Poesia



My program here today in Berlin. Museum of Sugar. Zucker Museum. Free. Path: U9-Strasse Amrumer and M-13 or M-50 (tram-best) stop Amrumer / Seestrasse. From the sugar cane from the sweat of slaves in the Caribbean and Brazil, to the beet sugar, which took Europe from dependence, to which neither the oil today.

Programa de hoje aqui em Berlim. Museu do Acúcar. Zucker Museum. De graça. Caminho: U9-Amrumer Strasse e M-13 ou M-50 (bonde-melhor) stop Amrumer/Seestrasse. Desde o açucar da cana do suor dos escravos no Caribe e no Brasil, até a cana de beterraba, que tirou a Europa da dependência, que nem a to petróleo de hoje em dia. Mas acabo vendo, parece que acabo de entornar, pois vejo  cenas de um canavial em Pernambuco-Alagoas que era, e ainda é, amesma coisa. Ou não?

As bebidas – rum, principalmente – estão presentes na sala dos destilados e nada da nossa cachaça. Esperneio, falo do livro que estou escrevendo “Minha Doce Caipirinha –mulher, açúcar, limão, é tudo uma cachaça só”. Pronto. Vou mandar uns espécimes antigos, através do Museu da Cachaça, Paraíba, Lagoa dos Carros, alô Olguinha, alô Ibiapina. Peço até o apoio dos Brasileiros em Berlim. Aliás, tem lá uma garrafa de cachaça com foto de Pelé, que sempre foi contra, né?

Nestas alturas já estou quase que no gargalo, quer dizer, no gargalho, de gargalhar, tem a ver com a pinga pingando na garganta? Até porque entrar aqui no Museu do Açúcar, Zucker Museum, é uma aventura, rua parada, do l;ado oposto o enorme terreno da Universidade de Medicina, um aviso rápido na porta pesada que precisa ser empurrada com força de macho, ou seja, deixa pro polaco aqui. Subo um andar. Nada. Ninguém. Subo o segundo andar. Toilettle. Oba. Tô quase pingando, nada ver com pinga, ou não? Vou direto. Saio satisfeito, balançando o vazio. Antes, dou uma bicada na cachaça que trago (boa idéia!)na mochila. Saio. Corredor. Eu, paro. Lei o cartaz. WC de homem, só no segundo andar. Foi só o tempo de puxar e fechar o eclair. Balançar, só no pensamento, cortado pelo olhar da matrona que acaba de chegar.

Volto para a exposição, tranquila pessoa, quase zen, esvaziado,  sozinho, pego a folha em inglês, um grupo de estudantes no professor-guia, meio que separada uma fraulein especial, tipo anjo azul, e eu, bem polaco, mais para mineiro, só no soslaio. No despiste, ainda vejo a foto que une, século retrasado, Brasil e Cuba no mesmo canavial de escravidão, podridão, corrupção, mas, em compensação, rum e cachaça, meu, de montão, ih, tô me sentindo meio animado no meio destas fotos todas de alambique e a frauleinzinha, meio de lado da turma, só me sacando.

Moral do lero: Tupi or not To be?

Eu quero mais é que o o açucar se dane, seja ele de beterraba ou de cana. Mais um bicota na minha garrafinha e crio coragem:

– Holla, mein liebn freulien.

– Holla, mein polaquinho.

Pronto. O zucker vira cachaço, pré-passo para cachaça:

– Ein brasilien, poet, jornalist, polaco, e um grande preparador de caipirinha. Vamu nessa?

E né que a Lili Marlene, assim ela se diz, vero Anjo Azul, topa conhecer a doce caipirinha do polaco aqui bom de bola? Agora, pessoa leitora, me dá um tempo, tá,  que depois a gente continua esta prosa. Saca só a foto da Lili.

– Hein?

– Nein, neim, não é contigo, mon amour, é com este bando que fica escutando a nossa conversa.

– Polaquinho, mande eles prá merda.

– Fraulein, mon xuxu, qué isso, sabe que cê tá certa. Vamu nessa?

– Antes, faz beicim, polaquim, faz, só prá mim:

– Fui!

– Vem!

– Hein? 


Estou em cá na KW, Instituto de Artes de Berlin, na abertura da Bienale, no meio dos malucos que promovem a Occupy Berlin Berlinalle e me aparece a placa alertando que o canto se trata do Bar da Democracia Líquida.

 Como bom polaco sou atraído no ato por esta tal de democracia, ainda mais no estado líquido. Acompanhe meu relato inda que parco:

– Hallo, Guten Tag, que tal?

– Olá, me responde Pablito, cuia de chimarrão na mão, erva mate de primeira, boa prosa, me oferece uma rodada, bá que lógico que aceito, sou paranaense, terra natal do herval, sítio do meu avô, num país já chamado de Contestado.

– Bah, que mentira, meu. Jo soy de la frontera  de Chile, me chame de gáucho, tome meu mate que te ofereço de coração, mas não desfaça a origem.

Levei o lero dos guaranis e os jesuítas, na foz do Iguaçu, e mais uns tantos porque pintou um cigarrinnho enrolado e lá pelas tantas, Pablito, cá em Berlim, aceita:

– Bah. Tu me garante então que o mate do chimarrão nasció en la província de Paraná, Brasil?

– Província é o Rio Grande do Sul!!!

Pois acompanhe então o que gáucho, tant este gáucho faz nesta Berlin Bienalle, no Bar of Liquid Democracy. Brizola se soubesse da ligação entre o chimarrão e a Cadeia pela Liberdade, daria estrondos.

O mate tem até um nome em inglês globalizado. Escuta um trecho do folheto:

“MetaMate is harvested by hand in the south-Brazilian primeval forests and …. bah, bah,bah.”

No original do panfleto oficial desta 7 Berlin Bienalle:

“MetaMate wird in den südbrasilianischen Urwäldern von Hand gepflückt und handwerlich weiterverarbeitet”.

Ou seja:

O mate nasce e cresce no sul do Brasil onde é colhido na mão em florestas primitivas…

Foi daí que convenço o Pablito que no Rio Grande do Sul só tem deserto, portanto, não tem herval e muito menos mate nativo para chimarrão, o que acontece somente na parte leste do Paraná.

 Outro trecho porque este mate está me deixando maluco:

“MetaMate tries to implement the principles of transparency & participation on all levels.”

Moral do Lero:

Ficamos amigos na hora. Afinal, este é o princípio  da roda do chimarrão. Até porque tinha uma potranca nórdica fotografando a gente e o Pablito, bom ainfitrião,  me adianta a honra:

– Vai que é tua, Mamcasz!!!

Ah. Eles têm um site:

http://www.metamate.cc


Berlin, das westliche, kapitalistische, besetzt von den Vereinigten Staaten, Großbritannien und Frankreich, sagte die Gewinner des NATO-Paktes, hatte schon immer das Stück cracolândia in Nord-Kreuzberg, weil der Nachbarschaft befindet sich südlich der türkischen Einwanderer.
Haben Sie die andere Seite, die Kommunisten, die von der Sowjetunion, der Warschauer Pakt dominierten, war alles nur Traurigkeit, denn auf drei zu machen, um bei einem Fußballspiel anfeuern musste von vier auf daKGB Bürokraten, Stasi, PT und wie sein .
Als die Mauer fiel, war die einzige fuzarca, bash, Typ generell freigegeben, und das erste, was ripongas Kapitalisten hat, war der Strand überfallen die andere Seite der Spree, das Gebäude auseinander fallen, wirklich, nichts wert, aufgegeben.

Berlim, do lado ocidental, capitalista, ocupado por Estados Unidos, Inglaterra e França, os ditos vencedores, do Pacto da Otan, sempre teve o pedaço cracolândia, no norte do Kreuzberg, porque o sul do bairro é dos imigrantes turcos.

Já do lado de lá, dos comunistas, dominados pela União Soviética, no Pacto de Varsóvia, era tudo uma tristeza só, porque para juntar três para torcer num jogo de futebol tinha que ficar de quatro para os burocratas daKGB, Stasi, PT e tal.

Quando o muro caiu, foi a fuzarca só, festança, tipo liberou geral, e a primeira coisa que os ripongas capitalistas fizeram foi invadir a praia do lado de lá do Spree, nos prédio caindo aos pedaços, de verdade, não valendo nada, abandonados.

Prezlauerberg então virou a extensão da cracolândia, com a onda de pixação em tudo que é canto, ocupando os prédios inteiros, até que os capitalistas chegaram de verdade, compraram os prédios a preço de banana, recuperaram, e mandaram os riporongas pastar.

Daí, eles foram para donde? Pouco mais longe, logo depois da famosa ponte da troca dos espiões, entre Kreuzberg, capitalista e Friedrichshain, a comunista, que, por sinal, já começa a receber os primeiros toques de tinta e de retirada étnica para cada vez lugar nenhum.

Então, vamos para um rápido relato deste verdadeira carnificina moral contra os pobres riporongas de Berlim, a cidade sexy, sempre multitudo. Até agora. Nem o papa dos muralistas está escapando. Murais que deveriam estar tompados pelo Patrimônio Mundial da Unesco.

Estou falando das obras do artista italiano Blu que, junto com o francês JR, fez estas duas obras de arte de rua, resistindo, não se sabe até quando, nas esquinas das ruas Curry e Schlesische, pedaço mais barra pesada até o final do ano passado. Vamos à obra máxima:

Polícia e toneladas de tinta são as estratégias usadas pelas autoridades ex-nazistas  contra os riporongas que, com certeza, se na época vivessem, teriam que usar a estrela rosa, que nem os gays, ou a estrela de Davi, que nem os judeus, ou a estrela amarela, que nem os ciganos. Agora, no novo estilo permitido pela Berlim ultramoderna, mais capitalistas ainda, é tipo isto:

Portanto, nestas vindas a Berlim, desde os tempos do muro, tendo-a visitado dos dois lados, como bom brasileiro, só que não fiquei em cima do muro, pois sou polaco, mas na próxima vez que vier por aqui com certeza não verei mais este tipo de arte.

E Prezlauerberg? Virou turística, classe média que deixou de ser hippie para fazer filhos sadios para a nova Alemanha.E esta tal de nova hippie Friedrichshain? Bom. É melhor os riporongas botarem a viola na kombi e partirem para novas invasões. Estão precisando de uma assessoria do MST-PT. Aliás, Dilma Roussef e Angela Merkel são duas comunistonas. Quer dizer, dizem que eram. Pelo sim, pelo não, nada de Paz e Amor, tá, bicho? Nada mais de arte para o proletariado.

Aliás, este cartaz aí em cima tem um lero final aqui no blog que é o seguinte. Estava eu com um deles, amarelão, lendo tranquilamente, na barra pesada da cracolândia do Schlesisches, quando me chega um cara com cara de polícia secreta estalinista e me pergunta em alemão e eu rápido: niquiti espráiti dóiti e ele: polaco, e tá lendo por que? mas se adiantou em inglês, pior do que o meu, deve ser polícia petista, e explicou que o cartaz era proibido, chamado para uma manifestação  proibida , contra esta onda de acabar com os riporogans, e eu, em brasileiro: pois mande eles pro forno a gás que vocês sabem usar muito bem contra ciganos, judeus, homossexuais e, inclusive, polacos. Hein? pronuncia-se Háin? E eu: nada, nada, nada, Heil, mano, Inté e Axé. E fui saindo de perto do trem. Vai que me manda de volta para a Polônia, via Auscheviltz, né? A merda é que ele ficou com o cartaz. CENSURA!!!


Atenção. Um dia depois deste post e  da má repercussão no Facebook, a tecnocracia reconhece:

Alertado por redes sociais, Banco Central vai incluir o nome de Cora Coralina em moeda comemorativa.

http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-03-31/alertado-por-redes-sociais-bc-vai-incluir-nome-de-cora-coralina-em-moeda-comemorativa

CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL

Votos do Banco Central – Reunião de 29/03/2012

Voto: Lançamento de moeda comemorativa da cidade de Goiás

“O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou o lançamento de moeda comemorativa em homenagem ao centro histórico da cidade de Goiás.

Pelo conjunto arquitetônico barroco, que se preservou sem alterações significativas desde o século XVIII, o centro histórico de Goiás foi declarado Patrimônio Mundial pela Unesco.

A moeda faz parte da série numismática Cidades, Patrimônio da Humanidade no Brasil, juntamente com as moedas já lançadas de Brasília e Ouro Preto.”

Agora vamos aos fatos.

Que bunito, né? Pois então olhe outra vez para a photo acima. O Mané aí está vendo o nome de Cora Coralina? Pois a poesia é dela, a Aninha da ponte da Lapa, a menina que se dizia feia.
Isto se chama ROUBO, ASSALTO, FURTO, 171.
Está lá, ó tecno-burocrata larápio.

Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais.  Minha Cidade. Edição número 14. Página 47:

“Eu sou estas casas

Encostadas

Cochichando umas com as outras.”

 

 

“Todas as vibrações

De minha sensibilidade de mulher.

Têm, aqui, suas raízes.”

“Eu vivo nas tuas igrejas

E sobrados

E telhados

E paredes.”

“Goiás, minha cidade …

Eu sou aquela amorosa

De tuas ruas estreitas.”

“Eu sou o caule

Dessas trepadeiras sem classe,

Nascidas na frincha das pedras.”

Abandonada …Cora, Coralina, mas não tem nada.

Nesta Semana Santa, os faracocos, meia noite de quinta, vão sair com as tochas acesas, à procura do artista burócra que não colocou o nome da Cora na moedinha numinsmática de cinco réis.

Quando encontrado, o artista co Banco Central vai ter que cunhar na moeda, o dedão em brasa do fogo, o nome profundo de

Cora Coralina…

“a mulher roceira.

– Enxerto da terra,

meio casmurra.

Trabalhadeira.

Madrugadeira.

Analfabeta.

De pé no chão.

Bem parideira.

Bem criadeira…”

https://www.facebook.com/eduardo.mamcasz


Brasília, calor da zorra, volto doidão da caminhada.

Dos 20 minutos em diante, é sempre assim, o grelo gralha na grelha.

Né que hoje a briga, outra vez, foi com uma fêmea deveras?

Ela anda, diz que avoa, a meio metro do chão, sem usar vassoura.

– Polaco. Meu macho só gosta de frutinhas adocicadas.

– O meu também, pensa ela que eu caio nessa, mesmo doidão. Pois a minha fêmea aposto que é que nem tu. Adora chupar um sangue.

– Uai, polaquito, como usted adivinhaste? Que gracioso!

– Sai prá lá, sua porra vagaba, vai chupar o cacete do demo.

– Polaquito, que te pasa, amorzito?

– Amorzito o caralho.

E saí correndo da fêmea.

Moral: tás rindo, né? Pois sabes o nome da fêmea? Aedes Egypti.


No bloco do eu caladinho, saio na manhã deste domingo para caminhar no Eixão.

Ó néscia pessoa das coisas cá da Ilha, Brasília. Eixão são as sete pistas de asfalto puro que cortam o Plano, de Sul a Norte, por 15 quilômetos. Mas voltando ao meu desértico carnaval a pé no eixão.

– E não me interrompa mais, viste?

Pois então. Aos vinte minutos de caminhada, o pensamento começa a voar que é coisa boa. Daí, passo por uma bonitona e eu rio da cadela. Dela, claro, a potranca, sorry feministas. A cadelinha se mijando de medo de um isopor com os copos de água a um real e o negão sentado ao lado, mudo de todo, eu diria puto da vida.

Daí, já no pensamento solto, libero  à viva voz:

– Você devia arrumar é um cachorrão que nem eu no lugar desta cadelinha tremeliquenta.

– Boa, polaco, gostei, mas por acaso você sabe latir bonitinho assim que nem ela?

– ???

– Vai, late ai para ver se a vale a pena a gente topar uma troca.

Moral 1:

E não é que o polaco aqui latiu? De verdade. Juro pela Graciosa.

Pior foi a reação:

– Isso lá é latido que se preze, polaco? Continue treinando que domingo que vem pode ser que pinte alguma troca. Melhor ainda, se você aprender a latir de verdade, eu dou sem pedir nada em troca.

Explicação: o eixão  fica aberto para os pedestres só nos domingos. Ou feriados … não tem nada a praticar somente uma vez por semana, não.

Moral 2:

Descartei o pedaço de mau caminho, lati feio para a cadela que respondeu muito da convencida, e saí do eixão para as calçadas da entrequadra, na volta para a parte sul que me cabe nesta  ilha.

– Au… Au… Ai…  continuo treinando meu novo latido. E passo pelo mendicante, saco preto dependurado, um lixo, mais o  pedaço de osso a la microfone:

– Então, você quer que eu responda? Pois digo o seguinte. Se uma pessoa é presa, mesmo sem ter feito nada, respondo que ela tem mais é que continuar presa.

– Au… Au… Au…

– Espera aí, dona Bia, deixa eu passar o microfone para um polaco maluco que está passando por mim latindo, quer dizer, tentando latir que nem um cachorro de madame bonita.

– Pergunta o nome dele e diz que está participando aqui do Bia Talk Show, na Rádio SBM, ao vivo.

– Deixa que eu mesmo respondo que ele acaba de levar um fora de uma bonitona ali no eixão. Acontece que este  polaco late mais feio do que a cadela.

– Como é que é? Deixa eu falar com ele.

– Nem pensar, dona Bia, o horário é meu, tá vindo o intervalo comercial, que eu sei, e não tem nada de polaco roubar meu espaço neste tão popular  Talk Show.

– Xô cachorro!  polaco vira-lata!  ladrão de microfone!

É o que eu continuo a ouvir, cada vez mais distante,  enquanto corro em direção ao pedaço de osso  que o mendicante jogou para bem longe. Dele e do Bia Talk Show. Me desculpe mas agora não possa falar mais nada.

Acabo de pegar o osso. Não largo mais. Sou o maior petelho da paróquia.

Saiba mais:

https://mamcasz.wordpress.com/2009/11/20/setenta-por-cento-dos-mendigos-sao-negros/


Recém-nascido, tem 64 anos, 11/01/48,

 uma anja mulata trombeta no meu umbigo:

–   Vá, polaco, trampar nesta longa vida!

No ato,  mão no falo, de fato eu me calo:

  1 – Fico mudo, greve branca, até os quatro de idade;

2 – Gargalho só para o cachorro, até os  quinze de maldade;

3 – Amigos, amigos,   inimigos com ódio da minha felicidade.

Então, caio na vida, apeio, aprumo, entorto, vergo,

não quebro, porque me endireito à sombra reta

 da minha anja torta que, matreira, cantarola:

–  E aí, nenein, vida longa, né, mané?

–  Vida boa, anja,  me faz um cafuné?

 

https://mamcasz.wordpress.com/mamcasz/ 


Alô Brasília!

Sou tanto Sul, quanto Norte.

Por ti, minhas asas começam a tremer …

É tão bom voar…

Tu és solta. Aberta.

Tens um lado deserto…

És Quimera. Utopia.

Reticência.

És a minha  Brasília –

Um imenso tão perto.

Abraço por ti todas as éles.

Beijo as dáblius.

E continuo a voar pelo plano

Que nem o Deus-Piloto

Ousaria um dia retocar.


                                                     

Eu posso ser ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos nove fora der quase nada

mesmo que  eu naufrague nas ilhas da virada

continuemos  eu e você  neste meio que periclitante

Eu posso ser ou não ter

ano novo também  vida nova

mas se nos nove fora der quase nada

mesmo que eu sucumba na praça do embora

enfrentemos  eu e você  os anônimos inoperantes

Eu posso ser ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos nove fora der quase nada

mesmo que eu desapareça nos becos do sem fim

nos veremos eu e você nas penumbras do esperante

Eu posso ser ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos nove fora der quase nada

mesmo que eu vire poeira cósmica do infinito

ressuscitemos  eu e você  no saudoso estilo triunfante

Eu posso ser ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos nove fora der quase nada

mesmo que eu ascenda  degraus amortecidos

abracemos  eu e você  o você do eu incandescente

Eu posso ser ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos nove fora der quase nada

mesmo que eu pise no solo da marciana lua

juremos  eu e você  sorver igual gosto triunfante.

Eu posso ser ou não ter

ano novo também vida nova

mas se nos nove fora der quase nada

mesmo que eu tenha menos do que  preciso

dividamos eu e você mais do que o  sobretudo

multiplicado do impreciso e adicionado  improviso

Então, lá na frente

nós devemos

nos rever.

Inté e

Axé.

De:

Polaco Mamcasz

&

Madame Cleide

( Poema e fotos – Vancouver/San Francisco/Dallas – by Eduardo Mamcasz. To you.)

 

 

 

 

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