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Nossa Senhora de Brasília.
Que em 2014 reine, na certeza soberana,
Sobremesa farta, na mesa e na cama,
Mas sem nos chafurdar em tanta lama.

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Nossa Senhora do Brasília,

Santa dos sobressaltos,

Vos rogamos um presente bem brasileiro:

Que  ressuscitemos,  de  uma  só  vez,

Sem  ser preciso  ser santo nem  suar de medo

Nesta  incerteza de tantos segredos.

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Adicionemos  a  este  nada,  o tudo

Que, noves fora, sonhamos  conceber.

E multipliquemos o zero da fartança,

Dividido pela dúvida agora do ato,

Que espanta, de fato, a esperança.

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Que reine,  na certeza soberana,

Sobremesa farta,

na mesa e na cama,

 Sem nos chafurdar em tanta lama.

Ouça bem, Nossa Senhora de Brasília,

O brado fervoroso do vosso povo:

Que em 2014

Tenhamos a nossa vez.

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São os votos de Mamcasz, Poeta-Zen,

E de sua consorte, Cleide.

Amém.

Para ouvir a mensagem completa, ao som do Hino Nacional,

Clique

https://soundcloud.com/mamcasz/feliz-ano-novo-povo-by-mamcasz

Leia

 https://clubedeautores.com.br/book/156311–BIOGRAFIA_DE_UMA_GREVE#.UsNRdltDvl8


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 Foi só eu pensar neste Natal (Joyeux Noël) em Paris, por conta da premente necessidade de recuperação das horas paradas na frente do pensamento, eis que recomeço a receber mensagens do além oceano Atlântico:

 –  Bonjour monsieur Mamcasz.

–  Bom dia!

– Je suis Alexandre, votre chauffeur a Paris, qui remplace Jean-Paul. Enchanté de faire votre connaissance.

 Se não fora pelos camembert,  beaujolais e baguetes, tem ainda o jeito carismático do falar. Eu estou encantado de poder vos conhecer. De faire votre connaissance. Eis um dos muitos motivos que me levam a passar  outro Noël de novo em Paris, mon amour. E a forma como se despedem no escrito:

 – A très bientôt. Bien cordialement, viste, meu rei?

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 Pelo citado, referência merecida ao Monsieur Jean-Paul. Nosso chauffeur antigo em Paris. Na primeira vez, levei a ele o Cd Duplo 100 anos de Frevo no Brésil. Noutra vez, um CD do Borguetinho.  E chega a resposta, depois da apresentação do novo motorista porque ele, Jean-Paul agora está aposentando: “Une autre vie commence pour moi et mon épouse… maintenant cést le repos, les voyages, la détente.” E me devolve o amigo parisiense anos já passados:

 Je ne vous oublie pas, j’ai beaucoup aimé votre gentillesse, votre contact humain, j’écoute souvent les CDs de musique traditionelle brésiliene que vous mávez offert. Je vous remercie pour votre grande amabilité.

 – Qué isso, mon cheri amigo Jean Paul. Se estiver em Paris, vamos tomar aquele vinho juntos. Eu, vous, votre épouse e, bien sûr, notre Madame.

 – Bien cordialement mesmo…

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Onde ficarei, pardon, ficaremos, moi e Madame, neste Natal, em Paris? Uma única exigência. Perto da Rue Daguerre por conta da passage de pedestres, da loja de vinhos, do ponto dos frutos do mar, da bagueterie na porta de casa, do pequeno mercado, do fromage. Ah. Em cima de uma estação de metrô, aliás, uma das 380 que existem a partir de 1.900. A casa de sempre não está mais à disposição alheia. Portanto, a mais próxima aparece pelo Airbnb. Um dia antes da ida:

– Vous arrivez demain, mon petit Manzinho! J’imagine que vous avez deja l’adresse et ma….

E Madame France, a dona, com minha ficha em Praga e Buenos Aires, também replica:

 – Bonjour.

– Bom dia, madame. Na saída, posso ficar até seis da tarde, por causa do avião?

– Monsieur Mamcasz.

– Sou eu.

– Je vous fais confiance et pas de check out. Vous n’ aurez qu’à laisser les clefs dans l’appartement et claquer la porte em partant. Je ne serai em France à partir du 27.

– Pour moi, tudo bem, Madames.

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Pois então. Tem vários lados esta moeda. Primo pela confiança. Mútua. Depois, pela dó que dá em fechar a porta em despedida. Um bilhetinho e uma lembrança, do Brasil, em cima da mesa. A casa mais limpa de quando chegamos. Foi isto que escreveu depois a menina hospedeira em Praga.

E, finalmente, a saudades que dá, a caminho do Charles de Gaule, com o mesmo chauffeur. A lembrança dos códigos que abrem a porta da rua, do jardim e do prédio. O número do telefone. O código de acesso à Internet. Banda larga de verdade. Ah. E o de antes, quer dizer, de agora, porque estou no quase saindo daqui para Paris. 

 – Alguma coisa aqui do Brasil, fique à vontade.

 A resposta de Madame France, um bijous:

 – Je veux bien que vous nous apportiez du soleil et un peu de chaleur!

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 Por sinal, no áudio agora me encanta Monsieur Rufus Wainwright, em Complainte de la Butte, cantando isso:

– Petite mendigotte… Je sens ta menotte… Qui cherche ma main

Só falta o discípulo de Leonard Cohen me dizer:

– Bon voyage, Monsieur Mamcasz et Madame aussi.

http://musica.com.br/artistas/rufus-wainwright/m/complainte-de-la-butte-2/letra.html

https://clubedeautores.com.br/book/156311–BIOGRAFIA_DE_UMA_GREVE#.UrRCx_RDtuo

 

 


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        “Biografia de uma greve” relata, em 30.627 palavras, os quinze dias de uma árdua parada, em novembro de 2013, sustentada debaixo de chuva e de sol intenso, em Brasília, Rio e São Paulo, por 874 “guerreiros” da EBC – Empresa Brasil de Comunicação, pressionados por 431 chefes.

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         Escrita pelo velho jornalista Eduardo Mamcasz, autor de vários livros, trabalhador da empresa desde 1980, este registro do cotidiano da greve vai dos piquetes nas portas da empresa aos atos na frente do Palácio do Planalto, e às passeatas pelas ruas centrais das três capitais principais.

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(Photo by Christiane Saú DAgostinho)

          Para os interessados no movimento grevista, este livro desnuda o confronto CUT versus PT e o comportamento ditatorial, nas negociações, por parte de companheiros que, há pouco anos, eram tão agressivos quanto no lado hoje adotado por eles na carapuça patronal capitalista.

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(Photo by Fabio Pozzebom)

         Esta biografia, finalmente, mostra os variados momentos psicológicos, que vão do enfrentamento dos colegas fura-greve ao desânimo diante da intransigência dos gestores estranhos aos quadros efetivos da empresa, culminando na vera catarse do voto final e soberano da assembleia.

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Boa greve, desculpe, ótima leitura.

 Obrigado pela companhia solidária.

Para ler 20 páginas de amostra grátis ou para comprar, clique abaixo:

https://clubedeautores.com.br/book/156311–BIOGRAFIA_DE_UMA_GREVE#.Uquc9FtDvlh_

Photo by Mamcasz 006


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Na sede, em Brasília, a greve começou assim:

http://www.youtube.com/watch?v=3N9c_I3eG5k

Por uma nova EBC

com amanhãs de

mesma luta

nova imagem

mesma luta renhida

nova imagem refeita

mesma luta renhida no tempo

nova imagem refeita no espaço

mesma luta renhida no tempo da vida

nova imagem refeita no espaço da sorte

mesma luta

nova garra

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 mesma luta

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mesma luta

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mesma luta 

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mesma luta 

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Video by Felipe Leite Costa – EBC NA Esplanada

https://www.facebook.com/photo.php?v=677858578893521&set=o.194059373945685&type=2&theater

EBC-Empresa Brasil de Comunicação.

É quem as BBC (Inglaterra), RFI (França), RTE (Espanha) ou Deuch Well (Alemanha).

Para uns, são empresas públicas. Para outros, governistas.

 Há casos em que se tornam partidárias.

De qualquer forma, são  financiadas pelo Estado, ou seja, pelo Povo, chamado de Público.

 

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GREVE DA EBC 2013.

Ultrapassando os dez dias.

Participação efetiva do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.

Assistência de São Luís (Maranhão) e Tabatinga (Amazonas).

 Quase dois mil empregados concursados, dos 20 aos 70 anos de idade, com 1 a 40 anos de casa.

 Estão de fora, alegando questões ditas jurídicas e não de consciência, 409 gestores.

 A maioria absoluta, o que importa, na greve geral.

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Pare. Olhe. Agora, veja e escute as Vozes da Greve.

1 – Nosso Canto de Guerra:

http://www.youtube.com/watch?v=x7L9KusnRgE

 2 – Quem quer continuar a greve?

http://www.youtube.com/watch?v=tP8prSOKXVc

3 – Mais alguém?

http://www.youtube.com/watch?v=UvZ_VkIHGPg

Sindicatos do Rio

http://www.youtube.com/watch?v=lUT8FgTZKQg

Deputado Chico Alencar

http://www.youtube.com/watch?v=LKjsseBEnEQ

EBC RIO

http://www.youtube.com/watch?v=PckcTasbT7E

EBC SÃO PAULO

http://www.youtube.com/watch?v=-T3sB4juiek

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Nós  que levamos a EBC nas costas, no dia a dia, recebemos inúmeros apoios externos pela nossa greve, legítima, mas levada ao TST- Tribunal Superior do Trabalho – pela parte dita patronal, embora a empresa seja pública.

Vamos a alguns dos muitos apoios dados.

 Iniciando pelo CIMI – Conselho Indigenista Missionário.

Velho parceiro principalmente na Radio Nacional da  Amazonia.

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MST – Movimento dos Sem Terra

CUT – Central Única dos Trabalhadores

MCT – Movimento das Camponesas Trabalhadoras

Escute a lider catarina campesina Rosane Bertotti-

http://www.youtube.com/watch?v=02f0977n3t0

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Mais apoios para a Greve da EBC 2013

Deputada Érica Kokay. Deputado Padre Ton. Senador Eduardo Suplicy.

 CSP Conlutas e Sindicato dos Petroleiros. PSOL. ABGLT.

 Deputada Leci Brandão, filha artística de Cartola.

 http://www.youtube.com/watch?v=iasUdLfIDxI

Leonard

o Sakamoto

http://www.youtube.com/watch?v=5i0aVFngMxE&feature=youtu.be

Deputado Adriano Diogo

https://www.youtube.com/watch?v=S4LZ28i29t8

Ator Murilo Grassi

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=UwAvENlamOA

Jornalista Tim Vickery, correspondente da BBC no Rio:

https://www.youtube.com/watch?v=0wPe63Iz2do

Penúltima atualizada

CUT
FUP (Federação Única dos Petroleiros)
FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação)
Frente pela Liberdade de Expressão e pelo Direito à Comunicação do Estado do Rio de Janeiro (Fale-Rio)
LutaFenaj!
Oposição cutista dos radialistas de SP
FNP (Federação Nacional dos Petroleiros)
MST
SENGE (Sindicato dos Engenheiros)
AMARC (Associação Mundial de Rádios Comunitárias
CSP Conlutas RJ
ONG Olhar Animal
CIMI (Conselho Indigenista Missionário)
Barão de Itararé

Erika Kokay (PT-DF)
Ivan Valente (Psol-SP)
Chico Alencar (Psol-RJ)
Markus Sokol (Membro Direção Nacional do PT)
Eduardo Suplicy (PT-SP)
Jean Willys (Psol-RJ)
Carlos Gianazzi (Psol-SP)
Paulo Teixeira (PT-SP)
Jorge Bittar (PT-RJ)
Leci Brandão (PC do B -SP)
Adriano Diogo (PT-SP)
Padre Ton (PT- RO)
Rapper Gog
Leonardo Sakamoto (ONG Repórter Brasil)
Latuff

Moral do lero todo.

Esta ODE À GREVE DA EBC 2013 rejunta  uma diferença  de quase meio século.

 De um lado, eu, jornalista, 65 anos de idade e 32 anos de casa. Pós em Economia Derivativa.

 Do outro, Christiane Saú D´Agostinho, RH, 25 anos de idade e 2 de casa. Pós em Gestão Pública.

 Esta é a grande vitória desta greve.

 Aproximou as pessoas divididas pela Avenida do Povo.

Isto gestor nenhum tinha conseguido.

 Por isso,  esta ode é a base do para breve documentário.

A  EBC  PAROU !!! 

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Imagem de gestos de luta

Imagem de gestos de luta (Photo credit: Wikipedia)


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A mi-chemin il y a une pierre
A mi-chemin il y a une perte
A mi-chemin il y a une pierre
A mi-chemin il ya une perte
La troisième perte –
Je remplis mon sac
Et je lance la pierre
Contre qui, qui, qui?

D’autre encore:

No meio do caminho encontro uma pedra
No meio do caminho encontro uma perda
No meio do caminho encontro uma pedra
No meio do caminho encontro uma perda
Na terceira perda
Eu encho o saco
Lanço uma pedra
Em quem, quem?

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A mi-chemin j’achoppe sur une rose
A mi-chemin j’achoppe sur la prose
A mi-chemin j’achoppe sur une rose
A mi-chemin j’achoppe sur la prose
La troisième prose –
Je garde la pierre
Conduis une perte
Adresse cette rose
Et puis je me perds dans la prose
Avec qui, qui, qui?

D’autre encore:

No meio do caminho esbarro numa rosa
No meio do caminho esbarro numa prosa
No meio do caminho esbarro numa rosa
No meio do caminho esbarro numa prosa
Na terceira prosa
Recolho as pedras
Espanto as perdas
Estendo uma rosa
Inflo o meu papo
Me perco na prosa
Com quem, quem?

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 No meio do meu caminho sempre tem uma Paris.

Amém!!!

EM

EM (Photo credit: Lukas834)


Brasilia by Mamcasz

 Toda viagem, e são tantas, nestes 30 ou mais anos, From Alaska to Jerusalen, meu livo, três partes:

O antes, o durante e o depois.

Sempre foi assim, mesmo antes do advento deste treco chamado Internet.

Desdos tempos de ligar do orelhão para o agente de viagens de confiança do Amadeus.

Volto agora doutra viage (mais uma,polaco?) e tem umas coisas que dá gosto de sentir.

Por exemplo:

Seguro de Viagem. No caso, Mondial Assistance. Recebo o email.

Bom retorno. Como foi a sua viagem?

Nós estávamos o tempo todo à sua disposição.

De estalo, penso em retrucar:

Graças a Deus não precisei.

Daria margens à malinducação. Não é o caso.

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Outra. Apartamento alugado, de novo, pela Airbnb.

Email com o informe de cancelamento da importância no cartão de crédito como garantia.

E o espaço para colocar a opinião, pública ou privada.

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Junto, a avaliação – minha, positiva, lógico, né, e a do hospedeiro, idem.

Está logo abaixo doutra, meio do ano, em Praga, da Yana.

Agora, é Tomasz, via Ba4u.  

Dois novos amigos alhures. 

Nos dois casos, apenas o deixar as chaves na mesa e fechar a porta.

Única pena o não abraço de despedida.

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Ah. Ainda teve o email da Aerolineas Argentinas, vôo direto BSB-BUE.

Agradecemos ter voado com a gente e te esperamos doutra vez. Quase respondo:

Se for para Buenos Aires, infelizmente, não. Enquanto não se desbolarizar.

Mas posso, quem sabe, ir com ela para a Australia, via polar sul.

Tão logo a empresa se restabeleça da crise econômica argentina de 2001.

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 Um dos dois cartões internacionais de crédito também me perguntou se tô de volta, se foi tudo ok.

É bom sentir que a  concorrência tem sentido, sim senhor, na nossa santa hora do lazer.

Ah. Ainda tem o pessoal do Câmbio Justo, no relacionamento confiável que continua. 

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http://radioagencianacional.ebc.com.br/materia/2013-10-30/d%C3%B3lar-paralelo-vale-70-mais-do-que-o-oficial-na-argentina#.UnD2K1zs-vM.facebook

Um grande Axé para todos!

Até a próxima viajada.

Amém.

 


 No México, Dia dos Mortos Vivos. Maior festa.

 No Japão,  cerimônia nem um pouco triste do enterro do ente querido do hospedeiro.

 Em Katmandu, Nepal, a fogueira a consumir o corpo  próximo de quem ali estava.

 O cheiro. A calma. O feito. A alma. 

 De tudo,  guardo meu Seminário Seráfico Santa Antônio, Almirante Tamandaré, Paraná.

 Na cabeça da capela do cemitério dos frades idos,  a imagem do simples seguinte:

 Ressurrecturis.

 Aos que hão de ressuscitar. 

Sem choro nem vela. Inferno ou Purgatório.

A caminho do Céu Nosso de Cada Dia. 

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E por que o motivo do título do presente ato relativo ao Dia de Finados deste 2013?

Simples. Buenos Aires, na minha cabeça, um ente lindo e vivo. Há vinte anos para mim era somente isto.

Agora, pós a revisita, o sonho da Paris da América Latina morreu de vez.

Aqui, Justamente neste Dia de Finados,  sepulto mi Buenos Aires querida.

Com estas imagens roubadas do Cemitério de Recoleta, Buenos Aires, América Latina.

Com isso, enterro-a de vez e deixo nas lápides o escrito pelos entes parentes.

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 Aqui jaz o casal Luís e Inês – La Calma e La Fortaleza.

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Inteligente. Leal. Justo. Um verdadeiro Don Juan.

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 “Voltarei e serei milhões”. Vai por mim, Evita Perón, volte não.

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Ó vós, vivos, que chorais por nós, mortos. Não vos deixeis abater.

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Helena querida, a que hay de más hermoso. Te vejo na eternidade. 

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A bença, linda guardiã de minha futura morada. 

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Quem estaria aprisionado. Eu, morto, ou vós, vivos?

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 Hoje Madame me lava, mente e corpo, acalenta meus pensares, e me leva para uma Buenos Aires que só ela conhece e da qual sigo proibido de fornecer as coordenadas.

Adianto que a região, micro, é chamada de Vila Freud, tem palacetes e restaurantes bacanas, adonde, três séculos passados, era  enorme fonte de miel de cana.

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Prima parada, dois jarrito de café solo, un cigarrito, por supuesto, dia agradavelmente frio, o mesmo do final do dia, acrescido de um quadradito de lemon, que bom.

Lojas e silêncio e limpeza e pessoas e visuais todos dos tempos em que Buenos Aires era de fato a Paris da América Latina, até o almoço no Estanciero, numa Báesz.

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Entonces, primos e primas, para quem ofendido se fez com minhas críticas de antes sobre a outra Buenos Aires da parte vista no correndo dos turistas, hoje vai a parte linda.

Pois me siga nas fotos, bairro não nominado, que continue assim, apenas dos portenhos mais ferrenhos, ao som imaginário do Carlos Gardel do escrito por Luis Miguel:

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Acaricia mi sueño
El suave murmullo
De tu suspirar…

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Como rie la vida
Si tus ojos negros
Me quieren mirar…

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Y si es mío el amparo
De tu risa leve
Que es como un cantar…

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Ella aquieta mi herida
Todo todo se olvida…

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El día que me quieras
La rosa que engalana
Se vestirá de fiesta
Con su mejor color…

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Y al viento la campanas
Dirán que ya eres mía…

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Y locas las fontanas
Se contarán su amor…

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La noche que me quieras
Desde el azul del cielo…

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Las estrellas celosas
Nos mirarán pasar

Y un rayo misterioso
Hará nido en tu pelo…

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Luciérnaga curiosa
Que verá que eres
Mi consuelo!!!

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Democracia é o direito da tua voz ser ouvida mesmo que anonimamente!

 


Image Buen Dia. Buenos Aires continua acá na mesma Argentina. Mas adonde, repito-me insane. Para onde levaram a minha ex Buenos Aires querida? Mais de 50 por cento vivem na pobreza. Gente dormindo em ruas outrora nobres. Recicladores de lixo às centenas. Sujeira maior. Includo a dos politicos em campanha eleitoral.

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Tem tudo que é tipo de mentira, que nem nosotros ex-macaquitos brasilenhos. Tem Liberal Libertário, Nueva Esquerda, PQP e Ca4. E hoje tem Sorteio na Loteria Federal para compra de terreno para Mi Casa Tu Casa. Mais de 300 mil inscritos. Poucos serão sortedos. Asi es la vida, mi hermano latrino.

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 Pois a prosa de hoje é em cima da amena discussão, em pleno, Facebook, entre jornalistas de pensares diferenciados mas visões sinonímicas. Tudo começa pela amiga Olga Bardawill me chamando pela educada atenção. Di-me-la:

“Não se pode fazer analise política a partir do comentário de uma velhinha no supermercado. E que, antes de seis meses, não se pode, nem se deve formar opinião, sobre nenhum pais que se esteja visitando. Principalmente se esse pais for a Argentina.”

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Minha réplica, até porque entrou a velhinha do supermercado com quem falei, aliás, não só ela, mas o catador de lixo, a porteira do prédio, o velhinho da banca de jornais, o cuidador de cachorro, enfim, o pueblo. Replico assim:

“Talvez meus olhos estejam velhos por demais e vendo o que acho que estou vendo de noite. Mendigos dormindo na Avenida Santa Fé, mijando e cagando na rua outrora nobre, 50% da população argentina vivendo na pobreza, câmbio paralelo escancarado, transportes escangalhados, bairros antes familiares hoje proibidos de por eles se andar de noite. Que mais? Muito, muito mais. Ah, trombadinhas, Bolsa Família, sem teto de montão.

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Estou guardando muito para comentar com calma na volta. E conversando com muita gente, inclusive velhinhas de supermercados. Talvez este jornalista recomendado seja da trupe oficial, não sei. Talvez a Argentina tenha se mudado para a Patagônia, sei lá. Aqui em Buenos Aires, na verdade, está uma merda só. É só entreabrir os olhos na rua.”

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Pois na boa conversa, a convite de Olga, entra o jornalista argentino Alejandro Modarelli que triplica:

“No es cierto que la situacion economica sea desastrosa. Aunque en una clase media habituada a medir el bienestar escondiendo dolares en la casa, puede que no sea el mejor momento.”

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Ah. Tem ainda o amigo Sergio  Garachagen, só jornalista dantanhos, que corrige a Olga por ter dito que eu havia conversado com a velhinha do supermercado, em Baires, quando, de fato, ele é que havia escutado, em Copacabana, o seguinte:

“Uma senhora que, ontem, no supermercado, falava em altos brados com alguém no celular, descrevendo os horrores da decadência econômica que viu na capital porteña. “

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A conversa portenha, promovida pela Olga Bardawill, estava tão boa que outro jornalista, Juan Esteban Méndez, chileno, mas morando em Baires, cutuca-me com o seguinte:

“Hay mucha gente viviendo en la calle, en Buenos Aires. Pero Argentina es mucho más que una ciudad maladministrada por el inexperto y populista Macri. Hay otras ciudades, cuyos testimonios varían completamente. Y, mientras algunos consideran a Buenos Aires comparable a Rio, otros se vienen corriendo a estudiar sin tener que pagar aranceles impagables en su país, trabajando, comiendo en restaurantes, saliendo de fin de semana, colmando los aeropuertos y llenando taxis para llegar a sus casas en el centro.”

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Está tudo muito bueno, está tudo mui legal, mas tengo que voltar às las calles. Antes, o testemunho doutro amigo jornalista dantanho, convocado pela Olga, na tentativa de diminuir meu arrazoado, não de opinião mas de fatos vistos. Trata-se de Luiz Coutinho, ex-correspondente acá e sempre apaixonado por Buenos Aires, ontem, hoje e amanhã. Di-mo ele:

“Morei em Buenos Aires durante seis meses de 2010. Na sequência, estou lá todos os anos para a temporada de inverno. Em agosto passado, pela primeira vez, senti que a decadência física da cidade avança na direção de territórios antes considerados imunes à pobreza e à presença de sem-teto, por exemplo. Ainda é possível encontrar-se resquícios da cidade que foi considerada a Paris da América do Sul (pois os ricos sempre serão ricos), mas é certo que há bolsões de sujeira e de decadência. O centro está mais feio do que no ano passado. A sensação de insegurança aumentou. Aliás, fui roubado no metrô. Levaram minha câmera fotográfica, guardada num casaco fechado com zíper. No prédio onde moro quando estou em Buenos Aires instalaram um circuito de vídeo. Eu estava lá e vi a instalação. Além disso, o síndico do prédio disse-me que neste ano, dos 32 apartamentos do prédio de 8 andares apenas um estava ocupado por turista – aquele onde eu estava. O síndico concluiu que a inflação afastou os brasileiros. Normalmente, 10 ou 12 apartamentos de temporada estão alugados quando estou lá.”

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Sabe aquele domingo que dá tudo errado cá em Buenos Aires adonde vivo? Pois havia trajetado o seguinte com Madame:

1 – Feira de Belgrano.

2 – Almoço no Restaurante Luccuma, inca-peruano.

3 – Museu do Enrique Larreta com o show Lo Ultimo Tranvia.

4 – Retorno na mesma linha D do Subte (metrô).

 Pois divido contigo nosso sofrer e dor imensas.

1 – Por conta da chuva, não teve a feira de artesanato na praça.

2 – Por conta do Dia de Las Madres (acá en Argentina tinha que ser neste domingo, 20 de outubro,meu?) e o restaurante, o pisco sauer pingando na garganta seca, com todas as mesas reservadas.

3 – Por desatino do destino, sem tempo para o esperar até às 18h15m, para a música eo jardim do Museo, por causa da chuva, fechado.

4 – Retorno antecipado na linha D do Subte que, por causa da chuva, o que é achado normal, as estações todas cheias de goteiras e algo mais.

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Moral do dia.

Vossa abelhuda pessoa, acá presente constante, não merece dividir com a gente este triste final de domingo acá em Buenos Aires. Já que estávamos no Bairro Chino, compramos dois quilos de escolhidos langostinos en su cauda (camaroezões limpos) que, adicionados a litros de Quilmes, para mi, e Stella Artois, para Madame, tira-gosto à varanda, deram um ar solene a este Dia de Las Madres.

Nada mal.

Tamos acordando agora, 22h30m. E agora??? Valeu a pena acreditar no lido na Igreja Redonda, hora da missa, mensagem do Papa Imbroglio, para las Madres de Mierda mi Patria Celestial:

 

FELIZ DE TI POR ACREDITAR QUE ALGUMA COISA SEMPRE ACONTECE

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Vinte anos passados sem  aconchego na vizinha argentina.

Troco-a por mil paragens  – From Alaska to Jerusalen.

Agora, eis-me pronto para mi Buenos Aires.

Luzes de alerta contra minha vontade.

Medo de Buenos Aires Numa Boa.

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Twenty years  without snuggle my neighboring argentina.

For a thousand other stops – From Alaska to Jerusalen.

Now , here I am ready for my Buenos Aires.

Whith warning lights on the top of my will.

  To enjoy Buenos Aires on very nice.

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Diferente dos tempos em que Buenos Aires se dizia a Paris das Américas.

E do ódio dos portenhos ao mundo  chamar de a capital do Brasil.

Eis algumas luzes de alertas acesas nesta pré-ida:

Evite as noturnas paragens de El Caminito.

Boca e Constituición na barra pesada do sul.

Palermo Soho, melhor que o curta na luz do dia.

Fotografar o fundo da alma da cidade, nem pensar.

Há trombadinhas espertos que te levam tudo no nada sentir.

Mesmo assim, pretendo curtir Buenos Aires Numa Boa.

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– Descobrir os matizes do inexistente Barrio Norte.

– A caminho do Barrio Chino a parada no Jardim do Parreda.

– Lunes, 18h30m, Mis tardes con Gardel. Libre e gratuido.

– Os recitais de graça na Casa de Cultura da Recoleta.

– O vinho tinto do Fin del Mundo patagônico.

– Caminhares nos passos de Sábato, Gombrowicz, Leopoldo e Pizarnik.

– Caminhar ao lado de Borges da casa dele à biblioteca municipal.

– Na Galeria Guemes virar personagem do Cortázar e acordar na Galeria Vivienne em Paris.

– Passar no quarto do Federico Garcia Lorca.

– Conversar com Exupery no quarto a escrever o Voo Noturno.

– Degustar o argentino criollo na forma do mondongo.

– Os assados com gosto de carne dos gauchos.

– Algumas milongas portenhas de bairros com partidas de truco.

E o melhor de tudo:

Curtir Buenos Aires Numa Boa

ao lado de Madame…

A statue of Gardel outside the Abasto Market i...

A statue of Gardel outside the Abasto Market in Buenos Aires, near where he grew up (Photo credit: Wikipedia)

Mi casa é tu casa, polaco, canta-me Gardel http://www.buenosaires.gob.ar/areas/cultura/museos/dg_museos/gardel%20_patio_arrabal.htm

Florales Generica na Buenas Moderna

https://www.facebook.com/pages/Ba4uapartments-Holiday-Apartment-Rentals/71690619509?id=71690619509&sk=photos_stream

O Museu do Larreta a caminho do Bairro Chino prum pisco no bar peruano

http://museos.buenosaires.gob.ar/larreta.htm

Panorama of Buenos Aires.

Panorama of Buenos Aires. (Photo credit: Wikipedia)


Another sunday at Brasilia with in a sunny day.

(Para ser curtido ao som de milongas de Renato Borgheti)

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O título em cima é por causa da rima redundante. Falo do outro, que deveria ter sido. Another Sunday at Brasilia with in a sunny day. Sun-day. Dia do Deus Supremo, o Sol. Vertido para Domus-in-go, Dia do Senhor, Domus, Dom Polaco que vos escreve a respeito de um brilhante caminho do que se torna, no almoço de hoje tardio, um Arroz Carreteiro a la mode do Sul do Brasil.

Antes de passar para os ingredientes e, quiçá a receita dominical, atenho-me ao charque, da banda dianteira, não ressecado mas jamais fresco. Por falar nele, o charque, das bandas do Sul, foi exportado, por meio dos Navios-Ita, que faziam a cabotagem ao longo da costa, exportado para onde?

A Carne-Seca, Jabá, Carne-de-Sol, que se canta em verso e canto Gonzaguianos, na verdade é uma invenção sulista, dos pampas e campos gerais, companhia feminina do peão ao conduzir as boiadas, com tradicionais paradas em Ponta Grossa. Ponta é rebanho e Grossa, bom, é evidente, né?

A mesma coisa, antes de partirmos para os ingredientes (melhor olhar os detalhes da foto, antes). Lembro aqui, nascido em Ponta Grossa, embora polaco-bahiano, que o mesmo acontece com o mate, sempre quente e amargo, legítima invenção dos polacos do Paraná, usurpado pelos gáuchos.

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1 – Charque dianteiro dessalgado à noite, à geladeira, em água profunda, e dele tirados os fiapos de nervos ou pseudo-gorduras, além de cortados em cubos de tamanho interessante aos olhos e à necessidade do peão boiadeiro não ter que usar faca ou garfo, só a mão na farinha de mandioca.

2 –  Arroz, por supuesto, tanto que o manjar tem como substantivo o próprio, casado com o charque, antes tem um caminho que passo a mostrar, tão logo o cereal esteja muito bem lavado, escorrido e secado para que continue assim, livre, leve e solto até a fase pré-endereçamento interno.

3 –  Pinhão cozido e cortado de comprido porque de lado não é coisa de polaco e de cubinho só o charque curtido na Princesa dos Campos Gerais, a capital cívica  do Paraná, este o apelido de Ponta Grossa, terra originária deste escriba polaco-bahiano, tanto que batizado na Igreja e logo depois no Olho d’Água, salve-salve minha mãe Iara-Iemanjá.

“Pinheiro, me dá uma pinha;

Pinha, me dá um pinhão.

Polaco,  me dá um pedaço,

Que te dou me coração.”

(Rima entendível somente pelos iniciados nos pinhais).

4 – Tomate. Aqui, há discrepâncias. Aconselha-se cortá-lo em cubos, do mesmo tamanho dos do charque, e só colocá-lo ao quase final, antes do cheiro verde, tem que ser cebolinha e salsinha e mais nadinha, tá? A cebola e o alho já entraram na fase pós inicial, depois de fritados os cubos de charque ao azeite, ou seja, pego aquele bronze da chama eterna das fogueiras das paixões passageiras.

– Florzinha!  Me traga uma cerveja. Larga esta tua turma. Hoje é domingo. Você é todo meu.

Vou e volto porque Madame hoje está compenetrada no começo da leitura de um livro com 1.077 páginas, chamado HITLER, do Ian Kershaw, o mais completo de todos, primo capítulo se chama Fantasias e Fracassos, comento que não haverá profícuo diálogo aqui em casa por um bom tempo, não sem antes apresentar no copo especial, cristal fino, a cerveja Quilmes, litrão, vindo de Buenos Aires, para onde estamos indo na primavera. E a receita de Arroz à Carreteiro continua.

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5 – Apresentada a cerveja, entra a parte destinada ao polaco-bahiano, na forma da vodka, de boa qualidade, e o limão adrede, subido do açúcar e do gelo fica faltando apenas o agito, dá um tempo que já volto, aliás, hoje, no mercado, comprando o cheiro-verde, passei três minutos me enamorando de um vidrinho de azeite de dendê, que não tem nada a ver com a prosa aqui, mas faz parte do meu eu dos tempos de Berlinque, município de Cacha-Pregos, Ilha de Itaparica, onde fui cidadão nada exemplar.

6 – Último olhar para a foto dos ingredientes, acima, ou para a panela já preparada, com azeite, lusitano,, não baiano, e cubinhos, os terceiros desta receita, de beicon. Olhou? E daí? Percebeu outra interferfência baiana na receita de Arroz à Carreteira do polaco aqui? É o pequeno tipo cálice de porcelana holandesa, nela repousando pimenta dedo de moça, cortada em rodelas finas, mas nunca macerada, em leito de azeite, tem que ser virgem.

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– Florzinha!

Madame levanta os olhos do livro, atenta como sempre e aguarda.

– Posso chamar algumas pessoas queridas para compartilhar este sunny day com a gente?

– Nem pensar!!!

– Pô, Madame, desculpe, Florzinha. Por que?

E ela, firme e serena, forte e amena:

– PORQUE HOJE EU QUERO VOCÊ, POLACO, TODINHO PARA MIM.

 


Hoje, eu passei pelo inferno,  das 14 às 18 horas.

Clínica de olhos na parte dita nobre. Brasilha. Chique. Apenas revisão. Resultado. Estou pronto para levar gás pimenta de novo.

Agora, meu, vou te contar. Plano de Saúde classe A. Reajuste anual de 30%. Mais de uma milha por mês. Corporativo.

Chego lá. Ambiente down. Japoneses tomaram a Clínica. Despediram 60%. No lugar, contrataram 40% ganhando menos, na média, 50% dos 60% largados.

Me acompanhe.

Guichê de entrada. Pela metade. Nele, 70% de aprendizes. 30% ensinando, antes de serem sucateados. Rola um tempão. Eu, na boa.

Espero pelo médico-oculista-especialista-amigo.

45 minutos depois:

– Eduardo Mam….. Mam….

– Sou eu.

– Que nome esqusito é este. Como se fala.

E eu:

– Onde assino.

-Tá vendo o que, polaco.

– Tudo uma merda só, meu.

– Tô falando das letrinhas.

– A.S.D.F.G.

– Muito bom. Mas já que você trocou os dois cristalinos e teve uma costura a laser no olho esquerdo, faz tempo, deixa eu ver aqui, vamos fazer alguns exames.

E eu pro médico amigo:

– E no olho do teu cu não vai nada.

E ele:

– Vai, polaco.  Faz logo esta merda destes três exames, todos caros, ponto para mim, senão eu perco o meu emprego.

Volto pro guichê de entrada. Repetindo. Pela metade. Nele, 70% de aprendizes. 30% ensinando, antes de serem sucateados. Identidade. Carteira do Plano. Aguarde. Sento. Levanto. Leio Leminski. Sento. 45 minutos depois:

– Eduardo Mam….. Mam….

– Sou eu.

– Que nome esqusito é este. Como se fala.

E eu:

– Onde assino.

– Aqui. Nas três folhas. Andar de cima, Cadeiras da frente. Aguarde chamar o teu nome.

Subo. De escada. Na boa. Sento. Leio Bukowsky. Levanto. Sento. 45 minutos depois.

– Eduardo Mam….. Mam….

– Sou eu.

– Que nome esqusito é este. Como se fala.

E eu:

– Vá tomar no cu.

– Meu senhor!

– Senhor, o cacete.

– Pisque. Abra bem o olho. Agora pisque o olho esquerdo. Vamos pingar um colírio. Pisque de novo. O esquerdo, não, o direito. Não tá bom. Mais um colírio.

– Mas eu nem fumei ainda.

– O que, meu senhor.

– Nada, nada, nada.

– Pisque de novo.

– Pisco o cacete, meu. Sou mais é uma caipirinha, agora mesmo.

– Agora, o senhor volte lá para o setor de colírio, para dilatar este teu olho gordo de polaco, e aguarde seu nome ser chamado.

Desço a escada de novo. Imagina se puto da vida ou alegre por não ser um pobre coitado do SUS com cara de médico cubano. E não me venha com a onda de racista que mando tomar no cu, porra.

45 minutos depois:

– Eduardo Mam….. Mam….

– Sou eu.

– Que nome esqusito é este. Como se fala.

E eu:

– Onde assino. Já estou de saco cheio.

Chego:

– Gatinha. Me mandaram para a dilatação, colírio no olho dos outros é refresco …

– Meu senhor. Aguarde sentado até seu nome ser chamado, serão três pingadas de colírio.

– Mas eu ainda nem fumei-.

– Como, meu senhor.

– Não se come. Traga!

45 minutos depois:

– Eduardo Mam….. Mam….

– Sou eu.

– Que nome esqusito é este. Como se fala.

E eu:

– Onde assino.

45 minutos depois:

– Eduardo Mam….. Mam….

– Sou eu.

– Que nome esqusito é este. Como se fala.

E eu:

– Onde assino.

E ela:

– Aguarde sentado.

Mais um pouco e juro que começo a pensar em ficar puto da vida. Não sei se este é o caso da pessoa bicuda que me vê.

Estou puto. Sento, levanto, sento, levanto, leio um trecho de Ferlingheti. Sento.

– Vamos lá. Levante a cabeça. Abra o olho. Agora o outro. Feche. Pisque. Já volto.

– Hei moça, esqueceu de mim.

– Terceira pingada. Agora – adivinhe, se é que ainda teve saco de me acompanhar no lance até aqui – aguarde até teu nome ser chamado para ser atendido pelo doutor.

– Doutor o cacete.

– Qué isso, meu senhor. Conheço ele. Só sabe pedir uma porrada de exame. E me chame aquele vendedor-representante de laboratório.

– Quem.

– Aquele ali.

– Hei, cara. É. Você mesmo. Me passe uns colírios de amostra grátis. Tô a fim de berimbar o maior baseado depois desta Via Sacra toda. Me passa logo, porra.

Passou. Sento. Levanto. Sento. Leio Cora Coralina. Quer dizer. Vislumbro. O olho esbugalhado. Dilatado. Não estou vendo mais nada, porra, cadê meu olho.

– Eduardo Mam….. Mam….

– Sou eu.

– Que nome esqusito é este. Como se fala.

– Puta que pariu.

– Meu senhor. É apenas para informar que o doutor, teu amigo, que ainda não é cubano, diz que teve que subir para fazer uma operação e já desce.

– Puta que pariu.

– Meu senhor.

– Desculpe, gatinha.

Espero sentado, no caso, 45 minutos depois:

– Eduardo Mam….. Mam….

– Sou eu.

– Que nome esqusito é este. Como se fala.

E eu:

Onde assino.

45 minutos depois:

– Eduardo Mam….. Mam….

– Sou eu.

– Que nome esqusito é este. Como se fala.

E eu:

– Onde assino.

– O doutor disse para esperar aqui na sala dele, pode sentar na cadeira-leito, tá bom assim, quer uma água, relaxe.

Agora, dentro da sala do doutor oculista, gente fina, amigo de uma grande amiga aqui do Facebook e da firma. Não digo o nome para os dois não serem despedidos. Num, os japoneses chegaram. Noutro, os cubanos. E o polaco aqui, morrendo de fome. Cheguei às 14, sem almoçar, lance rápido. São mais das 16 e, porra. Mexo no computador do oculista, dentro da sala, ar frio da porra, demora pra cacete, e me vingo. Acabo de passar esta mensagem pros amigos do Facebook, direto do computador dele, quer dizer, da Clínica Chique de Olhos, Brasília, Área Nobre, Plano de Saúde dos Olhos da Cara.

– Porra, polaco, me desculpe a demora. Estes japoneses da porra me obrigam a atender três casos ao mesmo tempo. Este último tive que costurar o olho de uma velha a laser. Mas vamos aí. Pupila dilatada, hein, malandro. Vamos numa aqui, mas é pó, porque fumaça, já viu, né, os japas ficam malucos. Vamos, cara, mas antes olhe meu olho, tá.

– Por que você não enfia estea luz forte no teu cu.

– Porra, polaco, qualé. Abra o olho. Olhe para mim. Olhe pra direita. Pisque. Olhe para esquerda. Abra bem o olho.

– E o teu olho do cu, vai bem, doutor.

– Porra, polaco, é sério. Deixa eu ver os exames. Beleza, meu. Maravilha. Nem precisa trocar os óculos. Tudo em cima.

E termina a consulta, quatro horas depois da chegada, o doutor amigo, de uma Clínica de Olhos Chique, área nobre do Plano Piloto de Brasília, tudo por conta do Plano de Saúde Corporativo, 30% de reajuste anual.

Daí, o doutor pergunta:

– Mais alguma coisa polaco.

E eu:

– E no olho do teu cu não vai nada, não, porra.

Saio do consultório depois de uma rápida carreira. Olho esbugalhado. Dos colírios, meu. Madame, do lado de fora:

– Tudo bem com o olho do meu Florzinha, doutor.

– Qual deles.

Carrego eu e madame para casa. Sem almoçar. Cinco e tanto da tarde. Uma boa caipirinha para tirar o gosto da porra dos colírios e tudo. Ligo a televisão. Fim dos embargos dos mensaleiros. E escuto, olho esbugalhado, dilatado, garganta seca, o seguinte:

– O deputado federal José Genuíno acaba de entregar à Câmara dos Nobres o atestado médico, fornecido pelo Sistema Único Sírio-Libanês (SUS), requerendo aposentadoria por invalidez permanente, o que lhe assegura pensão vitalícia com o mesmo valor do atual provento.

Moral:

Escreva você mesmo, a seguir, o que eu gritei.


                First, the facts. Seven thousand Cuban doctors are coming to Brazil. Direct agreement with the Cuban government. Who gets the money. 200 million dollars per year. A year ago, all settled. The scheme: buying the media to stop the Health care in Brazil, Brazilian doctors call for the interior and, finally, that may Cubans. Nothing against doctors coming into the Northeast explored. Much less in favor of the Cuban doctors being booed. No way they seem maid. Never. Now, resign Brazilian doctors for ten years in the same inner battle left to give vague to Cuban doctors, then, the measure passes.

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          Primeiro, os fatos.

Sete mil médicos cubanos estão vindo para o Brasil. Acordo direto com o governo de Cuba.

Que recebe o dinheiro. 200 milhões de dólares por ano. Há um ano, tudo acertado.

O esquema:

Comprar a mídia para acabar com o atendimento da Saúde no Brasil.

Convocar médicos brasileiros para o interior

Enfim, que venham os cubanos.

Nada contra a vinda de médicos para o interior do Nordeste explorado.

Muito menos a favor dos médicos cubanos sendo vaiados.

Nem pensar que eles parecem empregada doméstica. Jamais.

Agora, demitir médicos brasileiros que há dez anos batalham no mesmo interior abandonado, para dar vaga aos médicos cubanos, aí, passa da medida.

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Mente abucheado cubana: no va a ir a donde los médicos

       Mi pueblo. Estoy abichornad

       

¿Por qué hoy en día es el sábado? Nadica de nada, hombre. Es el nigga siguiente:

    Médicos de Familia, hasta diez años en los pueblos de mierda raspando el nordeste de Brasil, están ahora mesmo siendo despedidos, por teléfono, para dar paso a los médicos cubanos, por el cual el gobierno de Brasil paga 10 mil dólares al mes, la casa, la comida y más hogares de la zona.

    Ya médicos brasileños están siendo despedidos sumariamente, de la hoja, en septiembre, a pesar de que sus salarios han sido siempre muy por debajo de los diez kilómetros.

     Y ahora, cumpanheiros y cumpanheiras bolivarianas-petralhas-analfabetas-histéricas que abundan acá en Face? Es por esta razón? Y no me vengas con liberación oficialesco-enviado-pagada de papel de uso oficial para enviar en otro agujero porque en mi papel higiénico es amentolado. Ih … por poco.

      Sólo para desmitificar esta sanha cubana. Casi a dañar este mi sábado. Afortunadamente, el surubím horno interpuesto por un indio amigo suyo que da pena Xingu, como una sauna con vapores de romero, mejorana y otras delicias.

       ¿Lo ves?

    Mi fin de semana continúa el bien. En mierda médicos brasileños son generalistas de la familia de mierda en persona, en el noreste, que acaba de perder su trabajo que abrazó por vocación, lejos de la capital, donde, ahora, los gobernantes saciar dudar de la frontera sirio-libanesa.

       Yo estaba! Ou mejor. Fui, né, mané de mierda!!!

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                Gente. Estou abichornado. Por que hoje é sabado? Nadica de nada, meu. É pelo seguinte, mano: Médicos da Família, até há dez anos ralando nos lugarejos de mierda do Nordeste brasileiro, estão sendo demitidos, por telefone, para dar lugar aos médicos cubanos, pelos quais o governo de Brasil paga 10 mil reais por mês, mais a casa, comida e mais o trato domésticos. Já os médicos brasileiros estão sendo demitidos sumariamente, fora da folha de setembro, mesmo que o salário deles sempre tenha sido muito abaixo das dez milhas.

      E agora, cumpanheiros e cumpanheiras bolivarianas-petralhas-iletradas-histérica que abundam aqui no Face? Fica por isso mesmo? E não me venham com release oficialesco-mandado-pago-oficializado que mando usar o papel noutro orifício porque no meu é papel higiênico amentolado. Ih… acabei mal.

      É só para desmistificar essa Sanha Cubana. Quase estrago meu sábado. Ainda bem que no forno o surubim trazido por um índio amigo do Xingu. Ele, o peixe,  sua que dá pena, parece uma sauna com vapores de alecrim, manjerona e outros acepipes.

       Tá vendo? Meu final de semana continua na boa. Na mierda estão os médicos brasileiros-generalistas-de família-da pessoa na mierda, no interior do Nordeste, que acabam de perder o emprego que abraçaram por vocação, longe da capital onde, agora, os governantes saciam a dúvida no Sírio-Libanês. Fui!!!


Cuba granny

Cuba granny (Photo credit: @Doug88888)

Saludo,  burguezinho de mierda.

Assine este abaixo-assinado a favor do médico cubano mandado ao Brasil.

1)-Que ele receba o salário integral pago pelo governo brasileiro;

2)-Que ele possa ir e vir onde lhe der na telha;

3)-Que ele possa pedir asilo político, se quiser;

4)-Que ele possa trazer a família dele, refém lá na Ilha de Cuba.

Enfim, burguezinho de mierda.

Que o médico cubano  seja aplaudido pelo povo que  morre no  SUS.

Para terminar, burguezinho de mierda.

Só acredito neste teu falso lero quando um, apenas um,  levar o filho, que não foge à luta, na hora da doença pior, direto para o médico cubano.

Enquanto isto não acontecer, burguezinho de mierda, vou deletar cada um de você.  

A não ser que me traga, antes, um atestado médico de atendimento da tua criança, na pior, assinado por um médico cubano que, aliás, merece toda a nossa força, neste dia 7 de setembro.

Liberdade já, ainda que tardia, para o médico  cubano, escravo aqui no Brasil.

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