quadriga Prussiana mas com dois graves senões:

1 – O comunistas retiraram a Cruz de Ferro que a deusa Irene leva acima da cabeça e também a Águia Prussiana.

2 – Pior ainda. A Alemanha comunista, a mando da União Soviética, colocou os quatro cavalos e a deusa virados para o lado de lá quando, originalmente, sempre estiveram virados para o lado de cá.

Ficamos assim.

Nos próximos três meses, vou mandar relatos ao vivo, direto de Berlim, de lá e de cá, pois esta divisão ainda existe, na cabeça de muitos alemães.

Então, tá.

Inté, Axé e Tschuss.

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Cap 06

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Quando se fala em Berlim, duas coisas aparecem na cabeça da pessoa mais recente, e elas são o famoso Muro Comunista e, pouco antes, a onda dos nazistas, Adolfo Hitler no comando, fugidos no pós-guerra para a América Latina, inclusive com ajuda do sagrado Vaticano.

Já li dezenas de livros sobre os dois assuntos, pesquisei in loco, conversei com autênticos germânicos de diversas gerações, ao longo dos últimos 40 anos em que costumo visitar, a trabalho ou não, a tal da Germânia dos Mil e Um que não passaram dos 10.

A prosa deste capítulo seria sobre o comando do Hitler, especificamente sobre Berlim, que, no sonho desvairado dele, seria a Capital do Mundo no Terceiro Milênio, mas acabou em montanhas de entulho ainda guardadas na mente de cada cidadão alemão.

Por isso me seguro na análise da propalada propaganda nazista alemã e todos os seus efeitos a partir da Berlin Stund Null (Berlim Ano Zero), que não foi a primeira e nem será a última, com certeza, basta seguir a sua história ao longo destes dois milênios.

Então por causa de quê mesmo este lero-lero se aparentemente fujo de falar do nazismo alemão? Simples. Porque o nazismo ainda existe na Alemanha. Apenas cito uma página desta semana no jornal Berliner Kurier, traduzido, evidentemente:

O número de ataques de grupos nazistas anti-racistas e anti-semitas aumentou. Isto foi anunciado pela organização ReachOut na terça-feira (05/03/19) que documentou 309 ataques, em 2018, somente em Berlim.”

O jornal alemão ainda detalha a atuação dos nazistas na Alemanha, nos dias de hoje:

A maioria dos ataques documentados pelo ReachOut são ferimentos pessoais (157), lesões corporais perigosas (115) e ameaças (31).Pelo menos 423 pessoas ficaram feridas e ameaçadas. Entre os atingidos pelos grupos nazistas, segundo ReachOut, 19 crianças e 47 adolescentes. Além disso, 19 crianças tiveram que testemunhar como seus pais foram espancados, cuspidos e humilhados.”

E aí? Continuo ou ficamos para o próximo capítulo, de volta ao Portão de Brandemburgo e o que aconteceu com ele no quase meio século de abandono sob domínio comunista, espremido entre os dois lados de um mesmo muro que, repito o que ouvi de um senhor alemão, ao dividirmos a mesma mesa, num cafezinho, num certo ponto da Kudam:

– O muro de Berlim, meu amigo, ainda continua firme na cabeça de cada alemão.

Então, tá.

Inté, Axé e Tschuss.

Cap 07 – Comunistas botam cavalos no lado errado de Berlim.