Turismo



Ego and Madame we have built delightful friendships over half a century of shared life, Here in Berlin, Germany, where we have spent half of our lives – Spring and Autumn. In Winter and Summer, we continue in Brasília, Brazil. These two capitals are very similar in the details, despite the 700-year difference in existence. Of course, we have endless walks around the world, this featured in our book ‘From Alaska to Jerusalem.

                 Ego e Madame construímos deliciosas amizades em meio século de convivência compartilhada Aqui em  Berlim, Alemanha, onde passamos a metade de nossas vidas – Primavera e Outono.  No Inverno e no Verão,  continuamos em Brasília, Brasil. Essas duas capitais são muito semelhantes, nos detalhes, apesar dos 700 anos de  diferença  no existir . Lógico que temos caminhadas infindas pelo mundo, presente no livro “From Alaska to Jerusalen”.

Unser Berlin Gut Musikante

        Ego und Madame haben im Laufe eines halben Jahrhunderts gemeinsamer Zeit köstliche Freundschaften aufgebaut. Hier in Berlin, Deutschland, wo wir die Hälfte unseres Lebens verbringen – Frühling und Herbst. Im Winter und Sommer sind wir weiterhin in Brasília, Brasilien. Diese beiden Hauptstädte sind sich in den Details sehr ähnlich, trotz der 700 Jahre Unterschied in ihrer Existenz. Natürlich haben wir endlose Spaziergänge um die Welt gemacht, festgehalten im Buch “From Alaska to Jerusalem”.

       Unsere große brasilianische Umarmung an die Freundschaften hier in Berlin, aber aus der ganzen Welt, verbunden durch Tanz, Rock & Blues und gedankliche Übereinstimmung.  

     Nosso grande abraço  brasileiro às  amizades Aqui em Berlim, mas que são do mundo todo,  interligadas pela dança,  Rock & Blues e identificação de pensamento. 

      Zuerst die Frauen. Ehrung, ja. Von den Sängerinnen bis zu denen, die unseren reservierten Tisch teilen, der immer voll ist, unabhängig von der Herkunft.

       Primeiro, as femininas. Homenagem, sim, às cantantes, ou não, que dividem nossa reservada mesa, sempre lotada, independente da origem. Copio  a descrição de um kneipe, bar, do livro “Berlin, ah Berlin” do Rolf Schneider:

       “A clientela é predominantemente masculina. Quando as mulheres estão presentes, elas têm o ar de pássaros coloridos”.

Our big Brazilian hug to friends here in Berlin, but from all over the world, connected by dance, Rock & Blues, and shared ways of thinking .

First, the women. Tribute, yes. From the singers to those who share our reserved table, always full, regardless of background.

     Then we will show the male musician friend – German, Mozambican, Spanish, Italian, from São Paulo, Tunisian, Chilean, Ethiopian,  Chinese, Japanese, Polish, Belarusian or Bulgarian or Russian…

So, our first shout-outs are to Angela, Eva, Kath, Ada, Kyra, Ziska, Zara, Fredericka, Martina, among so many others with whom we shared lively conversations without even asking their names, it wasn’t even necessary:

     Então, nossos primeiros alôs são para Angela, Eva, Kath, Ada, Kyra, Ziska, Zara,  Fredericka, Martina entre outras tantas com quem dividimos conversas sonoras sem nem pedir o nome, nem era preciso:

     Also, unsere ersten Rufe gelten Angela, Eva, Kath, Ada, Kyra, Ziska, Zara, Fredericka, Martina und vielen anderen, mit denen wir klangvolle Gespräche teilen, ohne nach dem Namen zu fragen, es war auch nicht nötig:

Antes dos cantantes masculinos, detalhemos os locais onde acontecem os fatos musicantes. Como diz um ditado local, cada cruzamento de rua em Berlim tem quatro esquinas com cinco bares,  reserved for the venues and live music with free entry, only contributing coins into the performers hats for the night.


   Here it is also worth remembering the places that simply disappeared from the map, due to reasons linked to the end of the Covid Pandemic, when everyone was closed for more than a year. In one of them, there used to be live music every night of the week.
Now, silence.

    Aqui vale ainda a memória para os locais que simplesmente sumiram do mapa, por motivos  ligados ao final da Pandemia da Covid, quando todos passaram mais de um  ano totalmente fechados. Num deles, antes, tinha música ao vivo todas as noites da semana. Agora, o silêncio...

     There are other stories,   like when, for example, in the middle of the show the death of Queen Elizabeth is announced by musician at Urbaneck. And he finish with long live to the King. In another bar, Sandamann, the music played on the night of Pope Francis’ passing. On the wall, this message:

      Tem outras histórias  por exemplo, quando no meio da música, no Urbaneck,  é anunciada a morte da Rainha Elizabeth. E  o músico completa com um Viva o Rei. No Urbaneck,  a música acontece na noite do falecimento   do papa Francisco. Na parede, esta mensagem:

And now, this is NOT the END.

My Berlin Musician

Part 2

Masculino Cantante

   Then, in part two, we show the male musician friends – German, Mozambican, Spanish, Italian, from São Paulo, Tunisian, Chilean, foreigner, Chinese, Japanese, Polish, Belarusian or Russian or Bulgarien…

   Então, aquele abraço para os músicos amigos em Berlim, todos com uma profissão paralela: o médico aposentado, o cientista conhecido, o professor de crianças, o fotógrafo, o designer, o engenheiro químico, o bancário, enfim o musicante de Berlim.

    Also, eine Umarmung für die Musikerfreunde in Berlin, alle mit einem Nebenerwerb: der pensionierte Arzt, der bekannte Wissenschaftler, der Kinderlehrer, der Fotograf, der Designer, der Chemieingenieur, der Banker, kurz gesagt der Musiker aus Berlin.

   So, a big hug to the musician friends in Berlin, all with a side profession: the retired doctor, the well-known scientist, the children’s teacher, the photographer, the designer, the chemical engineer, the banker—basically, the musicians of Berlin.    Entre tantos outros: Tim, Mauro, Leo, Carlos, Andreas, Helmut, Tarek, Julian, Edo, Ed, Tob, Heinz, Julius, Maxi, Dimitry, Nico, Rachid, Oskar, Jakob, Tonkata, Tamrat, Jerry, Alex, Aria . . .

Un abrazo para los músicos amigos en Berlín, todos con una profesión paralela: el médico jubilado, el científico conocido, el profesor de niños, el fotógrafo, el diseñador, el ingeniero químico, el banquero, en fin, el músico de Berlín.

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Então, vamos terminando por aqui porque Brasília nos espera para voltar depois para Berlim. Certo, fotógrafa e fotografada Fredericke?

    And now, ladies and men, femininos und masculinas, dank, thanks (think about), obrigado e inté .

BIG AXÉ FROM YOUR POLACK BAYANU.


In this post-70 Phase of Departure, Ego and Madame we have spent half the time in Berlin (1,824 years of life), the other in Brasilia (64 years of existence). Doing what exactly for three months of early spring and another 90 days of early autumn in this Berlin Year Zero? Simple.

Ego e Madame ultrapassamos, nesta Fase da Ida pós os 70, metade do tempo em Berlim (1.824 anos de vida), a outra em Brasília (64 anos de existir). Fazendo exatamente o que, durante três meses, do começo da Primavera, e outros 90 dias, do início do Outono, nesta Berlim Ano Zero? Simples.

De dia, depende do quase nada do tudo. Afinal, Amorosa Madame e Bronco Polaco conhecemos Aqui Berlim desde quando existia o Muro Imbecil e a cidade era controlada pelas Três Forças (França não conta) que a deixaram de quatro entre escombros da Mente e do Ego nunca desnazificados.

E de noite? Bom, aí temos milhares de acordes rock-bluestônicos para sentir. Sempre foi assim. Escurece, esta capital acorda, ao contrário de Brasília, que dorme “deitada eternamente em berço esplêndido.”

Mas vamos ao relato da Berlim das Mil e Uma Noites de Música. Nossa! Sempre num bairro diferenciado, passando do suábio para o turco para o africano para o latino para o eslavo parando no blues.

Kommen wir aber zum Berliner Bericht über Tausendundeine Nacht der Musik. Beeindruckend! Immer in einem anderen Viertel, von schwäbisch über türkisch bis afrikanisch bis lateinamerikanisch bis slawisch, mit Halt beim Blues.

Nosso calendário diário noturno

Segunda-feira

Sandmann

At the beginning of the week, whether we are staying in Berlin, it is a sacred night at the Sandmann. Abre às sete da noite, e não tem hora para fechar, mas a música, por causa da vizinhança otomana, perto da prefeitura de Neukoln, tem que parar exatamente à meia-noite, o que acontece com Wellcome, cantada pela banda convidada junto com o bando que participa do jam session, a cada vez uma surpresa.

Terça-feira

Art Stalker

Night going near the Charlottembourg S station, unfortunately with a dangerous walking passage because of the homeless encampment, like Cracolândia in São Paulo. Abriga, não o debaixo da linha do trem, mas agora falando do Stalker, recolhe os músicos da chamada família Rickenbacker’s, antigo local com música ao vivo, todas as noites, h-a 40 anos, sem falhar, quer dizer, fechou de vez na Pandemia da Covid. Acontece que os músicos, eles ainda sobrevivem nas noites de Berlim, quiçá por mais de Mil Anos. Originários, nesta Babel Berlinística, de variados pontos do Universo, em especial, Austrália, Bulgária, Itália, Moçambique, Chile, Brasil, Bielorússia, Escócia, Polônia, Japão, China, Rússia e tantas tontas origens.

A título de boa lembrança, uma foto do finito Ricken dos bons tempos.

Agora, quarta-feira de noite em Berlim.

São tantas as emoções, sorry, as opções.

Quarta-feira à noite, na Berlim do Blues/Rock/Jazz, tem a escolha do Zum Bohmischen Dorf, com cerveja checa da boa mais a música dos manos búlgaro Anton e italiano Pandolfino, entre outros. Like the other bars mentioned here, in addition to the bathroom with the walls all graffitied, for or against, there is also a sign warning beware of pickpockets. Verdade, sim, mas vale a pena. O que? Bater carteira? Não! A música, a cerveja, as pessoas, a noite.

Outra boa opção para a noite de quarta-feira, em Berlim, falando de blues, saindo agora do turco Neukoln para o suábio Prenzlauer, no lado ainda parecendo comunista, fica no Clube 23, dentro de enorme ex-fábrica de cerveja, agora Kultur Braueri. A música, feita para dançar, sempre começa às 18 horas, para sair do trabalho e se esbaldar até as 22 horas, e, depois, procurar outras coisas no agradável bairro belamente gentrificado pelos alemães da Suábia, que expulsaram os hippies inavasores de prédios quando o Muro de Berlim foi derrubado e a região era terra de ninguém. Wer es wagte, über den Zaun zu springen, wurde von der DDR-Kommune auf der Stelle erschossen. Aber nicht heute. Olha só a festa:

Na quarta, no Zosh do Mitte, tem música boa, nessa noite sempre com Blues Jazz autênticode New Orleans – USA.

Mas vamos em frente que a semana ainda não acabou.

Logo abaixo, a noite especial, toda quinta-feira, no Bierhaus Urban

Noite especial, quinta-feira, em Berlim, e isto feito por nós há mais de 15 anos, é no bar aberto dia e noite, desde 1987, dos tempos dos gringos no pedaço, no bairro de Kreuzberg, na Urban com Graeffe, strasse, lógico. No comando tranquilo e presencial amigável, os chamamos de Líbio pai e Líbio filho. A cada quarta-feira tem uma banda convidada e depois o jam session com os músicos presentes, numa mistura desinteressada. Inclusive a platéia muda a cada semana. Muda nada. Todo mundo grita ao mesmo tempo junto com a cerveja boa e barata. Que nem no Sandamann, já sabe. Stop the music, open the door, let the air circulate but we can stay in the room, all night, if that’s the case. Melhor ainda, tem um ponto de ônibus na porta, o M41.

Sexta-feira de noite em Berlim Musical

Para variar, são tantas as opções

Fim de semana, já viu.

Metrô a noite toda.

Primeira ida:

Eine weitere Bar, die die ganze Nacht über geöffnet ist, seit den Tagen der Amerikaner, die das Viertel beherrschten, nachdem sie Leipzig mit Brandbomben zerstört hatten, ist die Otto Schruppke Albertine Bierkneipe.Outro bar aberto a noite inteira, desde os tempos dos norte-americanos, que mandavam no pedaço, depois de terem dizimado Leipzig com as bombas incendiárias, é o Otto Schruppke Albertine Bierkneipe. Fica no bairro de Steglitz, perto da prefeitura onde o presidente João Kennedy, antes de ser morto em Dallas, falou o seguinte aos comunistas do outro lado do Muro: Ich ein Berliner. A frase virou piada porque Berliner era a salsicha famosa servida até hoje em todo quiosque de rua, tipo a do cachorro quente. Não a toa, no Otto, tem uma salinha onde você pode pegar, de graça, um pratinho com a “berliner” + fatia de pão eslavo + pepino azedo + meio ovo cozinho com uma pitada de caviar preto. Ah. Quase ia esquecendo. Sexta-feira sim, outra não, tem música ao vivo, com jam session e tudo, e o sonzão indo direto até depois da uma da madrugada. E nós lá, claro. Numa das paredes do bar, estilo antigo, tem esta placa dizendo:

Haste kumma ab gross ob klein,

bei Schruppke biste nich allein!

Ou seja:

Não importa quão grande ou pequeno você seja,

aqui no Schruppke você nunca está sozinho.

Outra escolha para blues sexta-feira em Berlim.

Speiches Rock und Blueskenipe

Sábado Blues em Berlim

No sábado, das 10h11m às 11h10m, da manhã, ainda sonolentos, não abrimos mão da feira semanal na Praça Wittenfeld. Fica perto da praça Nollendorf, região famosa, nos anos 20, século 20, por ser o habitat do mundo gay alemão, até que os nazistas, falsos machões, chegaram, mesmo que alguns deles, da SA, também o fossem. Es liegt in der Nähe des Nollendorfer Platzes, einer Region, die in den 20er und 20. Jahrhunderten als Lebensraum der deutschen Schwulenwelt berühmt war, bis die Nazis, falsche Machos, kamen, auch wenn einige von ihnen, von der SA, auch als Nazis berühmt waren. Estou falando da Wittenfledplataz por dois motivos: primo, pelas compras, tipo acelga fresca mais o aspargo na época de abril mais o amendoim assado no doce crocante mais o pão turco mais o capuccino para, juntos, Polaco e Madame, ela ao cigarro, sentados na pracinha, ouvirmos o mesmo músico mesma bicicleta mesma guitarra mesma doçura de sempre vendo as crianças bem pequenas aprendendo a dançar e a colocar, sorrindo, a moeda de gorjeta na capa da guitarra. Um sonho. Daí, de volta para casa porque depois do almoço depois da dorminhocada tem mais uma ida noturna à Berlim Musical.

Outro bar ótimo para ouvir blues-rock em Berlim, pena que um sábado sim outro não, fica no bairro de Shonemberg, quase colado ao agora prédio condenado porque ameaçado de cair, tanto que o metrô, nesta estação de Eberswald, passa a 05 km por hora, por via das dúvidas. Mas o bar é o Rotte Beete. Gente mais refinada, música somente das 20 às 22 horas. Cerveja checa ótima e barata. Biscoitinho salgado de brinde. Ambiente decorado à moda intelecto-lenilista mas sem ser stalinista. When there’s not there, because it’s in Spiche or in Carnova or in Negril or wherever but there’s always another blues bar in Berlin, there is.

E no domingo?

Bom. No domingo, a gente descansa mas somente depois do brunch all-can-you-eat, no Sidney, atendido pela Fátima. Brunch no domingo era um costume antigo em Berlim, sumido depois da Covid e pela alta dos preços. Tudo isto, menos o apreço que continua o mesmo.No caso presente, ele está de volta. Pena que não os outros, tipo o 100wasser, fechado, um dos então vários no riporongo Waschauer.

– Que mais?

– Amanhã é segunda-feira, dia de blues …

– Já sei. Chega, Polaco. Três meses é pouco em Berlim.

-Tem +.

– Ok?

Posso citar quase todos todas tod@s os as @s músicos de blues com quem nos ligamos nestes últimos pelo menos 20 anos aqui em Berlim? Podemos?

Thank you very much with our tribute to the following friendships:

Muito obrigado com nossa homenagem para as seguintes amizades:

Vielen Dank mit unserer Hommage an folgende Freundschaften:

Adam. Alex. Andreas. AngelaC. AngelaS. Anastasia. Andres. Arya. BJ Stole. Ed. Eva. Carlos. David. Dimi. Heinz. Helmut. Igor. Jakob. Julian. Jurgen. Khaled. Leo. Lucas, Mauro. Matthias Max. Nico. Olaf. Peter Ralf. Reinhard. Roland. Richard. Salah. Steve, Tim. Tonkata. Tob. Tono. Tom. T. Tobias. Thomas. Ziska. .Etc. Etc. #Happy Dog Brown #The Midnight Shakers #Sandmann #Bierhaus Urban #Rote Beete – Bar #Otto Schruppke Altnerliner Bierkneipe #Speiches Rock und Blueskenipe #Art Stalker #Middle Seat Blues e muito mais.

Und jetzt die Hommage an die Musikbars, genau wie die, die sonntags den berühmten All-can-you-eat-Brunch servierten. Eine, die unsere gute Erinnerung verdient, vor allem, weil er vor etwa 20 Jahren starb, war die alternative Bar mit guten Musikern, Soulcat. Es war in der Reichembergstraße, in der Nähe des U Skalitzer, und des heutigen Cracolento Görlitzer Parks. Damals nein, mehr Ruhe. Der Bus 29 fuhr fast vor der Tür vorbei, auf einer dunklen Straße, unvorstellbar im heutigen Berlin. Hallo, SOULCAT. Sehnsucht. Tolle Erinnerungen. Tschuss.

E agora, a homenagem aos bares de música, igual aos que serviam o famoso brunch all-can-you-eat aos domingos. Um que merece a nossa boa lembrança, até porque morreu tem uns 20 anos, era o bar alternativo, com bons músicos, o Soulcat. Ficava na Reichembergstrasse, perto do U Skalitzer, e do agora cracolento Gorlitzer Park. Na época, não, maior tranquilidade. O Bus 29 passava quase na porta, numa rua escurinha, inimaginável nos dias de Berlim de hoje. Hallo, SOULCAT. Saudade. Grandes lembranças. Tschuss.

And now, the homage to music bars, just like the ones that served the famous all-can-you-eat brunch on Sundays. One that deserves our good memory, especially because he died about 20 years ago, was the alternative bar, with good musicians, Soulcat. It was on Reichembergstrasse, near the U Skalitzer, and the now cracolento Gorlitzer Park. At the time, no, greater tranquility. Bus 29 passed almost at the door, on a dark street, unimaginable in today’s Berlin. Hallo, SOULCAT. Longing. Great memories.

And now, para acabar, mesmo, prosa musicante-berlinística de hoje, acho, a gente não pode se esquecer das centenas de músicos e bandas que se apresentam nos festivais de rua, principalmente nos dias mais calientes. Por exemplo: este num parque em Steglitz. Vale como tschuss:


Seguinte. Hora de pagar a taxa de Licenciamento do Carro. Taxa Única: 97 reais. Tanto pode ser meu Fusquinha quanto seu Mercedão. Legal! Advirto. Legal o Kassete! Lembra  da fita que emitia sons? Detran-DF. Pois pelo IPVA (carro + ? + ?), pago R$1.036,13, aqui de casa, App/Wifi/Intranet (ô Vida Bandida, que saudades da fila no banco, que nem a do orelhão, pintou tanta mina, calado, polaco, quer uma ficha, só uma, tá?). Ponto. Pronto. E aí? Vamu?

Polaco! Volte para a Terra. E o Detran de Brasília com isso?

– Pois então. Levo dois dias para encontrar, via Internet, meu boleto de Licenciamento do Carro no Detran do DF. Não tem nem uma nem duas multas. Nada. Nada de que? De achar o boleto que não é mais mandado pelo correio.  Acho. Imprimo. Ocê, polaco, só pode pagar em três bancos mancos, nem vale Loto. Pô. Tá. Manda.

Qual o problema, Polaco Encrencão. Só por causa de 97 reais?

– Pois escute, brazuka!

– Seja rápido:

– Eu, sim; o banco, não. Escolho o BRB (Banco Regional de Brasília), a pé aqui de casa. Único banco estadual que continua vivo. Tanto que patrocina o Flamengo e seus jogos no Mané Garrincha. E otras cositas más.

– Polaco!!! Conclua!

– Com a tua? Oxe. Eu tenho a minha.

– Saco…

– Saco digo eu. Fui, eu + madame, ela não me larga, até a agência do BRB, na Asa(?) Sul(?) de Brasília (?). Onze da manhã e mais uns minutos de manha. A fila dos velhos e velhas já tinha adentrado. Cada qual com os boletos dos netos, bisnetos, vizinhos e antipatiquinhos. Pelo sim, Madame, mais inteligente do que eu, na maquininha de acesso, diz-me:

– Você, meu velho polaquinho,  pegue a Senha de Prioritário; deixe que eu pego a Normal, que eu mereço.

Pois entramos na agência do BRB, área boa de Brasília, Asa Sul, para pagar a merda de 97 reais ao Detran, caso contrário, em blitz, sem o licenciamento do carro, numa blitz, a gente paga multa de R$397,45 + o registro de Infração Muito Grave na Carteira + o carro levado para ser depenado no depósito do Detran + a ficha suja no Gov de Merda. Entendeu?

– Saco, Polaco. E daí, pagou?

– Sim. Depois de 45 minutos. Lógico que a Senha Normal saiu antes da Senha Prioritária. No caixa do BRB da Asa Sul de Brasília, ainda tento ter agradável com o tipo Japa de meia idade:

– Está cheio hoje, né?

– Hora do almoço.

Qual o problema, aqui parece um banco.

– Polaco. Que nem no restaurante ali no meio da Quadra (aqui em Brasília não tem Esquina).

E daí?

– Pois aqui é que nem restaurante na hora do almoço. Sempre lotado.

PS (Post Scriptum) ou NB (Nota Bene) e Recuso-me a Ponto (PT):

Ainda tem o IPVA+IPTU+LIXO. Nestes casos, pago aqui no meu App, enchendo a cara de Vodka e perguntando-vos, nesta manhã de segunda-feira:

– Tás me lendo aqui e agora por causa do quê? Não tens trabalho/filho/filha – nativa ou não/ marido/mulher/cachorro para cuidar não? Avia. Xô. Fora daqui!!!

– Pô, Polaco,  Vou te Bloquear!

– Inté e Axé!


De Vagar à Noite em Berlim

Berlim é uma cidade acordada. Bares funcionam 24 horas por dia. Clubes abertos direto de sexta a segunda. Sempre tem gente na rua. Parece o Rio, Brasil, de antes. Hora de trabalho, menos para os que vivem na praia, no Rio, ou num bar, em Berlim. E o principal: músicos em ação por todos os lados-tipos-ritmos. Insisto. Berlim soa um som, não importa o tom. Seja no bar, no clube ou até mesmo no parque, sempre tem um. Então, vaguemos juntos, de noite, pela nossa Berlim que nós -“Madame & Polaco”- conhecemos desde antes da queda do Muro.

Berlin is an awake city. Bars are open 24 hours a day. There are always people on the street. It looks like Rio, Brazil, from before. Working hours, except for those who live on the beach in Rio or in a bar in Berlin.

Antes, a homenagem remota, porque ainda nos tempos do Muro de Berlim, a lembrança do David Bowie na cidade, em 1976, onde criou o álbum “Heroes”, a partir da visão de duas pessoas se beijando amorosamente encostados no Muro. Junto dele, nos dois anos e meio, o Iggy Pop. Esse, criou a melhor música dele, “The Passenger”, inspirada nas viagens, agora sem as drogas, que os dois faziam, quase anônimos, nos metrôs e trens da então Berlim Ocidental. Pronto. De volta aos músicos destes dias de Guerra, 2023, neste “De Vagar à Noite em Berlim”:

Before, the remote tribute, because still in the times of the Berlin Wall, the memory of David Bowie in the city, in 1976, where he created the album “Heroes”, from the vision of two people kissing lovingly leaning against the Wall. Together with him, for two and a half years, Iggy Pop:

Antes que Berlim escureça, quando fica melhor do que no claro do dia, vale a pena duas citações de músicos de rua, na forma do fotografado, enquanto vivido, nas ruas do bairro de Schonenberg, onde o Bowie viveu e o Kennedy falou que era um Berliner, sem saber que isto é a salsicha local. Bom. Primeiro, na festa na rua Akazien. No palco, no rock pesado, devidamente fardada, a banda da Polícia. Na platéia, primeiro plano, os dois tipo Skinhead. Depois, o músico que toda todo sábado, na Winterfeldplatz, na feira semanal.

Justin McConville

E o papo pro ar no vagar de noite em Berlim? E os bares? E os músicos que com o tempo se tornaram amigos desta dupla “Madame & Polaco”? Levou tempo até a gente saber os nomes verdadeiros, dar aquele abraço, principalmente no primeiro reencontro depois da Pandemia, esta relatada no nosso livro “A Berlim do Pandemônio”. Para efeito de complemento, segue o site, sempre com as primeiras 30 páginas grátis, lógico que no linguajar “portuga-brasílico-tupiniquim”

People. And the chatter in the air at night in Berlin? What about bars? And what about the musicians who over time became friends with this duo “Madame&Polaco”? It took time for us to know the real names, to give that hug, especially in the first reunion after the Pandemic, which is reported in our book “The Berlin of Pandemonium”.

A BERLIM DO PANDEMÔNIO, por EDUARDO MAMCASZ & CLEIDE DE OLIVEIRA – Clube de Autores

Ih. Cadê a pausa para a colocação do interrogativo? Vamos em frente. São muitas paradas, começando por um dos bares que ficam abertos 24 horas por dia, onde toda quinta-feira tem o encontro do pessoal do Blues & Rock, sempre até o último segundo da meia-noite. Estamos destacando, inclusive pelo direito à Reserviet, do nosso Bierhaus Urbaneck, na rua Urban com a Graefe:

There are many stops, starting with one of the bars that are open 24 hours a day, where every Thursday there is a meeting of the Blues & Rock people, always until the last second of midnight:

https://bierhausurban.de

Pois aí está na foto nossa primeira amizade musical criada aqui em Berlim, depois de muitos encontros por inúmeros locais cantados pela banda dele, a Happy Dog Brown. Estamos falando do #TimKutschfreund a quem seguimos onde quer que ele se apresente, seja na Kultur, em Lichetenfeld, ou nos seguintes bares noturno-musicais que valem a pena aqui logo serem citados.

https://sandmann-berlim.de

Outra parada muito especial é no velho Sandmann, perto do U Rathaus Neukolln, principalmente nas noitadas de blues de segunda-feira, uma novidade a cada vez, jamais premeditada pelo eterno Helmut, ele merece a foto ao cantar, todo mundo junto, a música Welcome, no encerramento obrigatório, por causa dos moradores vizinhos, sempre segundos antes do meio da noite.

Back to Wandering in the Berlin Night. We met another bar, this one on the side of Pankow, an audience still today of the working-class type of the late DDR – communist Germany. Com ele, passamos a conhecer muitos bons músicos que se apresentaram ao longo das últimas quatro décadas, sempre presente esta dupla “Madame&Polaco”. Estamos falando do “Speiches Rock & Blueskneipe”, na rua Raumer. Na foto, Carlos, from Moçambique-Berlim.

Carlos Delanane

Outro bar, este pelos lados de Steglitz, também aberto 24 horas por dia, com música ao vivo de vez em quando, é o Otto Schruppke, na rua Feurig, com gente bem diferente dos outros, mais locais. It’s the kind of the days of the Yankees who ruled this part of Berlin for more than 40 years. Our well-known musicians perform there from time to time.

Lógico que há muito mais bares com blues e rocks e jazz por esta Berlim sempre acordada. Tipo ainda por conhecer, como Yorchschloesschen, Terzo Mundo, Alt Stalker e tantos quantos. Os mais antigos, tipo Celtic Cottag, Acud, Soul Cat, Zosh e Zum Hecht. Outros meio escondidos, tipo o “Zum bohmischen Dor”, na rua Sander, onde é melhor chegar depois das dez da noite, principalmente nas noitadas musicais de quarta-feira. As fotos confirmam a presença do nosso amigo músico búlgaro, o Anto, ou Tonkata, ou sei lá o nome mesmo dele:

Anton Tonkata

Não podemos ainda esquecer do bar de música mais antigo, dos tempos dos americanos, na Bundesallee, desde os tempos dos norte-americanos, com música ao vivo todas as noites, sem cobrar ingresso, na maior. Quer dizer. Depois da Pandemia, acabou, fechou, finito. Ainda temos algumas fotos das antigas, agora que o Rickenbacker’s Music Inn virou um CD de lembranças:

Em compensação, temos descobertas novas, de outros tipos, mais locais, comportados, músicas de vez em quando, sem perder o espírito berlinense, tipo o “Rote Beete” (beterraba vermelha), na rua com uma decoração especial e cerveja checa de primeira no bem barato.

https://rotebeete.com

E os músicos que se tornaram amigos desta dupla “Madame & Polaco”? Before the first handshake – hug, in the Germanic style, takes even longer – Wir nannten sie beide, natürlich nur unter uns, mit Spitznamen wie Iuri, Ciganinho, Bráulio, Bonitona und so weiter. Na verdade, segue a lista, com a devida foto, dos mais próximos, hoje em dia, todos músicos amantes do blues, de forma amadora ou sonhadora do profissional do ramo, quem sabe uma noite dessas isto aconteça, tomada, vale o esforço deles e delas. São tantos e tantas. Entre eles e elas, Iuri, Angela, Carlos, Tom, Tim, Eva&Ed, Anto, Dimitri, Heinz, Andres, Lucas, Salah, Helmut, Leo, Kat, Julian, Kyria ..

Tob Chuey

Angela Cory

Ziska

Julian

Tom

Maria Eva & Ed Badelt

Kyra

Heinz Glass

Leo

Tim – Happy Dog Brown

Dimitry

Então, licença, tá. Continuemos, devagar, neste vagar pela noite de Berlim.

Tchau. Do widzenia. Bye. Auf Wiedersehen. Au revoir.

ATENÇÃO!

Todas as fotos são de minha autoria e podem ser usadas livremente.

All photos are for free use. If you want, put this:

Se for da sua vontade, pode citar assim:

Photo by Mamcasz


Perto de casa, aqui mesmo na quadra, tem três mercados. Um, mais caro, muito usado no cartão corporativo nos tempos de Lula-Dilma. Outro, tão caro, mas com produtos bons.  E, enfim, o mercado mais pobre, da turma das 400 – quem é de Brasília, sabe o que é isso. Bem no estilo carioca do subúrbio. Para mim, que já morei em Bonsucesso e na Tijuca, é o melhor dos três. É onde estamos agora.

Ao final das compras, na verdade quase nada, é mais pelo encontro, não tem mais sacola de plástico, cada qual com a sua bolsa debaixo do braço, na fila do caixa dos acima dos se senta – não, obrigado, senta você – chega o velho empregado que ajuda a embalar. Chega cantando, todo alegre. Cantando o que? Pois aqui começa a nossa prosa:

 

– Conheço esta música, meu amigo.

– É Cartola.

– Não.

Depois de várias jogadas, a fila da velhice, no mercado estilo subúrbio do Rio, afinal, os prédios de três andares, sem elevadores, nas 400, foram destinados aos empregados tipo ascensorista, faxineiro, contínuo e outros nobres obreiros que fizeram Brasília, mas sem direito a morar nos prédios das 100, 200 e 300 – todos com seis andares e oito elevadores, cada um.

– Bom, polaco, volte à prosa na fila dos velhos.

– Seguinte, gente. Ele está cantando uma música da Maria Bethânia.

Para que. Foi uma farra danada por parte dos velhos, senhoras e até duas senhoritas na fila porque são arrimo das avós presentes, alquebradas mas coerentes.

– Polaco sem vergonha. Conta outra.

– Posso falar?

– Um minuto!

– Nosso amigo aqui, auxiliar do mercado, gente fina, está cantando a música Loucura, do mestre gaúcho Lupicínio Rodrigues. A mesma música que eu estava ouvindo em casa, antes de escapar de Madame só para me encontrar com vocês aqui, e depois ali no botequim, pois então, a mesma música estava sendo cantada pela baiana Maria Bethânia.

Pronto. Recebo no ato o abraço da velhinha mais próxima, o sorriso da neta, e o reconhecimento do resto. A gerente, novinha, moreninha, a gracinha de nós velhos, só olhando, sorrindo, ela tem duas filhas pequenas, todos demos lembranças:

– Os tios não acham que está na hora de andar um pouco por aí?

– Sim, senhora!!!

 

No lado de fora, a conversa sobre Lupicínio Rodrigues continua, com a participação até do auxiliar do mercado, conhecido de todos, ajuda no carrinho até o apartamento das mais necessitadas e tudo. Pois todos trocamos informações, tais como:

1 – Discos completos só com músicas do mestre Lupicínio. Tem um da Adriana Calcanhoto, com 17 músicas. Outro com o Noite Ilustrada. Com Ayrton Montarroyos. Com o Roberto Menescal. A peça de teatro Vingança – o Musical, só com músicas do mestre dos pampas. Sem contar o disco Grandes Compositores – Lupicínio – Soft Orchestra.

– Chega, gente. Preciso ir.

– Ih. É mesmo.

– Tá com medo da Madame, Polaco? Volta …

– Ih. Esta música eu adoro na voz da Gal. Maior “Felicidade”, esta na voz do Caetano.

– Eu gosto da música do Lupicínio “Se acaso você chegasse”, na voz da Elza.

– Nervos de aço!

– Êpa, meu. Esta é do Paulinho da Viola.

– É o que você pensa, carioca vice de São Januário. Pois Nervos de Aço é do Lupicínio.

Foi assim. Até que cada velho, ou jovem senhora – somos educados – foi saindo, devagar, por suposto, mas todos cantando, cada qual a sua música predileta do grande Lupicínio.

Chego em casa, desta vez sem parar no boteco, mais do que atrasado, sabe como é…

– Estava onde, polaquinho?

– Agora não posso falar.

– Por causa de que?

– Alexia!!!

– Sim, meu polaco.

– Toque tudo do Lupicínio Rodrigues.

“Se acaso você chegasse no meu chateaux


Encontrasse aquela mulher que você gostou.


Será que tinha coragem de trocar nossa amizade


Por ela, que já lhe abandonou?”

– Alexia!!!

– Quié?

– Muda!!!

E Madame:

– Acho bom!

Em Brasília, 08h54m desde 01/02/23. Ah. Este post vai para meu amigo de Alegrete, o gaúcho escritor e viajante, o Marçal Alves Leite. Com o adendo, velho gremista:

– A penúltima faixa do disco “Loucura”, da Adriana Calcanhoto, só com músicas do Lupi, pois então, a penúltima é justamente o Hino do Grêmio, escrito justo pelo Lupicínio Rodrigues.

Até a pé nós iremos

Para o que der e vier

Mas o certo é que estaremos com o Grêmio

Onde ele estiver.”

Então tá, né.

Inté e Axé!!!


Já está nas bancas de jornais (?) nosso novo livro. A Berlim do Pandemônio também pode ser lida no formato e-book (?) nas principais distribuidoras, em todo o mundo. Ou encomendado para impressão. Assim, economizamos papel. Outra coisa: as trinta primeiras páginas podem ser lidas, totalmente de graça. Basta clicar no link (?) abaixo, do Clube de Autores. Que mais? A Sinopse do livro, a original, adiantamos aqui:

Um grito no pé da orelha

Nosso diário íntimo nesta Berlim do Pandemônio foi escrito pela dupla de risco Polaco & Madame, por termos mais de 70 anos de Ida, aliás, bem vivida.

Ele mostra o que acontece com a gente nos meses de março, abril e maio do ano do Rato, 2020, enquanto confinados em Berlim.

Continua nos meses de setembro, outubro e novembro do ano do Tigre, 2022, na mesma Berlim, agora na condição de libertos.

O espaço do tempo (junho de 2020 a setembro de 2022) passado em Brasília, totalmente presos, preferimos deixar no modo silencioso. De fato, ainda continuamos na  insegurança e inquietude em cima do infindo porvir cheio de pânico e incerto medo, certo?

 Justo Berlim porque é nosso pouso rotineiro nos últimos tempos, na verdade desde antes da queda do famoso Muro que dividiu, por mais de meio século, esta capital do Ano Zero, assim chamada por causa da quantidade de vezes históricas em que caiu de quatro, completamos agora, com a volta, na procura dos bares e amizades, algumas desfeitas na insistência do Pandemônio.

O reencontro, depois de dois anos passados reclusos, em Brasília, dos amigos nos mesmos bares que ficaram fechados por quase 800 dias,  em Berlim, isto não tem preço, e  isto procuramos descrever exatamente como aconteceu, repassado no mesmo dia ao manuscrito, aqui para esta Berlim do Pandemônio.

Que esta nova leitura sirva de comparo de comportamento na batalha adotado pelos arianos, lá, e por nós, ladinos, cá. Eduardo Mamcasz & Cleide de Oliveira, somos sobreviventes em união instável desde 1980. Já passamos por mil e um riscos. Alguns exemplos:

1 – No começo do namoro, há mais de 40 anos,  despencamos de carro na cachoeira do rio das Almas, interior de Goiás, numa madrugada de lua cheia. Sim.

2 – Quando explode a usina nuclear de Chernobyl, esta dupla de risco estava a poucos quilômetros da fumaça que se espalhava pela Europa Ocidental.

3 – No então lento trem, de longa distância, no interior da China, compartilhando os beliches no imenso vagão, éramos os únicos brancos, justo no dia em que  o piloto do avião espião ianque derruba o avião chinês, e por isso o agente comunista nos confunde, exigindo uma forma de contar rápido, para os demais passageiros, que somos brasileiros. Aí, mudou.

4 – A pé, meia noite, na travessia da ponte fronteiriça entre a Guatemala – chegamos de ônibus – e o México,  passamos pelos guardas ávidos por uns dólares, até pegarmos o lotação lotado para o centro da cidade indescritível.

 5 – Passamos sete meses longe de Brasília, no vagar sem destino, Do Alasca a Jerusalém – rendeu uma série de livros – pena que o tempo voa rápido, sempre no sentido da volta.

6 – No rio Ganges, na Índia, na mesma canoa, vemos o guia beber a água com as mãos, enquanto um cadáver, amarrado nos bambus da derradeira jangada, sem condições de pagar a cremação, passa por entre nossos dedos incrédulos na mente.

7 – Lógico que contamos com momentos incríveis na lembrança, tal comer poeira, de carro, no interior do Alasca ou, na então Leningrado, Rússia, dezembro, andar a pé por cima da água do mar, por conta dos 20 graus Celsius negativos.

Então, siga o nosso relato, por vezes mórbido e cruento, desses Dias de Ira em que relatamos a nossa insegurança e inquietude do por vir.

No ano do Rato, 2020, fomos a Berlim em março e voltamos a Brasília em junho, fazendo tudo na hora errada, até porque voltamos do Piso, lá, ao Pico, aqui.

No ano do Tigre, 2022, voltamos para Berlim, na fase de liberação coletiva, depois de dois anos, parecidos com séculos, morrendo de medo de sermos dois entre os quase 700 mil mortos pela Covid no Brasil.

Boa leitura a todos os nós confinados, ditos libertos, que enfrentamos o mesmo vírus lazarento, morfético, filho da puta, dito no início nascido dos morcegos lá na China,  e que na verdade matou, de verdade, milhões ao redor do mundo. Pior. Ainda continua matando, mas sem a mesma intensidade. É o que todos esperamos, mas sem uma certeza total.

Portanto, nós somos uns privilegiados e temos direito ao grito retido desde dezembro de 2019, hoje explodido:

– E S T A M O S V I V O S ! ! !

Pois agora, se quiser ler as primeiras trinta páginas do livro A Berlim do Pandemônio, de graça, ou encomendar o mesmo, modelo e-book, ou mesmo impresso, clique abaixo:

https://clubedeautores.com.br/livro/a-berlim-do-pandemonio


Berlim Ano Zero – Diário da Pandemia

Fase virótica pós-pandemônica (11)

 

Não que Eu – POLACO, CONFESSE!!! – seja chegado. Aliás, juro que nunca o fui, jamais, never nem ever, em absoluto. Quer dizer. Cherei, cheirei, xeirei, ser rei, ser gay, sei, que seja, não fui. Mais. Sempre tem um mas.

Acho-me nesta fase dita pós-pandemônica-virótica-sino, sim, sei que ainda não posso comemorar nem abraçar apertado a mina no pós-cruzar de olhares pseudo-fortuitos, com força, com brio polônico, ao realçar suspeito.

Estamos – Polaco & Madame, a dupla de risco – “Aqui em Berlim”, neste maldito trimestre com a coleira, desculpe, pulseira, não, tornozeleira mental a bisbilhotar cada sonho, remorso, enduvidada situação e tal.

Sorry. Preciso de um gole. De água? Não. Aqui, ela é muito calcárea. Estamos tão perto da vodka. Ai que saudades da minha avó polaca. Com raiz forte. Ah. Sorry por causa do quê? É que os sinos da igreja estão tocando. Sério.

morte

– Eduardinho!

– Quié, vó Sofia?

– Menino, você está tão estranho. E que coisas são essas com as folhas tão esquisitas que, só de olhar, está me dando uma zonzeira, doideira. Fale!!!

– Falar o que, vó polaca?

– Sei lá. Nem estava te escutando mesmo.

Mesmo assim, falo. Calo. Exalo. .

Eduardinho. É falo de falar ou falo deste teu negócio ainda tão pequeno?

– Vó. A mãe está aí por perto neste céu?

– Não. Está passeando com um anjo. Você conhece bem a Lola.

Então, falo agora. Estou aqui em Berlim, com Madame ao lado, no jeito de me olhar muito do parecido com o da avó, durona mas alegre, exigente em tudo, por isso mesmo eu nunca posso me descuidar. Mas agora eu falo o que sinto. Falo.

– O que?

– Nada!!!

Conta tudo!!!

– Para falar a verdade, vó da parte de mãe, EU POLACO CONFESSO que só dei uns golinhos, mas não traguei não.

Acontece que estou vendo aqui de cima você cercado de garrafas de vodka – me dê um gole – cervejas – outro gole – suco sei lá de que – não quero – mais uns biscoitos – de chocolate, é Eduardinho, não parece não. Me passe uns com estes galhos verdes esquisitos. Que folha é esta, meu neto? E você, está esquisito assim por causa de que mesmo? Falando enrolado. Ainda que você desde criança só o cachorro entendia o que você estava falando. Mas hoje você está mais esquisito, menino.

morte03

– Vó. EU POLACO CONFESSO. Comecei pela tal Cannabis, de quem nunca ouvi falar dela processada com Absinto. Ms não tô sentindo nada. Até agora.

Mas já sentiu.

– O que, vozinha.

– Vozinha uma ova, Eduardinho. E fale que nem polaco. Que vozinha mais fraca.

– Falo.

– Pare com esta sacanagem, meu netinho. Você vai ser padre um dia. Continue.

– Depois, dei um beijão de boca na Maria Joana e tomamos juntos um gole da Vodka. Mesma coisa. Sentindo nada. Daí, a mesma folha verde no vinho. Nadinha.

Eduardinho!

– Quié, vozinha Sofia.

– Pois eu bebi uns goles deste negócio que você me passou e estou sentindo uma porção de coisas, sim, menino.

– O que, vozinha?

– Não vou te falar. Você está muito menino para isso. Me passe outro biscoito de chocolate. Mas que gosto diferente, né? Que mais?

– Quero.

– Eu falei “que” e não “quer”.

– O que?

– Eduardinho. Você esta me deixando doidona.

– Maluca.

– Eduardinho meu netinho polaquinho queridinho. Maluca eu?

– Eu que não, vozinha, mas lembra quando a senhora só para me sacanear, antes de oferecer aquele prato gostoso, sempre fui guloso, me perguntava antes.

– O que?

– Eduardinho. Antes de pegar este prato me responda antes.

– O que, vó.

– Caso você estivesse morrendo de fome, morrendo mesmo, não de virus que ainda vai chegar um dia, mas caso você estivesse morrendo, mesmo, de fome, e tivesse que escolher uma dessas três comidas, qual você ia escolher?

– Quais?

– Ranho, cuspe ou bosta?

– Ai, vó, vou vomitar.

– É. Mas você sempre escolhia uma para não perder a gostosura da vovó.

– Qual.

– Falo.

– Não, vó. Agora, não. Tem gente abelhuda escutando nossa conversa.

fachada fechada predio berlim

Polaquinho me conte mais uma história daí em Berlim, pensa que não estou cuidando de vocês aqui de cima?

– Então eu … falo!

– Polaquinho. Assim não vai ser padre. Vai virar jornalista. Vai sim.

Vó. Fomos noutro dia, fugindo da prisão domiciliar pandemônica, no Rokão Pesadão do Cross Club. Uma fumaceira que Madame quase chama os bombeiros. E eu:

– Florzinha. Fica na sua. Na muda. De boa.

E Madame ficou, meu netinho?

– Nada, vozinha. Ela é que nem a senhora. Só faz o que ela quer. E não deixa fazer o que eu quero.

– Está muito certa a Cleide. Chama ela.

– Não chamo.

– Chama. Olha que eu falo.

– Deixa que eu falo com meu falo, vó.

Enfiim, fim da prosa serena e amena entre um netinho e a vozinha nestes tempos de solitária Pandemia Virótica.

– Eduardinho. Não me engane. Você não confessou porra nenhuma. Fale!!!

Falo. Eu de fato bebi tudo mas não traguei nada.

– Que mais, meu netinho que não vai ser padre um dia. Não vai mesmo.

– Não tô sentindo nada mesmo, vozinha.

– Nem eu, netinho.

morte01

#aquiberlim

#berlimanozero

#commeusolhosvesberlim

 


embaixada 5

Brasileiro no estrangeiro em tempos de coronavirus. Será que vai ter o mesmo tratamento daqueles levados de volta desde a China em avião presidencial da nossa Fabinha? Pois então, vamu lá.

Na primeira situação de risco, cá na Europa, este polaco e a madame, foi na explosão da usina nuclear então soviética de Chernobyl. A gente estava a uns 100 km do local. Agora, outra situação de risco, ainda que, voltando, no Brasil a situação não difere de cá.

Com visto de permanência até junho, residência garantida até lá, além da promessa de seguro viagem de que, excepcionalmente, atenderá neste caso pandemônico, a escolha nossa foi a de não regressar no momento, mesmo com a ameaça de fechamento. E daí?

Daí que em sendo brasileiros, temos a proteção de nossos funcionários itamaratecos, através do que aqui se chama BRASILIEN BOTSCHAFF. Será mesmo? Então, vejamos:

Comunicado da Embaixada do Brasil na Alemanha:

A Embaixada do Brasil em Berlim faz saber aos interessados, por meio da Comissão de Seleção designada pelo Embaixador (Nota do autor: na verdade é uma mulher, então, Embaixadora) do Brasil, que realizará processo seletivo para a contratação de 1 (um/a) Copeiro/a-Arrumador/a para Residência. Os interessados deverão remeter documentação, por via postal registrada, até o dia 20 de março de 2020.

embaixada 2

Ops. Desculpe é o cacete. Isto está sim na página coronática-pandemônica da Embaixada do Brasil aqui em Berlim. Na verdade, o anúncio valendo a partir desta quarta-feira, 18 de março de 2020, é o seguinte, preste atenção seu brasuka:

Em atenção às medidas de prevenção ao contágio pelo COVID19, o Setor Consular da Embaixada em Berlim, a partir do dia 18 de março corrente, quarta-feira, limitará o atendimento presencial apenas aos casos de comprovadas emergência e necessidade, que serão avaliados caso a caso e agendados com antecedência.”

Pois na parte resignada aos comentários tupínicos, cito o abaixo, embora não colocando o nome do patrício aflito aqui na Alemanha que não pode entrar na Embaixada do Brasil a não ser virtualmente. Diz ele:

Estamos tentando agendar online no Ausländerbehörde de Berlin para pedir o Visto de Estudante. Site diz que o agendamento está indisponível desde 28/02. E pessoalmente não aceitam, por causa do coronavírus. O que fazer? “

embaixada 1

Pelo sim, pelo não, a Embaixada do Brasil na vizinha Áustria que, nos tempos do Adolfo fazia parte da Germânia, colocou o seguinte alerta na página online:

Recomenda-se aos brasileiros de passagem pelo território austríaco que avaliem antecipar o retorno ao Brasil, a fim de evitarem ficar bloqueados em caso de novas restrições.”

Se acontecer alguma coisa com brasileiro aqui na Europa e precisar do ofício da Pátria Amada, as embaixadas ainda completam nos avisos quase fúnebres:

Tendo em vista a necessidade de adequação da Embaixada do Brasil em Viena para proteger a saúde dos consulentes e dos funcionários, informamos que a partir de segunda-feira, 16 de março, o Setor Consular funcionará exclusivamente em regime de plantão. O atendimento ao público será feito por telefone ou e-mail.”

E completo. Sem choro nem vela. Inté e Axé. E seja o que Alá-Jeová-God quiserem. Amém, uai.

embaixada

http://berlim.itamaraty.gov.br/pt-br/News.xml

https://mamcasz.com/2019/04/17/embaixada-do-brasil-em-berlim-e-atacada/


polaco doidao

O lixo, amigo, ele me sorri mais

Porque hoje é domingo.

Estou no domínio do mínimo mimo

Burguês.

Que nem a floresta –

Diz-me o mendigo

Na esquina doutra

Sedentária-Setembrina-Setentina-

Sedenta-Augustina-Estação-

Anciana voada

Pela Asa Sul

Do Ex-chão do dito Plano –

Nem o Divino Piloto ousa retocar.

Muito menos eu que continuo

Por entre gralhas do cerrado

E aratacas no devoro do fruto da Alva Paineira

No ponto mais inseguro do Devaneio da Mente .

Estou mais seguro na caminhada,

São nos dez mil metros que me garantem:

A Floresta é o mato, polaco,

Dentro do eu

De ti da

Pessoa presa defronte

Este Wifi infindo.

Enfim,

A floresta é a

Flor na fresta

De tua testa

Em festa contida

Nesta tela viciada

Tá?

Saia de ti, pessoa entalada,

Passe ao passo a passeio pela Floresta da Vida

Onde és, no mesmo do tempo,

Tanto o lobo bom

Quanto o chapeuzinho mau –

O bem e o mal

O mais e o menos.

Inté e Axé.

( Saída desta mente dormente ao final da caminhada e deste agosto de 2019 neste domingo dolente na conversa com o catador preto de lixo branco seguidos de perto pelo bem-te-vi traquino a caminho de volta para Berlim ).

polaco doidao 2ok

1) – O polaco, o mendigo e a bonitona:

https://www.mamcasz.com/2012/02/20/o-polaco-o-mendigo-e-a-bonitona-de-brasilia/

2) – O polaco banana:

https://mamcasz.com/2013/03/09/nova-caminhada-insana-deste-polaco-banana/

polaco doidao 3ok


#corrupção

Papo 02 – Eu esqueço minha “grana” em Brasília. Em Berlim, pego de volta?

Part 02 – I forget my “money” in Brasilia. If I’m in Berlin, will I get it back?

FOTO 1 A

Em Brasília, 19 horas. E assim começa o mais antigo programa de rádio do “Brasil Maravilha”. De chegada, sofro um golpe cibernético. Zeram meu Cartão Alimentação. E aí?

Em Berlim, 4 horas da madrugada. Largo a chave dentro do apartamento do Airbnb. Já no elevador, aterrorizo-me. Lá dentro, meu colete com 3 cartões de crédito e os euros. E aqui?

Pois vamos assim para este primo papo reto entre o pensar germânico e o antagônico brazuka-portuga-latino, este famoso pela corrupção que vai do mendigo ao presidente.

In Brasilia, 19 hours. And so begins the oldest radio program of “Brazil Maravilha”. On arrival from Berlin, I suffer a cybernetic blow, here in Brasília. Anybody stoled all my Food Card. What’s up?

In Berlin, 4 o’clock in the morning. Key inside the Airbnb apartment. Already in the elevator, I terrify myself. Inside the flat, now without the keys, my vest with 3 credit cards and two thousand euros. And now?

Well, let’s go to this first, straight talk between the Germanic thinking and the antagonistic zuca-tuga-latino-ladino, this one famous for the corruption that goes from the beggar to the president.

FOTO 2 SUICIDA

Começo pelo relato de Berlim. Minha acompanhante nos últimos 40 anos esquece o colete com três cartões de crédito e débito internacionais, mais 2 mil euros em espécie (legalmente declarados, no conjunto, na saída em Brasília e na entrada na quase Europa, em Lisboa, a caminho de Berlim). A gente, a caminho do aeroporto de Tegel, madrugada, sem tempo de chamar a host do Airbnb, de origem russo-polônica. Desespero? Não. Realidade. Vamos em frente para ver no que vai dar. As chaves tinha sido deixadas dentro do flat, conforme o combinado, em cima da mesa e ao lado de um bilhete carinhoso e um presente tupiniquim ligado à caipirinha.

Continuo pelo relato em Brasília, depois eu volto para Berlim. Uma semana depois, em casa, capital do Brasil, famoso pelo maior caso de corrupção de todo o mundo, não podia dar outra. Vou ao supermercado para as recompras. Ao caixa, a surpresa. Meu Cartão de Alimentação, Green Card, com saldo acima dos R$1.500,00, economizados, estava simplesmente zerado. Desespero? Não. Realidade brasileira. Registro na política online, nas nuvens, e nos sites da Cielo e do Grupogreencard e na puta que pariu. Sorry. Continuo pretensamente calmo. Afinal, estou de volta ao meu Brasil-Brasileiro-Inzoneiro, onde até o troco ínfimo tem que ser conferido no ato.

FOTO 3 BULOW 01

De volta a Berlim. Quer dizer, Lisboa. Por conta da corrida na confusa baldeação da TAP para Brasília, que exige dez minutos em ônibus lotado, dentro do aeroporto, filas alfandeguísticas, longa caminhada por entre as lojas ditas free e, enfim, dez horas depois deste segundo ato, em casa, Brasília, reabrindo o Whatsapp com a seguinte resposta da por mim chamada “máfia russa”, dona do apartamento alugado na capital do Império Germânico, mais luterano que católico e muito menos ladino, ops, latino, vamos à mensagem, literalmente, sobre o acontecido:

“Hallo Eduardo. Ok. No problem. I will take care of it. Don’t worry!”

Algumas horas depois, chega outro Messanger direto ab Berlin to Brasília:

“Hallo, Eduardo. Everything was there: 3 Credit Card, Passcard, a Key and 2000Euros.”

FOTO 4 BULLOW 02

Pois relato então o lado ladino do meu Cartão Alimentação zerado por obra de quem será, tenho os locais das três compras efetuadas, sem a minha senha, sem o meu cartão, apenas com o natural sem-vergonhice que assolada esta Pátria Que me Pariu, vulgo P.Q.P. Por enquanto, a robótica resposta ao fato apresentado:

“O Grupo Green Card agradece pelo seu contato. Faremos o possível para responder o mais rápido possível.” Pois aguardemos. Oremos. O futuro do nosso Brasil, a quem pertence? Sei lá, porra. Enquanto isso, retroco todas as senhas possíveis e impossíveis. De fato, dois dias passados, apenas, depois de uma série de documentos assinados e mandados, a quantia volta para a conta.

Ao caminhar para manter a saúde física, a mental me alerta a cada curva. São trombadinhas, ladrões, hackers, de todos e em todos os níveis. Do pedinte ao mandante judiciário federal, passando pelo Pai de Todos, quem mesmo, onde está Ele?

– Ele está preso, babaca.

FOTO 4 BULLOW 03

Apesar deste lero que se alonga, adendo dois fatos correlatos. O primeiro, na então comunista República Tcheco-Eslováquia, hoje simplesmente Chéquia. Cidade de Kutna Hora. Minha namorada, atual companheira, esquece debaixo do colchão o colete com 2 mil dólares e os cartões de crédito. Já na Áustria, Viena, casa de um ainda amigo, morando agora em Brasília, pois ele telefona para lá e:

– Hallo. Meus amigos esqueceram umas coisas neste hotel.

– Número do quarto, dia da hospedagem, local exato onde foi deixado.

– Room número 38, debaixo do colchão, lado esquerdo de quem estiver deitado.

– Um momento, vamos verificar.

Hallo?

– Pois sim.

– Encontramos. São dois cartões em nome de … e dois mil dólares vivos. Vamos guardar no cofre do hotel. Quando vão vir buscar?

– Primeiro eles vão ter que tirar novos vistos na Embaixada.

– Tschuss.

FOTO 6 B

Segundo, acontecido há alguns meses, numa das voltas a Brasília. Atendo o telefone, uma pessoa me chama de tio, fala o nome do meu sobrinho, que mora nos Estados Unidos, fala igualzinho, não fale para ninguém, estou chegando de surpresa, mas o carro alugado em Belo Horizonte está enguiçado aqui perto de Cristalina e preciso de dinheiro para o mecânico e pode mandar a ordem na conta, espera um pouco, vou passar para o dono da oficina, a bença, tio. Resultado. Caí de pato.

Na sequência, estilo ladino-latino-tupinico-brasílico, embora morador na Capital do Brasília, com profissão respeitada, faço registro na Polícia Civil do DF, online, internet, coisa de Primeiro Mundo. Tudo escrito: nome, cpf, número da conta e banco e agência e cidade onde foi depositada a grana roubada-ludibriada. Depois, pelo telefone do banco Itaú, registro o fato, para pelo menos alertar sobre o grupo que dá golpe a partir da cadeia, usando conta de laranja. Vamos às soluções:

1 – Email da Polícia Civil Online. Lamentamos não dar sequência ao registro porque o depósito foi feito numa agência fora do Distrito Federal (Brasília). Favor comparecer pessoalmente à delegacia mais próxima da sua residência.

Resultado. Fui à primeira delegacia de Brasília, capital do Brasil, no bairro de classe média aprimorada e me acontece o seguinte, em lá chegando. Desculpe, estamos sem Internet. Mas eu quero apenas registrar uma ocorrência. Nada feito. Volte amanhã. Voltei. A Polícia tinha entrado em greve. Foi coisa de uns três anos. Dancei. Pronto.

2 – No pronto atendimento do banco comercial, o maior do Brasil. O senhor aceitou? Lógico que sim, mas fui enganado. Então, nada podemos fazer. Eu sei disso. Estou telefonando apenas para que vocês fiquem de olho nesta conta tal, do fulano de tal, na agência tal, que pertence a uma quadrilha que age de dentro da cadeia. Apenas para que vocês prestem atenção.

– Infelizmente, meu senhor, nada podemos fazer.

FOTO 7 C

Então, encerro. E aí? Berlim ou Brasília? Pode comentar. Sei que em Portugal está tendo golpe por demais com os brazucas exilados pelo aperto econômico. Mas aí não sei porque só passo correndo. Já chega o pau brasil e a cana de açúcar e o ouro e o dinheiro dos escravos que os portugas levaram do nosso Pindorama. Fico hoje por aqui mas depois eu volto com mais Alemanha, 7 – Brasil, 1.

Heil! Tschuss. Inté! Axé!

Não perca o próximo episódio:

03 – Quantas “tias” cuidam de “uma” criança em Berlim? Em Brasília…

03 – How many “aunts” care for “one” child in Berlin? In Brasilia…

FOTO 8 CRIANCA


Cap 00

cap00 berlinphoto

Berlim – antes e depois do tal do Cristo

Hello.

From today, you will see here, with my eyes, connected with those of History, since when there was this Berlin that, long before the pretended jump to the capital of Greater Germany, moreover, completely destroyed than in many other times, in these two and so many millennia, for then, we shall see this city that was born Slavic, turned Sorbian, Roman, Austrian, and, finally Germanic-German-Deutch.

Olá.

A partir de hoje, verás aqui, com meus olhos, ligados nos da História, desde quando existe esta tal de Berlim que, muito antes de pretenso salto para a capital da Grande Germânia, aliás, soterrada que nem em muitas outras vezes, nestes dois e tanto milênios, pois então, veremos-leremos-teremos-seremos esta cidade que nasceu eslava, virou sorábia, romana, austríaca e, finalmente, germânica-alemã-deutch.

The idea of this series, which will be part of the ebook “With my eyes you will see Berlin”, is to point out two apparently opposing links that trace the destiny of this imperious capital: on the one hand, the primitive Celtic curse of the Berlin Schulusstrich – Final Point, and , on the other side, the “Berlin Stundnull – Year Zero” to which she is always bound to recommence, over the centuries of victories and defeats, both of them overlords.

A idéia desta série, que será parte do ebook “Com meus olhos verás Berlim”, é apontar dois laços aparentemente opostos que traçam o destino desta capital imperiosa: de um lado a maldição quiçá céltica primitiva do “Berlin Schulusstrich – Ponto Final”, e, do outro oposto, a “Berlin Stundnull – Ano Zero” a que ela é fadada sempre a recomeçar, ao longo dos séculos de vitórias e derrotas, ambas acachapantes.

So, let’s follow together the next chapters of this Great Berlin that once was small, in another huge, and, more than once, reduced to wreckage then heaped together in what can be called today false hills swinging upon of the marshy land cut by rivers, lakes and canals, to the delight of the 60,000 inhabitants in the sixth century, or over 3 million, in this twenty-first century. Let’s move on?

Então, sigamos juntos os próximos capítulos desta Grande Berlim que um dia já foi pequena, noutro enorme, e, mais de uma vez, reduzida a destroços em seguida amontoados no que se pode chamar hoje de falsas colinas balançando em cima do terreno pantanoso cortado por rios, lagos e canais, para deleite dos 60 mil habitantes, no século VI, ou acima dos 3 milhões, neste século XXI. Vamos em frente?

Próximo Cap 01: Berlin – the first Stund Null

Próximo Cap 02: Berlim – megalópole com 60 mil habitantes

#stundnull #berlimanozero

https://www.youtube.com/watch?v=X279madStHQ


paris monnaie by mamcasz

Voila my 15 “seconds” of international fame. The name of this polish from Ponta Grossa, unpaved street, no sewage or treated water wholesale piá of worms, killed by constant hunger thin polenta, just out on the sign of the Mint in Paris. It’s nothing, it’s nothing, but it is almost everything. I just sinned by pride hunger for fame. Sic transit gloria mundi, do whatever. A bientôt, brown tupiniquim tribe. Au revoir.

paris monnaie ok

Voilá meus 15 “segundos” de fama internacional. O nome deste polaco de Ponta Grossa, da rua sem calçamento, sem esgoto nem água tratada, piá atacado de verminose, da fome matado pela constante polenta rala, acaba de sair no letreiro da Casa da Moeda em Paris. Não é nada, não é nada, mas é quase tudo. Acabo de pecar pela soberba fome de fama. Sic transit gloria mundi, fazer o que. A bientôt, parda tribo tupiniquim. Au revoir.

paris monnaie 03 by mamcasz

Voila mon 15 “second” de renommée internationale. Le nom de cette polonaise de Ponta Grossa, rue non pavée, ni réseau d’égout ou d’eau traitée Piá gros de vers, tué par la faim polenta fine constante, vient de sortir sur le signe de la Monnaie de Paris. Ce n’est rien, ce n’est rien, mais c’est à peu près tout. Je viens de péché par orgueil faim de gloire. Sic transit gloria mundi, faire autre chose. A bientôt, tribu de Tupiniquim brun. Au revoir.

http://youtu.be/B_JIK8rYERo


I root for Germany. The owner of the apartment where I always stay in Berlin, root for Brazil. In Firm where I obro, in the afternoon, in Brasilia, I put the flag of Germany, lonely, in the sea of ​​green-yellow flags. Enough to skewed glances, top, side and bottom of obtuse minds. Lack of education is that. What?

Copa do Mundo no Brasil – Falta geral de Educação.

Eu torço pela Alemanha. O dono do apartamento onde eu sempre fico em Berlin, torce pelo Brasil. Na Firma onde eu Obro, na parte da tarde, em Brasília, eu coloco a bandeira da Alemanha, solitária, no mar de bandeirolas verde-amarelas. O suficiente para olhares enviesados, de cima, do lado e de baixo das mentes obtusas. Falta de Educação é isso. Que mais?

Weltmeisterschaft in Brasilien – Allgemeines Mangel an Bildung.

Ich verwurzeln für Deutschland. Der Eigentümer der Wohnung, wo ich immer in Berlin, Wurzel bleiben für Brasilien. In Unternehmen, wo ich Obro, am Nachmittag, in Brasilia, habe ich die Flagge von Deutschland, einsam, im Meer der grün-gelben Fahnen. Genug, um schiefe Blicke, oben, seitlich und unten stumpfen Köpfen. Mangelnde Bildung ist, dass. Was?

Confiança mútua. Entro no apartamento, na Uhlandstrasse, em Berlim. Pago o acertado. Sem qualquer tipo de caução-depósito-garantia. É no antigo fio do bigode. Educação é isso.

Ao final de mais uma estadia, deixo o apartamento mais limpo do que encontrei, tarefa, aliás, difícil. Coloco as chaves em cima da mesa, escrevo um bilhete amigável, retribuo o mimo de boas-vindas, e me saio de volta para as terras tupiniquins. Educação é isto.

Capítulo I. Isto é Educação.

Alemanha goleia Portugal. Mando para o Friedrich o seguinte e-mail:

Hallo Nerjes.

Zunächst herzlichen Glückwunsch an das große Spiel Deutschland gegen Portugal. Wir sahen in der Botschaft hier in Deutschland brasilien hoffe, nicht nur Deutschland und Brasilien im Finale des World Cup. Danke für den Aufenthalt in der Uhlandstraße, es war alles sehr gut. Bis zum nächsten.

Olá Nerjes.

Em primeiro lugar, parabéns pelo ótimo jogo da Alemanha contra Portugal.Vimos na Embaixada da Alemanha, aqui em Brasília. Só esperamos não ter Alemanha e Brasil na final desta Copa do Mundo. Obrigado pela estadia na Uhlandstrasse, Berlin, foi tudo muito bom. Até a próxima. Eduardo Mamcasz

Capítulo II – Isto é Educação.

Brasil passa às quartas de final ao vencer, nos pênaltis, o  Chile. Recebo do Friedrich o seguinte e-mail:

Hallo Mamcasz.

Herzlichen Glückwunsch zum Einzug ins Viertelfinale. Das ja echt ein Krimi. Ich war über die Stärke der Bolovianer überrascht. Lassen wir das Sommermärchen weitergehen. Ihnen noch einen schönen Sonntag und Ihrer Mannschaft viel Erfolg. Mit freundlichem Gruss. Friedrich Nerjes.

Parabéns às quartas-de-final. Isso sim foi realmente um thriller. Fiquei até surpreso com a força bolivariana do Chile. Continuemos neste conto de fadas de Verão. Tenha um bom domingo e sua equipe brasileira todo o sucesso nesta Copa do Mundo Com os mais amigáveis cumprimentos

Capítulo Final. Isto sim  é falta de Educação.

Pois vamos aos fatos antes do Apito Final.

Copa do Mundo no Brasil. Falta geral de Educação nos barracos, escolas,  ruas,  estádios e nas cabeças torcedoras.

Marmanjas pessoas usando o  espaço de cadeirantes-cativos.

Toneladas de lixo jogado nas ruas,  praias, arquibancadas, bares e lares.

Prostituição de montão no chamado turismo sexual.

Exclusão social. Desvio de verbas oficiais para a a construção de estádios-arenas-fantasmas.

Uso político-eleitoral deslavado sem levar qualquer cartão amarelo-vermelho.

Chega, né?

 

Brazil versu Germany by Mamcasz

Se quiser, vamos para os pênaltis.


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Ihre Hitler in meinem Berlin

Agora, falando coisa com coisa. Desde os tempos do Muro de Berlim que eu visito esta cidade vencedora, derrotada, dividida e agora, novamente, vitoriosa. Ao longo do tempo, as mentes que pela cidade rodam numa alta qualidade de vida, mudam de conceito.

De eterno sobrevive a solida obediencia germanica. A mesma obediencia cega que levou o povo a aplaudir um maluco, entao Salvador da Patria expoliada depois da Primeira Guerra Mundial.

Acontece que Adolf Hitler, nome e suastica proibidas por lei de serem expostas no sentido da propaganda, continua vivo.

Esta a primeira diferenca notada por mim ao longo dos tempos e das viagens a esta Berlim eternamente verde.

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Berlim permaneceu dividida em quatro pedacos na ultima metade de seculo. Sinais que ainda perduram e se esvaem aos poucos. Sovieticos, Americanos, Ingleses e Franceses.

Os franceses, estes, alias, olhados de soslaio porque, por exemplo, na famosa Ponte Aerea dos Aliados para salvar Berlim do cerco sovietico, bom, os franceses, ditos aliados, participaram com nenhum aviao porque, disseram, estavam todos eles sendo usados para matar vietcongs na Hindochina, de onde, a exemplo dos gringos, depois, foram escorracados, antes.

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Minhas conversas com Hitler em Berlim

Base principal do livro que estou terminando, esta viagem a Berlim faz parte dele, na verdade dele fazem parte tres series. Pela ordem historica: Parte I – A Alemanha Derrota. Parte II – A Alemanha Dividida. Parte III – A Alemanha Vitoriosa.

Importante, portanto, estas minhas conversas com o Adolf Hitler. Afinal, ele foi de fato o lider do povo germanico, alemao, teutonico. E se fizeram precisos os encontros com ele, nos dias de hoje, em que estariam os nazistas de volta, tais quais os comunistas.

Ponto Um. Hitler era adorado pelo povo. Tal qual qualquer dos outros salvadores dos tempos de ontem, hoje ou depois do amanha. Hitler, Stalin, Mao ou qualquer um dos caudilhos latino-americanos ou ditadores africanos.   Todos eles possuem o marqueteiro Goebels e se merecem. Este, o fato.

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E onde estaria a Alemanha derrotada? O tema pode ser visto de maneiras diferentes, dependendo das cartas guardadas nas mangas nos museus dos ditos aliados, ou invasores.

Tem o Museu Russo-Germanico, que nao fala dos estupros dos soldados sovieticos e nem do sistatico assinato em massa, nos campos de concentracao na Siberia, dos nazistas que nao conseguiram escapar a tempo para o lado ocidental onde, muitos, foram inclusive promovidos a governantes.

Tem o Museu dos Aliados, dos Estados Unidos, onde a visao se difere. A mesma coisa nos museus da Stasi, da DDR e tal.

Mas, a pergunta continua calada. Alemanha derrotada, por que?

Exemplo maior. O bunker onde Hitler se matou e o corpo dele, junto com o de Eva, mais Goering e Goebels, foram queimados, hoje representa apenas um terreno baldio, servido de reles estacionamento. Tudo para esquecer de vez do Hitler.

????????A verdade. O povo continua visitando o local, onde existe uma placa com as informacoes basicas do fato. Assim parece que teria se finado o lider do movimento nacional-socialista alemao. Nem tanto.

Continuando na pesquisa que nesta viagem rendeu muito mais do que nas outras pelo seguinte. Nota-se uma diferenca. Existem mais imagens de Hitler e da suastica nos dias da Alemanha de hoje.

Na rua Wilhlem, que foi o centro do poder nazista.

Na exposicao sobre o socialismo 1930-1945, que apreciei numa exposicao dentro do Ministerio do Trabalho e Acao Social, no mesmo predio ocupado pela turma do Goebels, o maior marqueteiros da historia, ainda hoje copiado por todos os governos.

O mesmo Hitler pode ser visto hoje na exposicao, no lado externo do atual Ministerio das Financas, predio enorme, 2 mil salas, o mesmo deixado intacto pelo poderoso ministro da Aeronautica, o Goering.

Nos museus todos – Historico, Russo, Aliado, DDR e tal. No antigo capitalista Story of Berlin, na Kudam, feito pelos ocidentais, na epoca do Muro de Berlim. Ou entao no Museu enorme, ao ar livre, num dos campos de aviacao deixados pelos nazistas e ocupados pelos aliados ate que um dia o muro caiu e a Alemanha volta a ser uma.

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Pois entao, pronto para a redacao final, parte I, do livro A Alemanha Derrotada, das minhas conversas com Hitler, nesta minha enesima viagem a Berlim, percebo o seguinte, tomando cuidado nas palavras:

Da Historia Nazista, em Berlim, ressuscita mais coisas do que o massacre dos Judeus.

Agora, tem momumentos para os Ciganos tambem massacrados.

Os gays, alemaes ou nao.

E nota-se, a partir de um tempo, na nova Alemanha, numa limpeza de mente e do enorme complexo de culpa do povo inteiro, um novo entender.

Alemaes tambem foram massacrados pelos nazistas e aos milhares.

Pouco se fala no Museu da Eutanasia. Mais de cem mil alemaes, doentes ou incapacitados, fisicos e mentais, forma simplesmente mortos pelos doutores medicos que continuaram, depois da guerra, clinicando normalmente. Aos familiares dos eutaniasados, o reconhecimento ainda nao chegou.

Tem ainda as centenas de alemaes que foram fuzilados ou degolados porque atentarm contra o sistema nazista. De generais a estudantes. Da Rosa Branca ao General Staunberg. Estao sendo relembrados dentro do processo historico de revisao nazista.

Sem contar as centenas de campos de trabalho forcado, para alemaes ou nao, alguns deles sendo recuperados para efeitos de preservacao historica.

Enfim. Tudo isto, e mais um pouco, conversei neste minha viagem a Berlim, com o Adolfo Hitler.

Presente inclusive nos cartazes de rua. Nazistas no Congresso Europeu. Nazismo dos jovens das periferias do lado norte da cidade. Contra a nova leva de imigrantes. Principalmente de negros fugidos da Africa.

E assim, La Nave Nazista navega de novo.

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Gilberto Gil, Frei Beto, Clara Charf, Aldo Arantes and Valdir Pires tell where they were on March 31, 1964. The day that the Brazilian military staged a coup, overthrew the president, arrested thousands of people, with many of them tortured and even killed. This is a historical evidence of an era that is still alive in Brazil´s memory, albeit sad, 50 years after.

Golpe de 1964 – O Brasil Interrompido

Gilberto Gil, Frei Beto, Clara Charf, Aldo Arantes e Valdir Pires contam onde estavam no dia 31 de março de 1964. O dia em que os militares brasileiros deram um golpe, derrubaram o presidente, prenderam milhares de pessoas, com várias delas torturadas e até assassinadas. São testemunhos históricos de uma época que continua viva na memória brasileira, ainda que triste, 50 anos depois.

Clique abaixo para escutar na íntegra:

https://soundcloud.com/mamcasz/golpe-de-64-o-brasil

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Foto de Gervásio Batista
(1968-atriz Vaja Orico ajoelhada na frente do comboio militar).

Coup d´Etat – Brésil arrêté

Gilberto Gil, Frei Beto, Clara Charf, Aldo Arantes et Valdir Pires disent où ils étaient le 31 Mars, 1964. Le jour où l’armée brésilienne a organisé un coup d’Etat, a renversé le président, arrêté des milliers de personnes, beaucoup d’entre eux torturé et même tué. Sont des preuves historiques d’une époque qui est encore vivant au Brésil, quoique triste, 50 ans après la mémoire. La radio-document dans la langue originale, le portugais au Brésil.

Tec/ Vinheta Abertura Trocando em Miúdo

Loc- 1964. É sucesso. Minissaia. Jovem Guarda. Ligas Camponesas. O Fino da Bossa. Reformas de Base. Gordini e Moustang. E Rua Augusta, na voz de Roni Cord (*músico da Jovem Guarda).

Tec/ Trecho música Rua Augusta.

https://www.youtube.com/watch?v=OByqAxGeW84&feature=kp

Loc/ 31 de março. Madrugada. O governador de Minas Gerais (*Magalhães Pinto) começa três operaçoes simultâneas: Silêncio, nas Comunicações. Gaiola, para as autoridades. E Popeye, deslocamento de tropas.

Tec/ Slogan da música Era um garoto, que como eu, amava os Beatles e os Rolling Stones.

https://www.youtube.com/watch?v=OByqAxGeW84&feature=kp

Colpo di Stato – Brasile Arrestato

Gilberto Gil, Frei Beto, Charf, Aldo Arantes e Valdir Pires dire dove si trovavano il 31 marzo 1964. Il giorno in cui l’esercito brasiliano ha organizzato un colpo di stato, ha rovesciato il presidente, ha arrestato migliaia di persone, con molti di loro torturati e persino uccisi. Sono prove storiche di un’epoca che è ancora vivo in Brasile, anche se triste, 50 anni dopo memoria. La radio-documento è in lingua originale, portoghese in Brasile.

Loc/ Primeiro de abril. Madrugada. Forças Armadas dominam a situação. Exigem a renúncia do presidente. (*João Goulart).

Tec/ Bg

Loc/ Dois de baril. Madrugada. O Congresso Nacional decide. O Brasil está sem presidente. Começa a ditadura.

Tec/ Trecho música Bob Marley na versão “Não chore mais”, com o Gil: (Amigos presos, amigos sumidos assim… pra nunca mais).

http://letras.mus.br/gilberto-gil/46223/

Loc/ Cidadão Gilberto Gil. Onde o senhor estava no dia 31 de março?

Voz Gilberto Gil: Tinha uns dois ou três dias, a gente sabia, principalmente nós, estudantes que tinham militância direta nos Centros Acadêmicos e tal. Porque nós nos mantínhamos muito informados. Estava todo mundo ligado nas rádios, nas agências de noticias. As redações dos jornais estavam ligadas direto com as lideranças estudantis e tal. Então, eu me lembro que na noite anterior eu tinha estado na casa da minha noiva Belinha…

Amigos presos, amigos sumidos assim…

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Cidadão Frei Beto. Onde o senhor estava no dia 31 de março?

Voz Frei Beto: No dia primeiro de abril de 64 eu me encontrava num Congresso Latinoamericano de Estudantes, em Belém do Pará. Quando se soube do golpe, o congresso se desfez. Cada um de nós procurou retornar a seu lugar de origem. Eu não consegui embarcar imediatamente de volta para o Rio de Janeiro, onde eu morava. Fui me esconder na casa do arcebispo de Belém. Depois, na casa de um representante da Ação Católica. Eu pertencia à Ação Católica (*Comunidade Eclesial de Base e Juventude Estudantil Católica). Eu não tive medo. Eu tive preocupação pelas poucas notícias que chegavam a Belém, dando conta que no Rio, São Paulo e Belo Horizonte havia movimentação de tropas, havia prisão, havia torturas, havia mortes…

http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/pagina/frei-betto.html

Tec/ Bg música amigos sumidos assim….pra nunca mais…

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 Cidadã Clara Charf (* casada com o guerrilheiro Carlos Marighela, morto em 1969 pelos militares).

Onde a senhora estava no dia 31 de março?

Voz Clara Charf: Como a gente sentia o clima de golpe, o Marighela e eu resolvemos sair do apartamento onde a gente morava. A gente morava no Flamengo (*bairro na cidade do Rio de Janeiro). Pegamos uma mala com algumas peças de roupa e saimos. E você sabe que a gente saiu pela escada e a policia subiu pelo elevador. E aí invadiu o apartamento. Fizeram toda a destruição. Não nos prenderam naquele momento. Um mês e nove dias depois do golpe, eles atiraram no Marighela. O Marighela entrou num cinema, para se proteger, eles entraram no cinema, deram um tiro nele, quase mataram ele ali, na hora. Ele reagiu, foi preso. Eu tive que passar para a clandestinidade completa. Logo depois cassaram meus direitos políticos, como eu te disse antes. Nós passamos a viver absolutamente perseguidos. Este era o clima daquela época, né. Muitas mulheres e muitos homens começaram a se organizar para resistir, porque era humilhante, era vergonhoso, era criminoso o que estava acontecendo no país sem você reagir.

Tec/ Bg música “amigos presos, amigos sumidos assim…”

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 Cidadão Aldo Arantes (*presidente da União Nacional dos Estudantes – UNE, na foto, o do centro).

Onde o senhor estava no dia 31 de março?

Voz Aldo Arantes: Eu estava nas galerias do Congresso Nacional e me lembro que gritei veementemente contra o golpe. Gritei das galerias do Congresso Nacional – golpe, golpe! Naquela época me lembro que alguns parlamentares, entre outros, Almino Afonso e Plinio Arruda Sampaio, articularam com a Segurança para que eu não fosse preso. Eu consegui sair, fui para o interior de Goias (* Região Centro-Oeste do Brasil). Fiquei um bom tempo. Aí, por volta de junho ou julho fui, juntamente com o Betinho, para o Uruguai.

Tec/ Bg música “amigos presos, amigos sumidos assim…”

Loc/ Madrugada. O Congresso Nacional decide. O Brasil está sem presidente. Começa a ditadura. Cidadão Valdir Pires (* Quando deu este depoimento, era ministro da Defesa, no governo do presidente Lula. Em 1964, era Consultor-Geral da República. Fugiu junto com o Chefe da Casa Civil, Darci Ribeiro). Onde o senhor estava no dia 31 de março?

Voz Valdir Pires: Nós fomos para o aeroporto as quatro da manhã. Três e meia para quatro horas, conduzidos pelo Rubens Paiva (* Então deputado federal, foi preso e assassinado pelos militares numa sessão de tortura e até hoje os restos mortais dele não foram encontrados).

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Continua Valdir Pires: Ele (Rubens Paiva) tinha inclusive já selecionado uma moita onde nós nos deitaríamos, durante a madrugada, para o dia amanhecer. Quando o dia amanhecesse, o avião obteria licença para fazer uma viagem até Anapolis (* cidade de Goiás perto de Brasília). Era um teco-teco de lona. Uma vez que seria autorizado para ir, como foi, para Anapolis, nós fomos na direção do Mato Grosso, na fronteira com a Bolivia. Lá nós chegamos, descemos no campo e lá ficamos aguardando outro avião, que levaria combustível para a continuação da viagem ate São Borja (* Cidade no interior do Rio Grande do Sul, onde já estava o presidente João Goulart, fugindo para o vizinho Uruguai). Mas este avião não chegou e como ele não chegou, nós nos dispersamos. E nós dormimos ali, na fronteira da Bolivia com o Mato Grosso.

Golpe de 64 – Brasilien gestoppt

Gilberto Gil, Frei Beto, Charf, Aldo Arantes und Valdir Pires sagen, wo sie am 31. März 1964 waren. Der Tag, der die brasilianische Militär putschte, stürzte der Präsident, Tausende von Menschen verhaftet, viele von ihnen gefoltert und sogar getötet. Sind historische Beweise von einer Zeit, die noch am Leben ist in Brasilien, wenn auch traurig, 50 Jahre nach Speicher. Das Radio-Dokument ist in der Originalsprache, Portugiesisch in Brasilien.

Tec/ Bg música “amigos presos, amigos sumidos assim…”

Loc/ Golpe de 64. O Brasil interrompido.

Tec/ Bg música tatatá-tá-tá, imitando rajada de metralhadora.

Tec/ Bg música “amigos presos, amigos sumidos assim…”

Tec/ Vinheta “É da sua conta!”

Tec/ Bg música tatatá-tá-tá, imitando rajada de metralhadora.

Loc/ Madrugada. O governador de Minas Gerais (*Magalhães Pinto) começa três operações simulâneas: Silêncio, nas Comunicações. Gaiola, para as autoridades. E Popeye, deslocamento de tropas.

Tec/ Vinheta “Trocando em miudo.”

Loc/ Forças Armadas dominam a situação. Exigem a renúncia do presidente. (*João Goulart).

Tec/ Bg música “amigos presos, amigos sumidos assim… pra nunca mais…”

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